sábado, 19 de maio de 2012

Nalanda - que nome mais lindo! E que história!

Fui ontem a Nalanda. Como vou voltar com minha amiga que chega no final do mês pra segunda parte desta viagem, não entrei nas ruínas daquela que é considerada uma das primeiras universidades com campus e tudo que tem de mais legal em uma universidade dos nossos dias.
A biblioteca de Nalanda, conhecida como Dharma Gunj (Montanha da Verdade) ou Dharmagañja (Tesouro da Verdade), era o repositório mais famoso do conhecimento budista no mundo naqele tempo. Sua coleção continha centenas de milhares de volumes e era  tão extensa que queimou por cerca de mais de 6 meses, quando incendiada pelos invasores turcosA biblioteca teve três principais edifícios tão altos quanto nove andares de altura, Ratnasagara (Mar de Jóias), Ratnodadhi (Oceano de Jóias), eRatnarañjaka (Delighter de Jóias).
E o homem conseguiu destruir isso tudo.Mas deixa este assunto, que volto nele quando voltar a Nalanda.
Pra você já ir tendo uma idéia, olhe as fotos que fiz nas ruas, estrada, parques que visitei ontem e hoje.

 Não consigo me acostumar com esse povo solto em cima de ônibus e caminhão. Acredite que ontem vi um sujeito sentado num sofá de todo tamanho em cima de um ônibus? Ele amarrou o sofá naquela grade lateral e veio sentado como se tivesse em casa vendo Esporte Espetacular.
Talvez a inspiração pra "Priscila", tenha saído daqui.
Eu perco muita coisa. Não dá tempo de fotografar. Já pensei em dar um plantão na beira da estrada. Mas tenho que dar sorte no dia.

 Fomos almoçar neste restaurante em Nalanda. Chegamos e estavam lavando tudo, numa daquelas faxinas de sábado. Falei:
- Não vai rolar, vamos pra outro.
O proprietário:
- Podem se sentar e fazer o pedido.
E continuaram a faxina no mesmo rítmo, lascando água pra todo lado, inclusive nos nossos pés. Como o calor é saarístico, seca um minuto depois. E comemos uma comida muito gostosa. 
O motorista estacionou o carro atrás do restaurante. Quando saímos, fiquei conhecendo o  lado B. Melhor continuar saindo pela porta de entrada....rs.
Se você faz o gênero que sente nojo de tudo e escolhe muito o que vai comer ou beber, definitivamente o seu lugar não é a Índia. Tente outra praia.

 Amei as cores do Restaurante.

 A faxina

 Não gostou da pia pra lavar as mãos na saída? Sabe, que na estrada ninguém lava. Uma falta de propósito sem fim. Não importa o que estivesse fazendo. Antes de comer não se lava as mãos. Mas capricham na saída, porque comem com as mãos.
Voltando à pia. Você achou estranha, né? Pois saiba que ela foi escolhida com todo esmero e foi tão desejada, tão sonhada, como aquela cozinha com design italiano que você tanto quer.

 Isso é o que chamamos cá pra nós, de "uma peça muito rara"!

 Desta vez não teve erro. Acertamos direitim.

O guia local leu 937, mas eu acho q tem um 1 escondido aí.

 Os indianos procuram conservar os jardins e arredores dos seus locais turísticos o mais bonito possível

 Como eu estou fazendo o caminho de Sidharta, não resisti e fui conhecer mais este.Mas vou ter que voltar. A visita foi muito superficial. Uma gruta onde ele ficou por muito tempo meditando. Contarei mais detalhes no próximo post.


 Esperei muito pra tirar esta foto sem ninguém, mas não deu. É um entra e sai sem fim. 
Mas gostei deste resultado.

 Este é um templo que fica aos pés de uma montanha que tem uma mina de água quente. Agora no verão tava pelando. No inverno deve até ser gostoso. Foi um dos lugares mais úmidos que já fui em minha vida. Pior do que Cataratas do Iguaçu. Quando saí de lá, pensei que alguem tinha despejado um balde de água em mim e eu nem tinha visto. 
A cidade vem tomar banho aqui, lavar roupa, relaxar. Homens, mulheres, crianças, todo mundo junto. Tinha muita gente nua. Homens principalmente, mas as mulheres tomam banho com um pano fino enrrolado, então...
A criançada faz uma festa.
Tem uma piscina com a mesma água, mas numa espécie de gruta com uma boca  de entrada daquelas que amo. Tem que abaixar pra entrar. Devido a eminência de não sobrevivência, não entrei. Vamos ver na volta se animo a pelo menos colocar a cara lá dentro.

 As fontes vistas de cima. Tem várias saídas de água e ficam uns manés tentando enrolar a gente pra ganhar dinheiro. Vi um deles arrancando 200 rupias de um japa, então quando ele veio pro meu lado já disse que não queria. Te faz repetir uns mantras. Essas coisas pra dar sorte. Já tô com sorte demais, preciso não. E ele insistia, insistia, por fim falou que não ia cobrar nada ele era sei lá o que. Pra ficar livre falei os OM que ele pediu. Quando estava subindo a escada pra vir embora, ele veio atrás pedindo dinheiro. Eu disse:
- Eu só aceite porque você disse que não tinha que pagar.
Ele voltou no mesmo passo.


O sino é enorme e falta descobrir sua origem.

 Essa trinca aí, não tava planejando boa coisa. Falavam sem parar e chegou a sair um arranca-rabo, que eu desfiz, fotografando.

 Adorei o jardim a moda antiga.

 Tomamos o café da manhã de hoje neste restaurante parecido com entrada de casa de vó de antigamente.

Rodeei o restaurante seguindo as flores e dei de cara com essa fofura.

O sol estourando mamona e ele tranquilo, suadinho e com uma foice na mão podava a grama. Abriu um sorriso quando me viu e eu elogiei as plantas dele. Ficou feliz e começou a falar os nomes das flores. Buganville é praticamente a mesma palavra. Aliás, flores e pedras são fáceis de falar no mundo todo.

Impressionante a facilidade com que esse povo fica agachado o dia todo. Também, com esta magresa! Tô achando que mulher indiana deve ter parto normal na sua quase totalidade. Vou investigar,.


Saída de escola. Pelo visto tem cara de faculdade. O povo tá bem crescidinho. Mas, de uniforme? Mais uma investigação.

Parece um arranjo de mesa. 
Lindo!

E as flores nesta época esturricada do ano, me lembram muito as nossas flores do cerrado. Nem sei se existe esta no Brasil, mas me lembrei.

http://www.shunya.net/Pictures/NorthIndia/Nalanda/Nalanda.htm



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cada um fazendo sua parte e este WC vai sair...bora povo!!!

Sobrinha querida mandou imeio pra turma dela e repasso pra você. Cada um ajuda como pode e à sua maneira. O importante é o WC sair e as crianças terem um mínimo necessário de conforto e higiene.

Já tem a bomba d'água, precisa de motor pra jogar água na caixa d'água que vai servir ao WC.

Aqui neste cantinho vai ser construído o WC. E será daquela fossa que aproveita os resíduos pra fazer adubo. Nada se perde.

  Fazer o bem - construir banheiro na Índia
Prezados,
tenho uma tia doida demais, que puxou a mim, que agora está no cú da Índia, num vilarejo mais pobre que o visto no começo do filme Quem Quer Ser um Milionário.
É uma escola sem mesa, cadeira, e sem banheiro. Pelo menos no filme o moleque que virou milionário tinha onde cagar, mesmo que fosse um banheiro comunitário no meio do mato.
Lá eles não tem, então ela está arrecadando grana para construir um cagatório para as crianças.
Qualquer ajuda é bem vinda. De dez conto a energias positivas.
Não vou passar a conta dela, melhor mandarem email para ela (o email dela está neste email) e saber a conta e outras coisas que quiserem.
E se quiserem mandar com cópia para mim, pois caso ela não tenha tempo de ver ou qualquer coisa, eu tomo as rédeas, pois sei tudo.
Quem quiser saber dessa idéia da construção de um W.C,, o post é:http://oquevivipelomundo.blogspot.com.br/2012/05/vamos-construir-um-wc-pra-criancada.html
Mas quem quiser saber da viagem dela como um todo, e aí ficar todo envolvido com a alegria das crianças, a beleza das cores, a honestidade e humildade do povo, e sentir uma vontade enorme e MANDAR INDIANO CAGAR, entra no: http://oquevivipelomundo.blogspot.com.br/
Projeto vamos mandar indiano cagar.
Apoiem esta idéia.
Beijos,
Tereza
Ps: brincadeiras a parte, a coisa é séria mesmo, é real e verídica. Uma causa super fofa.

Minha resposta

Obrigada sombrinha quérida do meu coração, pela força...realmente aqui quando manda "cagar no mato", é tomado ao pé da letra.
Pessoas, saio de Gaya no dia 29-05. Dia 27 ou 28 retiro todas as doações da minha conta e vou com o responsável pela escola comprar material de construção. Farei fotos de tudo com recibo e firma reconhecida, pra colocar no meu blog e vcs saberem pra onde foi a grana que mandaram pra ajudar. OK
bjos bjos e muito obrigada por qualquer ajuda
eidia

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Eleições 2012. Pra que? Presidente. Então tá bom.

Descobri que aqui na Índia é uma honra ser recebido em algum lugar, quando logo correm e te trazem uma cadeira pra sentar. Se não tem cadeira, arrancam uma vítima de uma e te colocam nela. Quase morro de vergonha!
Fui lá ver o povo votar. Não sei se era o único lugar na cidade, mas fica bem perto aqui do meu Hotel.
Proibido no dia da eleição trânsito de carros, motos, ônibus, qualquer coisa.

 Realmente as ruas estavam vazias. Circulavam os tuc-tuc, pra transportar os eleitores, e alguns poucos carros que não sei porque tinham permissão. Tem muita coisa que nem pergunto, porque a explicação é tão longa que me dá preguiça.

 Votar é obrigatório a partir de 18 anos. Estes aí já tinha cumprido com seu dever imposto. O Anup não votou porque não chegou seu papel. Que papel? E eu lá sei!

 Uma pena eu  não ter podido fotografar mais de perto. O lugar é até bonito, uma espécie de lote vago ou parque, com um barraco no meio, literalmente caindo aos pedaços, sem portas, nem janelas e parte de um telhado. Uma ruína.
Só Deus sabe porque votam ali. Tem prédios legais, hotéis, prefeitura, prédios públicos. Vou me arriscar de perguntar ao Anup.

 A fila vista de longe. De um lado as mulheres e os homens do outro..

 Guardas fortemente armados. Segundo o Anup, a mãe dele diz que dia de eleição é dia de ficar dentro de casa. Nada de sair. Muito perigoso. Sempre tem tiros e mortes. 
Ele veio me buscar, porque sabia que eu queria ver como era. Não senti nenhuma ameaça. Pelo menos enquanto estive lá. Fomos entrando e quando chegamos no final deste caminho, atrás do Jeep, os policiais me viram e vieram todos na minha direção. Inclusive os manda-chuva. Cumprimentei a todos e o Anup disse porque eu tava ali. Curiosidade. Mais que depressa o comandante, deve ser, pela pança, falou não sei o que prum soldado e descobri 1 minuto depois que pedia uma cadeira. Pra eu sentar e ficar assistindo a fila andar.Só faltava essa.
Dei mais um tempinho pra despistar, perguntei se podia fotografar ele disse que não, então viemos embora. 

Na porta da eleição este senhor fazia o maior sucesso vendendo uma espécie de bolinhos de não sei o que com molho. A cara é até boa! Anup e o amigo pararam pra comprar preu experimentar a "comida típica indiana", no que eu agradeci, "obrigada acabei de tomar café e tô sem fome", eles compraram pra eles, comeram com a melhor boca do mundo, quiném brasileiro comendo churrasquinho de gato na saída de estádio de futebol, enquanto isso o moço ia lavando os pratos e as colheres, só jogando água, balançando e servindo o próximo, e continuava o baile. 
Só Deus mesmo pra saber porque não morrem aos montes todos os dias com todas as infecções e problemas por falta de higiene, que mata a gente aí no Brasil fácil, fácil!
O calorão deve matar os micróbios e bactérias todas antes de atingir o homem. 
Hoje por exemplo, deve estar passando dos 40º,  façim, façim!

Diferenças culturais - sempre aprendendo

Ontem foi aniversário de dois rapazes que fiquei conhecendo aqui e que estão colados em mim desde que cheguei.
Me convidaram pra comer um bolo com eles no restaurante do hotel às 5 horas da tarde. OK. 
E tão ficando cada dia mais soltinhos. 
- Tem que trazer presente!
- Tá bom!
E lá fui eu comer o bolo. Com receio é claro!
Tinham três indianos, um paquistanês um japonês e eu. Torre de Babel.
E o bolo no meio da mesa. Daqueles bolos  das nossas padarias. Pronto, só esperando o nome da vítima pra ser adicionado.
Cantamos parabéns pros dois, abraços de Feliz Aniversário e vamos ao bolo.
Um dos aniversariantes cortou o bolo, ou melhor, picotou  ele. Me serviram em um prato de sobremesa uma colher com uma porção, o mesmo pro japonês e o resto do bolo foi devorado por eles de colheradas direto no produto. É muito engraçado. Muita diferença. De repente um deles vem com uma colher de bolo a mais pra clocar no meu prato.
- Não, obrigada.
Não tava ruim, mas era manteiga pura a cobertura. Ui!
Me esqueci de dizer que enquanto um picotava o bolo, o outro enchia os copos dos convidados com cerveja. Como aqui é proibido vender bebida alcoólica na grande maioria dos lugares, eles tavam na maior animação em ter conseguido não sei onde a cerveja. Me cheirou a qualquer ato na moita. 
Não bebo nada muito menos cerveja, que acho muito ruim. Provei pra ver se era parecida com o gosto que conheço. Muito pior. Era bem doce. E bem gelada. E quem servia fazia com todo cuidado pra não dar espuma nenhuma. Enchia o copo até a tampa.
E bebiam felizes parecendo que estavam no céu. Só o Anup e eu não bebemos.
Devorado o bolo, veio a surpresa. E eu ainda me surpreendo!
O garçom trazendo a parte salgada. Uma salada e castanhas. 
E caíram de bunda nos dois. Eu disse que na minha terra é diferente. O bolo é servido no final da festa. 
- Por que os salgados agora?
- Porque agora vamos beber e cerveja bebe comendo salgado.
- Jura? Que legal.
E depois veio frango, pão, molho de sei lá o que, eu já tava com fome, pedi uma sopa de legumes, e enquanto esperava minha sopa e eles falando sem parar uns com os outros e ao mesmo tempo ao telefone, pra me distrair fui fotografando o que tinha na mesa.
Falei pro Anup que amanhã queria sair pelos arredores da cidade, passear. Ele disse. 
- Não vai ser possível, amanhã tem eleição e não pode andar de carro, nem moto, nem nada.
- Eleições?
- É
Duro não entender uma língua! Também nada em absoluto indicava que ia rolar eleição amanhã.
Então tá bom, vou ver o povo votar.

 Parecia aniversário de criança. Uma alegria só.

 Salada depois do bolo.Então tá!


 Tanto a cerveja como o cigarro vem com os mesmos avisos dos nossos.

 Fala sério! Você ficou com vontade de beber isso aí?


Pelo menos nesta cidade onde me encontro, o indiano fuma muito pouco. E nunca dentro de lugar algum.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Da série: acredite se quiser...

Aqui na Índia a única diferença que existe entre uma auto-estrada com pedágio, várias pistas, de uma estrada normal de mão dupla, é um canteiro dividindo as  pistas. No mais não muda nada. Passa boi, passa boiada, passa cabrito, tuc-tuc, bicicleta e até moça bonita.
Mas domingo, indo pra este evento que conto no post abaixo, aconteceu uma surpresa, uma novidade. Como se ainda fosse possível acontecer mais coisas inusitadas. Foi tão rápido e tão sem sentido, que nem tive reflexo pra pegar a câmera e fotografar.
Estamos nós indo felizes e contentes. Devido há muito telefonema pra lá e pra cá, muita paração pra perguntar, deduzi:
- Estamos perdidos.
Perguntei pro Anup e ele disse, que perdidos perdidos não tamo não, estamos na direção certa, só não sabemos em qual estrada secundária entrar. OK. Fomos continuando.
De repente o motorista recebe um telefonema, fala fala fala e entra no acostamento. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, manobra na pista, e pensei:
- Do jeito que são no notion, ele agora  vai subir o canteiro e pular pro lado de lá. Qual o que! Muito pior!
Como se novamente fosse a coisa mais natural do mundo, começo a dirigir  de volta, na contra mão. 
Virei pro Ragi e perguntei:
- É um suicídio coletivo? Porque se for, ninguém me consultou se to afim.
Ele riu e falou:
- De forma alguma, estamos nesta vida pra vivermos e sermos felizes.
 E o carro na contra-mão e os outros desviando na boa. Nem um farol piscou, ninguém colocou a cabeça pra fora e gritou absolutamente nada, até que mais ou menos 1km pra frente, ou pra trás,  ele atravessou pro outro lado porque tinha uma parte do canteiro quebrada.
E achamos felizes o nosso destino.

E quem quiser que conte outra!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ação Global aqui na Índia

Passamos o dia ontem em uma Ação Global à indiana. Foi muito legal. Um dia super proveitoso.
A comunidade local se reuniu pra receber medicamentos, fazer exames mais superficiais, atendimento ginecológico, exames de sangue,  palestras e muita confraternização. 

Já gostei do pedágio, que além de ser muito barato ainda veio com este aviso.

Pra variar eu arranjo confusão. Assim que chegamos, fui apresentada e recebida como se fosse alguem. Timidez foi uma fila que não entrei nela. Não sei o que vem a ser, mas se há uma fila que entrei umas 20 vezes, foi a de não querer me exibir, me expor, querer ser a tal. Tenho pavor. Então, quando me convidaram pra sentar lá no palco, junto com as autoridades eu disse:
- Vou sim, sem problemas. Morta.
Nem que a vaca tussa. Ainda mais em uma terra de pessoas mais simples e pobres impossível. Consegui sair fora, dizendo que ia aproveitar que não entendia os discursos e fotografar a festa. Graças a Deus acharam uma boa idéia.

Mas não deu muito certo. Comecei bem devagarinho fotografando como quem não quer nada, e em 2 minutos, foi chegando gente, foi juntando gente, e quando dei por si, o povo tava ao meu redor, me cercou e o mané falando quase sozinho. Só quis morrer um tiquim.
Pedi licença e com muito custo consegui ir pra um outro lugar onde não fosse dividir a atenção com ninguém.
Saca só a cara do meu guarda-costas tentando despistar o mal arrumado que eu causei.

Olhe as caras dos donos da festa. Deviam estar pensando:
- Essa aí nem bem chegou e já armou um circo. 
Mas, foram super gentis comigo. O tempo todo. O simples fato de receberem em sua pequena cidade uma pessoa que veio do outro lado do mundo, já é motivo pra eles se sentirem orgulhosos. Era um tal de ganhar doce, fruta, e tira passas do bolso e me dá, e eu só passando pra frente dava pras crianças que andavam atrás de mim quinem procissão. Um bando.
Só comi banana. O Anup já sabe que eu não vou me arriscar de beber água daqui, nem comer fruta que não seja descascada, ou comida cozida. Salada nem pensar. Por isso nunca tenho nada. Além da sorte, me cuido. Adoecer longe de casa é phoda!
A água mineral que trouxemos devia estar há uns 40 graus, dava quase pra fazer café. Eles não tem geladeira. Um calor de 40º e tantos e água quente. Só chinês que aguenta. 
Vi uma banca de melancia, quase não resisti. Mas, olhando pra quem  cortava e entregava, banquei a forte e não comi.

O Templo

Meus amigos do Iraque vão pensar que fiz estas fotos lá. Tal e qual. E devido ao calor, o céu e o ar tomam uma cor de fumaça, que dá este aspecto de poeira e secura. 



As filas pra receber os medicamentos ou serem atendidos.

Não vi nada de luvas e muito equipamento. Tudo muito simples e à moda mais antiga. 

A bancada dos médicos parecia uma banca examinadora de escola. Onde eu chegava parava tudo, então eu saia rapidim, senão o serviço não andava. Fora o monte de gente que veio com papéis e receitas me entregar pra eu resolver o problema. Espero que você acredite, senão fico aqui perdendo meu tempo e contando. Resumindo muito, porque em um dia aconteceu coisa pra 5  posts.

Impressionante como a gente se entrega de corpo e alma pra um médico. Realmente é a visão da salvação. Pena que muitos filhas da mãe não se lembram da sua promessa na formatura...

Agulha descartável? O que?


Você sabe o que é um catre? Não. Google. Pra todo lado este é o móvel mais importante e às vezes o único em uma casa.

E a cozinha tava a todo vapor preparando o rango pro povo. Aqui piorava um tico. Só não fotografei com zoom pra não ser indelicada, mas nessa coberta com fornalha dentro e sol banda de fora, tava duro na queda.

Que isso? Batatas. 
Escuto minha mãe dizendo:
- Por que não colocam na água? Vão ficar todas pretas!
Que água?
Me salvei também do almoço. Foram me catar no meio da multidão pra almoçar. Um manda-chuva abrindo caminho...que vergonha!
Chegando no local, não vi uma única mulher, comer no chão, com as mãos,  naquele calorão, pensei e falei pro Anup:
- Olha pra não haver constrangimento de nenhuma das partes vou sair de fininho. OK?
Mais uma vez ele entendeu e deu cobertura. 

E dá-lhe palestra. Ainda nem tive tempo de perguntar sobre o que falaram, mas o povo prestava atenção.


Médico e povo se confunde aqui.



Saímos umas 4 horas da tarde e o movimento continuava tal e qual a gente achou pela manhã quando chegamos.
Viajamos 3 horas pra ir e mais 3 pra voltar. Quase cheguei a Varanasi.

Fomos convidados a tomar um chá na casa de um dos organizadores do evento ( primeiro à esquerda ) .A família também não sabia o que fazer comigo pra me agradar. Pela enésima vez me ofereceram chá, que eu adoro, mas naquele calorão e ele muito doce, eu queria morrer toda vez que bebia. Tentei sair fora mais uma vez na casa, mas não teve jeito. A dona da casa não se conformava deu não aceitar. Bebi, e na metade da xícara, tive a brilhante idéia de fazer fotos. Deixei a xícara na bandeja e não mais voltei.

Este é o reservatório de gás da cozinha. Munição pra cozinhar pra vários dias.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...