Morei nesta rua dos meus 10 aos 20 anos. Parece que faz um século. As coisas mudaram muito de lá pra cá. Ontem fui fotografando enquanto descia a Pernambuco, as poucas casas que restaram deste meu tempo que lá vai longe.
Esta casa aí abaixo fica na esquina da Inconfidentes com Pernambuco. Não entendo porque continua de pé e fechada. Deve ser história de inventário. Completamente abandonada, só as plantas e alguns pombos fazem companhia a estas paredes que já devem ter no mínimo uns 80 anos. Se reformada fosse, iria ficar linda!
Capela do Colégio Santo Antonio, onde nunca estudei, mas passei muitos dias da minha vida brincando, vendo os meninos jogarem bola, participando das festas de escola, missas, esperando namorado depois da missa das 6 e meia celebrada pelo Frei Hilário-paixão de todo o bairro na época. Aqui assisti ao casamento da maioria dos meus amigos, batisados, várias missas de sétimo dia ou entrei somente pra dar uma palavrinha com Deus, descansar um pouco, sentir a tranquilidade que toda igreja trás. Me lembro da construção da Capela, e da polêmica que causou este altar sem santos, com o mural pintado à mão. Ele continua lindo e moderno até hoje. Parecia que estavam construindo a Pirâmide do Louvre.
A ordem franciscana deve ser do signo de aquário.
Sempre na frente.
Descendo da praça da Savassi, que se chamava Diogo de Vasconcelos, até a Av Afonso Pena, posso dizer até hoje o nome de cada família que morava em cada casa. Quer dizer, quase, não vamos exagerar...rs. Criança é um bicho curioso. A gente conhecia todo mundo. Se não fosse amiga minha, tinha na casa algum amigo do meu irmão. E se não tinha criança, os moradores eram amigos dos meus pais.
Aqui, já na esquina com a Cláudio Manuel, olhe a lindeza da casa que ainda tá de pé!
Me lembro tanto do morador desta casa linda! Avô de queridos amigos, até hoje. O vô morava na frente e a família do filho dele numa casa mais linda ainda lá atrás.
Minha primeira morada. A entrada da minha primeira casa na Rua Pernambuco, era neste portãozinho do lado esquerdo. Fotografei pela greta da grade. Tudo mudou. Agora tudo liso, muito cimento, muito clean. Onde tem estas palmeirinhas, tinha o jardim que minha mãe plantou. Aquela miscelânia de plantas e flores de todas as cores, que era a cara dos jardins que nossas mães faziam. Paisagismo era uma palavra distante, que só existia nos jardins do seu Burle. Pelo menos pra nós, era!
Antes de chegar nesta casa verde da Av Brasil, morei por muitos anos no numero 522, que hoje é a quadra de esportes de um prédio. Me neguei a fotografar. Da rua só se vê um muro. Nada a ver.
Nem se quisesse poderia dizer quantas vezes vim até essa esquina comprar pão. Era "A padaria" da região. Bem mais tarde construíram outra na Afonso Pena esquina com Brasil, e eu tinha ódio quando minha mãe mandava comprar o pão lá. Era muuuuito longe...rs.
Desde os meus 10 anos de idade que essa casa tem este mesmo desleixo. Nunca foi linda, arrumadinha, pintada de novo. Não me lembro. Sempre caindo aos pedaços. Me lembro muito bem dos moradores. Ainda tem alguém que consegue viver aí. Outro mistério. Porque ela é assim? Quem será o dono que não liga pra essa relíquia? Pra fazer estas fotos, cheguei mais perto e coloquei o nariz bem pra dentro do portão pra fotografar o piso de azulejo hidráulico que adoro. Quase desmaiei com o mau cheiro. Uma pena!
Aqui já cheguei na Afonso Pena e este é o lindo prédio do Instituto de Educação (entra burro e sai leão...rs)
Não me canso de admirar a beleza do prédio, e ao mesmo tempo tenho ódio de passar à noite aqui na porta. Na entrada principal, há sei lá quantos metros de altura, tem uma lamparina como aquela luzinha gerada a motor das cidades do interior de muito antigamente. Um horror. Um breu total. Tenho certeza que devem dormir pessoas nestes jardins ou mesmo se esconder se for necessário. Acho um absurdo um prédio bonito como este não ter uma iluminação descente, que o valorize como ele merece. Pensem esta beleza com a iluminação de uma Conciergerie de Paris?
Uau!
Ia arrasar na formosura.