quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

MINHA TOTAL SOLIDARIEDADE A ESTE POVO

 

Este post é de 6 de fevereiro de 2019 quando visitei o Myanmar e me apaixonei por um país e um povo de uma gentileza incrível, orgulhosos da sua terra, sua cultura e doidos pra conhecerem o mundo e as pessoas que vivem fora dos seus muros. 

Há relativamente pouco tempo ficaram livres de uma ditadura horrorosa e estavam tomando gosto e se acostumando a viver em liberdade.

E esta liberdade mais uma vez foi por água abaixo esta semana.

UMA JUNTA MILITAR DEU UM GOLPE, DERRUBOU O GOVERNO ELEITO E SE APOSSOU DO PODER.

MEU CORAÇÃO ESTÁ DOENDO TANTO QUANTO VEJO O QUE O NOSSO DESGOVERNO ESTÁ FAZENDO PRA AOS POUCOS MAS  RAPIDAMENTE,  DETONAR COM A MORAL, A SAÚDE, A ALEGRIA E A VONTADE DE VIVER  DO NOSSO POVO.

De longe estou fazendo o que posso pra aliviar a dor do povo do Myanmar. Pensando positivo e pedindo aos meus Deuses por eles. 

CAUSU DO MYANMAR - PRIMEIRO DE MUITOS

Sempre que tô em terra estranha uma das perguntas que faço é sobre segurança. Se eles tem problemas, quais são, roubo, segurança pra ir e vir. Por aí.
Quando cheguei em Mandalay final de tarde, quase escurecendo, perguntei pro gerente do hotel onde eu poderia comer e se tudo bem andar pelas redondesas sozinha.
Ele me olho com uma cara de "como assim, ir comer será que era um problema pra ela"?
Fui, comi, voltei na boa.
E nos dias em fiquei por lá esse mesmo gerente me arrumou um motorista de táxi que cobrava por dia. Fazia um planejamento do que poderíamos fazer e saíamos pela manhã, voltando quase à noite.
Quase me matou de tanto andar. 
Teve um dia que quase mato ele de tanto que ele riu de mim. Chegamos em um lugar, eu passei meu telefone pra ele e disse; você já tem ideia do que eu gosto. Vai lá, tire bastante fotos que vamos trocar. Eu vou ficar dormindo no carro.
Ele não parava de rir. Na maioria das vezes ele não ia comigo. Não fazia parte do pacote. Mas o tempo todo que estávamos no carro eu cravava ele de perguntas e ele ia respondendo na maior paciência e sabedoria.
Tô dando aula sobre Myanmar.
Quando perguntei pra ele sobre segurança ele me disse o seguinte:
Há uns 5 anos atrás, (pouco depois que a ditadura foi extinta no país, e o país foi aberto pro mundo)  uma turista alemã tava passeando de bicicleta nos arredores da cidade e a bike tinha aquela cestinha na frente e na cestinha as coisas dela. Mochila com grana e documentos.
Aí passou um ladrão de moto, roubou a mochila e voou com a moto. Sumiu. Ela ficou gritando e pedindo socorro, algumas pessoas tentaram alcançar o cara mas ele fugiu. Ela foi até a policia pra dar queixa.
Quando os policiais receberam a descrição do cara e da moto, abriram uma caça pra pegar o rapaz. Tudo foi acionado. Policias, pessoas, cartazes, sei lá o que mais. Tô resumindo porque senão vai ficar muito longo.
Só sei que o cara não aparecia e ninguém denunciava ele. Aí eles tiveram uma sacada genial. Espalharam um aviso dizendo que todos os "malandros" que tinham passagem pela polícia seriam presos se em tanto tempo o cara não aparecesse com tudo da moça.
Não demorou um dia e o mané se entregou. Deve ter sofrido pressão dos "colegas de serviço".
A partir deste acontecimento, foi feito um serviço de conscientização da população em relação a proteção ao turista. Pela TV, rádio e cartazes. Segundo o meu piloto ele não soube de mais nenhum caso até então.
O mané foi preso e cumpriu muitos anos de cadeia.
Depois disso comecei a prestar atenção e vi em vários lugares placas como estas.


Esse é o famoso "de pequenino que se torce o pepino".
O país tava abrindo pro mundo, pro turismo. Eles sabiam da curiosidade do mundo em relação a eles e às suas maravilhas. Tinham que respeitar e proteger quem iria trazer muita grana pra eles.
E foi muito bem feito o trabalho.
O povo é de uma gentileza, de um orgulho pela terra, de uma vontade de crescer, aprender, que dá gosto.
E não sabem o que fazer pra agradar a gente.
Tenho muitos outros causus. Vou contando aos poucos.

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