sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Aniversário do Henfil, morto há 22 anos!

Essa coisinha mais fôfa do mundo, no colinho da mamãe, é o Henfil, que estaria fazendo hoje 66 aninhos. Tudo no diminutivo, porque, pro aumentativo, ficam o meu carinho, admiração e amor por ele e pelo seu trabalho.

Morreu com 44 anos !!!!! Um absurdo o que a falta de responsabilidade do ser humano fez com ele e com seus irmãos.

Beijo procê, Henfil!





Metralhadora apontada pra mulher indefesa.


Sexta-feira é o domingo dos muçulmanos.
Pra nós, que trabalhávamos em média 10 horas por dia, 6 dias por semana, era o dia de ficar na horizontal recolocando os ossos em ordem.

Se tivéssemos muito animados, íamos até Rabania - uma cidade turística feita pelos franceses, com um lago artificial enorme - alugavamos um bangalô e era bem legal também.

Entre outras coisas que se tinha pra fazer em pleno deserto, no único dia livre da semana, era dar uma faxina no quarto. Durante toda a semana a gente nem ligava pra confusão que ia armazenando.

Numa sexta- feira, resolvemos, minha amiga e eu que dividíamos o quarto, dormir até mais tarde e depois partir pra faxina.
E foi o que aconteceu.

Depois de terminada a peleja, eu fui tomar meu banho e ela foi colocar o lixo lá fora, num tamborzão que tinha do lado da casa.

No que ela tá lá, despejando o lixo, sentiu uma presença atrás dela. Virou e viu um soldado iraquiano, armado de metralhadora, com uma cara de médios amigos. Ela olhou pro prédio mais longe, onde era o clube, e viu uma movimentação, bandeiras, e deduziu que tínhamos visita de alguma ôtoridade local. Não era comum soldados no acampamento. Tínhamos nossa própria segurança.
Mais tarde, soubemos que o governador de Ramadi nos visitava, por isso tinha tanto soldado espalhado no nosso território.

Ele perguntou o que ela tava fazendo, "Como assim, não tá vendo? Despejando o lixo." Ele não entendeu o que ela tava fazendo ali, naquele local. "Ora bolas, eu moro aqui, seu mané." Ele também não entendeu. Ela desistiu de explicar e foi voltando pra dentro de casa e o soldado com a metralhadora em punho atrás dela.

Pode uma cena mais bizarra? Você sair pra despejar um simples lixo e uma figura querer saber quem você é, de onde vem e pra onde vai, diga a senha.... tenha dó.

Pois pode.
E não é que o zé veio seguindo ela até o quarto?

Ela abriu a porta e ele veio na cola. No que entrou no quarto, tô lá, eu linda e loira, pelada, recém saída do banho. Não me lembro mas, no mínimo, devo ter falado: "Cliente novo?"

O cara ficou lá, estatelado, parado, olhando pra mim e eu, pelada tava, pelada continuei. Ele não se movia, não sei se o espanto era porque via uma mulher pelada pela primeira vez, nos seus 20 e tantos anos de vida, ou porque não imaginou que fosse ser tão ruim sua primeira experiência. Sei lá. Só sei que grudou o olho em mim e eu fiz aquilo que sempre faço numa hora dessas. Sem pensar, tive uma reação fora da lógica: juntei as pernas e fiz continência pro moço. Afinal, era um soldado, de qualquer forma, meu superior, já que eu não era nada além de ser povo.

Foi o que faltava pro moço reagir. Reconheceu o sinal e bateu em retirada.

À noite, sentadas no bar tomando alguma coisa, avistamos o soldado sentadinho num canto, olhando ainda, mas desta vez, vermelhinho.

Nunca vou saber se era de prazer e alegria ou de ódio. Deve ter contado pros colegas e ninguém acreditou. Pedir pra repetir a cena, coragem ele não teria. Ver outra mulher nua, só casando e, mesmo assim, pelo buraquinho da camisola. Como a cena da manhã, nunca mais !


" Inicie a viagem como se fosse uma criança, curiosa e alegre; durante o trajeto desfrute como um adulto respeitoso e solidário; quando retornar, sinta-se como um ancião sábio que voltará a ser criança amanhã." Mercedes Sáenz

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O arroz com feijão dos Alpes Franceses.









Aquela vida de cidade do interior, do interior do Brasil, das Minas Gerais de outrora, você não encontra mais. Aquela comidinha de fogão à lenha, fazer quitandas, fornadas de bolos e biscoitos. Acabou-se o que era doce. Doce e salgado. Com a correria do dia a dia, mesmo nas cidades mais calmas, a dona de casa quer mais é ir até a padaria da esquina e comprar tudo prontinho, pãozinho de sal, leite pasteurizado e iogurte com frutas.

Estão errados? Tão nada! Só pensa que eles tão errados, quem vai visitar e fica louco achando que vai encontrar a mesa de café da manhã ou de jantar, com tudo que comia na infância e ainda guarda na memória cheiros e sabores.

Mas, aqui nos Alpes Franceses, nas montanhas brancas de neve, na roça organizada e com muita qualidade de vida, a coisa é diferente; ainda guardam muitos dos costumes de outrora. Mesmo com todos os supermercados, oferecendo milhões de alimentos, com uma infinidade de variedades, cores e sabores, eles não se deixam seduzir totalmente.

Durante o verão, todos saem pra passear ao ar livre, respirar, armazenar vitamina D aproveitando o solão, e colher frutas pra fazer compotas e geléias que serão consumidas nos longos meses de inverno.

E vão também plantar e colher legumes, que comerão com o maior orgulho, apreciando e comparando a safra desse ano com a do ano passado.

É muito legal ouvir: "As framboesas esse ano não ficaram bonitas, secaram, porque o sol foi muito forte". Ou : "as myrtilles (mirtilo em Português) deram como nunca. Não conseguia dar fim naquele mundo e fiz vidros e mais vidros de compota, congelei potes e potes".

E dá-lhe a congelar caldos, legumes, sopas, tudo com produtos de cada horta caseira, de cada troca entre vizinhos e, a cada dia, sai uma coisa mais gostosa do que a outra, de uma despensa sem calefação, que mantém tudo como se fosse numa câmera fria, não deixando perder nada e todos se alimentando muito bem durante o ano todo.

E, foi com um desses potes congelados, que foi feita essa tarte/maison ( torta feita em casa) que é uma delícia de lamber os beiços. A massa é crocante e quase não leva açúcar. Não agradaria à maior parte do paladar brasileiro, que é chegadinho num doce bem duçim. Eu também sou mas, metade dessa aí, foi devorada por mim. Uma parte na sobremesa, outra no café, pontualmente servido às 4 da tarde.
Esse almoço simplesinho de meio de semana, tinha, como entrada, uma salada verde : vários tipos de alface, devidamente pincelados com um molho de mostarda de arrepiar no azedume e na gostosura.
O prato quente era esse empanado de peito de peru. A massa quebrava de tão macia. Perseguia o empanado, vagens verdinhas da horta da casa.
Depois, queijos com pão, de sobremesa e depois a torta de myrtilles. Depois fruta ou iogurte. Eu não dispenso o iogurte. Natural e sem açúcar.
Pra quem gostasse, tinha vinho e, pra mim que não bebo, suco de maçã.
Ainda chocolate suisso, comprado no país vizinho, há 1 hora daqui.

E foi tudo.
Querem saber o que comemos hoje?

Uma peixada feita por mim, com leite de coco e tudo. Como manda o figurino. E o peixe era posta de bacalhau fresco. Uma delícia!
E fez tanto sucesso quanto a torta local.

Cada qual dentro do seu quadrado e ensinando e aprendendo com o outro.
Bom dimais da conta, sô!

Ps.: brincar na neve antes do almoço, foi só pra abrir o apetite.
Como se precisasse!!!



"O mundo é um lugar que ninguém conheceu ainda pela descrição. É necessário percorrê-lo, a gente mesmo, para saber do que se trata." Philip Dormer Stanhope













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