terça-feira, 26 de junho de 2012

O enterro do meu dodô

Há mil anos atrás, viajando e  ficando nos albergues da vida, afanei um travesseiro a coisa mais deliciosa do mundo em Colônia, na Alemanha.
Este companheiro me acompanhou por todos  os Caminhos por onde andei. Era motivo de riso e gozação de amigos mas eu nunca tava nem aí. E os mesmos amigos que riam do meu apego, desfrutaram muito dele também. Várias cabecinhas descansaram e se aconchegaram no meu travesseirinho querido.
E não é que agora em Budapeste, no aeroporto, quase na hora de embarcar o meu amigo de tantas jornadas deu seu último suspiro? Sem me dar chance de tentar uma última recuperação, mais um remendo, mais uma costurinha aqui e outra ali, ele se desfez por completo como quem quisesse dizer,  - Tá bom, pra mim chega, não aguento mais, já fui muito mais longe do que qualquer outro teria ido!
Com o coração aos pedaços me dirigi até a lixeira mais próxima e depositei meu amigo devagarinho em cima dos jornais do dia. Depositei e retirei algumas vezes. Não me conformava com a separação.
Minha amiga já perdendo a paciência deu um ultimato, então me virei e fui embora rápido pra sala de embarque, de onde não poderia sair.
Foi duro. Foi difícil, mas uma outra amiga muito querida já me presenteou com um novo colega de jornada.
Ele chegou logo depois do desaparecimento do antigo e já acolhe com toda generosidade e aconchego o meu abraço na hora do sono.
Apresento a você meu mais novo colega de apertos, carinhos, fungadas e cafungadas noturnas e diurnas.
Meu novo dodô.

  

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aeroporto de Doha-Qatar, às duas da madrugada de hoje

Dei uma dormida e quando acordei achando que já tinha perdido meu voo é que me dei conta da confusão.Um mundo de gente indo, vindo, correndo, dormindo, comendo, conversando, mas a maioria ligada em algum aparelho dos tempos modernos. Descobri que o mundo tava passando pela minha frente e eu marcando a maior tôca. Mas as fotos não ficaram boas. Muito sono e além do mais a cara de pau de fotografar o povo na lata, só mesmo numa situação dessa!
Valeu a intenção.
Minha maior diversão consigo própria em aeroporto é ficar adivinhando de onde o povo é.


























Pulando da Ásia pra Europa

Cheguei agora de manhã em Paris. Pleno verão, como disse o motorista do táxi - só no calendário. Engarrafamento total de segunda-feira. 
Dia lindo de sol e temperatura de inverno brasileiro. Bom pra quem tá saindo do calorão de mais de 40.
Assim que pousar as idéias garro a contar causus de novo.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Subindo o vale de Kathmandu pra conhecer Changu Narayan

Aqui no Nepal a gente tá sempre subindo pra ir a algum lugar. E como li uma vez, as montanhas não parecem tão altas, porque todas são muito altas e até o Everest tem pouca diferença de altura com a montanha do lado.
Este caminho por si só já é uma maravilha. Ver todo o vale verdinho, cheio de plantações, as pessoas dentro d'água cuidando do arroz e muitas vezes cantando. parece uma volta a um tempo que nem sei qual é. Ao mesmo tempo, aqui eu volto a uma Belo Horizonte dos anos 50/60. Casas com muitas flores em vasos de todas as formas, roupas secando ao sol nos varais, louça secando no quarador. Pouco uso de energia elétrica e muito uso do que a natureza gentilmente oferece.





Fico doida com os pisos.



De qualquer gretinha que a gente olhe, a vista é de encantar.


O gatinho ficou quietinho esperando eu fazer a foto. Um doce. E o que eu queria mesmo mostrar não deu por falta de coragem. Achei que seria muita invasão de privacidade. Queria fotografar a vista que ele tem da janela da casa dele. Dá pra ver bem de longe.

Entre os milhares de deuses que os indus e budistas tem, Ganesha é meu preferido. Tô louca pra contar a história dele aqui. Ainda não deu tempo...rs

Veja se não dá vontade de ficar nesta pousadinha pelo menos uns dois dias!


- "AnaBê, faz sua casa com tijolinhos...olhe que lindo!  E muito mais barato do que os granitos da vida."



Esta vovó ganha sua graninha deixando as pessoas fazerem foto com ela e sua netinha. Tá bom ! Levou 20 rúpias.

Definição completa da palavra paz: Templo Changu Narayan


O fogo simboliza a purificação do corpo

Musgo, pedras, plantas. O dia com uma chuvinha fina fez tudo ficar ainda mais bonito!


O templo está sendo restaurado. Os detalhes e o e enorme trabalho artesanal de cada telha, cada parede, cada coluna, faz a gente se perder no tempo admirando.


Você que viveu a segunda metade do século passado, não tinha uma vovó com uma casa assim?



Quarador ou jirau. "Qua" o quê? "Ji" o quê? 

Fui dar conversa pra essa peça aí, e lá se foram 2.500 rúpias. De volta, fiquei com duas tangkas lindas.

Este artesão faz os deuses como eu prego um botão. Facim, facim.

E pra terminar o dia, nada mais lindo do que ver Sidharta no alto da montanha, abençoando o vale e seus seguidores. Pena que não deu pra ir até lá. O caminho escorregava feito quiabo tanto a pé como de carro. Fica pra próxima vez, quando vou alugar uma casinha aqui por 150,00 reais e passar um mês.

MAIS OPÇÕES DE ESCOLHA

T odas as pulseiras custam 40,00 cada Com coral, marfim e contas do Nepal que eu amo Aqui tem prata e marfim e sândalo Aqui rolou moeda indi...