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sábado, 7 de novembro de 2015

E AS GAROTAS VÃO ÀS COMPRAS

 Como eu contei aqui, 

fiquei muito preocupada com a Puja. Febre alta, abatida, carinha muito triste.
Pensa bem, uma menina super simples, da roça, pais analfabetos, família paupérrima, que tem um problema enorme no pé, amputa este pé e daí até não sei quando passa o dia inteirinho deitada numa cama num lugar sem a menor graça, olhando pro nada.
Assistência psicológica pós amputação, nem pensar. O que é isso?
Voltei de lá pensando o que poderia fazer pra levantar o astral dela, além de comprar a colega que ela ama e comer maçãs, sua segunda paixão.
Conversando com a Eliana que também é apaixonada pela Puja, ela foi dando ideias, algumas que eu já tinha feito, como levar livrinhos, lápis de colorir, desenhos do meu Livro de Colorir. Se tivesse luz na casa levaria um computador. Mas não tem. 
Mas, quando a gente tem tempo, tá na cama, não quer fazer nada. Nada interessa.
Aí a Eliana disse: 
- Leva ela pra passear!*
Ótima ideia. Apesar do cagaço de sair com ela e acontecer qualquer problema, pedi o carro pro Anup, e fui pra casa dela. Agora era convencer a mãe de deixar ela ir passear.
Mas minha surpresa foi enorme. A mãe não só deixou no mesmo instante, como ficou na maior alegria. Os olhos brilhavam. E o irmão mais velho, mais do que depressa se arrumou, chamamos a amiga do peito dela, a Kanchan, que eu já tinha prometido de dar um vestido pra ela usar no Diwali, aproveitamos e fizemos um pacote completo.
Eu tava tão emocionada e feliz, que fiz um filme dela saindo de casa nos braços do irmão, até chegar no carro, mas não gravou. Só achei que tava filmando...rs
Pena!
Melhor até, porque tava falando e chorando. Graça nenhuma.
Mas tem importância não.
Dei pra ela o meu celular e disse:
- Vai fazendo foto do que você quiser.
E la fez. Várias. Muitas.
Coloquei algumas delas aqui.
E fomos pra loja. As duas fizeram o moço descer muitos vestidos. Muitos. A desorientação de não saber qual comprar era muito grande.
Enfim, escolheram e fomos comprar sandália pra  Kanchan. Pense em prateleiras cheias de sandálias e eu dizendo:
- Escolha qual você quiser.
Ela foi passando os olhos na sequencia, começando lá de cima, foi descendo até parar em um par, pegou, colocou, serviu e fim. Tava ecolhido.
Já devia estar namorando aquelas sandálias há tempos! E ela nem sabia que iria ganhar sandálias também.
Alias, saí pra comprar vestido só pra ela, mas não resisti vendo os olhinhos da Puja vendo a amiga escolher no monte.
Bão, passamos na barraca de frutas, comprei mixirica e muita maçã.
Compramos dois kilos de colega e fomos pra casa.
Parênteses. Antes de sair da casa dela, perguntei pra mãe se pra fazer o frango ela precisava de alguma coisa. Óleo, tempero, ervas, qualquer coisa.
Ela disse, não. Não precisa.
Isso me deixa doida de emoção. Eles nunca aproveitam da situação. Nunca.
Voltamos todos felizes pra casa dela, ela sem febre, o sorriso não saia do rosto, e eu fiz o Anup prometer que leva ela na escola semana que vem pra ver os amigos na 
#PREMAMETTASCHOOL
 e almoçar com eles.
Quem sabe ela não se anima, o apetite abre, e vamu tentando descobrir o que fazer até ela ficar bem, colocar o pé novo e sair por aí feliz da vida.
Ela merece por demais!
* Sempre que peço ajuda pras pessoas e elas dizem que não tem dinheiro, eu repito. Ajudar não é só com dinheiro. A Eliana tá sempre me ajudando com ideias. Me ajudando a pensar, achar soluções.
Obrigada amiga. 

Ficou curioso pra saber em quanto ficou esta festa?
Comprei dois vestidos, 1 par de sandálias, dois kilos de frango, 2 kilos de mixirica,  total 
R$ 87,00
e coloquei diesel no carro + R$ 57,00
 
Total: R$ 144,00
Meu presente pra elas. Dinheiro meu e não da #PREMAMETTASCHOOL
Quase nada se pensarmos na alegria das meninas  
 Depois de mais de um mes em casa...a rua, a cidade, as buzinas, pessoas, movimento, vida.

 A dupla

 Selfie

 Foto by Puja Kumari

 Também


 Também...tem umas quatro fotos do nosso motorista... aí tem!...hehhheehheee....
Seu eu disser alguma coisa ela pode infartar...rs

 Paramos aí na volta pra comprar as frutas
By Puja também

 Idem

 Voltando pra casa

 O irmão é só carinho com ela. Mó gatinho e já foi aluno nosso. Agora, sem grana tá na roça trabalhando com o pai. Pra continuar precisa de dinheiro. Tudo esse bendito dinheiro!
Uma pena, rapaz bonito, inteligente, forte, poderia dar um excelente profissional em qualquer área.
Vai seguir os passos do pai. O que não é ruim, mas poderia ser bem melhor.
E ainda tem o mais novo que estuda ainda conosco.

 Escolhendo vestido


 Ficou lindia!

 Kanchan escolhendo o dela

 A idade do tudo igual...rs

Olha a grossura do braço! A perna não fica atrás. Quase igual.
Falei pra ela várias vêzes que ela precisa se alimentar direito, engordar, ficar forte. Disse: 
- Não precisa ficar como eu, só engoradar um pouco.
 Ela riu muito.
 Foto dela

 De volta pra caminha

 Esse tiutiuko também é uma paixão. Raja Kumar. Sempre presente ajudando, participando.
Daqui a pouco será  mais um que não poderá continuar os estudos.
Quero colocar essa turma toda pra trabalhar no nosso
#PREMAMETTAHALL 
Dar  uma profissão, pra essa turma se virar melhor no futuro.

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sábado, 10 de outubro de 2015

NOTICIAS DA MINHA PRINCESA PUJA KUMARI

Ela não é uma princesa só pra mim.
O carinho com que a família deste doce de menina cuida dela é de dar gosto!
Desde que cheguei aqui, amigos que conhecem a Puja e que acompanham o problema dela, tem me perguntado por ela, e eu tenho respondido a cada um.
Só queria falar com todos vocês quando eu pudesse me encontrar com ela pessoalmente.
Quando cheguei ela estava em Varanasi. Tinha ido fazer a cirurgia de amputação do pé.
Ela chegou há uns 10 dias e eu tava esperando a poeira baixar, ela ficar melhor, porque estava com dor, pra ir visitá-la.
E fui hoje pela manhã.
Nem precisa dizer o quanto ela tá bem e tá feliz.
Veja pelas fotos.
Fora da família até que ela fala um pouco, mas lá na casa dela é impossível. O pai fala, a mãe, vizinhos que chegaram quinem chuva de gafanhotos pra ver o que tava acontecendo e dar palpites, menos ela.
Pouco abriu a boca, mas pelos olhares que trocamos vi que ela tá muito bem.

 Tava com saudade deste sorriso.
Como eu gosto desta menina!

 Jamais vi a Puja com uma roupa suja ou despenteada. A mãe realmente tem muito cuidado com ela.
Por enquanto ela fica sentadinha ou deitada nesta caminha do lado de fora da casa (casa!!!) .
Dentro de dois dias ela volta a Varanasi, pro pé ser examinado e começar a experimentar os moldes do novo pé.
Um médico de Bodhgaya passa diariamente pra fazer curativo.

 Imagino que como eu, você deve ficar curioso de saber um monte de coisa. Desista.
Impossível conversar com gente tão simples.
Perguntei pros pais o nome do Hospital, não sabiam, do médico, não sabiam.
Por sorte a Puja falou baixinho o nome do Hospital.
Quando eu me encontrar sozinha com ela vou poder saber exatamente como tudo se passou.

 Ofereci pra família a ajuda que puder dar. Perguntei sobre as necessidades e ficou combinado que eu vou dar um litro de leite diariamente e fruta.
Não vou dar dinheiro. Aprendi isso aqui na Índia. Na volta da casa dela já passei num curral que conheço o dono das vacas e ele já se comprometeu de entregar o leite todo dia na casa dela. É pertinho.
E as frutas, o irmão dela que estuda na escola vai levar.
E me ofereci pra comprar algum medicamento quando eles precisarem e não tiverem dinheiro.

 Consegui saber porque não cortaram a perna mais acima. O joelho é muito grande. O pai me disse que o médico informou que aos poucos e com os medicamentos ele vai voltar ao seu tamanho normal.


 Levei pra ela maçãs que eu sei que ela ama, lápis de cor e caderno pra ela colorir e passar o tempo.
Levei também um monte de calçinhas.
Pela primeira vez ela vai poder vestir as mesmas calçinhas que qualquer menina veste.
Ela ficou super feliz.

Faltam dois irmãos nesta foto. Mas tem importância não. Todos tem a mesma carinha do pai...rs

Quer ajudar a Puja?
Dar algum presente?
 
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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

SAINDO MAS DEIXANDO PORTAS ABERTAS

Pra encerrar bem o causu Puja Kumari, fui hoje ao hospital agradecer muito ao D. Subodh por toda a atenção e me desculpar por todo o transtorno que causei com tantos imeios indo e vindo, tantas perguntas, tantas dúvidas.
Ele está de pleno acordo comigo.
Assumir a responsabilidade, jamais!
Isso é problema dos pais.
Levei presentinho, ele ficou feliz e as portas do hospital estão abertas pra minha princesa. Quando ela quiser é só chegar. Segundo ele a partir dos 18 anos ela pode decidir sozinha.
Caminho aberto pra ela..

Obrigada meu querido amigo!
Namastê!



VAMOS FAZER UM BIG ALMOÇO DE NATAL PRAS CRIANÇAS,
 COM PRESENTES...
MAS PRESENTES MESMO! 
VAI SER COISA SIMPLES E BARATINHA, MAS NÃO VAI SER CADERNO, LIVRO, OU SAPATO. 
COMO DIZIA MEU PAI, ISSO É OBRIGAÇÃO DOS PAIS.
CRIANÇA QUER É BRINQUEDO!
QUER ME AJUDAR?

A média de preço dos brinquedos, ou pulseirinhas pras meninas,  presilha de cabelo, bola, essas bobagens que criança gosta. vai ser em torno de 
 2 reais por criança
prum almoço bem legal, com frango, fruta e doce, gasto em média
8 reais por criança
Então, se você me doar 10 reais uma criança já tá garantida.

Conto com sua ajuda!

Jai Guru!
Jai Ganesha!
OM!

Obrigada meu Deus!

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domingo, 16 de novembro de 2014

PUJA KUMARI - HISTÓRIA SEM FINAL FELIZ!

Confirmando, reafirmando e concordando uma vez mais com a declaração que ouvi da Janet Jackson certa vez, " devemos investir em crianças. O adulto já está pronto. Dificilmente mudará de ideia."

E é uma pena!

É com muito pesar e muita tristeza que comunico aos meus queridos amigos que me acompanharam e participaram de várias formas pra batalha pra conseguir um tratamento pra minha Princesa Puja Kumari, estou aqui pra dizer que desisti.
Não vou conseguir mudar o pensamento dos pais dela. Não conseguimos, Anup, professores da escola eu, fazer com que eles entendessem a gravidade do caso e a responsabilidade deles como pais.
Parenteses.
Me lembro de uma professora de sociologia que tive, muito amada, que fez Projeto Rondon quando estava na faculdade, e que no fim do mundo do Pará (naquele tempo existia fim do mundo) um colega dela que estava começando a faculdade de medicina precisou ajudar uma mulher que já tinha vários filhos, no parto muito difícil de mais um.
Felizmente deu certo, mas sentindo a gravidade do problema chamou o marido e disse:
- Sua mulher não pode mais ter filho. Ela não resistirá a mais um parto. Vai morrer.
No que o caboclo vira e diz:
- E o que eu posso fazer doutor?
É isso aí.
Precisamos continuar investindo em escolas, educação, educação e mais educação.
Só então as pessoas terão consciência. Tomarão consciência.
Outro parênteses.
Temos alunas já na adolescência e provavelmente ou já menstruaram ou vão menstruar breve.
Perguntei a um amigo aqui de mais ou menos 20 anos, quando normalmente as meninas menstruam.
"Quando elas o que"?
Esquece.

Voltando a Puja
Nestes quase três anos foram muitas indas e vindas dos pais a escola e da gente na casa deles.
Muita conversa.
As vezes o Anup ficava nervoso comigo, porque eu dizia:
- Mas você falou isso, isso, aquilo, falou do jeito que to te falando?
- Já cansei de falar. Eles não entendem. Não adianta.
Quando trouxe a Puja com o pai e a avó aqui em Varanasi pra primeira visita ao Dr. Subodh, ele disse muito sabiamente e conhecedor que é do seu povo:
- Dificilmente os pais vão aceitar o tratamento.
Não que eu não acreditasse nele, mas resolvi investir, batalhar, tentar, tentar.
Talvez quando ela for adulta, (se chegar a idade adulta) ela mesma vá querer dar um jeito em seu problema. O que duvido muito, numa terra em que a mulher não tem voz. Ou quase não tem.
Resumindo
Agora que estava tudo pronto, eu aqui em Varanasi preparando os últimos detalhes, hospital esperando, dr. Subodh esperando, passagens de trem compradas pra Puja e os pais, minha promessa de apoio material e pessoal a toda a família durante o tratamento, veio a bomba.
Os pais aceitam o tratamento mas só se for por inteira responsabilidade minha e do Anup. Eles não participam de nada. Eu ficaria com ela nos hospital o tempo que fosse necessário, arcaria com tudo, despesa, e responsabilidade por tudo que acontecesse. Assinaria qualquer permissão que o hospital solicitasse da família, enfim. O que desse errado seria culpa total minha e do Anup.
Eles não entendem que nem se eu quisesse poderia fazer isso.A responsabilidade é deles.
Eles pariram Mateus.
E por muito menos, uma briga de vizinhos o Anup passou um mês na cadeia.
Um problema por menor que acontecesse com a Puja ( caso totalmente previsível numa situação de tratamento difícil como este ) seria cadeia pra ele pro resto da vida e pra mim eu não sei qual seria a pena.
Então.
Caso Puja Kumari chegou ao fim.
Vou continuar amando e apaixonada por ela, ajudar no que puder, usarei o dinheiro que nos foi doado pra ela. Ajudarei numa alimentação melhor, melhor qualidade de vida.
Só me resta isso a fazer.
Se alguem não entendeu, por favor me escreva que explico mais e mais e o quanto for necessário.
Obrigada a todos que torceram por um final feliz.



Manter uma casa/escola com 60 crianças não é 

tarefa fácil

Se você puder nos ajudar vamos ficar muito

 felizes. 


Pode não? Nos ajude enviando nosso link pros seus

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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ESTE SERIA MEU CANDIDATO - VOTARIA NELE COM MUITO GOSTO!

Dr. Subodh Kumar Sing
Cirurgião plástico dos mais conceituados da Índia!
Juntamente com sua equipe, já fez mais de 25.000 cirurgias em pessoas com lábio leporino.
Este é o médico que vai se ocupar da minha Princesa Puja Kumari.

Os hindus estão festejando durante toda essa semana o
http://hinduism.about.com/od/durgapuja/a/durga_puja_history.htm

Época de renovação, limpeza, agradecimento e o motivo da campanha estar sendo realizada neste momento.

Este é o médico que a Eliana levou pra assistir em NYC a palestra do nosso grande Sebastião Salgado, porque como ele, o Dr. Subodh também se interessa e trabalha com reflorestamento

Este é o médico que pegou em uma vassoura e foi pras ruas de Varanasi, ajudar o seu povo. Ensinar, instruir, orientar sobre a grande importância da higiene e limpeza em nossa vida.

Ele e sua equipe se reuniu pra ensinar o povo de uma das cidades mais antigas e mais lindas do planeta, normas de higiene e reciclagem.

O projeto do Dr. Subodh é o mais sensato possível. Começar com a rua dele, o bairro dele e, a medida que for dando certo ir espalhando pela cidade. Consciência aos poucos, com paciência e amor.

Sigo o Dr. Subodh no Facebook e me impressiona o amor que ele tem por Varanasi
O quanto ele se preocupa com a cidade e com o seu país. O quanto ele é participativo!


Com toda esta ocupação, não tem uma vez que enviamos uma mensagem para ele que ela não seja respondida  imediatamente.
Atencioso, prestativo, educado, consciente.
Grande ser humano!

Uma pessoa que merece todo o meu respeito e em quem eu votaria feliz se candidato ele fosse a algum cargo público, e se eu pudesse votar aqui na Índia.

O Dr. Subodh vai ajudar a Puja fazendo o tratamento a um preço simbólico e eu preciso da sua ajuda pra pagar as despesas que terei neste tempo que ela e a mãe ficarão em Varanasi, como alimentação, translado, ajudar a família que vai ficar aqui em Bodhgaya (pai e mais 2 filhos) já que eles não vão poder contar com a mão de obra da mãe na roça durante este período..

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Preciso muito que o nome da

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circule. Só assim teremos a chance de sermos ajudados por mais pessoas.

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Quanto mais pessoas souberem do nosso projeto mais chances teremos de ser ajudados.


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