quinta-feira, 23 de outubro de 2014

SEM FOTOS...SÓ MUITA LUZ PRA ILUMINAR O CAMINHO DESTE POVO

A mãe do Anup me convidou pra comer com eles ontem à noite. Eu digo comer, porque cear seria uma ofensa à gentileza da família para comigo.
Diwali é festa de luz, renovação, perdão, alegria, presentes, doces, roupa nova.
Quem preparou o jantar foi a Sweet, sobrinha do Anup que deve ter uns 13 anos, nossa aluna na escola.
Arroz, lentilha e um cozido com uns dois legumes que não identifiquei quais eram.
E fim.
Eu levei os doces. Foi meu presente.
Todos comeram muito assim que entreguei. Não existe aqui essa história de sobremesa. Doce depois do sal. Comem quando tem, o que tem. No mesmo momento.
Até aí tudo bem, que bom que num país com um bilhão e duzentos milhões de habitantes eles tem comida no chão. Sim, no chão porque não é comum comer à mesa.
Todos descalços. Dentro de casa não usam sapatos. Mas os pés estavam gelados. Como as crianças vem pro meu colo pude sentir. Já baixou a temperatura tá em uns 25 graus à noite e eles estavam enrolados em panos, ou quem tinha, em agasalho. Já é inverno pra quem vive quase o ano todo com 45 graus na moleira.
O que me chamou mais a atenção foi que todas as crianças estavam de uniforme.
E eu que tenho batalhado tanto dizendo pras todas elas tomarem conta do uniforme, tirar quando chegar em casa, me dei conta que isso não vai funcionar. 
Todos os nossos alunos ontem devem ter vestido o uniforme.
Com certeza "ele era" a roupa nova.
E é certo que não tiraram pra dormir e vão continuar com ele até acabar.
Não importa qual a roupa que eles tenham, eles usam dia e noite até acabar.
E a cada dia eu vou aprendendo mais e mais sobre a cultura deste povo que se parece demais com o meu povo. 
As mulheres servem os homens, a visita que era eu, e só comem depois de todos.
No Brasil de século passado era assim.
Cada um pega seu prato arranja um canto se instala e come.
Crianças comem de duas no mesmo prato. No chão.
E com o resto de água do copo que beberam, enxaguam os dedos em cima do prato. 
Muito difícil imaginar que isso possa mudar um dia.
Por mais que eu me esforce e lute pra não querer mudar hábitos, cultura, estes pequenos detalhes precisam mudar.
Pelo bem da saúde de todos.
As crianças descalças num chão de terra, em vários lugares molhado e frio. 
Não tem uma semana que algum ou mesmo dois não estejam doentes. E com febre. Febre alta.
Nariz escorrendo e peito roncando é normal.
Quando ouvi uma vez alguem dizer que o indiano tem muitos filhos porque sabe que poucos vão vingar, eu achei exagero.
Agora eu vou entendendo...pouco a pouco.
E semana que vem vou pra Varanasi passar uns dias, por dois motivos.
Primeiro, quero conversar bastante com o Dr. Subodh sobre o antes, durante e depois do tratamento da Puja. Quero ter mais informações pra fornecer pra família.
Segundo, porque tô muito cansada. Exausta. Sem exagero, se não sair do meu dia a dia agora, daqui a pouco não vou mais conseguir render.
De Varanasi continuo a escrever, claro.
Afinal só vou mudar de cidade, ver uma pobreza diferente.

ps.: No próximo domingo, quando você se sentar à mesa pra almoçar com sua família, ( nem precisa esperar pelo almoço de Natal ) pense em nós aqui...e na África, e no nordeste brasileiro e ...e...e....



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