E minha amiga conheceu um cara legal, simpático, gente boa demais mas... quando tem um mas, é duro! E nós todas falamos ao mesmo tempo:
- Gente, porque não engata uma primeira com o sujeito? Você mesma não disse que ele colou em você?
- Disse.
- Tá afim de namorar?
- Tá.
- E onde tá o problema?
- Ele não tem queixo. É quiném o Noel.
- Que Noel?
- Noel Rosa, estúpidas.
- Ãhn? Como assim?
- Como assim, ora bolas! Lembra do Noel Rosa? Pois é. Ele é tal e qual. Não tem queixo.
- Mas, meu bem, ele tem tanta coisa legal e você tá lá se importando com o queixo?
- Vai dar não...não seguro essa.
E fim! Não se falou mais nisso.
Éramos todas muito novinhas e isso contava muito. Se fosse hoje, a maioria das mulheres diria: "Nós não temos preferência, temos pressa."
Mas estávamos na época de poder escolher.
Mas estávamos na época de poder escolher.
E o tempo passou. Muito tempo mesmo.
Alguns anos depois, uma da turma chegou toda entusiasmada e falou, pra querida amiga que tinha rejeitado o Noel:
- Cê não vai acreditar, quem foi que eu vi! Você dançou meu bem! O cara tá o mó gato, super transado, cabelão, barba, tá lindo ! Foi escolher muito e dançou. Encontrei com o fulano e ele perguntou por você. Você perdeu um gato, garota!
No que a minha amiga com a maior cara de desdém, vira e diz na lata:
- Eu sei muito bem o que se esconde debaixo daquela barba!!!