Já disse, aqui, o quanto adoro visitar feiras, brechós, brocantes de rua, qualquer lugar onde tenha tralhas e mais tralhas pra vender... tô dentro.
Hoje, fui a uma cidade perto de onde me encontro, que se chama Albertville. Sempre que posso, passo nos brechós pra dar uma olhada. Da última vez, dei um grande empurrão na minha coleção de "fèves".
Tem um brechó que se chama Troc de l'ile. Posso passar o dia lá. Um galpão enorme, que tem de tudo, você pode montar uma casa, desde móveis e louça até enfeites. Cada móvel de uma beleza.... As louças então...
É muito comum, quando uma pessoa morre, principalmente os muito idosos, a família chamar um responsável por esses "brocantes" e colocam o que tem dentro da casa à venda - porteira fechada - aí, eles nadam de braçada. Eu iria ficar maluca, porque, desde o mais valioso objeto até cartas e postais, serão vendidos depois em diferentes "brocantes".
Ano passado, comprei um álbum só com cartões postais de 1900 a 1906. Não me canso de ler e reler todos os escritos; verdadeiras cartas e documentos de uma época.
Hoje, não achei nem um fève pra comprar, mas, claro que não voltei de mãos abanando; comprei umas besteirinhas que adoro.
Se fosse montar uma casa por aqui, iria precisar me conter pra não comprar tudo de uma só vez. O mais interessante realmente é ir comprando as coisas aos pouquinhos. Escolhendo, esperando aparecer, porque sempre aparece aquilo com que a gente tá sonhando.
Pena que, no verão, não estarei mais na terra, época que tem brocantes pra todo lado. Tem até calendário com os endereços e dicas. Eles afloram. Todo mundo coloca sua barraca na rua pra ganhar um troco e satisfazer quem gosta da velharia.
Como diz o dono da casa onde estou, sempre que volto de uma feira: "tu'as trouvé ton bonheur?" O que quer dizer mais ou menos: "Você encontrou aquilo que te faz feliz?"
"Claro que sim" eu respondo. "Só o prazer de olhar já me faz feliz."