Quando a gente é adolescente tem milhões de amigos. É a fase do "rebanhar". Todo mundo é legal, gente boa, do bem, meu amigo. Sempre estamos em bando.
E temos várias turmas. A turma da escola, da rua, do trabalho, família. E tem os amigos dos pais que também viram nossos amigos. Não escolhemos. Eles já estão.
Mais pra idade adulta começa a primeira mudança. A turma da infância e adolescencia vai diluindo por vários motivos. Porque simplesmente eram só colegas de classe, ou vizinhos, ou mudamos de escola, mudamos de bairro, de cidade, alguns ficam pra trás, poucos continuam e outros vão chegando.
Desta primeira turma ficam poucos. Muito poucos.
E chegam novos empregos, viagens, trabalho, namoros, família de namorados, amigos de namorados, filhos, amigos de filhos e vamu qui vamu acrescentando mais amigos.
E eu poderia continuar colocando e tirando amigos da minha vida por muitos parágrafos, mas é melhor não, porque estamos numa época que ninguém tem paciência pra ler nada. Nem um assunto que esteja muito interessado nele.
Dias de hoje.
Bilhetes, cartas, fax, telefonemas, nada disso mais nos aproxima ou faz perpetuar ou aproximar dos amigos.
Hoje, quem não está conectado, não tem um imeio, facebook, skype, wathsApp ou o que seja não pode se conectar com o mundo.
OK. Eu também tô nessa. Uso bastante tudo isso e me é muito útil.
Só tem um senão. Senão que é meu.
O exagero.
Cansei.
Enchi o saco.
Se eu to do outro lado do mundo acho super válido me comunicar com meus amigos por imeio, face ou o que seja, mas, se tô perto deles quero vê-los. Quero ouvir a voz, encontrar, rir junto, comer, passear, ir ao cinema, comemorar aniversário junto, contar causus, viver.
Não quero estar em minha cidade e não ver meus amigos. Foi pra isso que vim aqui. Um dos motivos.
Conversando com dois dos poucos amigos que me restaram nessa minha longa vida, quis que eles entendessem que nós, na nossa faixa de idade, não temos mais tempo pra fazer novos amigos que virarão amigos pra sempre. Além de tempo, não quero perder as pessoas que sabem da minha história, conhessem meus gostos, minhas chatices, meus valores.
Pessoas que passaram juntas vários momentos da minha vida, que num simples olhar ou levantar de sobrancelha sabem o que quero, o que tô pensando.
Fico imaginando que pelo fato de não estar vendo meus amigos, não quer dizer que eles estejam sem ver outras pessoas, amigos novos. Que bom que continuam suas vidas, seus caminhos.
Mais um senão.
Daqui a pouco vamos estar precisando cada vez mais uns dos outros. Quanto mais velhos ficamos, menos capazes nos tornamos pra muitas realizações.
Temos que nos unir, manter contato, saber mais da vida de cada um, porque quando algum de nós não estiver bem os outros poderão ajudar.
Como disse a um amigo a pouco tempo, mesmo com toda a modernidade dos novos cemitérios, sempre vamos precisar de pelo menos quatro amigos pra ajudar a carregar a nossa última casa, ajudar no transporte do nosso último caminho juntos.
Não gostaria que meu caixão ficasse capenga, desequilibrado por falta de amigo pra me conduzir pro meu derradeiro cantinho.
Mesmo que o tempo e a distância digam, não, precisamos fazer um esforço.
18 Comentários
Fechar esta janelaIr para formulário de comentárioMuito bonito, vai "pegar" tenho certeza.
Jinhos.
É claro que vou participar também, quero estar junto de pessoas assim neste mundo, afinal para quê vivemos se não for para fazer o bem e ajudar pessoas?!
Depois te conto onde fiz o depósito ok.
beijos mils cariocas
http://www.oquevivipelomundo.blogspot.fr/2013/04/obra-la-fora-e-aula-aqui-dentro.html
aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=J2xCujSSt14
e no blog...to sempre atualizando as novidades e agradecendo do fundo do meu coração a todos os queridos amigos que tem me ajudado nessa empreitada.
Podem continuar a me ajudar pq a fila ainda n ão parou...rsss..
bjos bjos bjos darling
eidia
Grande a sua atitude e claro, vamos ajudar.
Fico tão feliz, quando te vejo lá no blog! Obrigada sempre.
Xeros
Eu particularmente acredito que esse nosso mundinho fraco e perdido não precisa tanto de oração, quanto é carente de ação.
Ação como a de Ieda, ação como a sua.
Posso replicar essa matéria lá no Mulher de Peito?
Bjs.
Wilma
Postei lá no blog também.
Xeros
Tomara!
Abraços à Ieda.
Beijo, Rê, lôra, linda.
bji, querida
Neste mundo tão desigual e tão injusto para tantos,é bom que haja pessoas assim como a Ieda: que vão ajudando quem muito precisa ao mesmo tempo que se realizam e são felizes com o que fazem.
Desejo-lhe toda a sorte do mundo, e que não lhe falte a ajuda que precisa.
Bonito gesto, RÊ, ao divulgar esta bonita obra.
Beijinhos amigos.
Vitor
Vamos lá ajudar a Ieda.
bjs
Jussara
Que bom saber disso, mais uma pessoa do bem neste mundo! Uma vez li a estória fantástica de um médico americano, formado em Harvard na década de 70, que largou tudo e foi morar no Haiti, onde cuida até hoje de pessoas carentes de graça. Vou espalhar....Vamos dar a maior força!
beijocas
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Beijo Lisette.
Bjãzão RÊ!!
Moça corajosa, de fibra.
Parabéns por compartilhar sonhos e esperanças.
grande abraço.
Somos todos células de um mesmo organismo...
Bjs, Rê!