sexta-feira, 28 de maio de 2010

Como atravessar o Atlântico e virar Miss Brasil.

Mais uma do tempo que trabalhei no Iraque! Agora sem drama! Pra rir. No pico da nossa obra, éramos em torno de 12.000 funcionários e o número de mulheres não chegava a 10%. Calculou o drama? Pra eles, claro ! Os garotos. Pois é !


Então, o assédio era constante; todo dia uma novidade. Foi uma época que ri muito. Eu trabalhava com um monte de rapazes e todos me faziam propostas quase irrecusáveis. Cada um queria me agenciar. Pelas contas deles ficaríamos milionários em pouco tempo. E faziam planos e planos...rs. Lá tinha gente do mundo todo, de países que eu nunca tinha ouvido falar, e, consequentemente, moedas das mais diversas. Era engraçado mesmo!

O respeito com os brasileiros era muito grande. Problemas mesmo, não me lembro de ter tido. Agora, com os nativos, era uma peleja, porque a falta de costume com a convivência com mulheres, deixava os bichinhos doidinhos da silva. Pra você entender : como brasileiro se pega o tempo todo, abraça, beija, eles chegavam querendo lascar um beijo, abraçar, passar a mão. Se a gente dava um espalha, achava ruim. Tipo: "Por que ele pode e eu não posso?" Difícil explicar.

E, com os nossos, também não era fácil, afinal, todos ali virávamos meio parentes ou amigos de infância. Então, quando alguém queria mais que isso, partir pra guerra mesmo, ficava difícil dar um fora, igual damos aqui no Brasil. Lá, a gente morava e trabalhava junto 24 horas por dia, vendo e convivendo sempre com as mesmas pessoas. Não dá pra dar um chega-pra-lá em todos, ou brigar com todos, sem ficar um clima ruim e, além do mais, era desagradável; todo mundo ficava sabendo, quer dizer, mó mico pro cara.
Foi numa dessas situações de "não-obrigada-passa-outro-dia-quem-sabe-talvez" que bolei uma forma legal de dizer "não" sem fazer inimizade e, ainda, saindo todo mundo na boa.

Seguinte: primeiro, o mané vinha com a conversa mole, aí, eu dizia: "ôôô meu bem, muito obrigada pela preferência, mas não vou querer não, obrigada!" Ficava engraçado e, às vezes, dava certo; morria aí a cantada.
Quando continuava e a insistência ficava grande, aí eu aplicava o golpe que era fatal.

Perguntava ao mané qual a cidade dele e qual o nome da avenida principal e lascava. "Escuta, se eu hoje, tivesse passando pela avenida tal, você me cantaria e iria ficar insistindo desse jeito? Porque, em Belo Horizonte, eu ando na Avenida Afonso Pena, pra baixo e pra cima, e ninguém fica doidim querendo me comer. Foi só atravessar o Atlântico, que virei essa formosura? Essa delícia cremosa? É ruim, hein? Dou não. Não dou nem morta!"
Então virava um riso só.
Quebrava o clima e a amizade continuava na boa.


Tinha aquela turma do desespero que, de vez em quando, voltava e lascava? "Ainda não?"

Aí, eu só ria, nem precisava contar o caso de novo.

O melhor foi que, muito tempo depois, eles mesmos contavam pros outros como tinha sido "o fora". Não era motivo de vergonha e virou até graça.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Causinhos rápidos que ouvi e anotei.

- O japonês queria colocar o nome da filha de Míriam. Falava, falava e repetia : "É Miliam! É Miliam!" E o escrivão mandava repetir. "É Mília ??" Não entendia o quê o japa dizia. Desistiu ! A menina virou E-mília.

Eu, dentro de uma Topik em Salvador. O telefone do cara ao lado toca e escuto o seguinte diálogo:
- Alô!
- ............
- Tá jogada onde, nêga?
- ............
- Itapuã, tá em Itapuã, é?
Adorei ! E hoje vivo dizendo isso quando atendo o telefone. "Tá jogado onde?"

- Minha amiga e eu, costurando e ouvindo rádio, na França. Rimos muito, porque nenhuma das duas sabia que a outra tava prestando atenção às conversas dos locutores.Eles contavam sobre uma nova anestesia, que fazia com que o paciente pudesse participar da cirurgia. Mais ou menos assim: o anestesista ia aplicando a anestesia, como um conta gotas, e o paciente informando, com movimento dos braços, o que acontecia. Ex.: levanta o braço = ok. Dobra o braço = mais ou menos. Braço esquerdo dói. Braço direito, sei lá o quê. E de repente, ele diz. E se o paciente não movimentar o braço... e, antes que terminasse a frase, nós duas falamos juntinhas.: "É porque ele morreu".

E morremos de rir....


- Essa eu presenciei no supermercado, aqui do lado de casa. Tô eu escolhendo umas frutas e escuto o seguinte triálogo:

- Eu quase não saio, aqui em BH. Não tenho amigos. Sou do interior (vozinha melosa)

- Mas, por que não sai? (interesse imediato)

- Não conheco ninguém. Na minha terra eu adoro sair na balada...( insinuando)

- Mas, você não tinha amigos ? Agora já tem um.

- Um não, dois! (diz o outro cara)

Nessa hora, me virei pra ver a cara da turma : uma garota falando com dois funcionários do supermercado. (Eles, já salivando)

-Será que essa laranja tá boa?

- Pode levar por minha conta. Tá ótima ! Mas, me diga (não querendo fugir do assunto) você gosta de fazer o quê ?

- Olha! Se ela não tiver docinha, eu volto aqui e pego você. ( voz melosa de novo)

- Somos amigos, pode confiar na gente... (olhinhos brilhando)

A moça deu bye e saiu.

Como não consigo ficar calada, virei pros dois, que ainda estavam de olho na bunda da garota, agora na fila do caixa, e disse: "Vocês não ficam nem vermelhos? Não tem vergonha na cara?" Isso, rindo junto com eles.

- Amigo, amigo.... (falou um deles com aquela cara safada!)


Ontem, dentro de um elevador, ouvi essa.O ascensorista já tava fechando a porta quando vem um cara correndo. O ascensorista diz: "Tá lotado" e o cara diz na lata: "Vou em pé mesmo!"

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Olho por olho, dente por dente, em pleno deserto

Quando trabalhei no Iraque, morando no meio do deserto, a água que a gente usava vinha do Rio Eufrates. A empresa tinha um setor que se chamava ETA - Estação de Tratamento de Água.

Quando a gente saía do acampamento, topava várias vezes com a tubulação que conduzia a água pras nossas casas. Era aquela serpente cortando o deserto, e, de tempos em tempos, existia uma estação de tratamento, um poço, bombeamento ou sei lá o que. Só sei que, esta estação, tinha sempre alguém de plantão pra acompanhar o abastecimento e, também, pra vigiar pra que não houvesse roubo ou desvio de água. Roubo? Como assim, roubo ? Pois é, se não tomássemos conta, a água poderia ser desviada pra população local. Claro ! Em pleno deserto, uma água passando prontinha, pertinho, quem não quer, né? Era uma pequena peleja. Tinha uma equipe que fazia viagens dia e noite ao longo da tubulação pra ver se não tinha furos, desvios, enfim, pra ver se a água corria leve e solta.

Um belo dia - agora vem a bomba! - ou, melhor dizendo, uma bela noite, apareceu um nativo e tentou, digamos assim, "pegar água emprestada". Só que não era permitido, aliás, era proibido. O vigia da estação foi falar com ele e tentar impedir. Garraram numa discussão, bate-boca entre árabe e brasileiro, imaginem a cena ! Algumas palavras em árabe misturadas com gestos, o cara entendia, mas puto, não se conformava, só sei que se atracaram numa briga. Dá-lhe e toma soco pra lá e pra cá, até que o brasileiro conseguiu colocar o moço pra correr.

E continuou a sua guarda. Quando deu a hora da troca do plantão, esse mané foi embora e veio outro pra ocupar seu lugar.

Já tão vendo que vai dar merda, né? E deu.

O Zé chegou naquela escuridão do deserto, assim que viu a silhueta do nosso plantonista, descarregou a arma nele; no que ele caiu murtinho. Como dizemos na nossa turma: parou de fumar na hora.

Assim que chegou a notícia no acampamento, nosso diretor anunciou às autoridades competentes. O chefe de polícia local deu 24 horas pros seus subordinados encontrarem o assassino. Encontraram em 6 horas.

Parenteses : Tá faltando gente, que trabalhe assim, por aqui.

Continuando...

Acharam o cara e levaram pro nosso acampamento. Aí é que entra a parte mais interessante da história. A diferença cultural.
Me lembro que eram três caras, não me lembro porque três, só sei que ficaram sentados no chão, na sala da secretária do diretor da obra - minha amiga - que ficou apavorada com aquela cena. Três figuras algemadas e sentadas no chão esperando pra pagar pelo crime cometido. Talvez eles tivessem juntos, não me lembro, juntos com o que atirou.
E o Zé que era acusado do crime, negava, negava, nada fazia o moço confessar.
Foi aí que chamaram o "morto", pra identificar o nativo.
Nem precisou de confissão; no que ele entrou na sala, o mané, coitado, levou um susto tão grande, porque na briga ele viu o cara e não era aquele que tinha recebido o descarrego de balas.
Pensa que acabou? Não. Tem mais.

O delegado ou sei lá o que, então, falou pro nosso diretor: "Vamos pra fora, porque ele vai ser fuzilado aqui no "terreiro", pra vocês verem que a justiça foi feita."
Nessa, o diretor da nossa empresa quase cai pra trás. Pense bem ! Quiném na Idade Média, ou no Velho Oeste, nós todos reunidos e assistindo ao fuzilamento da vítima. Pode uma coisa dessa?

Caso comprido, né? Mas vou findar. Calma !

Nosso diretor confabulou, por longo tempo, com o delegado e conseguiu que a turma fosse embora, soldados, polícia, ladrão e cia. Vão resolver o problema de vocês longe daqui. Pelo amor de Deus !

O final da história não tem graça nenhuma.
Levaram o Zé pra estação de água e mataram ele no mesmo lugar onde ele tinha matado um dos nossos. E teve que ir alguém da nossa empresa pra testemunhar a cena. Fazia parte .

E quem quiser que conte outra.

Contei um outro causu, na mesma linha deste. Quem não leu e se interessar olhe no Índice. Chama: Da série "Acredite se quiser"... mais uma - em 24/09/2009

COLARES - CADA UM MAIS LINDO PRA MAMÃE OU PRA VOCÊ - DIA DAS MÃES 2024

PREÇOS DOS COLARES 31 - 30,00 14 - 40,00 - VENDIDO 27 - 35,00 33 - 30,00 89 - 75,00 116 - 65,00 75 - 75,00 79 - 65,00 - VENDIDO 111 - 65,00 ...