quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O café nosso de cada dia. Delícia que agrada a qualquer povo.







Bom demais da conta sô! Mineiro falando sobre café.

Essa é uma bebida que agrada a gregos e troianos, brasileiros, americanos, indianos e, quiçá, marcianos.

Se eu não tomo uma boa dose - e bota boa nisso - toda manhã, parece que não engato a primeira; fico o dia intirim meio lesa, achando que tô com sono, meio abestalhada - como dizem os baianos.

E não existe lugar, nesses caminhos por onde andei, que não me tenham oferecido um café - nas suas mais variadas formas - e o cafezinho é sempre bem-vindo e sempre serve de desculpa pra um encontro. Quem nunca falou a famosa frase: "Vamos nos encontrar qualquer hora dessa prum café?"

Café ou chá - pro inglês - é sagrado. Tem até uma história que é assim: você chega pro inglês com um problema e ele, mais do que depressa, te chama pra ajudar a preparar o café ou chá e, enquanto isso, dá tempo dele achar uma saída pra se livrar de você. Maldade pra com eles, mas o causu foi contado por um nativo.

O clima tá esquisito ? A reunião pegando muito fogo ? Pimba! Lá vem a solução: pausa pro cafezinho.

Não sabe mais o que fazer com a visita? A receita do meu pai é infalível : mostre fotos. Não há quem aguente. Vão embora rapidinho. E, segundo ele, se não forem na primeira leva, revejam as fotos, aí, é tiro certo. Mas, pra mesma visita, que insiste em não partir, que tal um discreto: "Mais um cafezinho pra saideira?"

Aprendi a apreciar mais o produto, por incrível que possa parecer, aqui na França. Descobri cafés de diferentes países e comecei a me entender melhor com ele. O campeão, pro meu gosto, é o café da Etiópia. Tenho uma grande amiga na Suíça, que trabalha vendendo café pro mundo, e sempre me presenteia com os melhores. Um prazer dos deuses!

Quando vou aos EUA, tomo banho de café. Adoro! O café-água-de-batata americano, que pra maioria das pessoas é horroroso, eu aaaamo! Com um cremezinho, então ...hummmmm...

Na Starbucks, você pega seu café e vai pra uma mesa onde tem de um tudo, tudo e mais alguma coisa que você coloca pra incrementar seu café. Adoro! Canela, açúcar, leite, chocolate. Bom demais!

Em Paris, existe uma galeria, na Champs Élisées, que vende café de vários lugares do mundo. Uma delícia! Sempre páro lá pra tomar o Colombiano, meu segundo preferido.

E o café brasileiro? Bão, eu acho forte e tem um gosto amargo. Acho que é muito torrado.
Recentemente, houve em BH uma feira com pessoas vendendo, cada uma, seus próprios produtos, e comprei café em grão, de um pequeno produtor mineiro. Uma delícia! Aliás, aconselho a quem não tenha, que compre uma maquininha de moer café, simples e baratinha. Você mói na hora e fica uma delícia.

Na Turquia, a gente demora um pouco a se acostumar com aquele café cheio de borra mas, a partir do momento que aprende a tomar, bem devagarinho, saboreando, o pó vai se acalmando e indo pro fundo da xícara e ele fica saboroso demais.

Não posso me esquecer das famosérrimas máquinas de fazer café italianas. Eita beleza! Em cada esquina um café mais gostoso que o outro.

Confesso que sou mais o café misturado com qualquer coisa, que o puro. Raro beber purinho. A não ser aquele bem ralinho, que a gente tomava na casa da vó, bem docinho e com quitanda. Esse vai puro com todo prazer.
Só falta agora ressuscitar a vó e arranjar uma mucama pra fazer as quitandas - esse sonho, vou ter que continuar guardando em minha memória olfativa e gustativa.

E chega por agora, que vou tomar um capuccino, pra alegrar a vida.

Iche! Posso não! Já são 9 da noite e, como diz um velho amigo, ando com tanto problema pra dormir que, se olhar um bule às 4 da tarde, posso esperar uma noite de olho arregalado.

Não chego a tanto mas, a alegria da última mamadeira ser de café com leite, já faz parte do meu passado.










21 comentários:

  1. Adorei o post!!!
    sou alucinada por café!!
    Adoro experimentar todos!!!
    E, como você, não funciono se não tomar café pela manhã. Aliás, nem falo se não tomar café! Fico Muda!
    Abraços,
    Tânia Baião

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  2. Gosto de café, mas não tanto assim, talvez pelo triste fato de sermos um dos maiores produtores mundiais e nos "empurrarem" o que de pior sobra do café exportado, inclusive a palha.
    Há muitos anos atrás, um colega de curso, cujo sogro plantava café em Marília-SP, me trouxe um quilo do café "de verdade".
    Além do sabor, o rendimento era o dobro do que eu consumia, o qual, comparado ao que ganhei, tinha o aspecto e cor de achocolatado.
    Mas esta terra bananeira é assim mesmo, nem pagando você tem bom atendimento.
    Bjs.

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  3. Eiii Amada
    Fiquei com saudades daquela delícia que vc fez prá mim!!! Esqueceu de falar do nosso antigo e delicioso cafezinho coado em coador de pano e que fica ali...no fogão de lenha, com xícara esmaltada, esperando as visitas! Bão dimaaiiss sô! V.V.V.viuuuuuu?
    Beijuuss n.c.

    www.toforatodentro.blogspot.com

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  4. O comentário da Regina me lembrou de um fato, sobre o qual vou contar o milagre, mas nem a pau conto quem é a santa.
    Obviamente se refere ao velho e conhecido coador de pano, que quando novo deixava o café ruim. Quando mais velho e "encardido", melhor ficava o café.
    Minha amiga, em idade pré-adolescente, condoeu-se da mãe, que não conseguia manter aquele coador limpo. Foi à genitora e pediu cândida, sabão em pó, detergente e o que mais fosse necessário para uma boa limpeza. A Srª quis saber para que serviriam tais materiais, tendo ela respondido que seria uma surpresa.
    E alegremente socou todos aqueles produtos no pobre coador, que ficou branquinho, limpinho.
    Hoje em dia, a mãe moderna explicaria que aquilo não deveria ser feito, que o coador estava sujo do próprio café, etc, etc.
    Mas naqueles tempos, não houve tempo para conversas. Minha amiga tomou bronca e uma honorável surra.
    Só boas intenções não bastavam.
    Bjs.

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  5. Zé meu bem, pior que isso só lavar alface com bucha e sabão.
    bjins

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  6. Regis, teremos repeteco quando eu voltar pra casa. Na praça Marilia de Dirceu tem café passado na hora, na mesa, em coador de pano. Mó chiqueza. Vamo lá?
    bjins

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  7. Zé, o café que não é muito torrado tem esse leve sabor achocolatado. Delicia. A próxima vez que TT for aí vamos nos encontrar pra ela falar sobre café. Onde tá o "pobrema", porque muito do café que ela vende aqui na Suiça,pro mundo todo, vem das Minas Gerais.
    bjins

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  8. Zeca, to enganada ou tu estais com a vó atrás do toco? Parece puto da vida. O que te fizeram no carnaval?
    bjins

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  9. Tânia, não dá lombeira, se ficarmos sem o preto que satisfaz?
    bjins

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  10. Caríssima, acho que não me expliquei bem. Quando falei da comparação entre os dois tipos de café é que o do meu amigo era negro e o outro comprado no comércio tinha a COR do achocolatado, demonstrando que muita tralha tinha sido moída junto.
    Quanto à vó atrás do toco, nada a ver e meu carnaval foi tranquilo.
    É que determinados assuntos me atiçam, mas tá tudo na mais perfeita ordem.
    Bjs.

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  11. Zé Carlos do céu, me desculpe. Achei que tava falando com meu Zé de BH...Desculpe o mau jeito e a brincadeira...foi mal. Mas entendi direitinho sua história com o nosso café.
    bjins

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  12. A partir de agora vou mudar para JC, para não confundir.
    É que tem mais Zé do que gente neste nosso Brasil.
    Bjs.

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  13. Eu naum sei se é o Zé Carlos ou o JC rsrs mas vou contar uma coisa: ri dimaaaiiisss aki, sô hehe. Essa prosa prá ficá mió de bão, só tomanu um cafezim juntossss.Tôdentro, YESSSS! Ieda Amada nossa anfitriã!!!
    Beijuuss pros Zés toooodos n.c.

    www.toforatodentro.blogspot.com

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  14. Regis, vamo ter q catar o JC longe, mas vai valer a pena...marcadaço.
    bjins

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  15. Caríssima, boa tarde.
    Caríssima, boa tarde.
    Veja o texto abaixo que recebi por e-mail de um querido amigo, que embora resida desde sempre em São Paulo, é mineiro até debaixo d'água.
    Ele trata do mesmo assunto que você tratou sobre o café e as quitandas na casa da Vó.
    Dá uma saudade de um tempo que não mais retorna.
    Discordo só de um item, o e-mail. Não acho que ele nos distancia e sim que aproxima pessoas que de outra forma não se conheceriam, como neste nosso contato.
    A separação decorre da falta de tempo, da insegurança, sei lá mais do que.
    Segue o texto faltando o devido crédito ao autor, que já pedi ao amigo, mas ainda não chegou:


    Saudades...

    Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
    Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
    – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
    E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
    – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
    A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
    Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão aco lhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
    – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
    Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
    Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
    Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas c om o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
    O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
    – Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
    Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
    Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite....
    Que saudade do compadre e da comadre!

    O autor é Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.

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  16. Ói eu aqui di novo.
    Completando o comentário acima, o autor de "Saudades" é JOSÉ ANTONIO OLIVEIRA DE RESENDE.
    Bjs.

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  17. Oi Zé, muito obrigada pelo texto. Adorei e me fez lembrar uns poucos anos que morei em cidade do interior de MG.,era exatamente assim. Mesmo ainda criança em BH também. Tenho muitas saudades dos vizinhos de rua, dos amigos que entravam sem precisar tocar a campainha e nem avisar que viriam, com dias de antecedência.
    Bons tempos.O José Antonio escreve onde? Passe pra nós o endereço se puder.
    bjins

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  18. Pelo que consta do texto enviado pelo meu amigo, ele é Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei. Fiz uma pequena pesquisa e consta que ele é Mestre e Doutor em Língua Portuguesa da UFMG.
    Resumindo, é uma fera na Inculta e Bela.

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  19. Eidia!
    preciso dos seus conhecimentos.
    To procurando um café (bom) pra dar de presente e lembrei de um fabuloso (colombiano) que tomei na sua casa.
    Vi no post que vc gosta de um da Etiopia.
    Pergunta: sabe se encontro algum deles em BH? Onde encontro? Qual marca? SOCORRO! rsrs
    Bjo,
    Barbara

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  20. Ai Barbara...vejamos pois. O cafe do Verde Mar e bem gostoso, tem uma cafeteria perto da Praca
    Marilia de Dirceu, que acho ser Santa Fe, q tem cafe bom. Pede pra moer na hora. Se a pessoa q vai ganhar tiver moedor, leve em graos.Muito melhor. E o Segefredo tb e gostoso. Nunca achei em Bh cafe da Colombia nem da Etiopia. Mas, to levando e vc ta convidada e ir beber comigo la em casa.
    bjos, bjos

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