segunda-feira, 20 de junho de 2011

Começando a semana com um causu supimpa

Lá vai um  causu que eu adoro pra começar a segunda feira animada. Semana curtinha por conta do feriado....eeeebbbaaaa!!!

O causu se passou com amigos queridos, que já se foram embora antes do combinado. Mas não posso reclamar. A gente nunca tá satisfeito, quando convive com pessoas no melhor sentido da palavra:  pessoa. Lindos, generosos, sábios, bem humorados, amigos. O melhor de tudo. Sempre amigos em qualquer situação. Meus segundos pais terrenos.
Família enorme e pouco a pouco todo mundo foi se casando,  caindo fora de casa e ficaram os dois.  Nunca sozinhos, porque a frequência da casa só aumentou com os agregados. Mas a noite normalmente era  só dos dois. Tranquilos vendo tv, conversando, rindo, dormindo, na boa.
Até que a casa do lado, e quando eu digo do lado é porque era grudada mesmo, nem o muro separava direito. Muro baixinho. Tempos bons em que a gente não precisava se resguardar tanto.
Bom, a casa foi alugada pra ser um bar-restaurante. E com música ao vivo! UUhhhuuuu!!! Tudo que alguem pode sonhar na vida é ter uma banda tocando toda noite dentro de casa,  acompanhada de  pessoas cantando, se divertindo, rindo alto e as vêzes até brigando. Seu sonho, né não? Certo? Errado. Calma que explico.
O gerente do estabelecimento assim que soube quem  eram os vizinhos, pensou o inevitável:
- Ai meu Deus! Já sei o que me aguarda!
E não tardou muito a ver realizada sua previsão.
Parênteses pra informar o tipo de música e o tipo de frequência pro que veio o bar.
Pessoal acima de 40 anos. Música romântica mais pra dançar, dor de cotovelo ou de corno, como  você preferir, rapazes e moças solteiros a procura de compania, de alegria. Enfim, um "dancing" dos nossos tempos.
Isto explicado, voltemos ao gerente.
Estava ele uma noite já lá pela 1 da matina super animado com o movimento da casa, povo dançando, se divertindo, casa cheia, grana entrando, enfim feliz da vida com seu trabalho, quando é chamado ao telefone e avisado:
- Se prepara que é o senhor do lado. O vizinho da terceira idade.
Ele respirou fundo, se armou e disse todo cheio de "amizade":
- Boa noite senhor. Em que posso ajudá-lo?
Meu amigo se apresentou:
- Boa noite, sou fulano de tal seu vizinho, e ainda não tive o prazer de conhecer o senhor, mas já tenho um pedido a fazer.
O gerente já foi adiantando, esperando a bomba prestes a cair:
- Espero que não estejamos perturbando muito o senhor e sua esposa.
- Não, não, pelo contrário!
- ?
- Mas gostaria de fazer um pedido, se fosse possível.
- O que o senhor quiser, se eu puder atender!
- Pergunte ao seus músicos se eles sabem tocar, Perfídia, El Reloj, Solamente una vez?
-?
- Alô?
- Sim, sim, claro! Eles sabem sim, estas músicas fazem parte do repertório.
- Ótimo, ótimo, então por favor peça pra tocar, que vou abrir a janela pro som entrar melhor, e convidar minha esposa pra dançar. Ela adora estas músicas.
Durante anos e anos esta casa funcionou e jamais ouve um problema por conta de música alta tocada até Deus sabe que hora. Meus amigos não sabiam informar a que horas a casa fechava, porque a música os embalava e dormiam felizes da vida.
E tem mais, todo final de ano, no Natal, o gerente dava de presente pra família, que ele agora já conhecia e sabia do volume de pessoas, uma leitoa assada, pra ceia.
Estes foram alguns dos preciosos amigos que cruzaram comigo pelos Caminhos por onde andei.

8 comentários:

  1. Ieda, conhecendo um pouco sobre seus amigos dá para entender você. Seu jeito de ser.
    beijo
    Beth

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  2. Até consigo ver os dois dançando. Bonitinhos demais. Eles eram do tempo do "país da delicadeza".

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  3. Pessoas felizes não se incomodam com nada nesta vida...
    Ainda existe, né?Que bom!

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  4. Falou e disse, Maga, pessoas em paz. Felizes.
    bjins

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  5. Amei esse causo...emocionante. Hj eu não durmo....mas minha bronquite tosse agradecida por essa madrugada animada pelo seu blog!!!! E...amo a Mafalda que até pari uma!!!! Ver, bella! Nossa Thl tinha té (e tem!) a cadeirinha e faz 23 anos! No barrigão já lia as historietas! Meu marido levou meu 'enxoval' prá maternidade em Campos do Jordão: livros e livros e nossos 2 volumes da Mafalda, edição portuguesa. O médico perguntou entre uma visita e outra, me vendo lendo: 'não tá doendo?' Respondi: se eu parar de ler só nas contrações, sei que depois vou ter o que fazer!' Nasce Ethel e acredite, ela dizia textos e fazia coisas iguais aos quadrinhos! Com direito a Suzaninha, Miguelinho e Gui, que são amigos dela até hj!!!!! Bjs e bom domingo!!!

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  6. Adorei essa dica de ficar lendo enquanto tem contrações...uma forma ótima de segurar a onda...A Mafalda é minha ídola....
    bjos bjos

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