quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pobre come se tá com fome, a realeza quando tá na hora !


Quer dizer, tem pobre que nem assim. Precisa ter o que comer.

Estou eu na casa da Princesa ainda. Ela é conselheira de vários museus em Paris. E, consequentemente, viaja muito a trabalho.

Então, um belo dia, ela saiu cedo porque ia fazer não sei o quê na Suíça. Um trabalho rápido e à tarde estaria de volta. Tá bom ! Bye, bye !

Chega ela lá pelas 4 da tarde. Foi tudo bem na viagem, deu tudo certo, conseguiu o que queria, mas....."tô morta de fome." Falou. "Tomei o café da manhã (que tinha guaraná em pó, todo santo dia, do Brasil) e, como o vôo era rápido, não teve lanche, cheguei lá e fui logo pro encontro de trabalho, voltei direto pro aeroporto, não teve lanche de novo..." então, pelo visto, deveria estar azul de fome. E tava mesmo!

Muito gentilmente me ofereci pra fazer o que ela quisesse. Um sanduba, suco, saladinha, ovo, dei um monte de idéia e ela; "não...não...não". Eu não entendia. "Mas a Sra. não tá com fome? Acabou de me dizer que tá pra desmaiar."

Ela: "mas não é hora de comer". Vocês podem imaginar minha cara e a falta de paciência. "Como não é hora? Tá com fome, come!"

Ela: "não é bem assim. Tive uma educação muito rígida. Se meu pai me visse comendo agora (o pai já tinha batido as botas há séculos!!!) era capaz de enfartar!"

Ela tinha acabado de fazer 70 anos. Vocês acham isso possível?

Eu disse pra ela: "numa hora dessas, não ter sido educada desta forma, pra mim foi o máximo, pois, pra mim, pode ser a hora que for, se tô com fome, eu como! Eu e os outros seres "anormais"".

Ela deu um sorrisinho amarelo e olhou pra mim com um olhar que não sei se era de pena, ao se deparar com essa espécie de ET que come quando tem fome, ou se de inveja. Nunca vou saber!

Só sei que não comeu nada. Nadinha!
Só jantou no horário de sempre: 20:30 h em ponto. Nem um minuto a mais nem um minuto a menos.


P.S.: ela foi lavar as mãos no banheiro do restaurante, tirou o anel e lá esqueceu. Voltou pra mesa, e quando se lembrou e voltou pra pegar já não estava mais. Veio o gerente, garçon, proprietário, bispo, vizinho e cozinheiro e nada. Não encontrou mais.

Os bons tempos, mesmo na Suiça, realmente se foram.

Pega em flagrante pelada no banheiro. Mico meu !


Como assim? Banheiro é lugar onde se pode ficar pelado. Aliás, tomar banho de roupa, só o Cascão.

Estava eu num calor de pedir pra morrer, em Paris. Lá é assim : ou racha de calor no verão ou trinca de frio no inverno. Tem pouco tempo de clima temperado.

Naquele ano o calor tava de rachar !

Eu trabalhava pra um senhor (o mesmo do vaso de planta, que já contei aqui) e depois de dar uma geral no apartamento, fui lavar o banheiro.

Era um banheiro todo em vidro Blindex. Esse vidro é um porre ! Lindo mas, pra ficar lindo, não pode ter uma gota de água escorrida que aí fica horroroso. Como era complicado lavar o box da banheira, conjugada com chuveiro, eu sempre entrava descalça, às vezes sem a bermuda mas, nesse dia, fui tirando tudo e fiquei em pelo pra facilitar o serviço e refrescar um pokim.

Tô eu lá toda toda quando, mais que de repente, entra uma senhora no banheiro.

Meu patrão morava sozinho, o apto era um duplex. Ela entrou, disse que tocou a campainha pra me alertar (sabia que era dia de trabalho meu) mas, como não ouviu nada, foi subindo.

E, com a cara mais natural do mundo, me cumprimentou (a gente não se conhecia porque ela morava no interior) e foi falando na boa: "eu também tenho mania de lavar banheiro sem roupa e depois já tomo meu banho".

Nem, por isso, eu fiquei à vontade e continuei minha tarefa. Ela em pé, conversando, e eu me enroscando, me enroscando e fui de fininho saindo de dentro da banheira pra vestir minha roupa.

Por mais que conviva com povos diversos, a gente nunca os conhece direito. Jamais imaginaria uma situação semelhante aqui no Brasil, com a mãe de um patrão me pegando pelada no banheiro dele. E achando a coisa mais natural do mundo !

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Dica de blog legal...papagaio de pirata de novo


Lá vou eu indicando de novo o blog do próximo. Mas não posso ler sem me lembrar de vocês.

Vão lá na Veja on line e leiam o Blog do Augusto Nunes. Artigo sobre o Berzoini. Moço porreta!
O Augusto, claro!

Millôr, o Moisés do Méier





" Os Dez Mandamentos nunca impediram nada. Mas deram cada idéia!"

Idéias lindas pra presentear no Natal, Ano Novo, qualquer data










































São duas irmãs, queridas amigas, que tem o maior bom gosto, fazem peças lindas e ainda dão cursos. Aprenda a fazer mosaicos e decoupage.

Entre várias idéias elas tem prontinho pra vocês levarem : bandejas, oratórios, pratos giratórios, caixas de vários tipos, porta retratos, mandalas, mesas, bancos, tocos pra jardim ou mesmo pra dentro de casa, que são lindos.

Além do mais, vocês podem fazer encomendas, escolher motivos. Uma interação muito legal.
Quer saber mais? Ligue pra elas.
fones: res.(31) 3332-6937 ou cel.(31) 9113-6937, Patrícia ou Adriana. Isso em Belo Horizonte - MG

Cada um esconde a miséria como pode






Citei, em um comentário que fiz no blog da Lina, " cache misère" e o pessoal gostou da expressão.

Vou contar então quando ouvi, pela primeira vez, a expressão.

Trabalhando com a Princesa - que vocês podem não crer, mas tanto andava no seu carrão de sei lá quantos milhões, como andava numa boa de metrô, de ônibus e a pé, como todo parisiense - eu sempre dava uma assessoria quando ela ia sair, tipo: "pegue por favor a bolsa X"- tinha uma pequenina da Chanel que eu amava e espero herdar um dia... rs - ou "esses brincos ficaram bem? Qual colar ou sapato eu coloco?" Depois de muito arranca rabo, a gente começou a se entender, e ela a confiar em mim, e no meu gosto, apesar de ser o oposto da forma de vestir dela.

Ela já levantava, de segunda à segunda, arrastando um Saint-Laurent (seu preferido) ou Chanel, ou Gaultier, que ela também ama. E tinha muita coisa !

Procês terem uma idéia, ela emprestava pro "Mr. Yves", quando ele fazia exposições, as peças que ela comprava desde 1900 e antigamente.
Bom, eu espicho muito o caso ! Voltando ...

Estava ela se emperequetando pra ir à Ópera Bastille, me lembro muito bem !
Colocou um terno chiquérrimo do Saint-Laurent, vermelho, lindo ! Sapatos sei lá o quê, uma carteira lindíssima, jóias tiradas do cofre; aquelas pra grandes ocasiões. Nada de piruice. Elegantérrima !

Ia de metrô, porque como toda pessoa civilizada e que tem a sorte de ter em sua cidade um meio de transporte que funciona, era a forma mais sensata de descer o Champs-Elisées pra ir pra Bastille às 6 da tarde. Na volta, táxi ou alguém a traria.

Já saindo, ela me pede: "Iêda, pega por favor um "cache misère" pra mim. Pode escolher a cor que achar melhor." Eu: "que vem a ser isso?" Ela: "uma pachimina, pega das grandes."

Era uma visão do paraíso. Duas prateleiras de pachiminas de cachemire grandes e menores, faziam um degradê que era de babar.

Fui até o closet (claro que não era um armário, era um quarto) e peguei uma pachemina de cachemire enorme, do Saint-Laurent é claro, ela se enrolou nela, no que cobriu dos ombros aos pés aquela chiqueza toda e zarpou pra Estação George V linda e radiante.

Só pra terminar roendo o resto de unha que sobrou, a cachorra dela, uma vira-latas canseira, dormia em um sofá tipo namoradeira, enorme, no quarto dela, e o sofá também era coberto com uma manta enorme de cachemire. Do Seu Ives, bien sûr.

Cachorra de sorte!!!

"cache misère" = esconde miséria

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Como fiquei sabendo da vida e obra dos irmãos Giacometti




































Uma das coisas que mais gosto quando estou fora do Brasil, morando, não passeando, é que leio muito. Não há livro que chegue. Já li até coleção de livro espírita. Nada contra, mas nada a ver comigo. Mas não tinha mais o que ler.

Aqui em casa fica mais difícil. Leio também, mas muito menos. Tem telefone, tv, amigos chegando e mais um monte de interrupções. Cada lugar tem sua vantagem.

Na casa da Princesa nadei de braçada. Ela tinha uma biblioteca de lamber os beiços. O difícil era tirar e recolocar um livro na estante, de tão apertados que estavam. E ela me deu liberdade de pegar o que quisesse.

Na sala de estar, a Princesa tinha uma mesa de centro muito linda, em ferro, e nos quatro pés uma carinha de cachorro. Era um cópia ( não sei se fala assim) da carinha de um cachorro que ela teve. E ela me disse que quem tinha feito a mesa tinha sido o Diego Giacometti. Nunca tinha ouvido falar. Então ela me deu um livro, autografado pelo autor, e era a biografia de Alberto Giacometti, irmão dele.

A Princesa me disse, também, que o próprio Diego trouxe e instalou a mesa na casa dela. E eu lá, sentada na mesma cadeira que ele se sentou. Muito da chic, eu!

Curiosidade de saber quanto teria custado a mesa! Mas nem morta perguntaria...

E ainda trouxe, não perguntei se foi de presente ou não, um sapo também lindo. Amo sapos, tenho dezenas deles em casa. O bicho vivo é um horror, mas os meus, em madeira, louça, tecido, vidro, borracha, são lindos. Vontade de ter aquele sapo do Diego!
Li o livro em pouco tempo, reli, e me apaixonei completamente pelo escultor Alberto e seu irmão Diego.
Dois suíços danados. Vale a pena conhecer a vida e a obra !

Gingô bel, gingô bel...chegou o Natal nas minhas janelas







Estão lindas e piscando. Luzes de todas as cores....uma beleza!!! Adooooooooro!

Olhando por este ângulo.... tudo fica muito melhor



Vendo um programa no Multishow neste domingo, rolou uma reportagem muito legal sobre gordinhos em NY. Os muitos campos de trabalho, clubes, moda, tudo direcionado pros gordos.

Achei muito boa e muito engraçada !

Uma gordinha falou: "em cadeira de avião, indiferente de ser magro ou gordo, só cabem pessoas que só tem um braço." Ri muito! É absolutamente verdadeiro. Ninguém come em avião com a asa aberta - pra mãe dizer que tá errado e é a maior falta de educação - mesmo porque não tem espaço pra asa.

Um outro tem um táxi e passeia com as pessoas em um circuito gastronômico. Leva a vários lugares na cidade e começa o tour pela sobremesa. Mostra o melhor donut, melhor picles, melhor frango frito, melhor suco. Deixa o freguês em casa tonto de tanto que comeu. Comeu bem e o melhor da cidade. Segundo o critério deles, of course.

Mas a definição que achei campeã foi esta : "sou alta, sou magra, paciente, brasileira, sou morena, sou gorda, sou educada, sou inteligente, sou feliz, sou da noite, dorminhoca, esperta, negra, baixinha, sou bunduda, egoísta, sou de perna grossa, do interior, branquinha, indiscreta, peitudinha, comilona, chata, sou ambiciosa, perna fina" e por aí vai.

Onde tá o que achei interessante? A gente pode ser isso tudo, mas quando dizemos " sou gorda" aí o bicho pega.

Ser gorda é apenas uma parte de mim.

Antiga estação de trem que virou um museu maravilhoso !













































































O prédio onde fica atualmente o Museu d'Orsay, foi construído no final de 1800 e inaugurado em 1898.

De lá pra cá, foi usado na Exposição Universal de 1900, foi estação de trem, cenário de vários filmes, depósito de pacotes pra serem enviados pros soldados em época de guerra, centro de triagem de soldados. Pau pra toda obra.

Em 1973 foi que surgiu a idéia de se criar um museu. Aí, mudou o rumo do prédio, que foi todo restaurado e virou uma maravilha.

Ele foi inaugurado como Museu d'Orsay em 1986.

Logo quando você chega, na entrada principal, um largo enorme, você vai ver do lado direito de quem entra, seis estátuas lindas, imponentes, de mulheres. Elas representam os 5 continentes e as Américas. Foram encontradas no leito do Sena depois da Segunda Guerra Mundial.

Ainda deve ter coisa no leito do rio, lugar que foi muito usado por grandes artistas pra esconder suas obras em tempos de guerra, pra que não fossem destruidas ou confiscadas pelo país invasor.

O museu fica às margens do Rio Sena e, do lado de lá, fica o Louvre. Um duelo de cachorro grande. Amo os dois, mas o d'Orsay acho mais acolhedor e o prédio mais lindo. Difícil comparar, porque são construções distintas, mas prefiro o d'Orsay.

Tenho um amigo que trabalha lá e é muito engraçado. Sempre que a fila tá enorme e, consequentemente, muito trabalho pra ele, ele sobe lá no último andar, onde fica o restaurante (maravilhoso) e fica gritando: " Vão pro Louvre geeeente !!!! Lá tá cheio de novidade!!!" De farra, claro, porque naquele borburinho não vai ser ouvido nunca.

Indo a Paris, não deixe de conhecê-lo. Tem obras lindíssimas e consagradas de Rodin, Cézanne, Degas, Delacroix, Van Gogh, Manet, Matisse, Monet, Sisley, Renoir e muito mais.

Esculturas de apreciar de joelhos.

Prestem atenção em uma escultura em mármore de uma mulher com os longos cabelos molhados, de cabeça baixa, jogando os cabelos pra trás. Me impressiona sempre que vejo. Fica no primeiro andar, em uma sala com outras obras maravilhosas.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...