sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Antes que o cigarro se apague de vez.


Numa de minhas moradas em NY, trabalhei com uma senhora judia - pra variar (elas me perseguem, por sorte minha) , muito engraçada e nos demos muito bem.

Ela morava sozinha, tava doente com um câncer de pulmão e fumava quiném uma chaminé o dia todo. O médico nem sonhava em pedir pra ela parár porque, a essa altura do campeonato, a merda já tava feita e de nada adiantaria.

Eu não tinha praticamente nada a fazer, senão companhia a ela, comprar cigarros, buscar a correspondência na caixa de correio, comprar uma coisa ou outra no supermercado, atender ao telefone - que hoje já é difícil, na época então, era um horror - mas ela fazia questão, pra ver se meu inglês alavancava.

Ligavam sempre as mesmas amigas e o único filho. E sempre era a mesma ladainha.

Eu dizia alô, a pessoa cumprimentava, perguntava se tava tudo bem, se minha patroa tava bem e eu respondia que sim e levava uma bronca dela na hora : "Como você diz que tô bem? " E eu dizia : "Mas você está, estamos lendo jornal, conversando, você não tá com dor..." E ela : "Mas tô doente." E eu: "mas ainda não morreu" e passava o telefone pra ela.

Outra briga era que a gente ficava conversando e ela contava casos e, por coincidência, quando eu tinha noção do assunto, ia entendendo aos trancos e barrancos, mas entendia e a conversa fluía.

Mas tinha dia que era uma peleja. Ela falava, falava, eu não entendia nada e ela dizia: "Como pode num dia você entender uma língua e no outro não?" Jamais ela saberá o porquê. Quem tá aprendendo qualquer língua conhece esse filme muito bem.
Ela explicava de novo, eu não entendia de novo, ela enchia o saco e dizia: "Forget it" (esquece).

Aí vem o causu do correio. Toda manhã, lá pelas dez horas, passava o carteiro e ela dizia: "Por favor, vá ver se tem correspondência (Mail please)." E lá ia eu. Sempre tinha um monte de propaganda, folhetos que vendiam até a mãe mas, carta ou coisa que interessasse mesmo, nada.

Eu levava a papelada pra ela.

Na maior cerimônia, como se tivesse abrindo uma carta com as assinaturas do acordo de paz entre palestinos e judeus, ela se sentava, colocava tudo em cima da mesa e começava: abria, lia , rasgava ou amassava, me entregava e dizia: "garbage." (lixo)

Esse causu vai pro meu grande e querido amigo Marcelíssimo - professor de inglês dos mais phodões - que adora contar pra todo mundo (o filho de uma que ronca e fuça) que morei nos EUA por anos e anos e só aprendi três palavras: Mail, Garbage e Forget it.

Minha amiga morreu sozinha numa noite de inverno, o porteiro passou a noite na porta do apartamento, como combinado, viu entreaberta a porta, como de costume (ela tinha medo de ficar com a porta fechada, precisar de ajuda e ninguém conseguir entrar). Ele entrou pra ver se tava tudo bem e tava.

Ela tava deitada tranquila, quietinha, Mortinha da Silva.

Quando eu cheguei, já tinham levado o corpo, a casa tava aberta, entrei, peguei umas coisas minhas e saí a procura de outra patroa.

"Aprovisiono luz de lua para esta viagem de um milhão de milhas. "Saikaku

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Millôr...visto de longe do Brasil, fica melhor ainda

Histórias e causus da região ôncôtô








Já traduzindo pra quem não é conhecedor do vocabulário mineiro, "ôncôtô " quer dizer, "onde que eu estou".

Estou na região de Savoie-Alpes Franceses, leste da França.

Região de estações de esqui, perto de Megève, Chamonix, Flumet, Albertville, Mont Blanc... de uma beleza sem fim, tanto no inverno quanto no verão.

Quando se vem pra essas bandas por pouco tempo, tipo um ou duas semanas pra esquiar ou passear no verão, não dá tempo de conhecer as histórias e viver realmente o dia-a-dia do povo, como eu tenho a sorte de viver há muitos anos. Venho e planto por 1 ou 2 meses sem a menor cerimônia; e ainda me convidam pra voltar. Povo mais hospitaleiro, impossível, e mineira mais folgada também!

Então, estando aqui agora, me lembrei de uma história, um causu interessante ouvido de outras pequenas visitas...rs. E contarei outros. Tem um monte.

Quando andamos pelas ótimas estradas francesas, mesmo as secundárias, com todo o conforto e segurança possíveis, não imaginamos que, há pouco mais de 60 anos, isso aqui era uma região bem diferente, com todas as dificuldades como qualquer interiorzão do nosso país.

Sem estradas, só caminhos, muita região sem luz elétrica, sem calefação decente no inverno, sem socorro imediato em caso de avalanche ou mesmo de um problema de saúde.

Pensamos que tudo sempre foi lindo como uma figura de folhinha de antigamente, com a neve branquinha e vaquinhas procurando um verdinho no meio de tanta neve e com sineta no pescoço.

As vacas continuam ... e com as sinetas.

É uma região de criação de vacas leiteiras, região do queijo Reblochon que é uma delícia das delícias derretido no forno, com batatas. Especialidade do lugar.

Então, o povo que morava nas montanhas, nos cafundós mais altos, de acesso mais difícil impossivel, quando ia chegando o inverno, armazenava o mais que podia, tudo, tudo que ia precisar pra se alimentar e viver durante os longos meses por vir.

E ficavam durante meses todos juntos, um aproveitando o calor do outro, bichos e homens, dentro de casa, literalmente.

Aí é que entra a história que, pra mim, quer dizer, pra nós que não sabemos o que vem a ser 2 metros de neve cobrindo a porta por meses seguidos, jamais poderíamos imaginar.

Se, por um azar do destino, os caminhos estivessem totalmente tomados pela neve, não tinha santo que levasse um médico a estes lugares, então, quando alguém dava o azar de ter um problema sério, era rezar pra não morrer, porque, se viesse a morrer, sabe o que faziam com o corpo? Colocavam no teto da casa. Imagine um familiar no teto? Mortinho da Silva esperando o inverno passar?

E lá ficava a vítima esperando a poeira baixar, quer dizer, a neve derreter pra ter um enterro decente.
E quem quiser que conte outra...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Mais uma da polonesa ! Da série : "Acredite se quiser"


E eis que estou em Paris trabalhando e, minha querida amiga filha da polonesa, me liga pedindo ajuda.

" Mamãe vai operar e preciso que você venha ficar com ela, por favor. Nao sei o quê fazer numa hora assim. "

OK! Pedi uma licença no meu trabalho ... "um minutim que vou ali e volto já" ... e lá fui eu.

Cheguei no final da manhã, direto pro Hospital, e já tinha terminado a cirurgia. Esperamos um pouco e ela veio pro quarto. Lá pelas 2 horas da tarde, ela se sentou na cama, como se nada tivesse acontecido, e pediu seu crochê.

Claro que entreguei e ela começou a tricotar como se nada tivesse acontecido mesmo. Uma cirurgia de câncer no reto e ela nem tchum! Acredite quem quiser, mas juro que foi assim. Perguntei se ela se sentia bem, se tinha alguma dor, algum incômodo e ela: "Nao, nenhum, por que?"

"Por nada, respondi."
Mais tarde, aconteceu uma das situações mais engraçadas do mundo.

A filha dela (a mesma que não conseguiu fazer com que ela doasse os casaquinhos de lã, lembram ?) foi tentar explicar a ela como seria dali por diante. Toda paciente, ela disse: " Mamãe, de agora em diante, a senhora não vai mais precisar ir ao banheiro pra fazer cocô. A senhora vai usar uma bolsa." E ela, com a maior cara de espanto: "Bolsa? Que bolsa? Pra que me comprar uma bolsa se nem saio mais de casa?"

Eu dei um ataque de riso sozinha porque, minha amiga não achou a menor graça. Pra ela, era muito importante, comunicar à mãe, a nova situação.

Quando consegui me acalmar, eu disse: "Nem se preocupe com isso, ela vai demorar um ano pra se dar conta que não faz mais cocô e nem vai estar preocupada em saber qual o caminho que tomou, o que ela comeu. Tá nem aí. Vai ter uma enfermeira, que virá diariamente trocar a bolsa, dar banho (se conseguir.) Deixe a vida rolar. Quando ela perguntar, a gente responde."

Muito a contra-gosto, ela aceitou e correu o tempo.

Fiquei com ela mais uns dias, ela voltou pra casa toda contente e nem sinal de dar notícia da tal bolsa.

Voltei pra Paris e, um belo dia, a moça que ficou tomando conta dela me ligou e disse: -"Você tem bola de cristal?" -"Eu? Por que?" -" Porque, hoje, madame a polonesa, passou a mão na barriga, sentiu uma coisa estranha, levantou a saia e eu achando que ela tava fazendo reconhecimento do terreno, só fiquei olhando."

No que ela viu aquela coisa esquisita grudada nela, pensou alto: "Que porra é essa aqui?"

Dizendo isso, arrancou a tal bolsa de uma só vez, jogou longe e só foi merda que voou pra todo lado.
Ela só me ligou depois de ter passado uma hora limpando a peleja por toda a sala e, depois de ter consumido todo o Pinho Sol de Cannes.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Programação normal e o melhor da viagem




Bom, chegou o dia da viagem.



Uma coisa legal pra se fazer, nos dias de hoje, com tantas mudanças - tanto das companhias aéreas como climáticas - é consultar o site da Infraero pra saber se seu voo tá na hora, sem atraso, se tá tudo normal...

http://www.infraero.com.br/

Você vai procurar à esquerda da página, no alto, Voos on line. Aí, você dará as informações pedidas pra Chegadas ou Partidas.

Mais uma conferida na bolsa de mão: documentos, grana, cartões ...

Se vai de táxi pro aeroporto, vale, também, conferir a reserva já feita antes. Nada de surpresas inconvenientes nessa hora.

No aeroporto, não fui investigada nem revistada hora nenhuma; nem em BH nem no Rio. Em BH, a única diferença foi perguntarem onde eu ia ficar em Paris, com endereço e tudo. Escrevi o endereço num papel, mas nada foi feito com ele, nao anotaram nada. Me pediram pra ver o bilhete de volta e, como não tinha imprimido, pedi pra olharem no computador mas, ficou por isso mesmo, ninguém olhou.


Como preví, a chuvarada no Rio atrasou meu voo e só saimos de BH quase 10 da noite. Se eu tivesse deixado pra comprar alguma coisa no Rio, teria me ferrado. Foi a conta de sair de um avião e cair no outro (já falei sobre isso em outro post. Deixar pra fazer compras no Free Shop pode ser uma roubada).
Voo tranquilo, serviço bem legal da TAM, atendimento e rango, pessoal de bordo muito gentil.

Chegando em Paris, tinha vários policiais bem na saída do avião, olhando o passaporte de todos e mandando alguns ficarem de lado, sei lá porquê. Não acho que seja todo dia, imagino que estavam procurando alguém em especial. Tinha um mané com um papel na mão e olhava pro papel e olhava pro povo tipo "cara crachá". Sei lá quem estavam procurando.

A novidade em Roissy eram várias portas, ao longo dos corredores do aeroporto, como as portas de banco; redondas e com travas. A cada 40 metros, no máximo, tinha uma. E as pessoas tem que esperar pra passar. Achei interessante porque, havendo qualquer problema, bloqueando as portas, ninguém entra ninguém sai.
Ninguém se deu ao trabalho de olhar minhas malas, nem as malas de outras pessoas. Não estava carregando nada comprometedor, mas, minhas malas, eram um verdadeiro supermercado, uma delas, principalmente, de chocolate a doce de leite, de pão-de-queijo em pó a caldo Knor, de guaraná a azeite de dendê. Como diz uma amiga minha "o povo vai pro primeiro mundo, mas não vive sem as coisas do terceiro"...rs.
Amigos me esperando no aeroporto, sorrisos, abraços, raclete na chegada... Só alegria.
Hoje, já saí cedinho de Paris e estou agora nos Alpes Franceses. Objetivo da viagem: vim visitar uma grande amiga. Começo a falar essa semana sobre o lugar onde me encontro. Lindo e perto de Megeve, Chamonix. E uma estação de esqui.
Espero, também, já estar controlando melhor meu noutibuki porque, teclado francês sem acento, fica difícil de rolar.

No mais, Paris com aquele tempo normal da estação, nublado e chuvinha fina, 4 graus quando cheguei à tarde. Bem boa a temperatura!

Ainda estou meio tonta e não sei se tá tendo nexo o que escrevo. Vocês me ajudem na compreensão.
Por melhor que seja a viagem, sair de 30 graus e cair na neve, deixa qualquer um tontim, tontim.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Um pouco de paciência que tô voltando


Amanhã, domingo, me organizo pra voltar a postar normalmente. Acabei de chegar em Paris.

Beijos pra todos e até segunda, contando as novidades dos aeroportos.

Quer casar comigo? Eu quero me casar com sua poesia.



Ferreira Gullar

A VIDA BATE


Não se trata do poema e, sim, do homem e sua vida - a mentida, a ferida, a consentida vida já ganha e já perdida e ganha outra vez. Não se trata do poema e, sim, da fome de vida, o sôfrego pulsar entre constelações e embrulhos, entre engulhos.



Alguns viajam, vão a Nova York, a Santiago do Chile. Outros ficam mesmo na Rua da Alfândega, detrás de balcões e de guichês.
Todos te buscam, facho de vida, escuro e claro, que é mais que a água na grama, que o banho no mar, que o beijo na boca, mais que a paixão na cama.
Todos te buscam e só alguns te acham.
Alguns te acham e te perdem.
Outros te acham e não te reconhecem e há os que se perdem por te achar, ó desatino, ó verdade, ó fome de vida!
O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.
E estamos na cidade sob as nuvens e entre as águas azuis.
A cidade.
Vista do alto ela é fabril e imaginária, se entrega inteira como se estivesse pronta.
Vista do alto, com seus bairros e ruas e avenidas, a cidade é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém.
Mas vista de perto, revela o seu túrbido presente, sua carnadura de pânico: as pessoas que vão e vêm que entram e saem, que passam sem rir, sem falar, entre apitos e gases.
Ah, o escuro sangue urbano movido a juros.
São pessoas que passam sem falar e estão cheias de vozes e ruínas .
És Antônio?
És Francisco?
És Mariana?
Onde escondeste o verde clarão dos dias?
Onde escondeste a vida que em teu olhar se apaga mal se acende?
E passamos carregados de flores sufocadas.
Mas, dentro, no coração, eu sei, a vida bate.
Subterraneamente, a vida bate.
Em Caracas, no Harlem, em Nova Delhi, sob as penas da lei, em teu pulso, a vida bate.
E é essa clandestina esperança misturada ao sal do mar que me sustenta esta tarde debruçado à janela de meu quarto em Ipanema na América Latina.

"Quem costuma viajar sabe que sempre é necessário partir novamente um dia." Paulo Coelho

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Já sei pra onde eu vou ano que vem ...

























































No dia 11 de janeiro começou o Estágio Vivência Mecenas da Vida.
Essa atividade reúne no total 19 universitários de diferentes áreas (Engenharia Agrícola e Florestal, Agronomia, Biologia, Direito, Arquitetura e Técnicas Socorristas ) – todos estudantes da UNICAMP e UNESP (SP), U.Federal de Uberlândia (MG), UFF - Univ. Federal Fluminense e Cândido Mendes (RJ), além de jovens voluntários de Barcelona (Espanha), que vieram para a APA Itacaré/Serra Grande - Bahia - cumprir, pelo período de 1 mês, uma experiência vivencial de campo junto à equipe técnica da ONG Movimento Mecenas da Vida através do Programa Turismo Carbono Neutro.
Achou interessante o projeto? Quer saber mais? Quer participar ano que vem? Quer perguntar ou sugerir?
Visite o site da ONG : http://www.mecenasdavida.org.br/



" Encontrar uma hospedaria encantadora, que não figura em nenhum guia de turismo, transforma sua viagem em uma aventura e você num grande descobridor." Henrietta Brown

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mafalda metendo a mão na massa e eu embarcando no meu sonho

Já estão sendo montadas as duplas, os trios, as tribos, as matilhas.

Então, eleitor amigo, comece você também a organizar, em sua agenda, aqueles nomes todos que foram anotados. Todos aqueles que te traíram, te fizeram passar vergonha, que fizeram você perder seu voto na eleição passada, que te fizeram ficar humilhado perante seus filhos, seu país.

Se acha que sua lista tá pequena, que se esqueceu de alguém, é só dar uma entradinha no Google que ele te ajuda na caça aos canalhas. Fale com seus amigos, com as pessoas que você ama, que você quer bem. Discuta com eles. Troque idéias.

Tá passando da hora da gente dar uma guinada, mostrar nossa força e nosso valor.

Meu sonho é ver meu país dando mais alegria ainda pro seu povo. Ver pessoas sorridentes, mas, como dizia meu pai, com a boca cheia de dentes. Ver a criançada de barriga cheia, não barrigudinha de vermes.

Ver gatinhas de 12 anos curtindo a vida, a escola, os amigos e não, tendo que cuidar de bebês, quando ainda não têm condição de cuidar de si mesmas sozinhas.

Ver um gatinho praticando um esporte, correr na praia atrás de uma bola, depois de ter passado o dia na escola, ao invés de correr da polícia, de comandos e comandantes.

Ver mães em praças, tranquilamente passeando com seus filhos, sem medo que malucos subam na calçada, porque estavam dirigindo completamente bêbados e ceifar a vida de um bando de crianças como se fosse um tremor de terra que não podemos evitar; e, ainda por cima, não serem punidos.

Meu sonho é ver ônibus e aviões cheios de pessoas passeando e conhecendo, em suas merecidas férias, Bonito, Lavras Novas, Diamantina, Joinville, Salvador, Serra da Canastra, Belém do Pará, Chapada Diamantina ou, sei lá mais onde, ir onde tiver vontade, com a grana economizada de seu salário, porque não precisou usar esse dinheiro do sonho pra pagar o pesadelo de um imprevisto de doença, já que o sistema de saúde de seu país funciona tão bem.

Meu sonho é ter um transporte público que não obrigue pessoas a ficarem horas esperando em uma fila enorme, depois de 8, 10 horas de trabalho e, ainda, se desvencilhar de policiais a cavalo, "organizando" uma coluna pra entrar no ônibus.

Meu sonho é não ver mais pessoas perderem o que já nem tem em enchentes, porque permitiram que suas casas fossem contruídas em zonas de perigo e não lhes deram educação pra saberem como cuidar da cidade e da natureza.

Meu sonho é com um país onde um trabalhador rural de 60 anos, com o rosto fortemente marcado pelo sol e pelos anos de muita labuta, não precisa passar pela humilhação de ter seu pedido de aposentadoria especial negado por não conseguir provar, com documentos quase impossíveis de serem obtidos, que é realmente um trabalhador rural com direito à aposentadoria aos 60 e não aos 65 anos.

Meu sonho é não ter que passar a vergonha de ver um político escondendo grana roubada nas meias, enquanto pessoas decentes e assalariadas, devolvem carteiras encontradas com Reais que fariam grande diferença no seu final de mês.

Sonho em não ver o presidente do meu país, tentando nos enfiar, goela abaixo, uma candidata sem preparo e que não "dá liga" com seu povo.

Outra hora eu volto pra contar mais sobre meus sonhos e, talvez, pra dizer que alguns foram realizados e que tô muito contente.

Sonho em ver muitos outdoors espalhados pelo Brasil e pelo mundo com estes dizeres: "Venha conhecer o Brasil. Um dos países mais lindos e mais seguros do mundo."

Não vai ter pra mais ninguém.



" Pior do que não terminar uma viagem é nunca partir." Almir Klink

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como me organizo pra viajar tranquilamente.


Comecei com minha contagem regressiva de horários, pois viajo sexta-feira dessa semana. E o passo-a-passo começa alguns dias antes da partida.

Esse tipo de organização não me deixa louca na hora de viajar, não me faz sair de casa com a sensação de que tô esquecendo coisas importantíssimas, nem ficar suando frio se houver engarrafamento de trânsito e por aí vai.

Passo pra vocês umas boas dicas de pré-viagem.

Primeiro passo - Coloco a mala em um lugar onde ela possa ficar estacionada sem me atrapalhar. Penso no tempo que vou ficar e começo a colocar o que vou levar, aos poucos, no mínimo uns 5 dias antes. Vou colocando com calma. Em outro lugar, numa mesinha por exemplo, vou colocando tudo à medida que vou me lembrando. Passaporte, grana, miudezas. Coisas que provavelmente irão na bagagem de mão. Lembro de 1 coisa, coloco lá : medicamento, um mapa... não importa. Posso colocar muita coisa e, de repente, faço uma triagem na hora de colocar na bagagem de mão.

Ao lado disso aí, uma folha de papel já com tudo escrito do que preciso fazer em casa antes de saltar fora. Escrevo tudo e vou ticando : pagar contas, faxina, comprar produtos pra faxina, não esquecer janelas abertas, luzes acesas e vou ticando à medida que vou cumprindo as tarefas. Lembrei de dizer que moro sozinha, então o batido do tambor é diferente de quem mora em bando, mas muito da organização serve pra todo mundo.

Já fiz meu check-in online, marquei o lugar que gosto de sentar e minha comidinha vegetariana já foi solicitada.
Que mais?

Se tô tomando café, por exemplo, e me lembro de alguma coisa, já me levanto, pego e coloco na mesinha. Nada de pegar assim que terminar meu café porque, depois não vou me lembrar mais o que era.

Li outro dia uma crônica da Danuza Leão falando sobre esse mesmo assunto, e ri, porque uma cena que acontece com ela acontece também comigo. Alguém me liga 1 dia antes da viagem, ou mesmo no dia, e pergunta: "Então, já tá ficando doida? Ainda falta muita coisa pra fazer?" Se não prestar atenção à pergunta, periga deu responder: "Por que? Como assim?" Porque, nessa hora, já tô quiném a foto que coloquei pra ilustrar o post.

De pernas pro ar, esperando o bonde.

Meu voo sai às 19:45h, então tenho mania de ir voltando o relógio e vou anotando no papel que tá em cima da mesinha.
Se vou voar às 19:45h, tenho que estar no aeroporto 3 horas antes. OK ! 16:45h.
Uma hora de ônibus até o aeroporto, então tenho que sair às 15:45h.
Vou pegar ônibus de 15:30h
Saio de casa às 15:00h.

Simples assim !
Última dica. Dar um limpa na bolsa. Nada de CPF, Certidão de Nascimento, Título de Eleitor, Cartão de Débito. Nada disso preciso lá fora. Isso falando de viagem internacional.

" Andando, andando. Pois quero ouvir cada grão da areia que vou pisando." Juan Ramón Jiménez

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...