Fotos tiradas da janela do meu quarto, às 6:30 da manhã de hoje. Dia lindo de céu azulzim, azulzim e temperatura uma delícia!
Lugar bom pra esperar o tempo passar é o tal aeroporto. A gente vê de um tudo. Já em BH comecei a rir sozinha.
Vi uma senhora, de uns 80 aninhos ou mais, se despedir de uma outra, que parecia sua filha. Até aí tudo normal. Ela tinha um pão de queijo em uma mão e, na outra, uma bolsa pequena. Já ia dar uma bocada, quando a filha deu um abraço nela. Prolongado...apertado e cheio de beijos. Quando soltou, a primeira coisa que a senhorinha fez foi tentar levar o pão-de-queijo à boca novamente. Nada feito. Lá veio outro abraço; mais prolongado ainda. O mais engracado é que ela não podia corresponder ao abraço, porque as duas mãos estavam ocupadas - com bolsa e pão-de-queijo. No que a filha soltou, pela segunda vez do abraço, ela mais do que depressa, tentou de novo comer o pão-de-queijo. Nada. Outro abraço só que, desta vez, menos longo. Não sei o quê ela disse no ouvido da tamanduá.....rsss...mas, enfim, pôde comer tranquila. O último abraço foi mais rapidim.
No avião, já de SP/
NY, sentou um casal atrás de mim e o senhor colocou as bolsas no compartimento. Já achei engraçado porque, antes, a senhora tirou da bolsa a carteira de identidade e ficou com ela na mão. Pra qualquer ser que morre de medo de avião, este já poderia ser um presságio, um aviso. Eu pensei que ela era muito prevenida, assim, já iriam encontrar o corpo devidamente documentado.
Todos sentadinhos, chega um outro casal procurando seus assentos e era o mesmo do casal da carteira de identidade.
A fila toda tem o mesmo número, só troca a letra. O primeiro casal se levantou e foi pro lugar certo, mas, a preocupação da senhora era com a bolsa e falava pro marido sem parár:
-Ela não tem que ficar acima da gente ? Hein? Não temos que trocar a bolsa de compartimento?
Ai Jesuis ! Daquelas mulheres que não fazem nada sozinhas, a não ser cuidar da casa - fiquei imaginando - tudo que for "extra-casa" é o marido que resolve. Felizmente esta geração tá chegando ao fim; pro bem de todos, homens e mulheres. Nós mulheres, principalmente.
O avião da Delta me fez voltar no tempo daqueles 767, 747, sei lá qual 7, ... já viajei neles há no minimo 30 anos atrás. Pra vocês terem uma idéia, as poltronas são de couro e tem espaço pra caramba. Não devem colocar mais assentos, por não mais existir poltronas à venda no mercado...rs.
Até o pessoal de bordo tinha a idade do avião ms todos muito simpáticos, muito mesmo. Tentando falar português, super gentis.
Fui pegar água, uma certa hora, e um comissário, com óculos de leitura, me olhou por cima deles e disse com aquela cara de "ai, meu Deus, não sei se vou aguentar!!!"...
- 5 horas...ainda faltam 5 horas...
me falou com cara de desespero. No que eu respondi:
-É duro, nénão?...rs..rs..rs...
Ele devia tá fazendo seu último voo. Deve ter se aposentado hoje.
A comida foi muito ruim. Eu não sou de reclamar nem encher o saco, mas tava ruim demais!. Vegetariana. Não recomendo. E, o café da manhã era um sanduíche de queijo com champignon. Dei uma mordida e achei que fosse devolver tudo ali mesmo. Ruim demais!! Tomei só o suco de laranja.
A vantagem é que o pessoal era simpático e tava sempre oferecendo água, suco, manta, travesseiro, senão, a Delta tava ferrada com aquela sucata voando e comida ruim.
Na imigração americana, mudou muita coisa da última vez que aqui estive. Agora tem trocentas mil cabines e não fica mais aquele mundo de pessoas em filas intermináveis, esperando a vez de passar. Foi rapidim. O china me perguntou o que vim fazer aqui e quanto tempo ia ficar. Disse que só vim pra ficar uma semana e tava indo pra Israel. Ele repetiu duas vezes:
- Israel? Israel?
E eu.
- Sim, Israel. Mas depois eu volto. Não se preocupe.
Ele riu meio sem graça.
Além da foto, agora você tira impressão digital dos 10 dedos : coloca 4, depois o indicador e outros 4, depois o indicador. O cara leu o passaporte todo, enfiou ele várias vezes na máquina, registrou, registrou e me liberou. Pra tudo isso não gastamos nem 5 minutos.
Os táxis também estão só se modernizando. Falei o endereço pro motorista, depois de receber um folheto com todas as coordenadas do táxi, de uma pessoa que organiza e distribui os passageiros. No encosto da poltrona do motorista, tem agora um monitor pra ficar entretendo a gente e passando todo tipo de informação. Inclusive com um mapa, tipo GPS, que vai mostrando o caminho que o mané ta fazendo. Muito legal! Fiquei imaginando o quanto precisamos fazer ainda pra próxima Copa do Mundo e pros Jogos Olimpicos.
Paguei 35 dólares, mais 4 de gorjeta, do aeroporto até Sannyside, que fica no Queens. O taxímetro sai com US$ 3.50 e pula de 40 em 40 centavos.
Cheguei na casa da minha querida amiga e a geladeira tava cheia de tudo que eu gosto, caminha arrumada, toalhas limpinhas no banheiro, tudo preparado e me esperando com o maior carinho.
Que mais posso querer da vida? Nada! Nada! Como diz o meu querido Wilson da Neves:
- Ô sorte!
Amanhã conto mais.
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