quarta-feira, 8 de abril de 2020

PORQUE A QUARENTENA POUCO ME AFETA

Como estou como sempre fazendo trabalhos manuais, a cabeça tem muito tempo pra ficar pensando, questionando, respondendo.
Aí comecei a me questionar o porque essa quarentena mudou tão pouco a minha vida. O meu dia a dia.
Há mais de 40 anos que eu vivo sozinha. Mesmo quando tinha minha pequena familia toda junta sempre fui  muito independente.
Quando vejo alguem dizer que não sabe como vai fazer porque o carro tá na oficina, penso: nunca tive carro na oficina e nunca esperei por ninguem pra me levar e busca em algum lugar.
Quando vejo pessoas dizendo que estão morrendo de saudade de pessoas penso no tanto de dias, meses e anos, juntando tudo claro, que já passei sozinha e muitas vêzes sem que ninguem tivesse ideia de onde eu me encontrava nesse  mundo.
Quando vejo pessoas morrendo de saudades de nossa comida porque estão há 20 dias fora do Brasil, penso no tanto que tive que ir me adaptando com todo tipo de comida e mais ainda me adaptando a ter que escolher o que comer pra não adoecer, diante de tanta diferença de hábitos e costumes com os quais já convivi.
Quando vejo alguem dizer que não pode ir a algum lugar porque não fez a unha ou o cabelo ou não tem uma roupa que "ninguem ainda viu", penso que já passei mais que um ano usando as mesmas 3, 4 roupas, o mesmo sapato, a única sandália, o único croc e nada disso me impediu de fazer alguma coisa.
Quando vejo pessoas perderem a paciência com a forma de agir de outra pessoa, penso no tanto de malabarismo que tive que fazer em minha vida pra conviver com tanta gente diferente.
Quando vejo pessoas reclamando de uma diferença de 1 hora por conta do horário de verão, penso nas quantas 10, 12 horas de fuso que já tive que resistir e controlar pra retomar a hora normal de onde estava.
Quando vejo pessoas reclamando do calor insuportável, penso nos 56 graus que já enfrentei no Iraque e nos menos 18 graus em NY, e sobrevivi.
Quando vejo estas pessoas dos BBB's da vida chorarem desesperadas de saudades da família da qual estão separados há 1 mes, entendo a minha falta de paciência com o mundo, as pessoas, o tanto que pra mim é difícil continuar convivendo com um monte de coisa que pra mim não representa absolutamente nada.
Quando vejo pessoas dizerem que não conseguem mais comer isso ou aquilo, já enjoaram do sabor deste ou daquele iogurte, que o mercado tem pouca opção deste ou daquele produto, lembro dos meus tiukinhos em Bodhgaya, que quando tem uma simples banana  no almoço isso vira um evento a ser comemorado.
Quando vejo alguem reclamando porque precisou trabalhar no sábado ou domingo, penso que como já trabalhei em paises que guardam o dia de descanso diferente do sábado e domingo, (árabes e judeus) isso não quer dizer absolutamente nada. Dias são iguais, e o importante é ter pelo menos 1 dia na semana pra descansar. Não importa qual seja.
E poderia continuar enumerando um monte de diferenças minhas com este mundo e seus seres mas ia ficar muito longo.
Só pra fechar, não é que eu não sinta saudades de tudo e de todos, simplesmente aprendi a viver e conviver com o que tenho.
Se estou lá nos confins da Índia, só vai dificultar minha vida e meu trabalho ficar lamentando que não tenho o pão que eu gosto pra comer ou que tô com saudades da minha família ou amigos.
Vivo o momento da melhor maneira que posso.
Talvez por isso ficar presa em casa por conta da quarentena mudou muito pouco meu dia a dia.
O que me faz parecer com todo mundo nesse momento é a preocupação com minha saude  e com a saude do meu próximo, tanto quanto me preocupar com o que posso fazer pra amenizar ou alegrar um pouco o dia de quem conheço e amo.


Por estas e por todas as crianças que são a razão do nosso viver, sejamos mais responsáveis.

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