Aí, meu amigo passou pra me levar ao cinema....engraçado que pensei em escrever " pra gente ir ao cinema" e já mudei a forma de dizer. Você vai entender porque. Já tá surtindo efeito a comida de rabo.
Bom, tô pronta, vambora?
- Vamo nessa.
Abri a porta e saímos. Fechei a porta.
Chegando o elevador, abri a porta e nós entramos.
No térreo, empurrei a porta do elevador e saímos.
Chegando na porta do prédio, abri a porta e saímos.
Quando chegamos no carro, ele voou na porta, abriu, e me convidou a entrar cavalheirescamente e muito delicada e gentilmente disse:
- Só fazendo assim pra você me deixar fazer algma coisa.
Vergonha!
Mas é verdade. Quando a gente mora sozinha precisa fazer tudo, porque senão a porta não abre, o gás não troca sozinho, a luz não se recupera depois de queimada, o lixo não corre pra lixeira depois que o saco encheu...enfim!
Se não fizermos, tudo pára.
Nós mulheres ocupamos hoje um lugar no mundo que nós mesmas buscamos. E eu adoro. Mas, depois deste dia comecei a prestar mais atenção a meus atos. Às vezes, quando ouço uma amiga falar da falta de gentileza do marido, ou namorado, eu sempre pergunto:
- Você tá deixando ele ser gentil com você? Se ocupar um pouco de você? Se sentir útil e necessário nesse quesito? Porque no quesito grana, que é o que mais me incomoda numa relação, sermos resolvidas e não dependermos é o máximo. Um aperto de vez em quando, uma grana extra que precisamos, é normal recorrer a outra pessoa, não somente aos homens, mas poder pagar, restituir, é o máximo.
Já ouvi de várias pessoas:
- Este seu jeito, esta sua independência total assusta os garotos.
Pena! Pensei que eles gostassem da minha presença, não da minha necessidade de um prestador de serviços!