Há mais ou menos um mês, comecei a postar no Intagram posts e causus antigos do blog. E estou muito feliz porque o retorno dos amigos tem sido muito bom. E a alegria não é só porque estão lendo minhas histórias. As pessoas estão lendo. Isso é ótimo. Algumas que são minhas amigas já conhecem muitos destes causus mas tem também a turma que não me conhece e que não tem saco de ficar procurando pelo blog à fora coisas pra ler.
Então, junto com posts novos, vou alternar posts antigos também aqui.
Espero que vocês gostem.
Quero a Elisa Lucinda no meu gurufim.
Publicação de: quarta-feira, 19 de maio de 2010
Num
papo com amigos, certa vez, falando sobre morte e enterro, me veio uma
idéia : ao invés daqueles enterros canseira, todo mundo esperando o
tempo passar, cansados, calor ou frio danado, desgaste grande, noite que
não termina, tomando aquele café horroroso de garrafa térmica que tem
nas cantinas de velório, comendo chips e biscoito de polvilho, olho
inchado de tanto sofrer e chorar - porque cada um que chega recomeça o
chororô que já tava se aplacando - pensei o seguinte :
Quero
um enterro alegre pra cacete; com muita música e telão com vídeos
diversos. Vai virar uma "reivi". Já tenho, meio pronta, a trilha-sonora,
todas as músicas que gosto, que representaram muito pelos Caminhos por
onde andei, que me fizeram rir, lembrar, ser feliz. E músicas preferidas
dos amigos também. E os vídeos?
Estes vão ser um sucesso.
Pode ser vídeo de shows, bandas, cantores. Só não pode deixar de passar
Uma Linda Mulher, meu filme de cabeceira. Já tenho, nem precisa comprar.
E música ao vivo também. Foi aí que descobri a palavra Gurufim, e o que que significa. Me amarrei. Paixão a primeira vista.
Gurufim é enterro no morro. Enterro de sambista, de boêmio, de compositor, é aquela despedida alegre com muito samba e muita bebida.
Imaginem um pagodão daqueles com comes e bebes varando anoite, ou o dia.
Eita! Muita percussão, surdo, pandeiro, a negada cantando e eu lá. Feliz da vida, quer dizer, feliz da morte...hehe...
Muito
Arlindo Cruz, Gonzaguinha, Zeca Pagodinho, Cássia Eller, Noel, Beth
Carvalho, Chico, Alcione, Wilson das Neves, Lupicínio. Podem ter certeza
de que estarei muito bem. Tranquila, deitadinha só de ouvido em pé.
Vendo a "turma se adivertir".
Vai ser tão bom, que todo mundo vai achar que morrer só uma vez será pouco.
E,
pra encerrar na boa, com um pouco de seriedade, a Elisa Lucinda
recitará um belo poema ao som do surdo dando aquele toque, que fura o
coração. Só então, se alguem quiser e sentir vontade, estará liberado
pra dar uma choradinha, só pra não ficar parecendo que já tô indo
tarde........hehehehe....
Mulata Exportação
“Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega-exportação, vem meu pão-de-açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira, minha história contundida
Minha memória confundida, meu futebol (entendeu meu gelol ?)
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada.
Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem nega, me ama, me colore
Vem ser meu folclore, vem ser minha tese sobre nego malê.
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.”
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: “Seu delegado...”
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual...
Eu disse: “Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura!”
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
que vai libertar uma negra:
Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
e tu te lembras da Casa-Grande
e vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
porque não é dançando samba
que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!
Porque deixar de ser racista, meu amor,
não é comer uma mulata!
(Da série “Brasil, meu espartilho”)
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