Assistindo ao programa da Ana Maria Braga esta semana me lembrei de um causu que meu pai contava.
A Ana dava dica pros pais desesperados com filhos em casa de férias, chuvarada, falta de grana e que não sabiam mais o que fazer pra entreter os tiukus e terem paz.
E foi legal. Uma das ideias que ela deu, foi de jogar no chão várias tampas de plástico com seus respectivos potes e colocar os pequenos pra encaixar a tampa certa no pote certo.
Um exercício muito legal.
Me lembro do papai contar que quando ele e os irmãos tavam esquentando muito a ideia da vovó ou do vovô, meu vô pegava uma peneira grande, enorme, colocava no chão no terreiro, misturava 1 litro ( a medida era uma lata de 1 litro de qualquer coisa) de milho com 1 litro de feijão, (hoje só mudou o material, os exercícios são os mesmos) mandava a negada sentar ao lado um do outro e separar. E quem tava brigando sentada do lado do inimigo. Muito legal.
E aproveitem pra catar o feijão porque é o que vocês vão comer no jantar, dizia ele.
Imagino que meus avós tinham aí pelo menos 1 hora de paz...rsrs...
E tem uma outra história que me lembrei e que não tem graça nenhuma, mas vou contar.
Alguem aí se lembra da Flávia Schilling?
https://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-resistencia/flavia-ines-schilling/
Eu me lembro muito bem. Vivi esta época dura da ditadura militar.
E me lembro do dia em que ela foi libertada. Foi televisionado e eu estava trabalhando no Iraque, no fim do mundo numa época que não existia celular, internet, nada online...rs... e eu agoniada tentando imaginar a cena da libertação.
Me lembro que uma querida amiga fotografou e gravou a transmissão pela tv e me mandou. Chorei demais de alegria escutando pela primeira vez a voz da Flávia, em liberdade.
Mas o causu é do tempo em que ela estava presa.
Tinha um "exercício", que era o seguinte.
As prisioneiras preparavam um terreno pra plantar uma horta. Faziam tudo. Preparavam os canteiros, adubavam, plantavam as mudinhas, regavam diariamente, arrancavam os matos, e quando a horta tava linda, pronta pra ser colhida vinha um filha da puta em um trator e passava por cima destruindo tudo. E no dia seguinte era tempo de recomeçar o trabalho.
Me lembrei dessa história agora nestes dias de chuva e muita destruição.
E os dois exercícios o do meu vô e o do exército do Uruguai, são completamente ajustados aos dias de hoje. Só mudaram os materias. O objetivo é o mesmo.
Quando conheci o Uruguai na década de 80, fiz questão de conhecer mesmo de longe a prisão onde a Flávia ficou.
Chorei tudo de novo.
O dia em que ela foi libertadaTermino aqui com uma frase da Flávia que é muito boa pra gente refletir e colocar em prática.
“Convivíamos com muitos “ex”: ex-presidente, ex-governador, ex-ministro, ex-reitor da UnB. Isso marca, indelevelmente, minha relação com ‘o’ poder. Nunca mais me fascinei, temi, encarei com temor ou reverência quem – de forma sempre tão precária e instável – ocupa lugares de poder. Isso é muito bom”
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