domingo, 20 de maio de 2012

Tangkas tibetanas em Bodhgaya. Lindas!

Fui visitar o estúdio do Anis. Ele é um artista que faz Tangkas. E vende também outras de seu professor e de outros artistas. Um estúdio simples, mas muito gostoso. E ele é uma paz, como o que representa o trabalho que faz. Escolhi uma pra mim, mas, ainda quero voltar pra olhar com muito mais calma todas elas. Evidente que as mais antigas e mais maravilhosas são as mais caras mas eu me contento com uma feita hoje,  com o talento de um grande artista como o Anis.


É muito interessante quando um conhecedor te explica tim-tim por tim-tim o que quer dizer casa desenho, cada cor, cada símbolo.
Dá vontade de comprar muitas. 

Esta é uma das mais antigas. Custa em torno de 2.000 euros.
Terminei de ler o livro do Airton Ortiz, Pelos Caminhos do Tibete, e ele explica direitim como comprar e o simbolismo de cada tangka. Quando o Anis me mostrou essa, fui logo cheirando e ele deve ter pensado. Tá aí alguem que sabe ao que veio. Maomenos, Anis. Maomenos...rs
Por enquanto escolhi essa pra mim...é muito linda!

O Anis mesmo é que trata o tecido de algodão pra depois pintar. Ele fica esticado nesta espécie de moldura e aí mesmo ele pinta. Seu cavalete.
Demora de 2 a 3 meses pra terminar um trabalho


Pena que ficou sério na foto. Ele tem um sorriso lindo!


Esta "cortininha" deve ser baixada quando a gente não está em casa. Pra proteger a tangka



Vitrine dos estúdio

sábado, 19 de maio de 2012

Nalanda - que nome mais lindo! E que história!

Fui ontem a Nalanda. Como vou voltar com minha amiga que chega no final do mês pra segunda parte desta viagem, não entrei nas ruínas daquela que é considerada uma das primeiras universidades com campus e tudo que tem de mais legal em uma universidade dos nossos dias.
A biblioteca de Nalanda, conhecida como Dharma Gunj (Montanha da Verdade) ou Dharmagañja (Tesouro da Verdade), era o repositório mais famoso do conhecimento budista no mundo naqele tempo. Sua coleção continha centenas de milhares de volumes e era  tão extensa que queimou por cerca de mais de 6 meses, quando incendiada pelos invasores turcosA biblioteca teve três principais edifícios tão altos quanto nove andares de altura, Ratnasagara (Mar de Jóias), Ratnodadhi (Oceano de Jóias), eRatnarañjaka (Delighter de Jóias).
E o homem conseguiu destruir isso tudo.Mas deixa este assunto, que volto nele quando voltar a Nalanda.
Pra você já ir tendo uma idéia, olhe as fotos que fiz nas ruas, estrada, parques que visitei ontem e hoje.

 Não consigo me acostumar com esse povo solto em cima de ônibus e caminhão. Acredite que ontem vi um sujeito sentado num sofá de todo tamanho em cima de um ônibus? Ele amarrou o sofá naquela grade lateral e veio sentado como se tivesse em casa vendo Esporte Espetacular.
Talvez a inspiração pra "Priscila", tenha saído daqui.
Eu perco muita coisa. Não dá tempo de fotografar. Já pensei em dar um plantão na beira da estrada. Mas tenho que dar sorte no dia.

 Fomos almoçar neste restaurante em Nalanda. Chegamos e estavam lavando tudo, numa daquelas faxinas de sábado. Falei:
- Não vai rolar, vamos pra outro.
O proprietário:
- Podem se sentar e fazer o pedido.
E continuaram a faxina no mesmo rítmo, lascando água pra todo lado, inclusive nos nossos pés. Como o calor é saarístico, seca um minuto depois. E comemos uma comida muito gostosa. 
O motorista estacionou o carro atrás do restaurante. Quando saímos, fiquei conhecendo o  lado B. Melhor continuar saindo pela porta de entrada....rs.
Se você faz o gênero que sente nojo de tudo e escolhe muito o que vai comer ou beber, definitivamente o seu lugar não é a Índia. Tente outra praia.

 Amei as cores do Restaurante.

 A faxina

 Não gostou da pia pra lavar as mãos na saída? Sabe, que na estrada ninguém lava. Uma falta de propósito sem fim. Não importa o que estivesse fazendo. Antes de comer não se lava as mãos. Mas capricham na saída, porque comem com as mãos.
Voltando à pia. Você achou estranha, né? Pois saiba que ela foi escolhida com todo esmero e foi tão desejada, tão sonhada, como aquela cozinha com design italiano que você tanto quer.

 Isso é o que chamamos cá pra nós, de "uma peça muito rara"!

 Desta vez não teve erro. Acertamos direitim.

O guia local leu 937, mas eu acho q tem um 1 escondido aí.

 Os indianos procuram conservar os jardins e arredores dos seus locais turísticos o mais bonito possível

 Como eu estou fazendo o caminho de Sidharta, não resisti e fui conhecer mais este.Mas vou ter que voltar. A visita foi muito superficial. Uma gruta onde ele ficou por muito tempo meditando. Contarei mais detalhes no próximo post.


 Esperei muito pra tirar esta foto sem ninguém, mas não deu. É um entra e sai sem fim. 
Mas gostei deste resultado.

 Este é um templo que fica aos pés de uma montanha que tem uma mina de água quente. Agora no verão tava pelando. No inverno deve até ser gostoso. Foi um dos lugares mais úmidos que já fui em minha vida. Pior do que Cataratas do Iguaçu. Quando saí de lá, pensei que alguem tinha despejado um balde de água em mim e eu nem tinha visto. 
A cidade vem tomar banho aqui, lavar roupa, relaxar. Homens, mulheres, crianças, todo mundo junto. Tinha muita gente nua. Homens principalmente, mas as mulheres tomam banho com um pano fino enrrolado, então...
A criançada faz uma festa.
Tem uma piscina com a mesma água, mas numa espécie de gruta com uma boca  de entrada daquelas que amo. Tem que abaixar pra entrar. Devido a eminência de não sobrevivência, não entrei. Vamos ver na volta se animo a pelo menos colocar a cara lá dentro.

 As fontes vistas de cima. Tem várias saídas de água e ficam uns manés tentando enrolar a gente pra ganhar dinheiro. Vi um deles arrancando 200 rupias de um japa, então quando ele veio pro meu lado já disse que não queria. Te faz repetir uns mantras. Essas coisas pra dar sorte. Já tô com sorte demais, preciso não. E ele insistia, insistia, por fim falou que não ia cobrar nada ele era sei lá o que. Pra ficar livre falei os OM que ele pediu. Quando estava subindo a escada pra vir embora, ele veio atrás pedindo dinheiro. Eu disse:
- Eu só aceite porque você disse que não tinha que pagar.
Ele voltou no mesmo passo.


O sino é enorme e falta descobrir sua origem.

 Essa trinca aí, não tava planejando boa coisa. Falavam sem parar e chegou a sair um arranca-rabo, que eu desfiz, fotografando.

 Adorei o jardim a moda antiga.

 Tomamos o café da manhã de hoje neste restaurante parecido com entrada de casa de vó de antigamente.

Rodeei o restaurante seguindo as flores e dei de cara com essa fofura.

O sol estourando mamona e ele tranquilo, suadinho e com uma foice na mão podava a grama. Abriu um sorriso quando me viu e eu elogiei as plantas dele. Ficou feliz e começou a falar os nomes das flores. Buganville é praticamente a mesma palavra. Aliás, flores e pedras são fáceis de falar no mundo todo.

Impressionante a facilidade com que esse povo fica agachado o dia todo. Também, com esta magresa! Tô achando que mulher indiana deve ter parto normal na sua quase totalidade. Vou investigar,.


Saída de escola. Pelo visto tem cara de faculdade. O povo tá bem crescidinho. Mas, de uniforme? Mais uma investigação.

Parece um arranjo de mesa. 
Lindo!

E as flores nesta época esturricada do ano, me lembram muito as nossas flores do cerrado. Nem sei se existe esta no Brasil, mas me lembrei.

http://www.shunya.net/Pictures/NorthIndia/Nalanda/Nalanda.htm



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cada um fazendo sua parte e este WC vai sair...bora povo!!!

Sobrinha querida mandou imeio pra turma dela e repasso pra você. Cada um ajuda como pode e à sua maneira. O importante é o WC sair e as crianças terem um mínimo necessário de conforto e higiene.

Já tem a bomba d'água, precisa de motor pra jogar água na caixa d'água que vai servir ao WC.

Aqui neste cantinho vai ser construído o WC. E será daquela fossa que aproveita os resíduos pra fazer adubo. Nada se perde.

  Fazer o bem - construir banheiro na Índia
Prezados,
tenho uma tia doida demais, que puxou a mim, que agora está no cú da Índia, num vilarejo mais pobre que o visto no começo do filme Quem Quer Ser um Milionário.
É uma escola sem mesa, cadeira, e sem banheiro. Pelo menos no filme o moleque que virou milionário tinha onde cagar, mesmo que fosse um banheiro comunitário no meio do mato.
Lá eles não tem, então ela está arrecadando grana para construir um cagatório para as crianças.
Qualquer ajuda é bem vinda. De dez conto a energias positivas.
Não vou passar a conta dela, melhor mandarem email para ela (o email dela está neste email) e saber a conta e outras coisas que quiserem.
E se quiserem mandar com cópia para mim, pois caso ela não tenha tempo de ver ou qualquer coisa, eu tomo as rédeas, pois sei tudo.
Quem quiser saber dessa idéia da construção de um W.C,, o post é:http://oquevivipelomundo.blogspot.com.br/2012/05/vamos-construir-um-wc-pra-criancada.html
Mas quem quiser saber da viagem dela como um todo, e aí ficar todo envolvido com a alegria das crianças, a beleza das cores, a honestidade e humildade do povo, e sentir uma vontade enorme e MANDAR INDIANO CAGAR, entra no: http://oquevivipelomundo.blogspot.com.br/
Projeto vamos mandar indiano cagar.
Apoiem esta idéia.
Beijos,
Tereza
Ps: brincadeiras a parte, a coisa é séria mesmo, é real e verídica. Uma causa super fofa.

Minha resposta

Obrigada sombrinha quérida do meu coração, pela força...realmente aqui quando manda "cagar no mato", é tomado ao pé da letra.
Pessoas, saio de Gaya no dia 29-05. Dia 27 ou 28 retiro todas as doações da minha conta e vou com o responsável pela escola comprar material de construção. Farei fotos de tudo com recibo e firma reconhecida, pra colocar no meu blog e vcs saberem pra onde foi a grana que mandaram pra ajudar. OK
bjos bjos e muito obrigada por qualquer ajuda
eidia

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Eleições 2012. Pra que? Presidente. Então tá bom.

Descobri que aqui na Índia é uma honra ser recebido em algum lugar, quando logo correm e te trazem uma cadeira pra sentar. Se não tem cadeira, arrancam uma vítima de uma e te colocam nela. Quase morro de vergonha!
Fui lá ver o povo votar. Não sei se era o único lugar na cidade, mas fica bem perto aqui do meu Hotel.
Proibido no dia da eleição trânsito de carros, motos, ônibus, qualquer coisa.

 Realmente as ruas estavam vazias. Circulavam os tuc-tuc, pra transportar os eleitores, e alguns poucos carros que não sei porque tinham permissão. Tem muita coisa que nem pergunto, porque a explicação é tão longa que me dá preguiça.

 Votar é obrigatório a partir de 18 anos. Estes aí já tinha cumprido com seu dever imposto. O Anup não votou porque não chegou seu papel. Que papel? E eu lá sei!

 Uma pena eu  não ter podido fotografar mais de perto. O lugar é até bonito, uma espécie de lote vago ou parque, com um barraco no meio, literalmente caindo aos pedaços, sem portas, nem janelas e parte de um telhado. Uma ruína.
Só Deus sabe porque votam ali. Tem prédios legais, hotéis, prefeitura, prédios públicos. Vou me arriscar de perguntar ao Anup.

 A fila vista de longe. De um lado as mulheres e os homens do outro..

 Guardas fortemente armados. Segundo o Anup, a mãe dele diz que dia de eleição é dia de ficar dentro de casa. Nada de sair. Muito perigoso. Sempre tem tiros e mortes. 
Ele veio me buscar, porque sabia que eu queria ver como era. Não senti nenhuma ameaça. Pelo menos enquanto estive lá. Fomos entrando e quando chegamos no final deste caminho, atrás do Jeep, os policiais me viram e vieram todos na minha direção. Inclusive os manda-chuva. Cumprimentei a todos e o Anup disse porque eu tava ali. Curiosidade. Mais que depressa o comandante, deve ser, pela pança, falou não sei o que prum soldado e descobri 1 minuto depois que pedia uma cadeira. Pra eu sentar e ficar assistindo a fila andar.Só faltava essa.
Dei mais um tempinho pra despistar, perguntei se podia fotografar ele disse que não, então viemos embora. 

Na porta da eleição este senhor fazia o maior sucesso vendendo uma espécie de bolinhos de não sei o que com molho. A cara é até boa! Anup e o amigo pararam pra comprar preu experimentar a "comida típica indiana", no que eu agradeci, "obrigada acabei de tomar café e tô sem fome", eles compraram pra eles, comeram com a melhor boca do mundo, quiném brasileiro comendo churrasquinho de gato na saída de estádio de futebol, enquanto isso o moço ia lavando os pratos e as colheres, só jogando água, balançando e servindo o próximo, e continuava o baile. 
Só Deus mesmo pra saber porque não morrem aos montes todos os dias com todas as infecções e problemas por falta de higiene, que mata a gente aí no Brasil fácil, fácil!
O calorão deve matar os micróbios e bactérias todas antes de atingir o homem. 
Hoje por exemplo, deve estar passando dos 40º,  façim, façim!

Diferenças culturais - sempre aprendendo

Ontem foi aniversário de dois rapazes que fiquei conhecendo aqui e que estão colados em mim desde que cheguei.
Me convidaram pra comer um bolo com eles no restaurante do hotel às 5 horas da tarde. OK. 
E tão ficando cada dia mais soltinhos. 
- Tem que trazer presente!
- Tá bom!
E lá fui eu comer o bolo. Com receio é claro!
Tinham três indianos, um paquistanês um japonês e eu. Torre de Babel.
E o bolo no meio da mesa. Daqueles bolos  das nossas padarias. Pronto, só esperando o nome da vítima pra ser adicionado.
Cantamos parabéns pros dois, abraços de Feliz Aniversário e vamos ao bolo.
Um dos aniversariantes cortou o bolo, ou melhor, picotou  ele. Me serviram em um prato de sobremesa uma colher com uma porção, o mesmo pro japonês e o resto do bolo foi devorado por eles de colheradas direto no produto. É muito engraçado. Muita diferença. De repente um deles vem com uma colher de bolo a mais pra clocar no meu prato.
- Não, obrigada.
Não tava ruim, mas era manteiga pura a cobertura. Ui!
Me esqueci de dizer que enquanto um picotava o bolo, o outro enchia os copos dos convidados com cerveja. Como aqui é proibido vender bebida alcoólica na grande maioria dos lugares, eles tavam na maior animação em ter conseguido não sei onde a cerveja. Me cheirou a qualquer ato na moita. 
Não bebo nada muito menos cerveja, que acho muito ruim. Provei pra ver se era parecida com o gosto que conheço. Muito pior. Era bem doce. E bem gelada. E quem servia fazia com todo cuidado pra não dar espuma nenhuma. Enchia o copo até a tampa.
E bebiam felizes parecendo que estavam no céu. Só o Anup e eu não bebemos.
Devorado o bolo, veio a surpresa. E eu ainda me surpreendo!
O garçom trazendo a parte salgada. Uma salada e castanhas. 
E caíram de bunda nos dois. Eu disse que na minha terra é diferente. O bolo é servido no final da festa. 
- Por que os salgados agora?
- Porque agora vamos beber e cerveja bebe comendo salgado.
- Jura? Que legal.
E depois veio frango, pão, molho de sei lá o que, eu já tava com fome, pedi uma sopa de legumes, e enquanto esperava minha sopa e eles falando sem parar uns com os outros e ao mesmo tempo ao telefone, pra me distrair fui fotografando o que tinha na mesa.
Falei pro Anup que amanhã queria sair pelos arredores da cidade, passear. Ele disse. 
- Não vai ser possível, amanhã tem eleição e não pode andar de carro, nem moto, nem nada.
- Eleições?
- É
Duro não entender uma língua! Também nada em absoluto indicava que ia rolar eleição amanhã.
Então tá bom, vou ver o povo votar.

 Parecia aniversário de criança. Uma alegria só.

 Salada depois do bolo.Então tá!


 Tanto a cerveja como o cigarro vem com os mesmos avisos dos nossos.

 Fala sério! Você ficou com vontade de beber isso aí?


Pelo menos nesta cidade onde me encontro, o indiano fuma muito pouco. E nunca dentro de lugar algum.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...