quinta-feira, 17 de maio de 2012

Diferenças culturais - sempre aprendendo

Ontem foi aniversário de dois rapazes que fiquei conhecendo aqui e que estão colados em mim desde que cheguei.
Me convidaram pra comer um bolo com eles no restaurante do hotel às 5 horas da tarde. OK. 
E tão ficando cada dia mais soltinhos. 
- Tem que trazer presente!
- Tá bom!
E lá fui eu comer o bolo. Com receio é claro!
Tinham três indianos, um paquistanês um japonês e eu. Torre de Babel.
E o bolo no meio da mesa. Daqueles bolos  das nossas padarias. Pronto, só esperando o nome da vítima pra ser adicionado.
Cantamos parabéns pros dois, abraços de Feliz Aniversário e vamos ao bolo.
Um dos aniversariantes cortou o bolo, ou melhor, picotou  ele. Me serviram em um prato de sobremesa uma colher com uma porção, o mesmo pro japonês e o resto do bolo foi devorado por eles de colheradas direto no produto. É muito engraçado. Muita diferença. De repente um deles vem com uma colher de bolo a mais pra clocar no meu prato.
- Não, obrigada.
Não tava ruim, mas era manteiga pura a cobertura. Ui!
Me esqueci de dizer que enquanto um picotava o bolo, o outro enchia os copos dos convidados com cerveja. Como aqui é proibido vender bebida alcoólica na grande maioria dos lugares, eles tavam na maior animação em ter conseguido não sei onde a cerveja. Me cheirou a qualquer ato na moita. 
Não bebo nada muito menos cerveja, que acho muito ruim. Provei pra ver se era parecida com o gosto que conheço. Muito pior. Era bem doce. E bem gelada. E quem servia fazia com todo cuidado pra não dar espuma nenhuma. Enchia o copo até a tampa.
E bebiam felizes parecendo que estavam no céu. Só o Anup e eu não bebemos.
Devorado o bolo, veio a surpresa. E eu ainda me surpreendo!
O garçom trazendo a parte salgada. Uma salada e castanhas. 
E caíram de bunda nos dois. Eu disse que na minha terra é diferente. O bolo é servido no final da festa. 
- Por que os salgados agora?
- Porque agora vamos beber e cerveja bebe comendo salgado.
- Jura? Que legal.
E depois veio frango, pão, molho de sei lá o que, eu já tava com fome, pedi uma sopa de legumes, e enquanto esperava minha sopa e eles falando sem parar uns com os outros e ao mesmo tempo ao telefone, pra me distrair fui fotografando o que tinha na mesa.
Falei pro Anup que amanhã queria sair pelos arredores da cidade, passear. Ele disse. 
- Não vai ser possível, amanhã tem eleição e não pode andar de carro, nem moto, nem nada.
- Eleições?
- É
Duro não entender uma língua! Também nada em absoluto indicava que ia rolar eleição amanhã.
Então tá bom, vou ver o povo votar.

 Parecia aniversário de criança. Uma alegria só.

 Salada depois do bolo.Então tá!


 Tanto a cerveja como o cigarro vem com os mesmos avisos dos nossos.

 Fala sério! Você ficou com vontade de beber isso aí?


Pelo menos nesta cidade onde me encontro, o indiano fuma muito pouco. E nunca dentro de lugar algum.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Da série: acredite se quiser...

Aqui na Índia a única diferença que existe entre uma auto-estrada com pedágio, várias pistas, de uma estrada normal de mão dupla, é um canteiro dividindo as  pistas. No mais não muda nada. Passa boi, passa boiada, passa cabrito, tuc-tuc, bicicleta e até moça bonita.
Mas domingo, indo pra este evento que conto no post abaixo, aconteceu uma surpresa, uma novidade. Como se ainda fosse possível acontecer mais coisas inusitadas. Foi tão rápido e tão sem sentido, que nem tive reflexo pra pegar a câmera e fotografar.
Estamos nós indo felizes e contentes. Devido há muito telefonema pra lá e pra cá, muita paração pra perguntar, deduzi:
- Estamos perdidos.
Perguntei pro Anup e ele disse, que perdidos perdidos não tamo não, estamos na direção certa, só não sabemos em qual estrada secundária entrar. OK. Fomos continuando.
De repente o motorista recebe um telefonema, fala fala fala e entra no acostamento. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, manobra na pista, e pensei:
- Do jeito que são no notion, ele agora  vai subir o canteiro e pular pro lado de lá. Qual o que! Muito pior!
Como se novamente fosse a coisa mais natural do mundo, começo a dirigir  de volta, na contra mão. 
Virei pro Ragi e perguntei:
- É um suicídio coletivo? Porque se for, ninguém me consultou se to afim.
Ele riu e falou:
- De forma alguma, estamos nesta vida pra vivermos e sermos felizes.
 E o carro na contra-mão e os outros desviando na boa. Nem um farol piscou, ninguém colocou a cabeça pra fora e gritou absolutamente nada, até que mais ou menos 1km pra frente, ou pra trás,  ele atravessou pro outro lado porque tinha uma parte do canteiro quebrada.
E achamos felizes o nosso destino.

E quem quiser que conte outra!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ação Global aqui na Índia

Passamos o dia ontem em uma Ação Global à indiana. Foi muito legal. Um dia super proveitoso.
A comunidade local se reuniu pra receber medicamentos, fazer exames mais superficiais, atendimento ginecológico, exames de sangue,  palestras e muita confraternização. 

Já gostei do pedágio, que além de ser muito barato ainda veio com este aviso.

Pra variar eu arranjo confusão. Assim que chegamos, fui apresentada e recebida como se fosse alguem. Timidez foi uma fila que não entrei nela. Não sei o que vem a ser, mas se há uma fila que entrei umas 20 vezes, foi a de não querer me exibir, me expor, querer ser a tal. Tenho pavor. Então, quando me convidaram pra sentar lá no palco, junto com as autoridades eu disse:
- Vou sim, sem problemas. Morta.
Nem que a vaca tussa. Ainda mais em uma terra de pessoas mais simples e pobres impossível. Consegui sair fora, dizendo que ia aproveitar que não entendia os discursos e fotografar a festa. Graças a Deus acharam uma boa idéia.

Mas não deu muito certo. Comecei bem devagarinho fotografando como quem não quer nada, e em 2 minutos, foi chegando gente, foi juntando gente, e quando dei por si, o povo tava ao meu redor, me cercou e o mané falando quase sozinho. Só quis morrer um tiquim.
Pedi licença e com muito custo consegui ir pra um outro lugar onde não fosse dividir a atenção com ninguém.
Saca só a cara do meu guarda-costas tentando despistar o mal arrumado que eu causei.

Olhe as caras dos donos da festa. Deviam estar pensando:
- Essa aí nem bem chegou e já armou um circo. 
Mas, foram super gentis comigo. O tempo todo. O simples fato de receberem em sua pequena cidade uma pessoa que veio do outro lado do mundo, já é motivo pra eles se sentirem orgulhosos. Era um tal de ganhar doce, fruta, e tira passas do bolso e me dá, e eu só passando pra frente dava pras crianças que andavam atrás de mim quinem procissão. Um bando.
Só comi banana. O Anup já sabe que eu não vou me arriscar de beber água daqui, nem comer fruta que não seja descascada, ou comida cozida. Salada nem pensar. Por isso nunca tenho nada. Além da sorte, me cuido. Adoecer longe de casa é phoda!
A água mineral que trouxemos devia estar há uns 40 graus, dava quase pra fazer café. Eles não tem geladeira. Um calor de 40º e tantos e água quente. Só chinês que aguenta. 
Vi uma banca de melancia, quase não resisti. Mas, olhando pra quem  cortava e entregava, banquei a forte e não comi.

O Templo

Meus amigos do Iraque vão pensar que fiz estas fotos lá. Tal e qual. E devido ao calor, o céu e o ar tomam uma cor de fumaça, que dá este aspecto de poeira e secura. 



As filas pra receber os medicamentos ou serem atendidos.

Não vi nada de luvas e muito equipamento. Tudo muito simples e à moda mais antiga. 

A bancada dos médicos parecia uma banca examinadora de escola. Onde eu chegava parava tudo, então eu saia rapidim, senão o serviço não andava. Fora o monte de gente que veio com papéis e receitas me entregar pra eu resolver o problema. Espero que você acredite, senão fico aqui perdendo meu tempo e contando. Resumindo muito, porque em um dia aconteceu coisa pra 5  posts.

Impressionante como a gente se entrega de corpo e alma pra um médico. Realmente é a visão da salvação. Pena que muitos filhas da mãe não se lembram da sua promessa na formatura...

Agulha descartável? O que?


Você sabe o que é um catre? Não. Google. Pra todo lado este é o móvel mais importante e às vezes o único em uma casa.

E a cozinha tava a todo vapor preparando o rango pro povo. Aqui piorava um tico. Só não fotografei com zoom pra não ser indelicada, mas nessa coberta com fornalha dentro e sol banda de fora, tava duro na queda.

Que isso? Batatas. 
Escuto minha mãe dizendo:
- Por que não colocam na água? Vão ficar todas pretas!
Que água?
Me salvei também do almoço. Foram me catar no meio da multidão pra almoçar. Um manda-chuva abrindo caminho...que vergonha!
Chegando no local, não vi uma única mulher, comer no chão, com as mãos,  naquele calorão, pensei e falei pro Anup:
- Olha pra não haver constrangimento de nenhuma das partes vou sair de fininho. OK?
Mais uma vez ele entendeu e deu cobertura. 

E dá-lhe palestra. Ainda nem tive tempo de perguntar sobre o que falaram, mas o povo prestava atenção.


Médico e povo se confunde aqui.



Saímos umas 4 horas da tarde e o movimento continuava tal e qual a gente achou pela manhã quando chegamos.
Viajamos 3 horas pra ir e mais 3 pra voltar. Quase cheguei a Varanasi.

Fomos convidados a tomar um chá na casa de um dos organizadores do evento ( primeiro à esquerda ) .A família também não sabia o que fazer comigo pra me agradar. Pela enésima vez me ofereceram chá, que eu adoro, mas naquele calorão e ele muito doce, eu queria morrer toda vez que bebia. Tentei sair fora mais uma vez na casa, mas não teve jeito. A dona da casa não se conformava deu não aceitar. Bebi, e na metade da xícara, tive a brilhante idéia de fazer fotos. Deixei a xícara na bandeja e não mais voltei.

Este é o reservatório de gás da cozinha. Munição pra cozinhar pra vários dias.

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