sexta-feira, 4 de maio de 2012

Me ajeitando em Bodhgaya

Acordei ao meio-dia. Tomei banho e fui almoçar. O almoço tava legal. Tinha quiabo, que eu adoro, arroz branquinho muito gostoso, umas bolotas ao molho, que nem Deus sabe de que, mas muito gostosas. De sobremesa tinha uma coisa branca parecendo pudim, não me arrisquei,  e fui na melancia que é minha amiga íntima. E dá-lhe água.
Passei no escritório pra avisar que talvez fosse me mudar. O americano me entendeu e disse:
-Sem problema. Quer mais conforto, né? É.
Monge americano. Rapaz novo, muito simpático. Disse pra ele que na volta, queria que ele escolhesse umas coisas pros meninos do Instituto.
O Anup chegou mais 1 amigo as 2 horas em ponto. De moto. Todos os dois. 
Quem tá chuva...
Falei pra ele:
- Olha, eu vou nessa coisa, mas se ficar com medo,  grito e desço. OK?
- Sem problema, eu sou ótimo motorista.
- Confio na sua pilotagem, mas, de moto, na Índia, com 1 bilhão de pessoas passando coladas na gente, não sei se meu coração mineiro aguenta.
E lá fui eu. E não é que deu certo. Andamos até, ele me mostrou um monte de coisas, templos, tirava a mão do “volante” (aquela que não tem a menor intimidade com moto) e mostrava lá longe, a moto balançava e eu apertava a cintura dele. Mais fina que minha coxa...rs
Ele ria e dizia sempre:
-Sem problema.
Quis me mostrar uma escola pra órfãos que ele ajuda, mas vamos amanhã, porque naquela hora a meninada tava refrescando a ideia em outro lugar.
Então falei pra ele; vamos procurar o hotel, porque se der tempo me mudo ainda hoje.
- OK. Sem problema.
E andamos os 3 mais um tanto e chegamos a um hotel super simpático. Como ele trabalha com turismo e deve ganhar comissão, conhece todo mundo. Na recepção do hotel, enquanto eu conversava com quem me atendia, vi ele falando com um grupo de japoneses. Em japonês. E só acreditei, quando todos começaram a rir. Aprendi, que quando o outro acha graça do que você fala, é porque você já tá falando bem a língua dele.  Depois ele me disse que morou 1 ano no Japão. E só tem 25 anos. Se vira em francês, espanhol, e, o que ensinei pra ele em português ontem, já usou hoje o tempo todo. Danado o garoto.
Visitei o hotel, os quartos, negociei com o dono e acertei. Até pechinchei. Ele cedeu. Como vou ficar 1 mês e é baixa temporada, foi muito bom o preço.
Voltamos pro Instituto, agora já de carro, que o Anup arrumou sem nem dizer nada.
O americano foi até meu quarto e dei um monte de coisa pra ele. Ficou todo feliz, surpreso até. Acertei no escritório e enquanto ia passando as pessoas já iam me agradecendo pelos presentes pras crianças. Ele deve ter mostrado pra todo mundo. Dei um monte de havaianas, lápis, calcinhas pras meninas, escovas de dente, prendedores de cabelo. Enchi um sacolão.
Viemos pro novo hotel.
O Anup queria me levar pra conhecer mais coisa. Falei pra ele que amanhã a gente vai, fiquei pra arrumar a tralha e separar os presentes.
Hoje ele me explicou, que o meu agente em Delhi, o Hari, tem contato com o Rag. O Rag sempre chama ele pra ir junto, porque assim ele faz um bico. Então por isso ele colou em mim. Me explicou, porque eu disse pra ele que não era cheia da grana e que me buscar no aeroporto já fazia parte dos meus planos e tava pago, mas, daí pra frente, qualquer coisa teria que combinar antes comigo. OK?
- OK, sem problema. Se você achar que mereço quando for embora você me dá o que quiser. Só acreditei, porque já passei por isso das outras vezes que estive aqui.
Arrumei tudo, tomei banho e fui jantar no restaurante do hotel, que fica no mesmo andar do meu quarto. To eu lá bem tranquila jantando, quando chegam os dois. Arup e Rag. Vieram ver se tava tudo bem, se to gostando do Hotel e se queria passear um pouco depois do jantar. Convidei os dois pra jantar e sem a menor cerimônia, pegaram dois pratos e mandaram ver. Pedi legumes, arroz e outra coisa parecendo lentinha. Tava uma delícia. Os legumes era comer e chorar de tanta pimenta. Falei com eles que podiam liquidar aquilo aí, porque eu não aguento.Fiz com a boca quinem dragão e eles riram muito. Comeram tudo, rasparam o que eu deixei, sem uma lágrima sequer, por conta da pimenta.
Despachei os dois e marquei de ir amanhã à escola.
Aguardemos pois mais novidades. Resumi os fatos e tenho certeza que me esqueci de alguma coisa.
Conto quando lembrar.

Abrindo as portas dos templos que vou mostrar

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