Cheguei no hotel aqui em Moscou, liguei o computador, já resolvi algumas coisas, copiei fotos, falei no skype, e não mais que de repente me dei conta que uma grande parte da graça de lugares novos escafedeu-se com o advento dessa tal de internet. Sentada aqui trabalhando, poderia estar sentada em qualquer lugar do mundo, fazendo a mesma coisa.Tanto em BH quanto Bodhgaya, Saint Nicolas, Paris ou Moscou, tudo ficou igual. E ainda tem gente que tem medo de se perder....não viaja por medo
Mas vamos ao que interessa.
Ouvi de amigos que já aqui vieram alguns palpites sobre tudo. O povo e a terra.
Até agora nada tá batendo.
Povo. Segundo as informações o povo é arisco, sério, seco, "corre da gente" quando falamos com ele, hostil.
Como comigo sempre é diferente, olhe a hostilidade!
No aeroporto, perguntei no guiché de informações pra moça sobre trem e ônibus. Ela não falava inglês, e pelo pouco que nos comunicamos optei pelo trem. Logo, um senhor me informou que o trem é ótimo e onde comprava o ingresso. Fui, super bem sinalizado, comprei e o bilhete que já vem com o direito de usar o metro.
Trem super confortável, parece com os trens franceses.
Tava procurando um lugar na janela pra fazer fotos. Não tinha. Sentei do lado de um padre, compenetradíssimo com seu livrinho de reza....Assim que coloquei minha mochila na poltrona ele já se virou todo gentil e pegou minha malinha pra colocar no bagageiro....daí pra frente o bicho pegou. Ele nunca tinha falado com brasileiro e muito menos qualquer pessoa da América do Sul. Me cravou de perguntas e discutimos muito sobre fé, Deus, religião, quem é Deus pra mim, o que Deus pensa de mim, no que eu disse que Deus era doidim comigo porque me dá uma vida boa dimais da conta, o que eu penso delo, como vizualizo ele, ele pirava com minhas respostas, disse que sou católica mas não concordo muito com muitas coisas da cabeça da Igreja, como ser contra o aborto, sou a favor, problemas com gays, sou mais gay que muitos deles, contra camisinha, contra conceptivo em geral. Ele pirava e ficava nervoso tentando encontrar palavras pra dizer o que queria, escreveu meu nome e disse sem sotaque algum, ele se chama Alecsay, nasceu na Ukrania, estuda em Moscou, deu tempo preu falar sobre meu blog, anotou o nome, meu nome, tudo que eu dizia ele escrevia. Parecia até espião, só não é porque seria o espião mais indiscreto e sem tato da Rússia...rs
Falei do meu trabalho na Índia, perguntou se eu falo do meu Deus pros indianos, eu disse que eles já tem Deus demais e não se interessam e eu não tava lá pra falar sobre religião, que brasileiro meio que caga pra religião.
Me deu o imeio dele, falei do tanto que é bom conhecer uma cidade com um nativo, mas ele devia ser muito ocupado senão a gente podia andar um pouco, comer, tomar um café, aí ele me deu o telefone, quem sabe, vou ligar e ver, e chegou a estação do metro e ele ficou nervoso porque o "nosso tempo" tava acabando, disse que não viu o tempo passar (uns 45 minutos) e pegou minha mala, tiramos foto, me acompanhou até a plataforma do metro, me deu o mapa dele, mostrou onde eu deveria descer e acho que pressentiu que eu ia lascar um beijo nele, então saiu disparado me abençoando com um gesto de cruaz com a mão, mas se pudesse teria feito uma cruz com dois dedos, excomungando essa aparição do mal na vida dele...rsss...ufa!
Fim até agora da história do padre.
Aí entrei no metro, desci na estação certa, sem problemas, fui pelo instinto e achei a saída pra rua porque não existe naaadaaaa escrito em outra língua que não seja russo.
Na rua mostrei o endereço prum carinha num riquichá de rico (daqueles que mostrei a foto em Paris) e ele queria me cobrar 300 rublos pra ir até o hotel que eu sabia que era perto. Vi no Goggle. Disse pra ele que paguei 320 rublos pra vir do aeroporto com trem e metro e tava caro. Ele não cedeu, dei até logo e disse: então fique aí vendo o povo passar. Inté.
Mesmo assim ele me deu a direção da rua. Perguntei a uma moça se tava no caminho certo ele disse que sim e ainda parou uma outra pra se certificar.
Já na rua, não encontrava o número. Aliás não é fácil de saber o que é o numero da casa. Perguntei prum rapaz, que bateu alguma coisa no celular e me mostrou a direção contrária que a moça tinha dado. Voltei...andei uns 50 metros e ele veio correndo atrás de mim, todo esbaforido dizendo que se enganara, era pra onde eu tava indo mesmo, pediu desculpas e eu voltei.
Mai na frente um crioulo me vendo com o mapa na mão, perguntou se precisava de ajuda, e me mostrou a porta do Hotel, um tico pra frente.
Entrei e minha amiga já tava nervosa achando que eu demorei. Disse que tive muita prosa até chegar. Ela veio de táxi, pagou 60 dólares. Eu, com estas histórias todas, paguei 320 rublos ou seja, 10 dólares.
O Hostel é muito legal, achei no http://www.booking.com/
o gerente já tá íntimo, já fomos juntos ao super mercado e compramos comida e frutas e Dadá ronca enquanto escrevo e vai dormir até umas 10 da noite porque vamos à meia-noite à praça do Kremlim pra ver o por do sol.
E quem quiser que conte outra....
Ah! Veja os dois filminhos do Hostel.
Nosso quarto e a copa-cozinha
Boa noite e inté Paris!
Eu em Munich a caminho de Moscou
O padre e eu, 15 minutos depois da gente se conhecer...íntimos!
Ele não enxerga um palmo na frente do nariz e disse que os óculos tavam no bolso. Disse que bolso não precisa de enxergar nada. Ele riu.
Vaidoso...se arrumou pra foto. Ajeitou cabelo e tudo. Deve ser por isso que não usa óculos
Chegando de trem à estação de metro, MOSCOU.
O Alecsay que fez a foto
Bilhete do metro com direito a todo transporte
Bonitinho e já arisco com medo de mim...rs
Já dentro do metro
Escada rolante de perder de vista. Enoooooooooorrrrmeee!!!
Fofura vendendo flores na entrada do metro. Perguntei se podia fazer a foto. A cara estava e continuou da mesma maneira que saiu na foto.
Rua do nosso Hostel