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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O primeiro velório a gente nunca esquece



O primeiro velório de que me lembro ter ido foi do meu avô paterno. Pra mim e pro meu irmão foi uma festa. Me lembro perfeitamente de nós dois correndo pela casa, rodeando o caixão colocado no meio da sala de estar, e meu irmão fazendo cócegas nos pés dele, porque o vovô tinha uma risada tão boa, tão alta e tão contagiante, que fazia rir quem tivesse junto, e na pequena cidade que ele morava ela era ouvida de longe.  E meu irmão não entendia porque seu vovô não ria mais das cócegas que ele fazia. Eu devia ter uns 4, 5 anos.
Já pulando pros meus 15, 16 anos, foi a vez de  perder a primeira pessoa querida. E sofrer. Foi a mãe de uma grande amiga e colega de escola. A gente era muito grudada. Coisas de estudar juntas, dormir uma na casa da outra, e a mãe dela era uma fofa. Ela morreu muito rápido dando um baita susto em todo mundo.
Não sei se já tinha ido a um cemitério antes desta morte. Talvez não e você vai entender porque.
Me lembro de ter saído da escola e ido direto pro cemitério. Só Deus sabe porque fui sozinha. Cheguei lá e comecei a procurar minha amiga e as outras amigas da escola que tinham ido na minha frente. Andei, andei, e vi ao longe um amontoado de pessoas, apressei meu passo, porque pelo visto já tava atrasada. Cheguei devagarinho e fiquei um pouco distante meio sem saber o que fazer.
Depois de alguns minutos, comecei a ver que não reconhecia as pessoas. Eu não conhecia todos os parentes da família e nem todos os seus amigos, mas tava esquisito porque não reconhecia ninguém. Olhei todos que pude e nada! Comecei a achar que tinha alguma coisa errada.
Foi aí que cheguei perto de alguem e perguntei o nome da pessoa que estava sendo enterrada. Era o Sr. não me lembro. Me deu um pavor, uma aflição danada por já ter perdido um tempão velando o defunto errado. Se já tava atrasada, agora então é que não veria nada, nem poderia dar meu último adeus pra minha amiga. Saí desesperada procurando outro amontoado de gente, e só então percebi que havia vários amontoados. Não somente eu havia perdido uma pessoa querida naquele dia. Muitos outros também.
Até hoje, não tem uma vez que vou a um cemitério,  ( e olhe que agora  já são dezenas de vezes!)  que não me lembro desta cena e deste dia, e penso:
- Só me lembro de que outro alguem morreu quando venho aqui.
O mesmo acontece com os hospitais. Quando estou lá sofrendo por alguem é que me lembro que outros tantos também estão.
Mas ainda bem que é assim, porque senão a gente não ia ter tempo de dar uma risada nesta vida!
Cada coisa no seu tempo e na sua hora.

E O BAZAR DO BLOG SE PREPARA PARA O DIA DAS MÃES

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