segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mergulhando na memória...saudade dos armarinhos da minha infância

Cada maluco com sua mania. Não sei porque e nem me lembro de quando me apaixonei por botões. Sim, meu bem, botões. Sou louquinha por eles. Não a ponto de colecionar porque, se entrar mais um sapo ou uma fève em minha casa, pra engrossar minha coleção, eu vou ter que sair. Agora, nem em pé.

Acho que essa paixão pode ter começado, acompanhando minha mãe até o armarinho, na minha infância. Me lembro de lojas no centro da cidade. Os bairros naquela época não eram independentes, como hoje. Pra se comprar qualquer coisa tínhamos que ir ao centro, que a gente chamava cidade. "Você vai à cidade hoje?" Nessa pergunta tava embutida uma outra: "Compra uma coisinha pra mim?" E, então, eu me encantava com aquelas prateleiras enormes, cheias de caixas de papelão, com botões dentro; e, pregado do lado de fora, o botão correspondente ao que tinha dentro. Também adoro linhas, fitas, contas, rendas... Acho que vou abrir um armarinho pra mim...hehe... Vai ficar às moscas, porque quem compra estas coisas hoje em dia? Mas, eu sei que vou me divertir muito. Periga de chegar um cliente e eu nem ver, porque vou tá mergulhada nos meus produtos, na viagem dos meu sonhos.

Há uns anos, uma sobrinha passou uns dias comigo na França, na casa de uma amiga que tem um outro sonho meu : um quarto de costura, com tudo no lugar certo, espaço, gavetas, prateleiras, mesas e toda a parafernália, cada uma acomodadinha e fácil de encontrar quando precisamos. É lá que passo dias e dias só me divertindo, costurando, inventando coisas, vendo revistas cheias de idéias maravilhosas. E o pior de tudo : me enlouquece saber que não tenho tempo de vida pra fazer tudo que tenho vontade, mas continuo tentando.

Então, um dia, peguei uma gaveta grande, aliás, algumas gavetas e fui escolher botões pra colocar em alguma coisa. Minha sobrinha começou a brincar com eles, separar, perguntar e, quando acordou daquela bebedeira, ainda tonta, me disse: "Nunca na minha vida pensei que pudesse passar uma tarde inteira vendo botões, e amaaaaaaaaannndo!"

E a doença pegou em mais uma.




Tenho vidros e vidros com botões lindos. Não compro botão porque tô precisando, compro porque me encanto por ele. E parece doideira, porque sempre encontro o lugar ideal pra colocar.

Na Feira de Santelmo, em Buenos Aires, comprei botões que dá vontade de olhar o tempo todo. Lindos! Já estão em roupas minhas.
E, quando compro uma roupa que tem botão, a primeira coisa que faço, quase sempre é trocar... e colocar um dos meus...hehehe...

Um dia, me encontrei com uma amiga, e nós duas estávamos com a mesma camisa. Foi muito engraçado, porque ela disse no ato: "Onde você comprou a sua? É muito mais linda que a minha?"
E eu só tinha trocado os botões...

sábado, 22 de maio de 2010

Leite na altura da cintura da moça

Adoro causus de pessoas mais antigas - nossos avós, amigos dos pais - porque eles, além de engraçados, vem com um vocabulário próprio. Palavras inventadas ou reproduzidas, conforme o entendido. Uma verdadeira Horta da Luzia.

Tenho uma grande amiga, que a mãe era uma peça-rara; paixão de todos nós. Como diz o Rolando Boldrin : "mais uma que foi embora antes do combinado".

Essa peça-rara, ainda se aprimorou mais, quando teve um problema grave de saude, se submeteu à uma cirurgia na cabeça e, junto com o que estava atrapalhando a vida dela, foi retirado alguma coisa que afetou a memória. Ela conseguiu ficar melhor ainda e mais engraçada. Nunca levamos pro lado do drama, daí a ilustração da lata de leite-moça. Pra você entender melhor :

Ela - passando uma receita de bolo pra filha : "Você coloca uma lata de leite-moça e outra de leite, na altura da cintura da moça". O melhor é que, nessa época, a lata tinha um rótulo que era de papel, quer dizer, se o papel saísse, a referência ia junto.

Outra : Um dia, a filha indo ao supermercado, perguntou pra mãe: "Você quer alguma coisa mamãe?" E ela: "Quero sim, trás carne daquele baixinho" e fez o gesto da altura do bicho. A filha entendeu na hora, ela tava se referindo à carne de porco. A gente chama, até hoje, porco de baixinho... rs.

E, mais uma que adoro!

Um dia cismou de ir sozinha à padaria. Como era pertinho e ela tinha o costume de ir, a filha deixou, mas ficou de olho no relógio, monitorando o tempo pra saber se ia precisar correr atrás.
O tempo foi passando e ela demorando, minha amiga aflita, saiu pra resgatar a mãe que, com certeza, tinha perdido o rumo de casa.
E tinha mesmo! Encontrou a danada, toda feliz da vida, conversando com uma pessoa que tentava, de todo jeito, ajudá-la a encontrar a rua que ela afirmava, com toda certeza, se chamar Rua Brasil Colonial. A pessoa, cheia de boa vontade e curiosa, quis saber onde ficava essa rua, já que morava há muito tempo no bairro e nunca tinha ouvido falar. Riu muito quando minha amiga deu o nome certo:
a rua era Minas Novas.

Tava longe não, né? Mas, a partir deste dia, passou a andar de crachá; até dentro de casa.

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