Ontem (sábado) descobri uma coisa interessante e que me trouxe uma grande tranquilidade e satisfação e foi-se embora a culpa. Explico !
Fomos ao sítio e levamos, junto, uns amigos daqui de Belo Horizonte. Um deles mora em Paris há muitos e muitos anos e vem ao Brasil duas vezes por ano - sempre agora em julho e pro Natal/Ano Novo. Pois, muito bem ! E, sempre que vem, vamos passar um dia no sítio; passeio que dá muita alegria a todo mundo.
Andando por lá, mostrando as novidades, procurando frutas pra comer, descascando laranja, mexerica e comendo carambola, ele me disse uma coisa, que diz sempre que vem e que ouço de outros amigos também.
- Que pena que não tem jabuticaba!
- E goiaba ? Adoro goiaba, mas, não tem, né?
- Abacate ? Vamos ver se tem?
E eu me desculpando : - Pois é, jabuticaba é no tempo de chuva - agosto/setembro e janeiro/fevereiro. Mês passado, por exemplo, tinha abacate caindo na nossa cabeça. Até que, num determinado momento, me veio a luz, me deu aquele clarão na idéia e eu disse:
- Olha, você sempre tá dizendo que não tem essa ou aquela fruta, mas, pra comer todas, você tá convidado a vir passar um ano aqui no sítio. Vai pegar todas as estações do ano e comer de todas, até rachar e parar de encher o meu saco. E eu aqui, me desculpando, como se fosse culpa minha não ter jabuticaba em julho. Tenha a santa paciência! E começamos a rir, porque, ele também se deu conta que as frutas tem sua época. E as temporonas não são tão saborosas. E disse mais:
- É a mesma coisa deu chegar na sua casa agora, em pleno verão, mó calorão e dizer:
- Não tem neve? Que pena ! Você disse que é tudo tão lindo com neve...
Vai te catar. E completei:
- Vou fazer uma pesquisa e colocar no blog pra todo mundo ler. Quando quiserem vir ao sítio, consultem e vejam qual a fruta do momento.
E fiz mesmo. Lá vai:
- Banana - de janeiro a outubro
- Figo - de janeiro a abril
- Goiaba - de janeiro a maio
- Jabuticaba - de agosto a setembro e de janeiro a fevereiro
- Laranja - de janeiro a setembro
- Mamão - todos os meses
- Manga - de novembro a janeiro
- Maracujá - de janeiro a julho
- Mexerica polkam - junho e julho
- Limão - de janeiro a março
Só não vou colocar a lista completa, porque, senão, ninguém vai ter saco pra ler. Mas, antes de levar alguém agora, vou dar uma corridinha antes no Google...rs.
Outra coisa que também me dei conta ontem, foi do tanto que as pessoas estão se distanciando de viver junto à natureza. Por mais que tenham vivido, quando eram menores, com a correria da cidade grande, se esquecem de como é a vida na roça. Mais uma engraçada que rolou, foi este mesmo amigo, mais urbano impossível, ficar indignado com o tanto que os cachorros comiam. Eles comem ração mas, no sítio, comem também tudo que lhes interessa e encontram pelo caminho. Na hora do almoço, a gente ia jogando os ossos da colega que comíamos pra eles e eles mandando pra dentro da pança. Num determinado momento meu amigo disse:
- Eles já não estão cheios? Vocês já jogaram muitos ossos pra eles. Eles vão passar mal.
Foi um riso geral. Tem dó, ô Mané! Eles comem se quiserem. E bicho não tem muito essa de saber quando tá cheio; vão comendo tipo "é melhor comer agora, porque não sabemos quando vai cair outra coisa".
Teve também aquela sessão culpa, aquela culpa que todos nós temos, hoje em dia, quando estamos saindo um pouco da rotina e comendo mais do que nos demos o direito de comer todos os dias. Foi um tal de contar caloria, um tal de não como isso porque já comi aquilo, minha cota de não sei o quê já acabou, agora só como aquilo outro daqui há uma semana. Vidinha idiota. Precisamos tomar cuidado com a nossa saúde e tentar nos alimentar da melhor forma possível, mas, essa neura de fazer contas o tempo todo, enquanto comemos e depois de comer uma comidinha caseira, super deliciosa, que só nos deu prazer e alegria, pra que ficar pensando nos carboidratos a mais ou a menos que foi ingerido? Phoda-se! Isso não acontece todos os dias. Não enchemos o pandeiro o tempo todo de coisas pesadas.
Teve também aquela sessão culpa, aquela culpa que todos nós temos, hoje em dia, quando estamos saindo um pouco da rotina e comendo mais do que nos demos o direito de comer todos os dias. Foi um tal de contar caloria, um tal de não como isso porque já comi aquilo, minha cota de não sei o quê já acabou, agora só como aquilo outro daqui há uma semana. Vidinha idiota. Precisamos tomar cuidado com a nossa saúde e tentar nos alimentar da melhor forma possível, mas, essa neura de fazer contas o tempo todo, enquanto comemos e depois de comer uma comidinha caseira, super deliciosa, que só nos deu prazer e alegria, pra que ficar pensando nos carboidratos a mais ou a menos que foi ingerido? Phoda-se! Isso não acontece todos os dias. Não enchemos o pandeiro o tempo todo de coisas pesadas.
Meu amigo trouxe vinho pro pai dele, mas, o pai tava sendo controlado na forma de degustar o mais famoso vinho do mundo.
- Você tá tomando muito depressa, vinho se toma assim e assado! Saboreando, degustando, calmamente...
Não conseguindo ficar calada, já saí atirando. - "Se toma um cactos, deixa ele tomar como ele quiser : de golinho, de golada, qual o problema? Onde tá a lei que diz que somos obrigados a fazer assim?" E na minha teoria de que, quem já passou dos 80, tem mais é direito de fazer o que bem entender com seu corpo, ainda reforça mais numa situação dessas. - "Deixe ele saborear do jeito dele. Ele não é enólogo e nem quer saber o que venha a ser isso. Tem dó! Sabe lá se vai estar aqui na sua volta no Natal, pra beber de novo esse bendito vinho!
Falando assim até parece que meu amigo virou inimigo ou é um chato de galocha : nem um, nem outro. Só tá é muito influenciado pelos hábitos e atitudes dos moradores dos grandes centros. Isso é o que eu acho. E você?
Mas acho que ainda tem cura!