terça-feira, 22 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Vai pro trono ou não vai, ou dicas pra quando a mudança é radical
Quando a gente sai da rotina, principalmente em viagem, o organismo leva um tempim pra entender o que tá acontecendo e continuar a trabalhar como de costume.
O meu nesta viagem pirou o cabeção.
Saí do Brasil, com a canseira e tensão normal de pré-viagem, passei por quatro países com comida bem diferente um do outro, dormi e acordei em horários mais diversos. Dei uma parada de uns 10 dias na França, onde se come muita manteiga e gordura dos queijos e saí de uma temperatura no Alpes de 0º grau pra 40º na Índia.
Não há corpo que enfrente isso como se fosse a coisa mais natural do mundo.
O número 1 e 2 até então estavam indo bem, fazendo o seu possível pra comparecer na gerência com frequência, já que em casa eles são afinadinhos quiném um violino. OK.
Aqui na Índia o que se come mais é pimenta, tempero, especiarias. Como legumes, mas nunca serviram fruta no Hotel, se quero comer saio pra comprar. Salada de folha nunca vi e se visse também pouco ia adiantar. Não comeria.
Por falar em fruta outro dia foi engraçado. Saí pra procurar banana e laranja, frutas menos problemáticas porque vêem "fechadas"...rs
Andei pra todo lado, fui ao mercado dos nativos, andei, andei e nada.
Voltando pro Hotel meio irritada, encontrei com o Anup. Reclamei que esta bosta de lugar não tem fruta. Coitado, ter até que tem, mas não dá pra comer uva por exemplo. Como limpar aquilo?
Ele falou:
- Você quer banana? Vou buscar, pode voltar pro Hotel.
E chegou realmente com banana prata que tava muito gostosa.
Perguntei onde tinha encontrado e ele disse:
- Eu não nasci no Brasil nem na Hungria nem na China. Sou de Gaya e sei onde tem tudo.
Então tá.
Continuando. Precisei de uns 10 dias pro meu intestino se acostumar com a falta de fruta, de folhas, de queijo, yogurte, coalhada, cottage, fibras e tudo que como normalmente. Salada de tomate e pepino aqui não tem azeite. Só sal e pimenta do reino. Eles não usam azeite nunca. Eu amo e uso muito.
Descobri um mingau que acho ser de leite com aveia uma delicia, que agora como todo dia. E manteiga. Passei a comer muita manteiga pra lubrificar as entranhas....rs
Xixi, no princípio quase não rolava. Bebia 6 a 8 litros de água e quase nada. Agora também se ajeitou. Tudo voltou a ser como antes no Quartel do Abrantes. Vamos ver quando voltar pra França.
Só Deus!
Isso é o mínimo de água que bebo por dia. Os rapazes que limpam o quarto acham engraçado a fila que faço.
Pelos caminhos do Tibete - Airton Ortiz
Terminei de ler aqui em Gaya o livro do Airton Ortiz, Pelos Caminhos
do Tibete ( li os quatro livros que trouxe-danou-se! ou aprendo hindu em dois dias ou, ou....nada!) e recomendo pra quem se interessa por essa região.
Separei pra você três trechos. Me fizeram rir
e pensar.
O Aírton viajou pro Tibet com mais quatro pessoas, entre
elas um casal de alemães, cuja mulher tinha interesse pela cultura do povo mas
sentia nojo de tudo. Muito engraçado.
1
“Ao meio-dia fomos almoçar. Comi arroz com carne de iaque
seca ao sol e depois frita com cebola,
uma maravilha.
-Volker, se você quer ir ao banheiro, esta é a melhor hora –
segredei-lhe, falando de forma que Corinna ouvisse.
- Por que¿ - ele perguntou.
- Porque esta é a única hora do dia em que, aqui no Tibete,
não existe nenhuma mosca no toalete.
- E onde elas estão¿ - perguntou Corinna, entusiasmada, já
levantando pra ir ao banheiro.
- Estão todas concentradas na cozinha, junto às panelas.
Ortiz, que nojo! – ela disse,
furiosa, jogando-se de volta na cadeira."
2
“- No Ocidente, a evolução da medicina se deu, em grande
parte, graças à dissecação de cadáveres. Já na China, um imperador, em
determinada época, proibiu o corte de cadáveres. Assim, a medicina oriental
precisou evoluir a partir da observação exterior do corpo humano. E fez isso
examinando as reações mais sutis das pessoas, como os seus pontos energéticos,
coisas assim. Criaram-se, por exemplo, a acupuntura e outras formas de
tratamento que procuravam levar em consideração aspectos que um médico
brasileiro chamaria de charlatanismo
- Você considera então a medicina tibetana superior à
medicina ocidental¿
- Não. Considero a medicina
ocidental mais evoluída, especialmente com relação às intervenções cirúrgicas.
Mas acho também uma grande burrice não
levar em consideração todas as descobertas feitas pela medicina tibetana ao
longo dos séculos, especialmente no campo preventivo, tão importante em países pobres como o Brasil.”
3
"- Você sabe que um monge
foi expulso de um mosteiro aqui perto por não se adaptar às condições
espartanas da Ordem¿ - comentei, deixando a interrogação no ar e fazendo uma
pausa estratégica na entonação da voz para esperar a pergunta do curioso Volker.- Por que? - perguntou Volker - Bem – contei, ele fez votos de silêncio. Com isso, podia
falar apenas duas palavras a cada dez anos, ocasião em que todo o mosteiro se
reunia para ouvi-lo. No final do primeiro decênio, saiu de sua cela e foi direto à presença do
lama, e disse: “Cama dura!” Passaram-se outros dez anos. Mais uma vez na
presença do lama, ele disse: “Comida ruim.” Os lamas se reuniram e resolveram
expulsá-lo da ordem.
- Mas por que¿ - perguntou Corinna indignada.
- Porque, segundo os lamas, o cara só abria a boca para
reclamar."
domingo, 20 de maio de 2012
Tangkas tibetanas em Bodhgaya. Lindas!
Fui visitar o estúdio do Anis. Ele é um artista que faz Tangkas. E vende também outras de seu professor e de outros artistas. Um estúdio simples, mas muito gostoso. E ele é uma paz, como o que representa o trabalho que faz. Escolhi uma pra mim, mas, ainda quero voltar pra olhar com muito mais calma todas elas. Evidente que as mais antigas e mais maravilhosas são as mais caras mas eu me contento com uma feita hoje, com o talento de um grande artista como o Anis.
É muito interessante quando um conhecedor te explica tim-tim por tim-tim o que quer dizer casa desenho, cada cor, cada símbolo.
Dá vontade de comprar muitas.
Esta é uma das mais antigas. Custa em torno de 2.000 euros.
Terminei de ler o livro do Airton Ortiz, Pelos Caminhos do Tibete, e ele explica direitim como comprar e o simbolismo de cada tangka. Quando o Anis me mostrou essa, fui logo cheirando e ele deve ter pensado. Tá aí alguem que sabe ao que veio. Maomenos, Anis. Maomenos...rs
.
Por enquanto escolhi essa pra mim...é muito linda!
O Anis mesmo é que trata o tecido de algodão pra depois pintar. Ele fica esticado nesta espécie de moldura e aí mesmo ele pinta. Seu cavalete.
Demora de 2 a 3 meses pra terminar um trabalho
Pena que ficou sério na foto. Ele tem um sorriso lindo!
Esta "cortininha" deve ser baixada quando a gente não está em casa. Pra proteger a tangka
Vitrine dos estúdio
sábado, 19 de maio de 2012
Nalanda - que nome mais lindo! E que história!
Fui ontem a Nalanda. Como vou voltar com minha amiga que chega no final do mês pra segunda parte desta viagem, não entrei nas ruínas daquela que é considerada uma das primeiras universidades com campus e tudo que tem de mais legal em uma universidade dos nossos dias.
A biblioteca de Nalanda, conhecida como Dharma Gunj (Montanha da Verdade) ou Dharmagañja (Tesouro da Verdade), era o repositório mais famoso do conhecimento budista no mundo naqele tempo. Sua coleção continha centenas de milhares de volumes e era tão extensa que queimou por cerca de mais de 6 meses, quando incendiada pelos invasores turcos. A biblioteca teve três principais edifícios tão altos quanto nove andares de altura, Ratnasagara (Mar de Jóias), Ratnodadhi (Oceano de Jóias), eRatnarañjaka (Delighter de Jóias).
E o homem conseguiu destruir isso tudo.Mas deixa este assunto, que volto nele quando voltar a Nalanda.
Pra você já ir tendo uma idéia, olhe as fotos que fiz nas ruas, estrada, parques que visitei ontem e hoje.
Não consigo me acostumar com esse povo solto em cima de ônibus e caminhão. Acredite que ontem vi um sujeito sentado num sofá de todo tamanho em cima de um ônibus? Ele amarrou o sofá naquela grade lateral e veio sentado como se tivesse em casa vendo Esporte Espetacular.
Talvez a inspiração pra "Priscila", tenha saído daqui.
Talvez a inspiração pra "Priscila", tenha saído daqui.
Eu perco muita coisa. Não dá tempo de fotografar. Já pensei em dar um plantão na beira da estrada. Mas tenho que dar sorte no dia.
Fomos almoçar neste restaurante em Nalanda. Chegamos e estavam lavando tudo, numa daquelas faxinas de sábado. Falei:
- Não vai rolar, vamos pra outro.
O proprietário:
- Podem se sentar e fazer o pedido.
E continuaram a faxina no mesmo rítmo, lascando água pra todo lado, inclusive nos nossos pés. Como o calor é saarístico, seca um minuto depois. E comemos uma comida muito gostosa.
O motorista estacionou o carro atrás do restaurante. Quando saímos, fiquei conhecendo o lado B. Melhor continuar saindo pela porta de entrada....rs.
Se você faz o gênero que sente nojo de tudo e escolhe muito o que vai comer ou beber, definitivamente o seu lugar não é a Índia. Tente outra praia.
Amei as cores do Restaurante.
A faxina
Não gostou da pia pra lavar as mãos na saída? Sabe, que na estrada ninguém lava. Uma falta de propósito sem fim. Não importa o que estivesse fazendo. Antes de comer não se lava as mãos. Mas capricham na saída, porque comem com as mãos.
Voltando à pia. Você achou estranha, né? Pois saiba que ela foi escolhida com todo esmero e foi tão desejada, tão sonhada, como aquela cozinha com design italiano que você tanto quer.
Isso é o que chamamos cá pra nós, de "uma peça muito rara"!
Desta vez não teve erro. Acertamos direitim.
O guia local leu 937, mas eu acho q tem um 1 escondido aí.
Os indianos procuram conservar os jardins e arredores dos seus locais turísticos o mais bonito possível
Como eu estou fazendo o caminho de Sidharta, não resisti e fui conhecer mais este.Mas vou ter que voltar. A visita foi muito superficial. Uma gruta onde ele ficou por muito tempo meditando. Contarei mais detalhes no próximo post.
Esperei muito pra tirar esta foto sem ninguém, mas não deu. É um entra e sai sem fim.
Mas gostei deste resultado.
Este é um templo que fica aos pés de uma montanha que tem uma mina de água quente. Agora no verão tava pelando. No inverno deve até ser gostoso. Foi um dos lugares mais úmidos que já fui em minha vida. Pior do que Cataratas do Iguaçu. Quando saí de lá, pensei que alguem tinha despejado um balde de água em mim e eu nem tinha visto.
A cidade vem tomar banho aqui, lavar roupa, relaxar. Homens, mulheres, crianças, todo mundo junto. Tinha muita gente nua. Homens principalmente, mas as mulheres tomam banho com um pano fino enrrolado, então...
A criançada faz uma festa.
Tem uma piscina com a mesma água, mas numa espécie de gruta com uma boca de entrada daquelas que amo. Tem que abaixar pra entrar. Devido a eminência de não sobrevivência, não entrei. Vamos ver na volta se animo a pelo menos colocar a cara lá dentro.
As fontes vistas de cima. Tem várias saídas de água e ficam uns manés tentando enrolar a gente pra ganhar dinheiro. Vi um deles arrancando 200 rupias de um japa, então quando ele veio pro meu lado já disse que não queria. Te faz repetir uns mantras. Essas coisas pra dar sorte. Já tô com sorte demais, preciso não. E ele insistia, insistia, por fim falou que não ia cobrar nada ele era sei lá o que. Pra ficar livre falei os OM que ele pediu. Quando estava subindo a escada pra vir embora, ele veio atrás pedindo dinheiro. Eu disse:
- Eu só aceite porque você disse que não tinha que pagar.
Ele voltou no mesmo passo.
O sino é enorme e falta descobrir sua origem.
Essa trinca aí, não tava planejando boa coisa. Falavam sem parar e chegou a sair um arranca-rabo, que eu desfiz, fotografando.
Adorei o jardim a moda antiga.
Tomamos o café da manhã de hoje neste restaurante parecido com entrada de casa de vó de antigamente.
Rodeei o restaurante seguindo as flores e dei de cara com essa fofura.
O sol estourando mamona e ele tranquilo, suadinho e com uma foice na mão podava a grama. Abriu um sorriso quando me viu e eu elogiei as plantas dele. Ficou feliz e começou a falar os nomes das flores. Buganville é praticamente a mesma palavra. Aliás, flores e pedras são fáceis de falar no mundo todo.
Impressionante a facilidade com que esse povo fica agachado o dia todo. Também, com esta magresa! Tô achando que mulher indiana deve ter parto normal na sua quase totalidade. Vou investigar,.
Saída de escola. Pelo visto tem cara de faculdade. O povo tá bem crescidinho. Mas, de uniforme? Mais uma investigação.
Parece um arranjo de mesa.
Lindo!
E as flores nesta época esturricada do ano, me lembram muito as nossas flores do cerrado. Nem sei se existe esta no Brasil, mas me lembrei.
http://www.shunya.net/Pictures/NorthIndia/Nalanda/Nalanda.htm
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