Eu sempre brinco falando sério, que tive e tenho uma vida tão boa, mas tão boa, que deveria passar a metade do dia ajoelhada em grãos de feijão pra agradecer.
E devo a muita gente esta alegria de viver a vida, e o rumo que dei a ela. Meus pais foram figuras essenciais...duas figuras simples nascidas em cidades do interior das Gerais, mas com uma visão de mundo rara pra época que educaram a mim e ao meu irmão. Sempre fui "a diferente" da turma. Graças a eles. Confiança, otimismo e respeito, são as palavras chaves da educação que recebi.
Mas, não é sobre eles que vou falar hoje. Eles estão presentes e colados em mim todos os dias. Referências da minha vida.
Tive uma professora de sociologia que marcou muito minha vida. Quando a gente é adolescente, não percebe nada, ou quase nada do que tá sendo grudado na placa-mãe da nossa cabeça, e, nem sonha com o quanto vai ser importante toda aquela informação pro resto de nossas vidas.
Neusa. Ela se chama Neusa. Umas das maiores influências que recebi na vida.Tô sempre me lembrando dela, da sua forma de dar aula sentada em cima da carteira, o que era ousado pros anos 60. Da sua maneira de ensinar de falar sobre sociologia.
"A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objetos de estudo a sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações."
Pense bem, uma figura que sofreu com a ditadura militar nos anos 60, foi massacrada de todas as formas, física e mentalmente, dando aula pra um bando de adolescentes cheias de curiosidade. Era bom demais. E ficamos amigas. Era aquela professora que ia pra casa da gente, nós nos reuníamos na casa dela. E dá-lhe assuntos. Falávamos sobre tudo, sobre sua experiência no Projeto Rondon, sobre tortura, sociedade de uma maneira geral, costumes, direitos, deveres, deveres direitos. Uma verdadeira ídola pra mim.
Depois que me formei, o rumo da vida foi tomando rumos diferentes e nos afastamos. Nunca mais vi a Neusa.
E domingo, esperando em SP o vôo pra BH, quem eu vejo, depois de milhões de anos? Minha querida professora. Fiquei doidinha. Chamei por ela e ela não mudou absolutamente nada. Abriu um sorriso lindo e veio de braços abertos me cumprimentar. Me reconheceu? Claro que não! Mas imagino que este fato deve acontecer sempre e ela sabe que é ex-aluna. Estava com o filho, um gato, adulto. Quando a conheci ela não tinha filho ainda. Foi rápido o encontro, mas o tempo suficiente pra eu dizer a ela o tamanho da importância que ela teve em minha vida e ela me passar seu endereço, que não anotei de tão desorientada que fiquei, e esqueci o número. Só me lembro do nome da avenida. Mas, não tem problema. Ficou mais fácil encontrá-la. São Paulo é uma aldeia...rs.
Ps.: Só pra ilustrar, um casinho entre os vários que ouvi e aprendi com a Neusa. De quando ela foi pro Projeto Rondon. Naquele tempo, interior do Pará era o fim do mundo. Vários estudantes em uma cidadezinha daquele interiorzão de Deus e uma mulher ribeirinha começa um trabalho de parto. Já tinha vários filhos. E naquele sofrimento da criança não nascer, e dores, e gritos e desespero, um dos estudantes, que tava no segundo ano de medicina, sem saber praticamente nada tomou coragem e foi ajudar. Não teve outra opção. Depois de muito tempo tudo findou, mamãe e bebê felizes, então este estudante resolveu conversar com o pai da criança e avisar que a mulher não poderia ter mais filhos. Outro parto ela não suportaria. Morreria. E o matuto, mais simples e ignorante impossível, virou sério e disse pro moço:
- E o que eu tenho que fazer? O que eu tenho com isso?
Parece mentira, mas quando lemos ou escutamos estes causus, ficamos sabendo que até hoje, lá nos fundões deste Brasil, mesmo com a televisão, a informação ainda tá distante do povo. Muita coisa mudou e muita coisa precisa mudar.
E devo a muita gente esta alegria de viver a vida, e o rumo que dei a ela. Meus pais foram figuras essenciais...duas figuras simples nascidas em cidades do interior das Gerais, mas com uma visão de mundo rara pra época que educaram a mim e ao meu irmão. Sempre fui "a diferente" da turma. Graças a eles. Confiança, otimismo e respeito, são as palavras chaves da educação que recebi.
Mas, não é sobre eles que vou falar hoje. Eles estão presentes e colados em mim todos os dias. Referências da minha vida.
Tive uma professora de sociologia que marcou muito minha vida. Quando a gente é adolescente, não percebe nada, ou quase nada do que tá sendo grudado na placa-mãe da nossa cabeça, e, nem sonha com o quanto vai ser importante toda aquela informação pro resto de nossas vidas.
Neusa. Ela se chama Neusa. Umas das maiores influências que recebi na vida.Tô sempre me lembrando dela, da sua forma de dar aula sentada em cima da carteira, o que era ousado pros anos 60. Da sua maneira de ensinar de falar sobre sociologia.
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Pense bem, uma figura que sofreu com a ditadura militar nos anos 60, foi massacrada de todas as formas, física e mentalmente, dando aula pra um bando de adolescentes cheias de curiosidade. Era bom demais. E ficamos amigas. Era aquela professora que ia pra casa da gente, nós nos reuníamos na casa dela. E dá-lhe assuntos. Falávamos sobre tudo, sobre sua experiência no Projeto Rondon, sobre tortura, sociedade de uma maneira geral, costumes, direitos, deveres, deveres direitos. Uma verdadeira ídola pra mim.
Depois que me formei, o rumo da vida foi tomando rumos diferentes e nos afastamos. Nunca mais vi a Neusa.
E domingo, esperando em SP o vôo pra BH, quem eu vejo, depois de milhões de anos? Minha querida professora. Fiquei doidinha. Chamei por ela e ela não mudou absolutamente nada. Abriu um sorriso lindo e veio de braços abertos me cumprimentar. Me reconheceu? Claro que não! Mas imagino que este fato deve acontecer sempre e ela sabe que é ex-aluna. Estava com o filho, um gato, adulto. Quando a conheci ela não tinha filho ainda. Foi rápido o encontro, mas o tempo suficiente pra eu dizer a ela o tamanho da importância que ela teve em minha vida e ela me passar seu endereço, que não anotei de tão desorientada que fiquei, e esqueci o número. Só me lembro do nome da avenida. Mas, não tem problema. Ficou mais fácil encontrá-la. São Paulo é uma aldeia...rs.
Ps.: Só pra ilustrar, um casinho entre os vários que ouvi e aprendi com a Neusa. De quando ela foi pro Projeto Rondon. Naquele tempo, interior do Pará era o fim do mundo. Vários estudantes em uma cidadezinha daquele interiorzão de Deus e uma mulher ribeirinha começa um trabalho de parto. Já tinha vários filhos. E naquele sofrimento da criança não nascer, e dores, e gritos e desespero, um dos estudantes, que tava no segundo ano de medicina, sem saber praticamente nada tomou coragem e foi ajudar. Não teve outra opção. Depois de muito tempo tudo findou, mamãe e bebê felizes, então este estudante resolveu conversar com o pai da criança e avisar que a mulher não poderia ter mais filhos. Outro parto ela não suportaria. Morreria. E o matuto, mais simples e ignorante impossível, virou sério e disse pro moço:
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