sexta-feira, 28 de maio de 2010
Como atravessar o Atlântico e virar Miss Brasil.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Causinhos rápidos que ouvi e anotei.
- Minha amiga e eu, costurando e ouvindo rádio, na França. Rimos muito, porque nenhuma das duas sabia que a outra tava prestando atenção às conversas dos locutores.Eles contavam sobre uma nova anestesia, que fazia com que o paciente pudesse participar da cirurgia. Mais ou menos assim: o anestesista ia aplicando a anestesia, como um conta gotas, e o paciente informando, com movimento dos braços, o que acontecia. Ex.: levanta o braço = ok. Dobra o braço = mais ou menos. Braço esquerdo dói. Braço direito, sei lá o quê. E de repente, ele diz. E se o paciente não movimentar o braço... e, antes que terminasse a frase, nós duas falamos juntinhas.: "É porque ele morreu".
E morremos de rir....
- Essa eu presenciei no supermercado, aqui do lado de casa. Tô eu escolhendo umas frutas e escuto o seguinte triálogo:
- Eu quase não saio, aqui em BH. Não tenho amigos. Sou do interior (vozinha melosa)
- Mas, por que não sai? (interesse imediato)
- Não conheco ninguém. Na minha terra eu adoro sair na balada...( insinuando)
- Mas, você não tinha amigos ? Agora já tem um.
- Um não, dois! (diz o outro cara)
Nessa hora, me virei pra ver a cara da turma : uma garota falando com dois funcionários do supermercado. (Eles, já salivando)
-Será que essa laranja tá boa?
- Pode levar por minha conta. Tá ótima ! Mas, me diga (não querendo fugir do assunto) você gosta de fazer o quê ?
- Olha! Se ela não tiver docinha, eu volto aqui e pego você. ( voz melosa de novo)
- Somos amigos, pode confiar na gente... (olhinhos brilhando)
A moça deu bye e saiu.
Como não consigo ficar calada, virei pros dois, que ainda estavam de olho na bunda da garota, agora na fila do caixa, e disse: "Vocês não ficam nem vermelhos? Não tem vergonha na cara?" Isso, rindo junto com eles.
- Amigo, amigo.... (falou um deles com aquela cara safada!)
Ontem, dentro de um elevador, ouvi essa.O ascensorista já tava fechando a porta quando vem um cara correndo. O ascensorista diz: "Tá lotado" e o cara diz na lata: "Vou em pé mesmo!"
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Olho por olho, dente por dente, em pleno deserto
Quando a gente saía do acampamento, topava várias vezes com a tubulação que conduzia a água pras nossas casas. Era aquela serpente cortando o deserto, e, de tempos em tempos, existia uma estação de tratamento, um poço, bombeamento ou sei lá o que. Só sei que, esta estação, tinha sempre alguém de plantão pra acompanhar o abastecimento e, também, pra vigiar pra que não houvesse roubo ou desvio de água. Roubo? Como assim, roubo ? Pois é, se não tomássemos conta, a água poderia ser desviada pra população local. Claro ! Em pleno deserto, uma água passando prontinha, pertinho, quem não quer, né? Era uma pequena peleja. Tinha uma equipe que fazia viagens dia e noite ao longo da tubulação pra ver se não tinha furos, desvios, enfim, pra ver se a água corria leve e solta.
Um belo dia - agora vem a bomba! - ou, melhor dizendo, uma bela noite, apareceu um nativo e tentou, digamos assim, "pegar água emprestada". Só que não era permitido, aliás, era proibido. O vigia da estação foi falar com ele e tentar impedir. Garraram numa discussão, bate-boca entre árabe e brasileiro, imaginem a cena ! Algumas palavras em árabe misturadas com gestos, o cara entendia, mas puto, não se conformava, só sei que se atracaram numa briga. Dá-lhe e toma soco pra lá e pra cá, até que o brasileiro conseguiu colocar o moço pra correr.
E continuou a sua guarda. Quando deu a hora da troca do plantão, esse mané foi embora e veio outro pra ocupar seu lugar.
Já tão vendo que vai dar merda, né? E deu.
O Zé chegou naquela escuridão do deserto, assim que viu a silhueta do nosso plantonista, descarregou a arma nele; no que ele caiu murtinho. Como dizemos na nossa turma: parou de fumar na hora.
Assim que chegou a notícia no acampamento, nosso diretor anunciou às autoridades competentes. O chefe de polícia local deu 24 horas pros seus subordinados encontrarem o assassino. Encontraram em 6 horas.
Parenteses : Tá faltando gente, que trabalhe assim, por aqui.
Continuando...
Acharam o cara e levaram pro nosso acampamento. Aí é que entra a parte mais interessante da história. A diferença cultural.
Me lembro que eram três caras, não me lembro porque três, só sei que ficaram sentados no chão, na sala da secretária do diretor da obra - minha amiga - que ficou apavorada com aquela cena. Três figuras algemadas e sentadas no chão esperando pra pagar pelo crime cometido. Talvez eles tivessem juntos, não me lembro, juntos com o que atirou.
E o Zé que era acusado do crime, negava, negava, nada fazia o moço confessar.
Foi aí que chamaram o "morto", pra identificar o nativo.
Nem precisou de confissão; no que ele entrou na sala, o mané, coitado, levou um susto tão grande, porque na briga ele viu o cara e não era aquele que tinha recebido o descarrego de balas.
Pensa que acabou? Não. Tem mais.
O delegado ou sei lá o que, então, falou pro nosso diretor: "Vamos pra fora, porque ele vai ser fuzilado aqui no "terreiro", pra vocês verem que a justiça foi feita."
Nessa, o diretor da nossa empresa quase cai pra trás. Pense bem ! Quiném na Idade Média, ou no Velho Oeste, nós todos reunidos e assistindo ao fuzilamento da vítima. Pode uma coisa dessa?
Caso comprido, né? Mas vou findar. Calma !
Nosso diretor confabulou, por longo tempo, com o delegado e conseguiu que a turma fosse embora, soldados, polícia, ladrão e cia. Vão resolver o problema de vocês longe daqui. Pelo amor de Deus !
O final da história não tem graça nenhuma.
Levaram o Zé pra estação de água e mataram ele no mesmo lugar onde ele tinha matado um dos nossos. E teve que ir alguém da nossa empresa pra testemunhar a cena. Fazia parte .
E quem quiser que conte outra.
Contei um outro causu, na mesma linha deste. Quem não leu e se interessar olhe no Índice. Chama: Da série "Acredite se quiser"... mais uma - em 24/09/2009
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