Quando soube da 19ª negativa do governo cubano de que a Yoani possa sair de seu país, me lembrei de um causu que o Gabeira contou no livro dele, "O que é isso, companheiro!"
Em 1979 quando foi anistiado, ele trabalhava na Suécia como porteiro de um hotel e era também condutor de metrô. Se o telefone tocasse e ele atendia, sabia quando era chamada do
Brasil. Fazia um chiado parecido com a conecção da internet quando era feita via telefone. Eu adorava aquele som. Parecia que tava mergulhando no universo. Aí o telefone tocou, ele atendeu e era a prima dele, que se me lembro bem a Leda Nagle, dando a notícia da anistia.
Brasil. Fazia um chiado parecido com a conecção da internet quando era feita via telefone. Eu adorava aquele som. Parecia que tava mergulhando no universo. Aí o telefone tocou, ele atendeu e era a prima dele, que se me lembro bem a Leda Nagle, dando a notícia da anistia.
- Pó voltar pra casa!!!
Imagine a emoção depois de 10 anos de exílio!
Ele ficou tão contente, que começou a dançar, cantar e abraçar todos que passavam pelo hall do hotel. Foi aí que ele deu um abraço em um senhor, e surpreso com tanto aperto, tanto beijo e tanta alegria, perguntou o motivo de tanta felicidade. No que o Gabeira respondeu todo orgulhoso!
- Fui anistiado. Depois de 10 anos de exílio!!!
E o senhor, disse com uma expressão entre espanto e tédio:
- Em pleno século XX e você comemorando uma anistia! Ainda existe isso!
Quem como eu se lembra daqueles anos difíceis, entende muito bem a alegria do Gabeira. Agora, quem não passou por uma ditadura, não viveu uma repressão política, deve pensar o mesmo sobre a situação da Yoani.
Em pleno século XXI e ela não tem o direito de ir e vir.
Patético!