Quando uma mulher decide que vai ter um filho, ela se acomoda e descansa embaixo de uma árvore e fica até ouvir o canto da criança que quer nascer. E depois de ouvir a música dessa criança, ela volta ao homem que será o pai da criança para ensiná-lo a música. E então, quando fazem amor para projetar fisicamente a criança, cantam a canção da criança, para convidá-la.
Quando a mãe está grávida, ela ensina o canto dessa criança às parteiras e mulheres mais velhas da vila. Assim, quando a criança nasce, todas as pessoas ao seu redor cantam sua música. À medida que a criança cresce, os outros moradores aprendem sua música. Se a criança cai ou se machuca, ela sempre encontra alguém para buscá-la e cantar sua música.
Da mesma forma, se a criança faz algo maravilhoso, ou passa com êxito pelos ritos de passagem, as pessoas da vila cantam sua canção para homenageá-la.
Na tribo, há outra oportunidade em que os moradores cantam para a criança. Se, a qualquer momento de sua vida, a pessoa comete um crime ou ato social aberrante, ela é chamada ao centro da vila e as pessoas da comunidade formam um círculo ao seu redor. Aí, elas cantam sua música.
Para a tribo, a correção do comportamento anti-social não passa pelo castigo, mas pelo amor e pela lembrança da identidade. Quando você reconhece sua própria música, não quer ou precisa fazer nada que possa prejudicar os outros.
E da mesma maneira, em todos as passagens da vidas. No casamento, as músicas são cantadas juntas. E quando você vai ficando velho, deitado em sua cama, pronto para morrer, todos os moradores conhecem sua música e cantam, pela última vez, sua música.
Via Robby Bellastoria, Descubra a África e Caroline Barrionuevo
#felizdiadascrianças
Copiei do Facebook do Ricardo Amorim
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