segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Morar em um Kibutz. Onde??? O que é isso?

Monumento em homenagem a Yad Mordechai




Minhas crianças fôfas, hoje adultos








Meu querido Yad Mordechai Já falei sobre a vida em Kibutz e volto a falar novamente, porque várias pessoas me pediram mais detalhes.













Quando digo que já morei e trabalhei em um Kibutz, as pessoas sempre perguntam: Onde? Como? Então vou passar mais um pouco de informação sobre o que vem a ser um Kibutz. Muitos têm me perguntado.

Quem sabe alguém não se anima? Tenho certeza absoluta que iriam amar. Como eu amei.

Kibutz, em hebraico, significa grupo. Este é um modesto nome pra definir algo ímpar: uma comunidade voluntária e democrática onde as pessoas vivem e trabalham em conjunto, em bases não-competitivas.

Os primeiros kibutzim (plural de kibutz ) foram organizados por jovens idealistas em 1948. O meu ( o que morei ) foi fundado nesse mesmo ano e se chama Yad Mordechai - Comandante Mordechai - em homenagem a um jovem judeu polonês que morreu nos guetos de Varsóvia.

As populações dos Kibutzim variam entre 200 e 2000 membros.

Trabalham com o quê? Além de cultivarem a terra, tem aves, vacas, abelhas, peixes, produção de laticínios e, a cada dia, pra conseguir mais grana pra manutenção, foram ampliando os afazeres e, hoje, tem também produção de aparelhos eletrônicos, mobiliário, utensílios de utilidade doméstica, plásticos e, até, maquinário agrícola e sistemas de irrigação. E muita coisa mais.

Se você já não sai de sua terra com um Kibutz escolhido, pode fazer isso no escritório geral em Telaviv.

Você escolhe em qual vai querer trabalhar. Isso não quer dizer que vá ficar grudado naquilo pra sempre. Lembre-se que é um serviço comunitário. Você escolheu trabalhar com abelhas, mas, se precisarem de mão-de-obra, por exemplo, na cozinha, você vai precisar dar uma força. Eu amei, adorei, cada hora tava em um lugar e, na maior parte do tempo, trabalhei com o que escolhi, que foi a escola de crianças de 3 a 6 anos.

Eu, como a maioria dos voluntários, trabalhamos e moramos por um período de 3 a 6 meses. Temos tudo que precisamos, inclusive roupas e calçados, e um crédito pra comprar alguma coisa no mercadinho do Kibutz. Existem outros Kibutzim que pagam salário. No meu, trabalhei como voluntária, portanto, sem salário; só mesmo uma pequena ajuda pra comprinhas extras.

Acho que tem tanta coisa legal que é até difícil enumerar. Por exemplo, se na plantação de laranjas houve um problema este ano, a comunidade se divide e, quem se ocupava de laranja, não sai no prejuízo.

O Kibutz supre todas as necessidades de seus membros durante toda a vida..

As crianças são criadas juntas nas "casas das crianças". Na educação delas são enfatizadas a cooperação e a importância do trabalho, o que as ajuda a aprender a viver em harmonia. Livres de cuidar das crianças enquanto trabalham, os pais ficam com seus filhos após o expediente, nos fins-de-semana e feriados. Creches, jardins-de-infância e escolas primárias, fazem parte dos serviços prestados pelo Kibutz no próprio local, enquanto que, crianças maiores, são mandadas a uma escola secundária regional, onde tem à disposição uma maior variedade de matérias acadêmicas e de contatos sociais.

Cada Kibutz mantém um refeitório, lavanderia, clínica médica, etc. Esses serviços são operados pelos próprios membros, obedecendo em geral a um sistema de rodízio.

Como muitas outras comunidades, os Kibutzim têm uma biblioteca, uma sala de música, oficinas de artesanato, quadras de basquetebol, piscina e muitos outros tipos de recreação. No auditório, há projeções semanais de filmes e apresentações de shows ao vivo. Alguns kibutzim mantém museus de arqueologia, da natureza, da história de Israel e de artes, que atraem muitos visitantes locais e do exterior.

Fizemos também viagens dentro de Israel, organizadas pelos membros do Kibutz que eram responsáveis pelos voluntários.

No que eu fiquei, o museu era composto, em sua maioria, de objetos doados pelos próprios membros.

Me lembro de uma senhora, bem velhinha, que passava toda quarta-feira na casa das crianças onde eu trabalhava. A missão dela era separar meias e fazer pares. Toda semana tinha um saco enorme, cheinho delas. Maior gracinha essa senhorinha! Ficava sentadinha com aquela montanha de meias na frente e, durante umas duas horas, separava, fazia pares e guardava, depois ia embora toda contente com seu trabalho realizado.
Era de enorme ajuda.

A aceitação de novos membros, depois de um ano de experiência, é submetida à aprovação da assembléia geral.

Tenho o maior orgulho de ter sido convidada pra ser um membro do Kibutz. Só não fiquei, porque ainda queria andar e caminhar muito por muitos caminhos. E foi o que fiz. Sem arrependimentos. Guardo uma lembrança muito boa daquela temporada.

Tanto que tô indo esse ano de novo lá, rever o povo e matar as saudades.

Eita vidão! Ô sorte!




Kibbutz Program Center
Volunteer Dep. of the kibbutz movement
6 Frishman st., Tel Aviv
Tel: 972-3-5246156
Fax: 972-3-5239966
http://kibbutzvolunteers.org.il/

" Quando viajamos, o tempo adquire uma dimensão diferente e, cada momento, se transforma numa experiência única." Henrietta Brown

9 comentários:

  1. Ieda Amada
    Que delícia ler esse post...que saudades tb! Difícil fazer o povo entender como as coisas funcionam naquele minúsculo país...só indo mesmo e vivendo um pouquinho né? Então quer dizer que já tá fechado? 2010 o destino será Israel e Egito? Quem sabe não me organizo e vou que vou? Essa semana no vemos sem falta!
    Beijuuss n.c.

    www.toforatodentro.blogspot.com

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  2. Ah Ieda, quando leio seus posts embarco junto, fico imaginando sua bagagem de vida com todas as andanças,coisa que dinheiro nenhum compra né mesmo? Imagino que conversar com voce deve ser enriquecedor.
    bj

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  3. Sabe Susi que eu tenho certeza que a gente vai se conhecer....aguarde e vamos papear muito.

    bjins

    eidia

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  4. Tô no aguardo da sua convocação, Regis.
    bjins
    eidia

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  5. Olá...
    Acredito que vc possa me ajudar.
    Estou querendo ir para um Kibutz, mas não consegui encontrar nenhuma agência que envie... portanto decidi ir sozinho.
    Você pode me orientar... como criar os contatos lá, para chegando já ter um kibutz acertado? Tbém gostaria de saber quais são bons...
    Meu email é uere3@yahoo.com.br
    Por favor, me ajude!
    Obrigado!
    Adriano Felix

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  6. Adriano meu bem, eu fui sozinha e no escritorio em Telaviv escolhi qual kibbutz queria ficar. Contei isso num post. De uma lida no que ja escrevi sobre Kibbutz e veja tb os sites; e se precisar de mais alguma coisa me diga. O que eu fiquei e muito legal e bem localizado. Vc pode escolher a partir do que tem vontade de fazer la.*
    bjins

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  7. Olá!
    Eu estava pesquisando aqui na internet sobre possibilidades de viajar para Israel, passar um tempo considerável lá e não gastar tanto. Disseram-me que viver em um kibutz poderia ser uma boa alternativa...
    Gostaria de esclarecer algumas dúvidas com você, se não for te incomodar:
    - Ainda existe esse programa de viagem, agora em 2012?
    - Até quanto tempo eu posso permanecer no kibutz? Minha ideia era passar pelo menos seis meses porque quero praticar meu hebraico.
    - As pessoas se comunicam em hebraico mesmo ou a língua mais comum lá é o inglês?

    Meu e-mail é marianaferreirabr@yahoo.com.br Se puder me responder, ficarei muitíssimo grata!

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  8. Que maravilha! Obrigada por dividir esta experiência conosco, adorei o post!

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  9. Bom dia lindas , porque hoje esta um dia lindo , amei este post que enriquecedor foi seu texto falando da vida em um Kibutz sabe eu nao sabia como funcionava exatamente um kibutz amei por favor conte nos mais de suas experiencias em Israel beijos.

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