terça-feira, 23 de março de 2010

Mais cachorro...pra acabar com esse assunto.







Tenho uma família de amigos que tinha dois cachorros. Eram o xodó do dono da casa. Sabe aqueles amigos pra valer, tipo você e eu? Pois é.

Passeio todos os dias, saídas pra passar o sábado fora, remedinhos na hora quando as pestes adoeciam... Tudo muito bem. Só tinha um senão. Ordens da dona da casa. Entrar em casa era proibido. E eu acho que ela tinha toda razão. Bicho não foi feito pra ficar andando em carpete nem subindo em sofá, emporcalhando a casa.

Os danados eram tão espertos, que esperavam o dono da casa chegar e, no que ele abria a porta da sala, eles entravam rapidinho, sob a guarda dele, e faziam o caminho até a cozinha já saindo pro quintal rapidim, antes que a patroa visse. Mas, pelo menos, essa passada rápida pela casa era sagrada.

Um belo dia, o patrão adoeceu, acho que foi dengue, sei lá. Só sei que prostrou na cama e não erguia nem pra dizer ui.

Os bichos, no primeiro dia, ficaram esperando cedinho, na porta da cozinha, a saída pra caminhada e nada, saída pro trabalho e nada, chegada à tarde e nada.
No segundo dia, a mesma coisa, já com as carinhas mais amoadas.
No terceiro dia, rolou um xororô, tristeza absoluta, rabo entre as pernas, e a patroa viu que a coisa tava feia. Tinha baixado o banzo total e, então, ela não teve outra saída. Pensou, pensou, ponderou e resolveu levar as crias pra fazerem uma visita pro dono, pra verem que a coisa não tava boa, mas também não era pra desanimar. A vidinha voltaria ao normal logo, logo.

Não falou nada com o dono da casa. Tipo festa surpresa.
Abriu a porta e convidou os dois a entrarem. O que não deve ter passado pela cabecinha dos pobres: "Aí, tem!" Devem ter pensado. Mostrou a escada e mandou subir.
Eles, sentindo que a barra tava limpa e o cheiro do dono, subiram quiném cometa. Sem conhecer o caminho, foram direto pro quarto e, da porta mesmo, deram um voo até a cama, já com a língua pra fora, pra demonstrarem toda a alegria e contentamento por ver o dono. Esse, no que viu a cena, ficou muito feliz por alguns segundos, mas logo saiu com essa:
"Deve ser meu último dia de vida ou já morri e não tô sabendo!"

segunda-feira, 22 de março de 2010

Cachorro e gato dentro de casa. Deus me defenda!

Acho que já falei aqui : "Não gosto de cachorro nem de gatos. Nunca tive, em minha casa nunca teve, não criei afinidade com os bichos".

E eles não se importam com isso; vem sempre pro meu lado querendo colo, afago e eu caio fora "Tem dó! Sai pra lá".

Estou com uma amiga, há quase dois meses; ela, o marido, eu, dois gatos e um cachorro. Tô purgando meu pecados. Meu lugar no céu tá garantido!
E, aqui na França, a visita vem e trás o bicho junto. Faz parte do kit. É normal, ninguém reclama e ainda acha lindo. Veio uma prima dela passar esse fds, trouxe cachorro, comida, vasilha de beber, comer, tudo.

Hoje, pela manhã, mais duas visitas; todos com seus cachorros. Esses dois últimos, acho que quando viram que a casa só cabia bicho em pé, se compadeceram e deixaram as duas coisas lá fora. Se entrassem mais dois, eu ia esperar do lado de fora. Eles até riem de mim e não acham ruim eu não gostar. Acham graça e eu não acho graça nenhuma.

E tem outra; digo pra eles e, todos me olham com espanto : "no Brasil, lugar de cachorro é no quintal, fora de casa". Não tem muito tempo que essa moda de cachorro, dentro de casa, começou. E mais ainda, se entra em casa, é proibido de entrar na cozinha. Aqui, você precisa ficar pedindo licença ao bicho pra passar. Na cozinha, tem gato em cima da mesa, em cima da pia, cachorro no chão. Todos rezando pra ver se cai alguma coisa pra eles comerem. Bicharada esfomeada! Se a gente der comida, comem o dia todo.

Outro dia, disse que ia colocar um sinal de trânsito no corredor - cachorros à direita, gatos à esquerda e humanos no meio - pros humanos pararem de pisar nos bichos.

Agora no inverno, a coisa fica pior. É o maior entra e sai. Saem pro xixi-cocô o dia todo. Cachorro late querendo entrar, gato mia querendo sair e a gente abre e fecha porta o tempo todo. Santantonho tem me ajudado muito a ter paciência. E comem na cozinha (a casinha-toilete da gataiada é na cozinha também). Eu mereço isso, ó meu Deus!

Meu amigo, o dono da casa, não se cansa de me perguntar: "Me diga, com sinceridade, você já não está se habituando a eles? Gostando? Não vai querer um gatinho pra te fazer companhia quando voltar pro Brasil?" E eu, muito educadamente, não querendo magoar o amante dos felinos e cachorrinos, digo com toda delicadeza:
" Neeeem fudennnnnndoooo!!!"

5° vídeo #mesaposta

https://youtu.be/uE2S4Lcap8I?feature=shared   Espero que você goste!