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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Assistir tv faz parte do livro da vida

Quando pensei em escrever este post a idéia primeira era só compartilhar com você tudo que assisti durante anos da minha infância e adolescência. Mas a medida que foram vindo à minha memória todas as séries, pensei noutra coisa. 
Hoje em dia existe uma grande discussão a respeito do tanto que as crianças vêem televisão, jogam games, e ficam apertando botões o dia inteiro se deixarem.
Olhe só; há relativamente muito pouco tempo temos tanta opção de lazer, principalmente na telinha. Na minha infância os canais eram 3 ou 4, e durante quase toda minha vida foi assim. Não me lembro de quando comecei a assinar a tv aberta, mas foi ontem, em relação ao tempo que fiquei vendo só os canais convencionais.
Estes são apenas alguns programas que assisti até o final de cada série. Sei de cor ainda hoje um monte de falas, me lembro dos nomes de quase todos os meus ídolos e tem mais.
Durante estes anos, fui a festas, dancei até virar o calcanhar pra trás, namorei, pulei carnaval os quatro dias sem parar,  namorei, fui à praia, estudei, vi mil filmes e mil peças de teatro, namorei, escutei não me lembro quantas músicas em compania de amigos e fui a centenas de shows. 
Pra encurtar a conversa, cheguei a conclusão que é uma besteira ficar preocupado e podando a garotada do que a vida tá oferecendo pra eles agora. Tudo isso vai virar aprendizado, tudo vai virar uma memória gloriosa, um livro, que como o meu tá agora  na página  22.995  ( tente adivinhar de onde tirei esse número) e espero ainda chegar pelo menos até a página 32.850 porque sei que quanto mais eu ler/viver, mais feliz e melhor pessoa poderei ser.

O Vigilante Rodoviário. Com Carlos e seu cão Lobo. Os cachorros na década de 60 se chamavam, Lobo, Rex , Peri ou Bob. 
Tempos em que um cão e um sujeito numa moto davam conta de tomar conta dos problemas de uma estrada.

Delicia de toda uma geração. Rin-tin-tin, cabo Rusty e tenente Rip Masters. O menino era órfão de pai e mãe e isso nunca preocupou a gente nem fez a gente ficar com pena dele.
A minha grande decepção foi saber que o Rin tin tin  já tinha morrido há muitos anos e quem  atuava eram  seus filhos. Cão policial é tudo igual...hehehe...

Adorava a forma que O Homem do Rifle,  Lucas McCain (Chuck Connors) girava o rifle na mão como se fosse um bastão de baliza

Gene Barry era o Bat Masterson...ainda canto a música tema todinha de cor. Outro xerife

Dr. Kildare  foi um médico representado pelo Richard Chamberlain e fazia todas as garotas gemer sem sentir dor...

Adoro até hoje. I love Lucy. Bom demais Lucille Ball, seu marido Desi Arnaz. e pra melhorar, ainda tinha a Ethel e seu marido Fred, Vivian Vance e William Frawley, que eram os vizinhos.



Vince Edwards fazia o Dr. Ben Casey .
Eu preferia esse aí. Meu faro desde cedo já começou a funcionar. Era meio House. Mais largado, barba por fazer, não tão arrumadinho quanto o Kildare.

Estes também eram uns arrasa coração. Todas nós morríamos pelo moreno e mais safadinho em Rota 66, George Maharis, que interpretava Buz Murdock. O ruivo era o  
Tod, Martin Milner.  Fazia o tímido (há quem goste) 

Sonho americano dos anos 60. Papai Sabe Tudo. Meus primeiros contatos com a vida americana, casa, utensílios domésticos, inverno, verão, hábitos, família.
 Muito bom.

Combate. Adorava os personagens do Tenente Hanley (Rick Jason) e do Sargento Saunders (Vic Morrow).

Tan tararan taran taran......bonannnnzaaaaaaaaa!!!! Tantararan tararan tan tan!!!!
Quatro filhos, cada um de uma mãe. E dai? A gente questionava bem menos....rs

Amava o Tunel do Tempo. Cada semana os rapazes caim em um tempo diferente. Era muito bom!

O Agente da Uncle. Também não perdia. Depois o louro fez o Homem Invisível. Alguem se lembra? Ele começava a ficar invisível, retirando a cabeça. Altos efeitos especiais...hehehe...

Agente 86. O rei das atrapalhadas e a paciente 79 que era apaixonada por ele. Só mesmo uma paixão pra aguentar tanta burrice.

Mary Tyler Moore. Era muito bom também. 
O chefe dela era o máximo. E eu sonhava em trabalhar naquela redação e morar sozinha quiném ela.

Minha paixão até hoje, James Garner. Que nariz, meu Deus! Ele era o Maverick, jogador de poquer profissional. 

Daniel Boone. Vi todos também.

Sallie Field...A Noviça Voadora. Era um riso só. Uma atrapalhada atrás da outra. Mas depois ela arrasou como a mãe do Forrest Gump.

Quem já não morreu de raiva do Dr Smith?  Detalhe das roupichas de todos Perdidos no Espaço.

Denis ,o travesso ou O Pimentinha.  Adorava as atrapalhadas dele e o carinho da vizinha Marta, esposa do  Sr. Wilson . Ela tinha a maior paciência do mundo com o pestinha.
 
 post de 23-02-2012

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segunda-feira, 12 de abril de 2021

PATINAR - UM SONHO QUE NUNCA REALIZEI


Passávamos a manhã de domingo brincando em todos os brinquedos, morrendo de medo do escorregador que, pra mim, era da altura do Empire States. Me lembro que uma vez minha mãe teve que subir e me resgatar lá do topo, porque empaquei e a meninada gritava 
- Desce! Desce! Desce!  
e eu nada, paralisia total!
 
E, uma das coisas que mais amava, era ficar vendo o pessoal patinando. Não sei se ainda existe, mas tinha um rinque de patinação e era bem legal. Como a cidade é montanhosa, bicicleta e patins são dois elementos pouco habituais do povo. Ninguém aguenta o sobe e despenca morro pedalando, muito menos de patins.
 
E, não sei porquê, nunca tive patins, nunca aprendi a patinar. Será que era muito caro? Será que alguma vez eu já pedi pros meus pais? Não me lembro! Mas, talvez, eu mesma nunca tenha falado nada porque, quando criança, ganhei todos os brinquedos que pedi.

Quando fui morar em Paris, me encantei com a leveza, facilidade, habilidade do povo, sobre os patins. Descobri que criança ganha, desde que começa a caminhar, o primeiro par de patins, de plástico, super coloridos, parecem brinquedo, e daí, começa uma parceria, uma intimidade com as rodinhas que vai seguir por toda vida.

Bicicleta também. Sei andar de bicicleta e, durante toda minha infância, eu tive uma mas, depois de adulta, não. Paris, como é uma cidade plana e ainda por cima tem pista pra bike - que são respeitadas - todos andam na maior tranquilidade.
Inventei de arrumar uma bicicleta, uma vez, e quase morro atropelada. Realmente, a habilidade pra andar lado a lado com os carros, eu não tenho. Sou atraída pelos carros; fico indo na direção deles, então, desisti. Quiném falar uma outra língua. Você pode falar perfeito, vocabulário maravilhoso, sem sotaque, mas jamais vai falar como o nativo daquela língua, porque não nasceu ouvindo aquele som.

Foi um belga chamado Merlim que, em 1760, inventou os patins.
E foi em NY que vi, pela primeira vez, alguém com patins online e fiquei doidinha. E pensava: "se eu já acho que deve ser difícil equilibrar em rodinha aos pares, estas, então, tenho certeza que não consigo", mas estava muito enganada. Não que eu tivesse tentado, mas, conversando com patinadores, eles contam que o equilíbrio é muito bom nos patins online.



Quando o parisiense quer brincar de fazer malabarismo com os patins, ele vai pro Trocadero, perto da Torre Eiffel, que é onde tem uma pequena descida. Já passei horas sentada vendo a habilidade da meninada. É de babar. Muito legal!
Tem também uma turma que patina em frente à Prefeitura onde é plano, mas eles colocam rampas. E patinam com uma perna só, e enfileiram latinhas e vem de frente, de costas, de lado, passam entre elas, dois a dois, três, saltando, dançando... É um barato ! Indo a Paris, principalnmente no verão, você pode se deliciar com essa turma que dá um show.

Dia 13 de junho, pra comemorar o 100º aniversário da Federação Francesa de Patinadores, houve um passeio com a presença de 6.000 pessoas.

Neste link acima, tem um vídeo de um passeio de patins, que mostra o quê eu acho legal, que é a polícia, também de patins, acompanhando e dando apoio e segurança pra turma. Muito legal !http://www.ffrs.asso.fr/ 
Este é o link da Federação Francesa de Patins, se você quiser se inteirar sobre os passeios.
Existem passeios organizados em vários pontos da cidade e eu já presenciei alguns . Pode ser durante o dia ou à noite. O que mais me chama atenção é a organização; a polícia francesa é muito interessante : tem policial a cavalo, de bicicleta, de patins, de carro, a pé, depende da situação.
Nos passeios de patins, vão alguns na frente, misturados no meio dos patinadores e, também, no final. E sempre tem ambulância, também, no final da fila.
Se você quiser participar, é só se informar no site da Mairie de Paris (prefeitura) pra saber de onde vão sair e quem tá indo; tem turma de veteranos, principiantes, tem de tudo. Não vá se enfiar na turma de veteranos - que sai tardão da noite - se não for phoda nos patins, senão vai ser engolido pelos pitbulls.

Como já não tô mais na idade de me arriscar a quebrar uma perna ou a bacia, deixo pra próxima encarnação essa história de andar de patins.

Por enquanto, me contento em assistir.
 
postado em 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

QUANDO EU ERA CRIANÇA

Há mais ou menos um mês, comecei a postar no Intagram posts e causus antigos do blog. E estou muito feliz porque o retorno dos amigos tem sido muito bom. E a alegria não é só porque estão lendo minhas histórias. As pessoas estão lendo. Isso é ótimo. Algumas que são minhas amigas já conhecem muitos destes causus mas tem também a turma que não me conhece e que não tem saco de ficar procurando pelo blog à fora coisas pra ler.

Então, junto com posts novos, vou alternar posts antigos também aqui.

Espero que vocês gostem.

 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quando eu era criança...

Quando eu era criança, não existiam shopings. Os bairros não eram independentes como são hoje. Tudo acontecia no centro da cidade, que a gente chamava de "cidade". Tava precisando de comprar tecido? Tinha que ir na cidade. Precisando de dar um presente? Vamos na cidade comigo? E era um programão!
Na rua Rio de Janeiro tinha a Casa Sloper. Era o must em matéria de coisas finas, presentes delicados e  diferentes, era lá que a gente encontrava aquele agrado diferenciado.

Nossas mães costuravam. Se não costuravam  tinha a vizinha que costurava pra gente. Então, precisando de linhas, botões, aviamentos, como chamava naquele tempo, onde a gente comprava? Na A Principal, que era também na Rua Rio de Janeiro. O pai precisava de pijama, meias, lenços? O lugar certo era o Grande Camiseiro na Tupinambás com Rio de Janeiro. E tinha as Lojas Americanas onde tinha de tudo um pouco. Mas o que todos nós mais adorávamos era depois das compras, sentar na lanchonete e comer bolo com sorvete. Quando as vacas estavam gordíssimas, a gente comia banana-split, ou um Havai, que era um  abacaxi cortado ao meio com bolas de sorvete e mais um monte de coisa em cima. Delícia dos deuses!Como ainda não conhecíamos sexo, não tínhamos celulite nem colesterol alto, não existia nada melhor no mundo.

Meu irmão e eu fomos a todas as pré-estréias de domingo no Cine Brasil. Íamos também ao Cine Candelária e  Metrópole e me lembro, que depois de muito infernizar a ideia do meu pai e da minha mãe, eles nos deixaram ir a um programa de auditório da Rádio Inconfidência, onde entre outras atrações, cantavam calouros. E me lembro da Roberta Lombardi, hoje dona da Vide Bula, cantando uma música em italiano. Quase morri de inveja dela. Íamos também ao Cine São José e Cine Odeon. Na minha infância vi todas as chanchadas da Atlântica, todos os filmes de Joselito e Marisol, Sarita Montiel e Cantinflas.

Comprar sapatos, ou era na Balalaika ou na  Clark da Av. Afonso Pena. Esta última com sapatos mais finos e mais caros. Coisas só pras mães. Me lembro de uma sapataria que se chamava Praça Sete Calçados. Lembro das árvores da Afonso Pena, e também de quando deu uma peste de um bichinhos miudinhos pretos, que foram os culpados pela poda delas. O prefeito na época se chamava Amintas de Barros e os bichos viraram os "amintinhas"...rs... nada mudou. Os políticos continuam sendo uma praga!

 Precisando de pregos, parafusos, ferragens em geral, era na Casa Tupinambás, na rua de mesmo nome.E tinham as casas de tecidos preferidas de nossas mães. Copacabana Tecidos, Casas Pernambucanas, Gizê. Em muitas delas tinham rapazes que desenhavam os modelos de acordo com o tecido que a gente comprava. Me lembro que todo mundo esperava na fila pro moço fazer o desenho, mas não me lembro de ter feito alguma roupa com o desenho feito por eles. Mas era chic. Pra comprar uniforme de escola o endereço era um só. O Mundo Colegial. O nome é ótimo, né não? Cadernos, livros e material escolar eram comprados na Rex da Praça Sete. Inclusive o plástico pra encapar tudo. Eu, sempre gauche na vida me lembro de encapar minha tralha toda com plástico preto. Era nemo e não sabia...rs.
Tomar um café "na rua", como a gente dizia, o caminho era o Café Pérola da Praça Sete. Podia também ser no Café Nice que era do lado.

A Savassi só existia com a Padaria Savassi, e a Drogaria acho que Vidigal. Mais nada. Não existiam supermercados e tudo era comprado ao lado de casa. Todo bairro tinha os armazés, padarias, açougues. As pesssoas tinham "conta ou caderneta", onde o dono anotava o nome de quem comprou e o que foi comprado, e era pago no final do mês. Meu pai nunca teve, nunca gostou. Tinha medo de perder o controle na gastação.  Existiam lojas de móveis usados e antigos na rua Itapecerica, mas não íamos nunca porque  a rua fazia parte da "zona", que era o nome da região das putas, então era melhor nem passar perto. Comprar perfume, sabonete melhor, algum produto pro cabelo ou  presentes pras amigas,  tinha a Perfumaria Lurdes que ficava na esquina da Av. Amazonas com a rua São Paulo. Chiquérrima!

Eu adorava ir ao Mercado Central com meu pai. Era imundo, chão de terra, que virava uma lama só porque as pessoas molhavam as verduras e legumes o tempo todo. Mas era muito bom passear vendo o corredor dos passarinhos. Me lembro de um incêndio que teve no Mercado e meu pai chorou quando ouviu no rádio o locutor dizendo que todos os passarinhos tinham morrido e viraram umas bolinhas de carvão no fundo da gaiola. Eles sabiam narrar e tocar a fundo o coração de quem tava ouvindo.
E me lembro de muito mais coisa, que se você tiver interessado eu conto...rs
Na minha adolescencia quase tudo mudou. Mas aí, já é uma outra história!
 
 

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terça-feira, 22 de março de 2011

Mistureba de causus e lembranças de minha infância



Eu não tenho o menor problema com a idade. Nunca tive. Quando conto que adorava Pixinguinha, era louca pra ser amiga de Ataulfo Alves, tô pouco ligando se alguem vai pensar que sou do tempo deles. Me orgulho de ser e tenho pena de quem nao os conheceu. Me lembro de meu pai ouvindo na Rádio Nacional o cantor das multidões, Orlando Silva, de ouvir o carrilhão tocando as 12 badaladas pra apresentar o ídolo da época, Francisco Alves, e me lembro também do dia em que ele morreu num acidente de carro, da tristeza e do rádio tocando suas músicas o dia todo, de ter ouvido no Rádio a novela Jerônimo, o herói do sertão com sua amada Aninha e o Moleque Saci. Eu tinha uns cinco anos na época. Era muito bom.




Sentados da esquerda para a direita: Peri Cunha, Mário Reis, Francisco Alves, Noel Rosa e Nonô.
Olhe a elegância, os ternos, os sapatos, os cabelos...ai!!! Dava tudo pra ter feito parte de uma turma assim!


O Rio de Janeiro parou!
 
Quando eu conto que me lembro de meu vô Amaro de braços abertos me esperando, e eu correndo pra ir me encontrar com ele, ninguém acredita. Eu tinha uns dois anos. E quando ele morreu, ele, que era dono de uma risada tão alta e gostosa que toda a cidadezinha ouvia quando ele gargalhava, o caixão na sala de estar eu e meu irmão correndo e brincando em volta dele, e meu irmão fazendo cócegas no pé dele pra ver se ele ria....me lembro como se fosse hoje.  Eu tava com uns 6 anos. Me lembro de Dalva de Oliveira, figura miúda, magrinha, com uma voz esganiçada que eu adorava, cantando com as mãos cruzadas no peito, me lembro de Nora Ney e Jorge Goulard, Nora que teve uma filha que foi Miss Guanabara, sim senhoras e senhores o Rio de Janeiro já se chamou Estado da Guanabara.  O porque da mudança e o porque da volta do nome isso eu não me lembro ( deixo pro meu amigo querido f tavares esclarecer ) . Me lembro do Carlos Galhardo, que era um dos preferidos da minha mãe. Da canseira do Ivon Curi, acho que a primeira colega que tive notícia na minha vida, que se casou com uma portuguesa e teve filhos, coisa que na época eu não entendia como podia. Depois veio o Cauby. Me lembro dos programas de auditório do César de Alencar, apresentando Emilinha Borrrrrrrrrrrrrrbbbaaaaaa...ficava meia hora no rrrrrr. E na "briga arranjada" entre ela e Marlene. Engraçado, Marlene tinha mais a ver comigo. Era mais louca. Emilinha era a boazinha, a careta. Me lembro do Zé Kéti, do amado João do Vale ( por onde andará?) cantando com a calça arregaçada e de pé no chão. Ex-chofer de caminhão, criolo lindo cantando num muquifo em São Paulo. Fui ver com meu irmão e minha cunhada e amei. Me lembro da PRK-30 Rádio Mayrink Veiga com Ari Barroso, dono de uma voz também peculiar (essa tirei do fundão do baú...rs) dando bronca nos calouros. Lembro também do programa "Balança mais não cai", que era apresentado assim: Balaaaaaannça....balaaaaaannnça............balaaaaaaaannnçaaaa........mas não caaaaaaaaiiiiii! E daí pra frente era um riso só, com Paulo Gracindo fazendo o primo rico e Brandão Filho fazendo o primo pobre. Depois os dois foram pra TV e continuaram com o mesmo sucesso. E o tanto que pra minha cabeça de criança se assustava e tinha medo quando ouvia o prefíxo do  Reporter Esso,  tan...ta...ran..ran....tan...tann...tannn...tannn...e eu sempre achava que lá vinha merda. Hoje eu vejo a diferença. Naqueles tempos a coisa era bem menos assustadora do que qualquer Jornal da 8 de hoje.
Me lembro do Júlio Louzada rezando a Ave-Maria às 6 da tarde. Era uma hora em que qualquer pessoa dava uma paradinha, fazia uma oração, era como se anunciasse o final da jornada...hora de começar a frear. E ele contava a história de ouvintes e dava conselhos. Demais, né não! O povo escrevia cartas nesse tempo.
Na Rádio Nacional quem lia as notícias era o Heron Domingues. Mais uma vez eu sentia mêdo. Vozeirão que me assustava. A moda era empostar a voz.
Meu pai tinha um rádio que era aberto. A gente via as válvulas se ascenderem e se apagarem devagarinho. Depois de muito uso, o botão de mudar de estação estragou mas ele não tava nem aí. Enfiava a mão dentro do rádio e girava uma roldainazinha que tinha um fio e rodava pra lá e pra cá procurando a estação que ele queria. E nós fazíamos a mesma coisa. Pelo toque já sabíamos se era pra girar pra frente ou pra trás. Pode uma coisa dessa? Era muito legal. Me lembro dele dizendo. "A rádio Inconfidência é tão possante, que se juntar os dentes de dois garfos ela pega"...rsss
E a novela que foi um dos primeiros sucessos na TV, O direito de nascer, eu ouvi também no rádio. Tinha uns três anos. O legal do rádio é que a gente faz o que quer e precisa, sem ter que se sentar em frente dele como a TV.  Esta,  limita muito...rs.
Na minha cabeça eu imaginava como poderia ser a tal Praça Mauá no Rio de Janeiro, onde era a sede da Rádio Nacional. E o prédio imenso de 22 andares do jornal A Noite.  O Rio ficava a uma distância inimaginável. Me lembro dos patrocinadores, Casas Garçon, Casas Sendas, de falar em Praça Saen Penha na Tijuca, ainda sei cantar mil jingles, como o " dorme dorme filhinha mamãe tem Aurisedina....", " vai tudo bem, muito bem, muito bem, com Pílulas de Lussen...bem bererém...bem...bem...bemmm!"  Tudo muito singelo, inocente.

Quando eu começo tenho que colocar um fim, senão vou indo vou indo e você não ver ter saco pra me seguir. Continuo noutra hora com minhas lembranças. Sem nostalgia, só com muita alegria e prazer.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mostrando a prata da casa




Eu fico sempre falando sobre a cidade dos outros, terra dos outros e conto pouco sobre a minha cidade, mas, quando estou passeando na terra do outro, tenho tempo e interesse em observar, curtir, criticar e, na correria do dia-a-dia, não observo a arquitetura e praças bonitas da minha cidade. Boravamo, que vou mostrar um tico de Belo Horizonte-MG.

- O prédio em estilo eclético, ocupado pelo comando do Corpo de Bombeiros Militar, foi inaugurado em 1914, pra abrigar o Colégio Anglo-Mineiro. O edifício abrigou a primeira piscina na capital. No ano seguinte à inauguração, começou a funcionar o Gymnasio Oficial de Minas e, em 1940, os bombeiros se instalaram no prédio, que foi tombado pelo município em 1995.
O prédio é lindo e vale a pena visitar. Sabia que, lá, você pode fazer aula de natação e levar a criançada pra conhecer de perto os caminhões e os bombeiros?

- O Colégio Santo Agostinho, no bairro do mesmo nome, na região centro-sul, foi construído na década de 30, onde antes existia apenas um grande brejo. Inaugurado em 1936, o prédio, com fachada em estilo art noveau, ocupa uma das áreas mais nobres da capital, em um quarteirão de 14 mil metros quadrados, entre as ruas Aimorés e Araguari, com frente para a Avenida Amazonas, um dos principais corredores de tráfego da cidade.
Quase ninguém percebe o colégio, por conta do tráfego rápido da avenida. Mas, vale a pena observar e, mesmo, entrar pra fazer uma visita. É muito bonito !

- O primeiro sinal de trânsito da capital compõe um dos mais famosos cartões-postais de Belo Horizonte. Em estilo norte-americano, o semáforo é branco e tem sinalização para mais de uma via em uma mesma estrutura física. O equipamento está instalado na esquina da Avenida João Pinheiro com rua Gonçalves Dias, região centro-sul.
Você de repente passa lá todo dia e nunca botou reparo. Bote.

- O Edifício Niemeyer, na Praça da Liberdade, é um marco no processo de verticalização da capital. Projetado em 1954 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, durante o governo de Juscelino Kubitschek, o prédio faz parte da hitória da cidade. Com 11 andares e 22 apartamentos, o edifício é caracterizado pela presença de linhas modernas e neoclássicas que lembram as belas montanhas de Minas.
Me lembro de, quando era criança e íamos brincar na Praça, o que a gente mais adorava fazer era ficar bem no meio da onda do edifício, olhar pra cima e rodar, rodar, rodar, aí parava e normalmente caía no chão; e ríamos até "destontear" pra começar a rodar de novo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mergulhando na memória...saudade dos armarinhos da minha infância

Cada maluco com sua mania. Não sei porque e nem me lembro de quando me apaixonei por botões. Sim, meu bem, botões. Sou louquinha por eles. Não a ponto de colecionar porque, se entrar mais um sapo ou uma fève em minha casa, pra engrossar minha coleção, eu vou ter que sair. Agora, nem em pé.

Acho que essa paixão pode ter começado, acompanhando minha mãe até o armarinho, na minha infância. Me lembro de lojas no centro da cidade. Os bairros naquela época não eram independentes, como hoje. Pra se comprar qualquer coisa tínhamos que ir ao centro, que a gente chamava cidade. "Você vai à cidade hoje?" Nessa pergunta tava embutida uma outra: "Compra uma coisinha pra mim?" E, então, eu me encantava com aquelas prateleiras enormes, cheias de caixas de papelão, com botões dentro; e, pregado do lado de fora, o botão correspondente ao que tinha dentro. Também adoro linhas, fitas, contas, rendas... Acho que vou abrir um armarinho pra mim...hehe... Vai ficar às moscas, porque quem compra estas coisas hoje em dia? Mas, eu sei que vou me divertir muito. Periga de chegar um cliente e eu nem ver, porque vou tá mergulhada nos meus produtos, na viagem dos meu sonhos.

Há uns anos, uma sobrinha passou uns dias comigo na França, na casa de uma amiga que tem um outro sonho meu : um quarto de costura, com tudo no lugar certo, espaço, gavetas, prateleiras, mesas e toda a parafernália, cada uma acomodadinha e fácil de encontrar quando precisamos. É lá que passo dias e dias só me divertindo, costurando, inventando coisas, vendo revistas cheias de idéias maravilhosas. E o pior de tudo : me enlouquece saber que não tenho tempo de vida pra fazer tudo que tenho vontade, mas continuo tentando.

Então, um dia, peguei uma gaveta grande, aliás, algumas gavetas e fui escolher botões pra colocar em alguma coisa. Minha sobrinha começou a brincar com eles, separar, perguntar e, quando acordou daquela bebedeira, ainda tonta, me disse: "Nunca na minha vida pensei que pudesse passar uma tarde inteira vendo botões, e amaaaaaaaaannndo!"

E a doença pegou em mais uma.




Tenho vidros e vidros com botões lindos. Não compro botão porque tô precisando, compro porque me encanto por ele. E parece doideira, porque sempre encontro o lugar ideal pra colocar.

Na Feira de Santelmo, em Buenos Aires, comprei botões que dá vontade de olhar o tempo todo. Lindos! Já estão em roupas minhas.
E, quando compro uma roupa que tem botão, a primeira coisa que faço, quase sempre é trocar... e colocar um dos meus...hehehe...

Um dia, me encontrei com uma amiga, e nós duas estávamos com a mesma camisa. Foi muito engraçado, porque ela disse no ato: "Onde você comprou a sua? É muito mais linda que a minha?"
E eu só tinha trocado os botões...

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...