Eu sempre tive curiosidade em ver o Madison Square Garden por dentro, pra entender aquele prédio. Afinal, é mais um prédio grande no centrão de NY. E como pode ter um grande estádio la dentro?
Pelo que entendi, fizeram um quadradao coberto. Quando a gente entra, dependendo de onde vai se sentar, vai subindo, subindo pela escada rolante. A cada andar, voce sai fora dela, se chegou no seu lugar. O nosso era bem alto. Não entendi onde daria. A escada rolante fica colada na parede. Subimos vendo a rua. Então só aí entendi, quando cheguei lá em cima. Saimos do lado do último assento da nossa fileira e daí pra frente é só ir descendo, procurando sua cadeira. Se você observar as fotos, verá os assentos azuis. Eram os nossos. Então procuramos a fileira e o número da cadeira. De uma arquibancada pra outra tem uma barreira. Não dá pra passar.
Chegando ao grande estádio, onde super hiper famosos já deram o ar da graça. Mike Tyson, Michael Jordan, shows de todo mundo que é o cão chupando manga em matéria de música, como Frank Sinatra, Elvis Presley, dança, espetáculos em geral e nossa Ivete também cantou aqui outro dia.
O estádio ainda bem vazio. O jogo começou às 7 e meia da noite, e o povo foi chegando devagar. Não chega todo mundo antes do jogo. Vi gente entrando depois uma meia hora que já tinha começado.
Aí, sentam os mais fanáticos, e, os que tem mais grana.
Os Knicks são de NY e o Raptors do Canadá. As torcidas ficam misturadas.Tinha um grupo grande de canadenses do nosso lado. E todos torcem sem constrangimento. Não sei se é assim sempre. Queria ver uma final, um fla X flu, pra ver se o povo continua na mesma calma e educação.
A imprensa se instalando. Nos intervalos, eles mostram os famosos que estão presentes. Tinha um monte, relacionado a esporte, que nunca vi mais gordos. Aparecia a carinha e todos aplaudiam, gritavam. Não me acharam no meio da multidão...rs.
Nosso lugar era nesta fileira de poltronas azuis. Quanto mais alto, mais barato. So aí entendi porque , quando vemos o Leonardo de Caprio ou outro famoso assistindo a um jogo, ele estão sempre sentados no mesmo nível dos jogadores. Danadinhos!
A negada se aquecendo. Os vermelhos eramos canadenses.
Não faltou a americana de de voz poderosa, que cantou
"a capela" do Hino Nacional Americano. Povo com a mão no peito quiném em filme. Eu só fiquei de pé. Carece de exagerar não!
E aos poucos foi só enchendo de povo. Juro que não coloquei fé que iria lotar. Plena quarta-feira, depois do trabalho. Mas, como diz um grande amigo meu, em NY, qualquer coisa enche, faz sucesso. Segundo ele, você pode inventar a coisa mais bizarra, procura no jornal e tá lá. Pode ir que tá cheio. Reunião de anões albinos. Tem. Cheio. Reunião de carecas, que são contra remédios pra fazer crescer cabelo. Tem. Lotado. Baile de ex-combatentes, que perderam o dedinho mindinho na guerra da Coréia. Tem.Vagas só pro próximo ano. E por aí vai. Besteira minha achar que não iria encher.
Quando chegamos, disse pra Dadá.
- Acha que isso vai ter platéia? Podemos nos sentar em qualquer lugar, acha não?
Ela:
- Melhor não. Espere depois de um tempo que começar o jogo.
Dito e feito. Encheu.
E as garotas agradaram. Não podia dar uma paradinha no jogo, que elas entravam cheias de amor pra dar e mostrando serviço.
Fiquei pensando como e com o que eles aquecem aquele lugar enorme. Tava quente e todo mundo tirou os casacos. Nem as gatinhas sentiam frio.
O time da casa não tava na sua melhor forma olímpica, ficou num engoma danado, de vez em quando ficava lá atrás, depois empatava, depois passava na frente e foi fondo, aquela peleja.
No intervalo maior, entraram umas crianças pra jogar. Como nossas crianças brasileiras, quando entram num estádio de futebol, elas se acharam. Umas graças. Jogaram melhor que os adultos. E a cada cesta a galera vibrava, gritava. Eles amaram.
E o estádio lotou.
Faltando 2 segundos pra terminar o jogo, foi aquela enrrolação. Parou tudo, entra um bando de sapos na quadra, falam, discutem, sei lá mais o que. Só pra ingles ver. Apita o juiz recomeçando, toma fôlego, e apita de novo finalizando o jogo logo em seguida. E o Knikenses vão pra casa contentes.
Dadá posando pra camera do blog.
E a dona do blog, também posando muito a contra-gosto. Tipo, bate essa peleja logo! Tenho muita falta de paciência pra tirar foto.
E o estádio retomando o seu silêncio. Esqueci de dizer, que tem muita, mas muita gente que trabalha no estádio, informando lugares e oferecendo qualquer tipo de ajuda. E na saída, o trabalho deles era não deixar o povo dispersar e ficar zanzando, sem ser na direção das escadas. Da saída. E a escada rolante não funciona pra descer. Se é que tem uma coisa que odeio, é andar em escada rolante parada. Os degraus são muito altos. Segundo um dos funcionários do Madison, se as escadas funcionam embola muito, então eles descobriram, que desligadas o povo desce mais tranquilo. Eu desci braba.
Minha amiga resolve ir ao banheiro. Um moço quis barrar, e ela disse que era banheiro e ele deixou. Eu não queria ir e fiquei esperando. Ai, o mesmo moço me disse:
- Não quer aproveitar e ir também? O caminho da volta é longo...disse rindo.
Eu concordei com ele e tomei o rumo do banheiro. Na volta ele disse:
- E então? Tudo bem?
Eu bati na mão dele à maneira do povo daqui, dei bye e rimos os dois juntos. Rimos alto. Americano adora rir. E eu não fico atrás.