ESCOLHA, ENFEITE SUA CASA OU DÊ DE PRESENTE! E AJUDE A GENTE.
Colori todos estes desenhos e tô vendendo cada um por 20 reais. Assim ajudo mais um pouquinho nossa Premamettaschool. Eles tem uma média de 22X22cm Tem pra todo gosto. Você pode fazer quadrinhos lindos pra enfeitar sua sala, quarto de criança, banheiro, onde quiser, e assim ajuda a nossa escola. E pode dar de presente também, claro! Posso mandar pelo correio
Minha querida amiga congolesa Bajira Anne, fez uma visita esta semana e me mandou o que encontrou.
Ela foi conhecer um vilarejo que fica bem longe da cidade dela que é Bukavu. Foram mais ou menos 50 km de carro, depois caminhou mais 50 km à pé, de 5 da manhã até 6 da tarde até chegar em Kajabuza.
Traduzi o texto dela pra você conhecer um pouco mais sobre nossa Mãe África.
Achei tudo muito parecido com a vida do povo em Bodhgaya.
Povos diferentes com os mesmos problemas.
O fogão
Eles come porquinhos da Índia
E dá-lhe criançada!
Bajira descansando "à sombra" do mandiocal...rsrs...
A base da alimentação é a mandioca.
"Entre 11 e 16 de agosto agora, fiz uma visita a um lugarejo e caminhei 50 km de onde moro, pra fazer um estudo da situação sócio econômica-sanitária-cultural dos moradores.
O lugar se chama Kajabuza e fica muito isolado, em uma região sem estrada, sem água potável, sem escolas, sem moinho pra moer a mandioca.
As mulheres usam o pilão pra fazer a farinha e tem cisterna pra conseguir água.
As casas são construídas de barro e bambu e raras são as que tem telhas.
As famílias se amontoam com seus animais.
A comida é feita no fogão a lenha onde as panelas ficam apoiadas em três pedras colocadas em forma de triângulo.
Os alimentos não tem óleo nem sal, não porque fazem regime alimentar, mas porque não tem dinheiro pra comprar.
O que mais gostei de ver foi a solidariedade que reina entre todos.
Todos os trabalhos são feitos em comum. As mulheres cuidam da roça de mandioca e fazem viveiros pra criar peixe.
Apesar da vida não ser fácil neste lugar, convido meus amigos pra vir conhecer".
...ebaaa!!! bora ver as meninas do futebol no Mineirão!
Que alegria!
E junta um monte de amigos e família e pega táxi pra ir até o Move, (ônibus pro estádio) porque não dava pra ir de carro, beleza, precisamos usar o transporte público que funciona em grandes cidades e aqui também vai ser legal, mas pra ser legal, o povo que usa também precisa ser legal, então empurra-empurra pra fazer fila, empurra-empurra pra fila andar e aparece um mané gritando "Mineirão saindo agora, quem quer?" e
povo sai da fila de comprar o bilhete do ônibus e paga pro mané, e ele que tinha um cartão cheio de "pré comprado" passa quem pagou na frente, o cara que toma conta da roleta (comparsa?) finge que não vê, neguinho na fila grita "pouca vergonha!" e o cara da roleta finge que não houve, e entra no ônibus lotado, espremidos, que sai numa velocidade maior do que a permitida e todos gritam de alegria e festa ou de medo, e vamu qui vamu chegando perto do estádio, e o ônibus para num lugar diferente do lugar marcado no mapa, e andamos e andamos, e aí vem a primeira revista, homens pra esquerda e mulheres pra direita, e os membros dos grupos com medo de se perder, e continua o baile, chegando perto das catracas de entrada o bicho pega porque a multidão se aglomera e vira uma situação de pânico, porque qualquer pequena merda que rolasse viraria uma merda enorme, e o jogo já começando lá dentro, criança chorando, e chega um espertinho e tira a grade e passa, e todo mundo grita, e não mais que de repente torcedores retiram as grades e todos invadem em direção as catracas e aí não tem mais controle de nada, nem de revista, nem de conferência de ingresso, nem quem pagou mais ou menos vai pro lugar escolhido, quem pagou mais, senta onde dá, e bora assistir o jogo, meninas valentes, jogo bonito de se ver, mas
deixamos de assistir o final porque prevendo a peleja da saída saímos antes e não mais voltamos pro dia seguinte já com ingresso comprado pra outro evento porque ninguem é de ferro pra segurar uma barra assim dois dias seguidos, enquanto ouvíamos os torcedores aos berros cantando dentro do estádio:
"EEEUUUUU......SOU BRASILEEEEEIIIRROOOO, COM MUITO ORGUUUULHHOOOOO!!!!
Nosso sonho de nos tornar autossuficientes tá ficando cada dia mais próximo. Assim que começarmos a receber os hóspedes e que terminemos de pagar as prestações do nosso táxi (março/2017) tudo vai ficar melhor e vou deixar de encher o saco de todo mundo pedindo dinheiro diariamente. Vou passar a pedir semanalmente...hehehheeeee....... Muito muito muito obrigada a todos que tem nos ajudado.
Coloquei este filminho que fiz em dezembro do ano passado, proce ter uma ideia do desastre que causou a tromba d'água em Bodhgaya esta semana.
Fiz o filminho atravessando esta ponte que liga Bodhgaya ao vilarejo onde fica minha querida
#PREMAMETTASCHOOL
em Bakrour.
Esta foto mostra como ficou o rio .
Nestes quase cinco anos que estou em Bodhgaya, nem nos tempos de chuva vi este rio com mais água do que um filete de uns 4 metros de largura. E água correndo tranquila, nada de correnteza.
Com o degelo nas montanhas do norte da Índia, a água desceu com vontade.
E foi carregando o que encontrou pela frente. Casebres das pessoas que moravam no leito do rio e casebres fincados nas margens.
E pra piorar levou junto a lavoura de muitas famílias.
Quando eu digo que a Índia é um Brasil (em certas situações em edição piorada) veja se não tenho razão.
Conversando com o Anup ontem, ele me disse que o preço de legumes e cereais já aumentou.
E é exatamente o que eles comem diariamente. Arroz e legumes. Disse, que o que sobrou da plantação de arroz ao lado da escola não vai dar nem pra alimentar a família dele.
Aí eu perguntei:
- E o governo não ajuda? Quando existe uma catástrofe assim seria normal ele ajudar os agricultores.
Então ele disse:
- Ajuda sim. Os líderes sindicais, líderes de comunidade recebem dinheiro, mas vai pro bolso deles. Pouquíssimas famílias são ajudados, e quando acontece é só pra fazer foto e embolsam o resto.
Quinem aqui. Tal e qual.
E eu disse:
- Mas aí tudo é perto, todo mundo conhece todo mundo, porque todos não se juntam pra botar a boca no trombone?
Ele disse:
- Você conhece nosso povo aqui. São sem instrução alguma, muito pobres, tem medo, muito medo, e não tem ideia do que seja Direitos Humanos.
Aí eu disse:
- Então o que temos que fazer é continuar a fazer o que já fazemos. Continuar a ensinar, educar, instruir, informar nossas crianças. Só assim, pouco a pouco, a situação pode melhorar.
Ele disse:
- E mesmo assim com muita cautela, porque conheço escola que já foi fechada pelo governo por estar ensinando "o que não devia' como disseram os funcionários incumbidos do processo.
É ou não é o Brasil em maior escala?
Se aqui tá difícil com 200 milhões de pessoas, imagine eles com um bilhão e duzentos milhões?
São só 6 vezes maiores que a nossa população.
A cada dia eu entendo mais e mais, quando brigo com o Anup porque ele não usa ou tem dificuldade em introduzir minhas ideias na escola.
Nossa escola e nossa obra do
#PREMAMETTAHALL,
nossa pousada,
sofreu com a inundação. Vamos precisar fazer reparos.
Se por acaso você puder nos ajudar, seremos eternamente gratos.
Inundação em Bodhgaya. Sem chuva, o Anup, pai e irmão que dormiam na escola, acordaram com a água subindo. Cinco pessoas já morreram. Felizmente nossas crianças e suas famílias estão bem. Fiquei com muita pena da perda total da lavoura. Nossa escola e a contrução da pousada também sofreram estragos. Agora já é noite lá e o Anup foi ajudar pessoas nos vilarejos atingidos. A água toda veio de degelo das montanhas. Tempos difíceis!