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sábado, 7 de dezembro de 2019

MISSÃO CUMPRIDA. OBRIGADA LUIZ!

Em 2013 fotografei várias crianças na rua e entre elas tinha uma que tava costurando uma roupa com uma agulha maior que ele. Coloquei aqui no blog as fotos.
Meu querido amigo Luiz viu as fotos e mandou dinheiro pra comprar roupa pro menino.
Lá fui eu atrás procurar o tiuku. 
As histórias estão nos link abaixo


Quando estava vindo agora, mais uma vez o Lu pediu preu encontrar o menino e comprar o que ele tivesse precisando.
E hoje fui à caça.
Sabia onde era a rua dele. Abri o celular na foto e perguntei ao primeiro rapaz que vi se ele conhecia.
Não conhecia.
Atrás dele vinha outro rapaz. Mostrei a foto. Ele ficou olhando, olhando, olhando e disse:
- Sou eu.
Aí que fui olhar pra carinha dele.
Ele me reconheceu e falou:
- Sou eu, Arvind.
Puta que pariu!
Perguntei logo pra ele!
São coisas que alguém tem que explicar. 
Cheguei há uma semana, só hoje tive uma folguinha pra ir procurar, vou na rua dele e ele tá vindo em minha direção na hora que to mostrando a foto!
Não é muita coincidência?
Ele ficou todo feliz.
Claro que logo apareceram dois amigos e fomos as compras.
Ele queria 1 camisa.
Quer jeans?
- Não. Tenho.
Sapato?
Não. Tenho.
Vi uma loja cheia de cobertores e perguntei se ele queria. Tá bem frio e é certo que ele dorme no chão. 
Concordou.
Ok, vamos procurar a camisa.

 Virou um rapaz forte e bonito.
Atrás dessa carinha feliz, tá um menino que foi abandonado pela mãe logo que nasceu e que o pai também sumiu no mundo pouco tempo depois. Vive com a avó. Tem mais dois irmãos que ele não sabe onde estão.
Eitia peleja!
Eitia vida danada pra alguns!




 Experimentou várias camisas. Finalmente  decidiu por duas. Ok.
Num ato de  nobreza...rsrs...comprei 1 camisa pra cada amigo. Este par de jarras aí na foto.
Depois de comprar as camisas, ele mudou de ideia. Não queria o cobertor. Precisava de uma mochila pra levar pra escola.
Ok. Vamu lá atrás de mochila.
O mais engraçado é que ele me fez andar kilometros porque todas ele achava que tava caro.
E mais engraçado ainda, é que ando sozinha pra baixo e pra cima aqui em Bodhgaya, mas desde que saímos da rua dele, ganhei três guarda-costas. Um de cada lado e um atrás. Tava divertido. E  mandavam parar os tuc-tucs pra eu passar.



 Paramos no mesmo local de seis anos atrás pre eles comerem. Cada um devorou duas pratadas.


 Hora de dar até logo. O amigo carregando a mochila nova com as camisas dentro e mais 2 kilos de maçã que também comprei pra ele levar pra avó.


 Que o meu Deus e o seu Deus te protejam querido menino!

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ps.: falei agora com o Luiz sobre o encontro e ele me autorizou a comprar o cobertor também.
Lá vou eu de novo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Reencontro com amigos ou; em terra de cego....

Olha ele aí de novo. Quem acompanha o blog já conhece essa peça rara daqui


E passei de propósito agora pela rua dele e lá tava ele e sua turma.
E descalço. Vontade de dar "um couro" nele. 
Engraçado, que me veio agora a idéia de que dar uma surra com correia de couro antigamente era costume. Daí deve ter surgido a expressão, "dar um couro"!
continuando...
Ele veio todo sorridente falar comigo e claro que junto com ele mais uma dezena de crianças.
Perguntei:
- Kadê a sandália?
- ?
- Por que não tá de sandália?
- ?
A carinha dele era de indignação, dúvida, não entendimento da pergunta. 
E eu vou entendendo aos poucos, muito pouco,  a cabecinha desse povo.
Ok, comprei a sandália, usou uma semana e sei lá onde enfiou. A explicação que dei sobre a necessidade de proteger os pés foi pouca, muito pouca pra quem nunca andou de sapato. Deve pensar:
- Que raio de bicho é esse que entra pelos meus pés e eu não posso ver...coisa de povo estrangeiro. Besteira! Muito melhor ficar em contato com a terra, correr e brincar sem sandália me "empaiando"!.
Ai Jesus! E a gente faz as coisas achando que tá fazendo um vantajão.
Se não bater dia e noite na cabecinha deles, não vai entrar de forma alguma.
Como diz o ditado antigo:
Angu de um dia não engorda cachorro magro!

Desde pequetitos eles ajudam na labuta da casa


Mais  fashion impossível! Como eu gosto. Cada botão de uma cor...rss...

Pra variar estamos em época de festival, de oferendas aos Deuses. De agradecimentos. Então todos se viram e tem uma roupinha nova pra colocar. E sempre bem coloridas porque é assim que os Deuses gostam. Brilho e cor. 
Tudo muito!

Velho conhecido...muito fofo!

Pose pro namastê


Aí veio o pedido!
Porque na cabeça deles todo mundo que vem de fora tem dinheiro. Muito dinheiro. Rico. Riquíssimo! E eu não ia ficar de fora dessa. Quem tá acostumado a me ver pelas ruas de Bodhgaya, tem certeza absoluta que eu tenho dinheiro pra dar com pau e não tem santo que tire isso da cabeça deles. Já desisti de dizer que não tenho.
E o Arvind falou com a maior simplicidade do mundo:
- Compra uma bicicleta pra mim!
E eu respondi como se fosse verdade:
- Descalço você não ganha nada, se tivesse de sandália eu comprava.
Ele quis só morrer um tico. Deve ter pensado:
Se eu soubesse que iria me encontrar com essa filha da puta hoje teria colocado a porra da sandália. (eu pensaria assim...rss...ele deve ter sido menos grosseiro...rss..)
Ficou olhando pra mim com cara de: - mas não é possível, só porque não tô de sandália!
Aí eu disse, que comprar bicicleta não é como comprar uma sandália, que é muito caro e eu não tinha dinheiro e quem sabe um dia, se eu tivesse, eu iria me lembrar dele.
Mesmo que tivesse a grana não compraria. Comprar só pra ele não faz sentido. E o resto?

Como o indiano vive com fome, ou melhor, a qualquer hora que você ofereça comida eles aceitam, sugeri um lanche pra quebrar o galho já que não iria rolar bicicleta.
Toparam na hora...melhor agarrar o certo...rss


E nos sentamos na escadinha dessa loja pra comer uma samossa muito gostosa com refrigerante. Evidente que ninguém quis suco. Já viu criança querer suco no lugar de refri? Nem aqui. Ou melhor, muito menos aqui, onde tomar um refrigerante que custa 30 rúpias* é artigo de muito luxo.
Igualzim no Brasil dos anos 50, 60. Refrigerante, só no aniversário e Natal.


Mas o Arvind não ficou convencido. No dia seguinte quando saí de casa ele tava me esperando e falou de novo na bicicleta. E eu repeti a mesma história. Ele foi andando atrás de mim, porque muitas vezes eles sabem que vencem pela insistência e eu fui mais dura com ele, apesar de ser difícil demais pra mim, falei: - volte pra sua casa que não vou comprar bicicleta. Se for comprar algum dia sei onde te encontrar.
E ele voltou cabisbaixo. Nem olhei pra trás pra não voltar atrás e fazer besteira. Não posso, não devo e não tenho condição de comprar tudo que me pedem.

A propósito. Sabe quanto custa uma bicicleta novinha em folha?
70 dólares ou 140,00 reais.

E pensando, pensando, se a gente compra 10 bicicletas pra escola? 20 crianças vão poder ir e vir com mais conforto e confiança. 
Li uma reportagem sobre um adolescente americano que tem comprado bicicletas pra crianças indianas e ele disse uma coisa muito interessante:
"A experiência tem sido muito bem-sucedida e o próprio Thomas Hircock admite que tem aprendido muito, nomeadamente que um simples meio de transporte pode ser revolucionário. “Dar uma bicicleta a estas crianças é torná-las mais fortes, é dar-lhes poder. É uma coisa incrível de se fazer”, conclui".
*30 rúpias mais ou menos 1 real - pra você ter uma ideia do quanto é caro, 1 samosa, que é enorme e muito nutritiva, custa 5 rúpias, mais ou menos 0,20 centavos


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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Matando a cobra e mostrando o pau

Quando eu digo que qualquer 5, 10, 20 reais aqui fazem a maior festa, as pessoas custam a acreditar. Muitas não acreditam.
Olhe só meu dia de hoje e vejam se não dá um enorme prazer estar vivo pra poder passar por uma situação assim.
Tudo começou quando há alguns dias atrás publiquei esta foto

Este garoto mora aqui do lado do meu Hotel e sempre que saio passo pela rua dele que adoro. Rua cheia de movimento e não existe turista. É uma região tipicamente nativa. Acabo tirando fotos legais, converso com as pessoas e muitos já me cumprimentam. Já me conhecem.
Tava um frio danado e ele tava no sol costurando essa blusa cheia de furos. Foi antes do Natal, e esta era a legenda no Face Book
Peguei este garoto costurando uma blusa, quando tava indo pra escola hoje. A blusa cheia de furos e ele tentando fazer ela durar mais um pouco.
Adivinhem no que pensei!....
Bodhgaya-Índia
Um querido amigo, grande colaborador e incentivador do nosso projeto, Luiz César, me escreveu dizendo que o garoto se parecia muito com um sobrinho dele e ele queria ajudar. Conversamos sobre o que ele queria que eu fizesse e hoje saí pra procurar o menino. Com a câmera e a foto dele. Foi façim. Parei na porta da casa onde fiz a foto e mostrei pra umas pessoas. Num minuto juntou uma multidão (coisa normal aqui) e chamaram ele que tava brincando com uns amigos. Descalço, short, e uma jaqueta sem manga. Arrepiado de frio. Perguntei se alguem falava inglês. Ninguém. Fiz um gesto de vem comigo e não só veio no mesmo instante como  os amigos também.
Daí pra frente foi só alegria como você vai ver nas fotos. Em poucos minutos a gente já tava se entendendo, ele sacou que eu queria comprar roupa e sapato e que era pra ele escolher do gosto dele. E tirou onda. Eu mostrava alguma coisa e ele sem a menor timidez. Não, não, não.
E fomos fondo.
 Parada no muro pra primeira foto

 As crianças aqui são educadas, gentis, humildes, mas sem essa de coitadinhos Só quando eles querem e sabem que vai surtir efeito...pra turista por exemplo fazem cara de dó...rs
São altivos na maioria das vezes. O problema é quando vão crescendo...bão mas isso já é outra história

 E lá vamos nós...

 Agora, já bem mais sabendo a que veio, ele circula com determinação procurando  o novo guarda-roupa


 Primeira escolha...acho que essa coisa tá na moda...já vi em vários lugares e era isso que ele queria. Mas o dono da barraca perdeu a chance de fazer uma boa venda. Pediu muito...falei, nem morta! Vambora! Ele ainda ficou gritando e abaixando o preço mas isso não me comove mais. 
Dançou!
Perdeu! Perdeu!

Aí ele achou esta, adorou, e o preço era bom. Bora procurar calça

 O bom é que já ficou com ela porque hoje tá muito frio

Ele ficou um pouco constrangido de tirar o calção sem cuecas, mas eu tinha levado duas que a Tetê mandou, já saquei da bolsa ele vestiu e ainda fiz foto...rs

 E foi claro! Quero jeans. Então tá.


 Conferiu tudo, gostou e levou. O calção já foi pra uma sacolinha que ele mesmo pediu

 Aí fomos pra loja onde comprei as sandalinhas dos meninos da escola

 Essa ele nem disse nada. Já agradou e pronto. E não tem essa bobagem de pé sujo, tomar banho pra colocar roupa nova....nada disso

 Olha só a indumentaria completa
Ele perguntou se eu ia comprar também pros amigos. Falei que hoje era só pra ele mas se alguem me desse dinheiro eu compraria pros outros

 Agradeceu várias vezes e fez aquele gesto que eu acho lindo mas quando não é comigo, que é de agachar e passar a mão nos meus pés e agradecer...fico super constrangida.

 Pra aliviar a situação dos amigos que não ganharam nada, resolvi patrocinar um almoço
Outra alegria

 Pose enquanto espera o almoço

 Olha o olho de ansiedade esperando o moço fazer os pratos

 Amei esta foto. Ele virou outra pessoa. Compare com a primeira foto

 E os amigos comeram também no maior apetite

 Notem que já foi terceirizado o serviço de carregar a sacola...rs


 Ele ardeu na pimenta...mas eles amam!

 Voltamos todos de riquixá...outra festa

 Dei até uma gorgeta pro piloto...o peso fez o moço se esforçar...rs

 Agora com ensaio

 E a alegria ganhou mais energia...

Aqui sem ensaio...parei quando fiquei com medo dele enfartar de tanta angustia...rs
Ah! O nome da peça rara?
ARVIND KUMAR

Em quanto ficou essa festa?

Jaqueta   200 rúpias
Calça Jeans   200 rúpias
Sandália   130 rúpias
Almoço pra 5 pessoas   50 rúpias

TOTAL    580 rúpias que são mais ou menos 20 reais
Preço de poder proporcionar este prazer?
NÃO TEM PREÇO!!! 

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MUITO OBRIGADA!  
 
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E O BAZAR DO BLOG SE PREPARA PARA O DIA DAS MÃES

 M amãe vai gostar. Faça uma linda surpresa pra ela. Dê um colar de presente e prestigie o artesanato caseiro feito pra ajudar um grande pro...