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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma vegetariana falando sobre carne










"O homem se diferenciou verdadeiramente dos animais, quando ele aprendeu a se servir do fogo.

Os primeiros representantes da nossa espécie se alimentavam miseravelmente de frutas, folhas e raízes. Muito tempo depois, seus descendentes começaram a experimentar insetos, frutos do mar e carne, que eles comiam crua.

Assim que houve o primeiro incêndio em uma floresta e, que muitos animais morreram queimados, foi que o primeiro homem comeu carne cozida ou assada e achou uma delícia, apesar do gosto de queimado que ela devia ter.

A partir daí, o fogo se tornou uma divindade e, enquanto o homem não conseguia produzí-lo quando queria, ele virou monopólio de padres, que viraram guardiões dele.

Os fiéis levavam oferendas de animais que eram assados e comidos depois (pelos padres, claro! obs. minha)

Esses padres foram os primeiros cozinheiros e gastrônomos e, seus descendentes espirituais, têm a quem agradecer.

Traduzi esse texto, desse pequeno livro aí das fotos, editado em 1923, com suas 1107 páginas com histórias e centenas de receitas de um tudo.

Chama-se Gastronomia Prática (imagine se não fosse!) e deve pesar por baixo, de 2 a 3 kg, com sua linda capa em couro. O autor se chama Ali-Bab e a biblioteca e fotos são da minha amiga, dona da casa onde me encontro.

Essa introdução toda é pra falar do quanto a carne é importante nas refeições de qualquer povo, popular como o café.

Em qualquer lugar, o prato principal, a maior preocupação de todos, gira em torno de qual carne servir.
Vamos fazer um cardápio pra uma festa. Primeiro ítem da lista: carne. Almoço de domingo na casa da vó. Qual a preocupação? Qual vai ser a carne. A rainha da Inglaterra tá chegando. Qual carne será servida no banquete em honra da madame? O marajá da província de, sei lá de onde, na Índia, tá chegando. Santo Cristo, o homem não come carne. Comerá o que então? Essa então é clássica. Ouço direto. "Você não come carne? Come o que então?"

Trabalhei durante muitos anos em uma empresa de cozinha industrial. Qual o maior problema com o cliente? Carne. A carne não precisa ser a melhor. Ninguém exige filé ou uma picanha. O importante é que tenha carne e que seja muita. Quanto maior o pedaço ou o bife ou qual carne seja, mais feliz fica o freguês.

Observar os clientes na fila dos refeitórios, era muito engraçado. Todos espichavam o pescoço pra ver qual era a carne do dia.

E o que mais me irritava, me deixava enfurecida, era o seguinte: neguinho saindo do restaurante e outro entrando. Pergunta: "Como tá o rango hoje?" Resposta: "Tá bom demais". Conclusão: tinha a carne que ele gostava e na quantidade que ele achava justa.
Outra situação: neguinho saindo do restaurante e outro entrando. Pergunta: "Como tá o rango hoje?" Resposta: "Tá difícil de engolir". Acontece que esse filho-da-mãe que deu essa resposta, tinha enchido o pandeiro com tudo que tinha do bom e do melhor, repetido, se fartado mas, como a carne não era a preferida dele, dizia que tava ruim. Eu virava uma arara.
E como, com o passar do tempo, você já sabe de tudo que todos gostam, eu trucava na lata: "A mesma carne que você disse que tava difícil de engolir é a preferida de muitas pessoas", Mas o mal já tava feito. Depois de ouvir que não tá bom, o mané já entra com má-vontade no restaurante.
E tem aqueles imbecis que saem da fila e vão comer no raio que os parta, sem nem perguntar qual é o cardápio.

Haja paciência! quer dizer "hajava" porque a minha acabou.










E O BAZAR DO BLOG SE PREPARA PARA O DIA DAS MÃES

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