Organizando minhas coisas pós-viagem, achei o livro do meu querido amigo Sóter Pádua. Já repassei causus dele aqui e lá vai mais um. Pra quem não conhece as Minas Gerais e Diamantina, ler o livro do SeuSóter é uma boa oportunidade de se divertir e entender a mineirada.
Desaponto do Garimpeiro
Moravam em uma lavra afastada de um pequeno lugarejo o garimpeiro Cibide e sua mulher Aparecida.
Um dia aparace por lá Zé de Pedro - comprador de diamantes e bem afamado na paróquia. Era um comerciante de pequeno porte.
Tendo que desenvolver seu mister, se quisesse comprar mais mercadorias e a preço menor, viajava por todos aqueles garimpos, em todos os recantos, bem ao contrário daqueles compradores de grande porte que já estavam bem instalados e com escritórios na praça.
Numa dessas viagens, foi o nosso protagonista esbarrar em uma lava de dificílimo acesso. Foi só o comprador arrear as malas, desandou uma chuvarada danada. Chuva tão forte que ele não teve outro jeito senão pernoitar na casa do garimpeiro. Quando chove naquela região nem burro arreado passa, e, toma chuva!
Após vários dias de tribuzana, São Pedro resolve dar uma trégua e o Zé de Pedro pôde empreender sua viagem de volta.
Passado um mês, chega aquela mesma lavra outro comprador de diamantes. Sabedor das relações de amizade entre o garimpeiro e Zé de Pedro, ao iniciar conversa, vai logo perguntando:
- Ô Cibides, que notícias você me dá de Zé de Pedro?
- Não sei não.
- Não sabe como? Tive notícias, no mes passado, de que ele estava vindo pra cá.
- Eu não quero nem saber desse filho-da-puta. Ele esteve aqui, há quinze dias. Comeu minhas galinhas todas e Aparecida também.
Tirado do livro Causus e Causus, de Sóter Antonio de Oliveira Pádua.
Desaponto do Garimpeiro
Moravam em uma lavra afastada de um pequeno lugarejo o garimpeiro Cibide e sua mulher Aparecida.
Um dia aparace por lá Zé de Pedro - comprador de diamantes e bem afamado na paróquia. Era um comerciante de pequeno porte.
Tendo que desenvolver seu mister, se quisesse comprar mais mercadorias e a preço menor, viajava por todos aqueles garimpos, em todos os recantos, bem ao contrário daqueles compradores de grande porte que já estavam bem instalados e com escritórios na praça.
Numa dessas viagens, foi o nosso protagonista esbarrar em uma lava de dificílimo acesso. Foi só o comprador arrear as malas, desandou uma chuvarada danada. Chuva tão forte que ele não teve outro jeito senão pernoitar na casa do garimpeiro. Quando chove naquela região nem burro arreado passa, e, toma chuva!
Após vários dias de tribuzana, São Pedro resolve dar uma trégua e o Zé de Pedro pôde empreender sua viagem de volta.
Passado um mês, chega aquela mesma lavra outro comprador de diamantes. Sabedor das relações de amizade entre o garimpeiro e Zé de Pedro, ao iniciar conversa, vai logo perguntando:
- Ô Cibides, que notícias você me dá de Zé de Pedro?
- Não sei não.
- Não sabe como? Tive notícias, no mes passado, de que ele estava vindo pra cá.
- Eu não quero nem saber desse filho-da-puta. Ele esteve aqui, há quinze dias. Comeu minhas galinhas todas e Aparecida também.
Tirado do livro Causus e Causus, de Sóter Antonio de Oliveira Pádua.
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