Estava meu amigo ( nem vou dizer que era o Zé, senão vocês não vão acreditar...) iniciando mais um longo vôo. Cansado, depois de alguns dias só em reuniões, viagens, encontros, almoços. Pode parecer glamuroso pra quem tá de fora, mas pra quem tá dentro, enche o saco.
Acomodou-se na cadeira depois do jantar, tomou um comprimidinho pra dormir o sono dos justos e a última imagem da qual se lembra, foi de um carrinho sendo empurrado pela aeromoça, vendendo as tralhas do free-shop do avião.
Acordou já com o avião aterrisando (comprimidinho supimpa esse aí!) no destino, todo mundo se arrumando pra desembarcar.
Juntou suas coisas meio zonzo de sono, o povo saindo e quando ele olhou pro encosto da poltrona da frente, naquela bolsa, viu um saco de papel do free-shop e pensou: "meu Deus, nem tinha visto isso aí". Pensou: "alguém deve ter esquecido, talvez até do vôo anterior". Pegou a sacola, já que o avião já tava quase vazio, enfiou na mochila e saiu. "Não vou dar de presente pra tripulação". Pensou.
E fila e passaporte e malas e táxi, nem tava mais se lembrando do pacote. Já quase chegando em casa, abriu a mochila pra pegar não sei o quê, foi quando viu o pacote, resolveu abrir pra ver o que tinha dentro.
Eram 3 perfumes muito bons e, consequentemente, muuuito caros. Ele pensou: "Oba! Me dei bem!" Do fundo do saco, saiu junto com o terceiro perfume, uma nota de cartão de crédito. Do cartão DELE! E a nota assinada com uma caligrafia das mais legíveis. Seu nome. Não tinha a menor dúvida. Ele havia assinado.
Remedim filho da mãe !