sexta-feira, 2 de março de 2012
E a nuvem não era passageira!
Olício peça rara.
Um dia apareceu na minha sala irritado, coisa rara ou jamais vista. Hoje eu entendo perfeitamente bem a causa da irritação.
Ele dizia que tava perdendo a paciência com os olhos. Coçava, esfregava, colocava colírio e nada adiantava. Segundo ele era como se uma nuvem não saísse da frente deles. Num momento de estupidez animal e no limite da paciência, me disse:
- Qualquer hora dessa pego um bombril e esfrego no olho pra ver se este embaçado passa.
Antes que a anta colocasse seu desejo em prática corri e liguei pro meu oftalmologista, que me socorria nestes momentos, e pedi pra ele ver o que tinha os olhos do moço.
Catarata.
Simples assim.
Operou e ficou bom feito côco.
Eu também operei e nem precisei do bombril. Mas é realmente uma nuvem que tira a gente do sério.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Aborto; legalizar é parte da solução do problema
- Eu não quero uma menina.
- OK, mas nos vou anotar que é por uma outra razão, pra deixar no seu dossiê. Dizer que você é muito jovem pra ser mãe, tá bom pra você?
Cena filmada por uma câmera escondida pelo jornal britânico The Daily Telegraph, que fez esta semana uma enquete sobre aborto ligado ao sexo na Inglaterra. As investigações do jornal, mostraram trezentas clínicas clandestinas de aborto.
Ao contrário da maioria dos países da Europa, incluindo a França, as mulheres na Inglaterra, pra fazerem um aborto devem justificar sua decisão perante dois médicos, que deverão dar o seu acordo. As justificativas aceitas pela lei de 1.967, são a nível médico ( gravidez que coloca em risco a vida ou a saúde da mãe, criança com problemas de má-formação ou deficiente físico) e pro lado social ( a mãe não tem condição de criar uma criança). Fazer um aborto por causa do sexo da criança é ilegal.
Outro caso filmado em Birmingham.
A paciente explicou que queria abortar porque estava grávida de uma menina e seu marido queria um menino. Só se fosse menino.
- É este o seu motivo? Mas não pode! Você está no período que ainda pode fazer o aborto, mas esta é uma forma de infanticídio feminino, disse o médico.
- Será que não podemos colocar outro motivo no dossiê? Pergunta a paciente.
- Sim, porque essa não pode. Eu vou colocar que você é muito jovem pra ser mãe. Disse o médico sorrindo.E em uma outra clínica de Londres, uma médica também concordou que outra paciente não tivesse um filho.
- Meu marido já tem um menino do primeiro casamento e a gente não quer um segundo, se justificou a mãe.
Segundo o jornal, os pais não querem dar continuidade a uma gestação por conta do sexo da criança, eles querem "equilibrar" a família afim de não ter só meninos ou só meninas."Uma prática totalmente repugnante", foi o que disse o Ministro da Saúde. Segundo ele, as leis foram feitas pelo Parlamento, não pelos médicos e se estes não estão de acordo e tem alguma coisa contra devem dizer e não cometer atos ilegais.
Traduzi parte deste post daqui:
http://www.lefigaro.fr/international/2012/02/24/01003-20120224ARTFIG00448-des-avortements-selectifs-font-scandale-au-royaume-uni.php
Não penso que alguem seja a favor do aborto puro e simplesmente. Ninguém pensa:
- Vou engravidar porque quero fazer um aborto.
Mas ao mesmo tempo, penso que as pessoas tem o direito de decidir sobre a sua vida, seu futuro e o futuro de uma criança que não querem naquele momento.
Vendo estes casos e alguns outros, fiquei pensando; ainda estamos lutando no Brasil pela legalização do aborto. Temos que estar preparados pros problemas e dúvidas que virão, depois da legalização.
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