...FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO
Esta família mora em uma cidade não muito distante de Bodhgaya e viaja o tempo todo usando essa pequetita pra ganhar dinheiro.
Vendo a pequena na corda, se equilibrando pra ganhar um troco, pra uma plateia sem o menor entusiasmo porque é tão pobre quanto ela, sem aplausos e banhada de sujeira, não é uma cena que eu possa chamar de prazeirosa e interessante.
Fico na dúvida entre o choro de compaixão ou se fico feliz porque pelo menos estão se sobressaindo no meio de tanta pobreza.
Parei pra assistir a apresentação e depois fui conversar com eles.
Pra você ter uma ideia da total falta de participação das pessoas, depois deste dia, tenho até medo de passar perto enquanto ela tá na corda, ela me ver e cair porque quis falar oi.
Onde quer que eles estejam, correm pra falar comigo. E sorriem. Coisa que não vejo durante a apresentação.
É tudo muito triste.
Minha vontade é trazer todo mundo pra casa, dar um banho de horas, tirar essa maquiagem posta e sobreposta todos os dias, dar uma sopa quentinha e uma cama pra eles dormirem pra poder recuperar as forças da luta do dia e continuar lutando no dia seguinte.
Sonho meu!
O pai é sua proteção sua rede de segurança e proteção. Ela vai tralhando e ele fica discretamente seguindo os passos da filha. Quase embaixo dela.
Ela é muito concentrada. Concentradíssima!
Olhe a cara de adulto!
Até pra descer a seriedade no seu trabalho é grande.
Desce e já pega o pratinho pra colher as doações. Muitos dão. Nem que seja uma moedinha.
O olhar é de matar!
Familia reunida.
Só Deus sabe porque, a mãe monta a corda e o pai desmonta. Ela bate duro e firme o martelo que é uma pedra enorme, pra fincar o suporte no chão.
E o pai faz a força de retirar pra ir plantar em outra praça, outra rua...o dia todo.
A família é muito bonita. Lindíssima. A mãe poderia ser uma modelo de fotos e o pai também.
Dá pra ver pela foto um pouco da sujeira e dos calos nas mãos.
Desmontando a Caravana Rolidei
Depois da apresentação a mãe deu pra ela 10 rupias e ela saiu correndo pra comprar não sei o que. Fiquei sem graça de ficar seguindo ela. Mas ela virava pra trás e ia me dando sorrisos.
Ô vida!
E nós duas paramos um pouco pra ver seu colega de infortúnio
De tanto bater o rabo na própria pele pra espantar os mosquitos, tem uma ferida de cada lado.
Aqui um grupo de monges estava distribuido cobertores pras pessoas.
Elas vierem correndo, mas não conseguiram ganhar. Eu até tentei ajudar conversando com uma das pessoas que estava entregando. Ela me disse que os que receberam haviam feito "inscrição".
Ô peleja de vida!
Enquanto a mãe usava (aqui, todas as mães usam os filhos pra conseguir alguma coisa) o pequeno pra conseguir o cobertor, ela carregava o outro. Ele já anda, mas carregar as crianças, as vêzes maiores do que quem tá carregando, faz parte do drama da compaixão.
Nem precisa dizer que estamos gastando o que temos e o que não temos nestas obras do nosso
#PREMAMETTAHALL
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