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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O causu da porta de 6 milhões de dólares e o rapaz distraido

Aqui na França existe uma tal de porta blindada, que qualquer muquifo tem. Pode ser o apartamento chiquérrimo da Av. Foch ou um simplesinho de Barbés, a tal da porta tá lá. Não sei porque o francês dá tanta importância a porta e se esquece das janelas. Acho que aqui ladrão só entra pela  entrada convencional. A porta. Nada de escalar muro ou pular janelas. Elas são fechadas com tramela e às vezes nem fechadas direito estão. Vai lá saber.
A tal porta, como já vi e dou testemunho, às vêzes quase derruba a parede de tão forte e pesadona que é. Casa mais simples com ela, chega a ser engraçado. Ela tem uma chapa de aço de cima a baixo e os feixos se cruzam de norte a sul e de leste a oeste.
E o pior tá por vir. Ou quase. A chave. Você recebe dois exemplares pra cada  porta, mesmo que tenha 8 pessoas na casa. Qualquer cópia pra ser feita custa quase tão caro quanto a porta, e precisa de autorização até do seu Sarkosy e da dona Carla pra copiar.
                                                                             Pois bem.




Imagine uma pessoa distraída. Foi pouco. Pode dobrar. Amigo de quem? Meu, oficórsi.
Estamos nós em Paris. Eu com um casal amigo e ele foi convidado pra ficar na casa de um amigo em comum, que ia viajar de férias com a família. Amigo de longa data, entregou a casa de olhos fechados. Só tinha uma recomendação.
A porta.
Ficou meia hora explicando pro desatento como funcionava, os cuidados que tinha que ter, e repetiu trocentas vêzes. Parece praga de urubu. Quanto mais repete, pior.
- Você só não pode em hipótese alguma, é bater a porta e esquecer a chave dentro. Aí,
tá fudido. Tem jeito de abrir sim, mas custa uma fortuna.
Na época, há alguns anos atrás, uns 300 dólares se me lembro bem..



Convidei o songa pra jantar, e ele aceitou todo contente. Banhou-se,  perfumou-se,  aprontou-se todo lindo e saiu.
Xxxxxxxxxxxlápti!!!!!!!!
Só se lembrou da chave, quando escutou o som que cravou na sua alma.
Chegou na casa onde eu estava com aquela cara de menino que fez besteira. Das grandes.
Pra piorar a situação, era sexta-feira à noite.
Bom, já imaginam o gosto amargo do jantar. Dele. Porque nós rimos o tempo todo. Pimenta......

Dormiu comigo, e sábado cedo saímos a procura de um filho de Deus pra abrir a bendita porta.
Encontramos um árabe que se prontificou a ir, preço mais alto, porque afinal de contas, era final de semana. Mais mal pago impossível.
 Saiu o árabe com uma coisa na mão e não entendi bem qual seria a forma que usaria o tal instrumento  pra um evento tão milindroso. No mínimo seria um raio lazer, ultra violeta ou protetor solar 60. Sei lá!
Dou um doce de côco pra quem advinhar com o que o moço abriu a porta em  minutos e embolsou a grana preta, diante dos olhares esbugalhados meu e do meu amigo, e as devidas bocas abertas.
Advinhou?
Isso mesmo.
Uma folha de radiografia. Daquelas pretas grandonas. Tufuiou ela na greta da porta e foi fondo, foi fondo com paciência e destreza, e a porta de 6 milhões de dólares e à prova de fogo, céu e mar se abriu linda e loira.
Meu amigo entro, procurou um barbante,  amarrou a chave, pendurou no pescoço, e só tirou na hora de entregar de novo pro dono da casa.


E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...