Sempre tive curiosidade de ir ao cinema aqui, mas nunca deu tempo. Mais uma das vantagens de vir pra ficar o tempo que quiser.
Ontem fui ver um filme que não tenho idéia do nome , e não entendi uma palavra sequer. Mas, o enredo deu pra entender.
Começo pelo filme. De ótima qualidade, bem dirigido, atores super bons, nenhum canastrão e minha surpresa maior. O som do filme e do cinema é ( ou são? ) de excelente qualidade. Se eu falasse esta língua, tenho certeza de que haveria de ter entendido tudo.
A platéia de adolescentes. O filme começou as 15:30h e foi até umas 18:30 horas. 300 rupias o ingresso. Indaguei se não era caro pra negada e o Anup disse que todo mundo tem uma graninha pra ir ao cinema. Trabalham e todos super arrumados. Muito mais rapazes do que moças é claro, mas elas também vão. Indo comprar o ingresso, perguntei pro Anup. Você tem certeza de que atrás dessa confusão tem um cinema? Ele só ri e responde:
- Claro que tem!
Chegamos cedo e fomos a uma lanchonete beber alguma coisa pra esperar o tempo passar, no fresquinho do ar condicionado.
Tinham umas 20 mesas grandes. Umas 3 mulheres. Depois chegou uma família, que pelas roupas dá pra ver que são viajantes. Tipo calça Lewis. Já vi que roupa de marca aqui não é prioridade. Aliás a moda deles ainda tá nos anos 50, fora o sari que deve datar de sempre.
Cada hora descubro uma comida mais gostosa aqui. Nesta lanchonete, comi ma espécie de panqueca com um interior não identificado, uma delícia. Esqueci de tirar foto. Todos comiam com as mãos. Arroz, frango, caldo, o que for. Comem com as mãos. Ou colher. Fazem uma trouxinha de tudo e vão comendo. É tão natural, que não dá aflição. Nada de comer derrubando tudo. Uma habilidade danada.
Bilheteria
Aí fomos pro cinema. O prédio deve ser da década de 50, 60, comparando com nossa arquitetura. Cinema daqueles grandes com porta de sanfona de ferro, com galeria e tudo. Lugar marcado. Tem lanterninha que leva a gente pro lugar.
Detalhe; o motorista do tuc-tuc que nos levou, sempre com um amigo, foi junto. Fiquei no meio dele e do Anup e o outro do lado. Difícil de ser atacada aqui...rs.
Já tinha começado e o filme e continuava entrando gente, e o lanterninha sem a menor cerimonia ilumina a cara da gente o tempo todo. Achei até que tava meio que tomando conta das mãos do povo...rs.
De repente, lá vem ele, com um cara com uma daquelas bandejas de baleiro, cheio de copos e entrega um pra cada pessoa. Me ofereceu e eu disse, não tenkis, sei lá o que é isso? No claro já é difícil de aceitar, no escuro então! Fazia parte do kit-ingresso.
Era Coca-Cola, que aqui tem esse nome mas não é a Coca conhecida no mundo. É uma coisa deles. Vou me informar sobre isso.
Com 1 hora e meia de filme ascende a luz. Quinze minutos pro povo dar uma esticada.
E depois, mais uma hora e meia de filme. Pensei que não fosse aguentar, por não entender a língua mas até que foi divertido. O ator principal era muito bom, e tinha hora que parecia que eu entendia o que ele dizia...rs. Coisa de quem já foi viciada em cinema. Antecipa as falas.
A maior aventura mesmo, foi a ida e a volta de tuc-tuc. Uma coisa posso garantir: o motorista indiano é o melhor que já conheci, o mais hábil, com melhor reflexo. Enfim, quando vier aqui nem esquente a cabeça. No final dá tudo certo.
E duvido que algum brasileiro consiga dirigir aqui, de primeira, sem bater 5 minutos depois.
Detalhe fashion do nosso piloto e co-piloto
Nada melhor do que rir. Aliás, numa situação assim não tem outra saída...rs
Chegando ao hotel, agradeci a ele e perguntei se ele sabia quem era Indiana Jones. Queria fazer uma gracinha, comparando as duas aventuras.
Nunca tinha ouvido falar. Nem o Anup.