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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mais um causu do Seu Soter direto de Diamantina-mg


Lua de mel

Chamando a atenção de quantos estavam naquele boteco, chegou Frederico, recém-casado, há quinze dias. Sem nenhuma cerimônia, foi logo "descascando o pau" no casamento.
- Isso não é cousa pra gente, uai...
- É demais.
- Não sei como inventaram o casamento. Não sei também como tanta gente consegue se manter casado por vários anos.
- Parece coisa do demo.
Houve uma discussão danada. Uns eram taxativamente contra. Outros, alguns gatos pingados, eram a favor. Todos concordavam que era muito cedo para aquele afoito jovem emitir opiniões sobre uma instituição que conhecia tão pouco e já se comportava como professor.
Após um acalorado bate-boca, um dos participantes tenta definir o casamento da seguinte forma: casamento é uma lata de vinte kilos cheia de bosta e com apenas dois dedos de doce de leite por cima.
Violentamente, responde Frederico:
- Devo, então ter aberto a minha lata pelos fundos.

Meu amigo, Soter Antonio de Oliveira Pádua - Causus e Causus

sábado, 5 de março de 2011

Causu prum domingo de carnaval.

Organizando minhas coisas pós-viagem, achei o livro do meu querido amigo Sóter Pádua. Já repassei causus dele aqui e lá vai mais um. Pra quem não conhece as Minas Gerais e Diamantina, ler o livro do SeuSóter é uma boa oportunidade de se divertir e entender a mineirada.


Desaponto do Garimpeiro

Moravam em uma lavra afastada de um pequeno lugarejo o garimpeiro Cibide e sua mulher Aparecida.
Um dia aparace por lá Zé de Pedro - comprador de diamantes e bem afamado na paróquia. Era um comerciante de pequeno porte.
Tendo que desenvolver seu mister, se quisesse comprar mais mercadorias e a preço menor, viajava por todos aqueles garimpos, em todos os recantos, bem ao contrário daqueles compradores de grande porte que já estavam bem instalados e com escritórios na praça.
Numa dessas viagens, foi o nosso protagonista esbarrar em uma lava de dificílimo acesso. Foi só o comprador arrear as malas, desandou uma chuvarada danada. Chuva tão forte que ele não teve outro jeito senão pernoitar na casa do garimpeiro. Quando chove naquela região nem burro arreado passa, e, toma chuva!
Após vários dias de tribuzana, São Pedro resolve dar uma trégua e o Zé de Pedro pôde empreender sua viagem de volta.
Passado um mês, chega aquela mesma lavra outro comprador de diamantes. Sabedor das relações de amizade entre o garimpeiro e Zé de Pedro, ao iniciar conversa, vai logo perguntando:
- Ô Cibides, que notícias você me dá de Zé de Pedro?
- Não sei não.
- Não sabe como? Tive notícias, no mes passado, de que ele estava vindo pra cá.
- Eu não quero nem saber desse filho-da-puta. Ele esteve aqui, há quinze dias. Comeu minhas galinhas todas e Aparecida também.

Tirado do livro Causus e Causus, de Sóter Antonio de Oliveira Pádua.

domingo, 7 de novembro de 2010

Dando lugar no ônibus pra uma foto

Entre as maluquices que vi e vivi nos Caminhos por onde andei, o Iraque deve ter sido o campeão dos causus.
Estava em um acampamento da empresa, que ficava há uns 30 kms de Bagdá e tinha um ônibus que fazia este percurso, levando e trazendo funcionários, mas alguns nativos também pegavam carona nele.
Então, peguei o ônibus, que tava bem cheio, rumo à capital iraquiana. Não me lembro bem, mas, acho que eu  tava em pé. Até aí, nada demais, porque continuaria assim até o final dos meus dias. A não ser brasileiro, jamais um iraquiano daria lugar pra uma mulher se sentar. Sem problema. Cultura é cultura e não seria eu que embarcaria em uma canoa furada, de querer mudar o sistema.

Acreditando ou não, não é que entra um sujeito com um quadro enorme, quase do tamanho dele, com uma foto do então presidente Sadan Hussein.  Aí, foi engraçado demais. No que ele entrou com aquele trambolho, vários homens fizeram mensão de se levantar pra dar lugar pro quadro, mas só um mais esperto foi honrado com tamanha honraria : ceder seu lugar pro retrato do homem.
E em pé ficou até o final da linha, ajudando a segurar o quadro no maior orgulho do mundo. Como se tivesse segurando um andor do Cristo, na Festa do Divino de Diamantina.
Este tipo de foto, tinha pra todo lado que a gente fosse; em todas as salas do escritótio da empresa que eu trabalhava, em todas as lojas, supermercados, mercados. Repartições públicas, então, eram lotadas deles; e na rua também. Era o homi em toda forma e estilo: com farda, terno, uniforme de guerra, com aquele pano palestino na cabeça...de todo jeito.

Me lembro de uma colega de escritório, iraquiana, que trabalhava em Bagdá, que tinha uma foto desta, bem grande em sua sala, bem atrás da cadeira dela. Num triste dia, ela recebeu a notícia de que o irmão dela tinha morrido na guerra, contra o Irã - garoto ainda. Ela se descontrolou total. Não sei se foi vítima de alguma represália, mas foi a única vez que vi alguém com ódio do Sadan e manifestando o rancor. Ela esmurrou a foto até ficar exaurida, e falava tudo que nunca pôde dizer em toda sua vida. Não conheço muitos palavrões em árabe, mas esse dia tava bom pra aprender todos eles e mais algum que ela deve ter inventado.
Lavou a alma, a pobre coitada.

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Velório no Rio Grande

Em um início de noite, lá pelas bandas do Rio Grande, morre um garimpeiro, filho de família de pouquíssimas posses.
Começaram a chegar os amigos e curiosos e as perguntas não variavam. De que morrera, como fora sua morte, que idade tinha...
O rapaz estava sendo velado em um pequeno catre, colocado no meio de uma minúscula saleta, com chão de terra batida.
Já começava a escurecer. Foi acesa, na sala, uma lâmpada de, no máximo, 15 velas, uma verdadeira brasinha na esteira do teto.
Um dos presentes, que não tinha muita intimidade com os familiares do morto, levantou-se e, sorrateiramente, foi deslizando pela sala, chegando aonde pretendia, a cozinha. Lá, outra lâmpadazinha a iluminava e era melhor que a da sala, mesmo porque suas proporções eram mínimas. Notava-se que não havia nada para comer durante o velório. Em poucas palavras, borralho apagado.
O pretenso samaritano, receoso de passar a noite de velório sem nada para comer ou beber, chamou um companheiro, esse, amigo íntimo da casa, expondo-lhe a tragédia que se avizinhava.
O chegado da casa, desculpando-se por não ter condições para arcar com as despesas do "comes e bebes", teve então uma idéia: iriam todos ao dono da casa, para o alertarem e encontrarem uma solução.
Após quinze minutos de desculpas, o pai do falecido, aborrecido por não ter nada para oferecer, consentiu que o chapéu corresse.
Todos estavam cabisbaixos. Um deles aparece com o chapéu, solicitando um adjuntório. A cada hora, um era abordado.
Eis que, ao abordar um sujeito que se encontrava ao lado do defunto, foi logo dizendo:
- Amigo, nos dê uma ajuda para o velório.
Antes mesmo de receber a resposta, percebeu que se tratava do dono da casa e foi logo dizendo incontinente:
- O senhor não precisa colaborar, o senhor já entrou com o defunto.
Mais um causu tirado do livro "Causos e Causos", de Soter Antonio de Oliveira Pádua.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Causus do Soter Pádua - Consumatum Est


Podemos afirmar, sem dúvida ou medo de errar, que este foi o casamento do ano na cidade.

Além de o pai da noiva pertencer à mais alta roda da sociedade, sua filha, Elisabeth, era querida por todos. Sua simpatia era tanta que até conseguiu conquistar o Fulgêncio, um verdadeiro beócio. Ninguém acreditava, mas eles se casaram.

Após a cerimônia, os pais da noiva convidaram a filha e o genro para passarem a primeira noite em sua casa. O pai, abastado empresário, com rasgo de cultura, acomodou o casal de pombinhos na suite que ficava no segundo andar.

Ao amanhecer, o paizão inquieto instalou-se no saguão, ali bem pertinho da escada, aflito pela aparição do casal e... eis que surge, no topo da escada, o genro. O sogro, querendo saber como passaram a noite e, ao mesmo tempo, dar uma de culto em cima do "gêbo", perguntou-lhe em tom altivo:

- "Como é, Consumatum est?"

E ele:

- "Este e boroeste."

Causu tirado do livro de Soter Antônio de Oliveira Pádua, meu querido amigo, Causus e Causus.
Editora Vôo Livre Ltda

domingo, 10 de janeiro de 2010

Causus de Diamantina, do Soter Pádua


Bodas de Diamante


Na terra, são muitos os casais que tem a glória de comemorar as Bodas de Ouro. Alguns podem até comemorar as Bodas de Diamantes - sessenta anos de casados.

Uma tarde, sai Toninho Pádua, excepcionalmente envergando um belo terno, gravata e até colete, quando um conhecido o interpela:

- Onde vai você, Toninho, " tão nos trinques" ?

- Vou à comemoração das Bodas de Diamante do meu amigo Jaoquim Nazareno. Não é fácil, hoje em dia, completar sessenta anos de casado.

- Bem feito!... Ele é muito chato.


Causu tirado do livro Causos e Causos - Soter Antônio de Oliveira Pádua
Editora Vôo Livre Ltda



" Viajar é a experiência de deixar de ser quem você se esforça para ser, e se transformar naquilo que você é. " Paulo Coelho

sábado, 14 de novembro de 2009

Conheça Diamantina e aproveite o portador de confiança !































Nos "caminhos por onde andei", encontrei gente boa demais! Digo, repito e agradeço aos céus, sempre. Proporcionalmente ao número de pessoas que encontrei por esse mundo a fora, não tive o azar de encontrar gente do mal.

Entre os muitos amigos, tive um que, além de muito especial como ser humano, foi das pessoas mais engraçadas e espirituosas que convivi. Não tinha um só caso, por mais banal que fosse, que contado por ele não virasse uma maravilha.

Vou contar um que eu amo.

Povo de Diamantina. Nem precisa falar mais.

Ele contava que, um belo dia, um diamantinense dos mais ilustres e dos mais prestativos, chegou perto do irmão dele, dizendo que tava vindo pra Belo Horizonte, e perguntou se ele não queria nada pro irmão (meu amigo) pra aproveitar o portador.

O irmão dele, mais sacana ainda que ele, tirou um bolo de dinheiro do bolso, mostrou pro moço e disse: "você diz por favor pro fulano que tô com este dinheiro pra ele, diz que você até viu a grana e, assim que tiver um portador de confiança, eu mando.

O moço, diante do impacto, não teve muito tempo pra raciocinar, virou e já ia saindo, quando atinou, voltou e soltou furioso, na lata do gozador:

- "Vai pra puta que o pariu."
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Este causu está no livro Causus e Causus, de Soter Antônio de Oliveira Pádua - Editora Vôo Livre Ltda - são 50 causus no total e cada um melhor que outro. De vez em quando, vou contar um pra vocês.
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Quanto à Diamantina, as fotos foram só pra adoçar a boca. Volto com dicas da cidade e da região.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...