sábado, 12 de dezembro de 2009

Porque hoje é sábado aqui e, em Paris...c'est la même chose!













Porque hoje é sábado, me lembrei de quando vivi em Paris.

Era muito engraçado! Uma das frases que a gente mais falava, principalmente no finalzinho da tarde ou à noite, era: "E o pessoal pensando lá no Brasil... eita povo de sorte, agora sabadão, naquela cidade deslumbrante... só Deus sabe o que pode estar rolando...."

E a gente ria muito. Por que?

Porque, quando se mora em uma cidade, ela passa a ser apenas uma cidade. Voce não passa todo dia ao lado do Arco do Triunfo e diz: "Olá Arco, como você é majestoso!". Você passa ao lado da Torre e nem vê, porque tá aproveitando pra tirar uma soneca entre o caminho de um trabalho pra outro.

Me lembro que, uma vez, passei pra pegar um amigo que trabalhava perto do Arco, na Champs Élisées e disse pra ele : "O Arco ficou lindo, hein?" (ele tava há muitos meses todo coberto, sendo reformado por conta de uma infiltração) Meu amigo disse: "Uai, já tiraram os tapumes?" Ele nem tinha visto.

Me lembro também da primeira vez que fui a Roma, conversando com um nativo e admirando aquela beleza de cidade, disse pra ele: "Você não fica louco de poder admirar todo dia essa beleza?" E ele: "hãn?" Juro! Demorou um pouco pra entender. Tinha nascido ali, dentro do Coliseu... rs.

Só sei que, lá como aqui, a semana é aquela correria, ralando o dia todo, enfrentando metrô lotado e sobe e desce escada, chegando em casa murtinho, querendo cair na cama.

Sábado é dia de lavar roupa, dar uma geral na casa, fazer supermercado.

Quem tá pensando em sair? Só queremos escornar no sofá e ver TV, que por sinal é muito ruim por lá (também não tínhamos cabo). Porque lá, como aqui, os canais convencionais são de arrancar os cabelos.

Mas então você pode dizer : "De que valeu esse sacrifício todo? Que vantagem Maria levou?"

Ah! Valeu muito. Valeu porque, como aqui, quando a gente saía num feriado ou de férias aproveitava muito. Comecei a aprender a língua aqui e lá melhorei. Conheci quase tudo que tive vontade e curiosidade de conhecer e, se voltar ainda N vezes, vou ter coisas pra conhecer. Fiz amigos maravilhosos, reformei minha casa no Brasil, ganhei dinheiro, gastei dinheiro e aprendi, aprendi muito e ri muito também.

E o que me dá maior prazer até hoje : posso mostrar a cidade pros amigos, passando por cantinhos, ruelas, praças e lugares que, provavelmente, sozinhos, dificilmente passariam. E contar os causus, porque em cada esquina, em cada bairro, já aconteceu alguma coisa que vale a pena ser contada.

E, pra finalizar, poder tá fazendo esse blog que tem me dado tanta alegria e prazer. Tudo isso só é possível, só posso dizer tudo que tenho dito, por conta do que vivi pelo mundo e por conta também dos "caminhos por onde andei".

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Já era apaixonada pelo Ipê Amarelo, agora então!

Navegando, descobri essa foto e não posso deixar de passar pra vocês. Leiam a reportagem no link abaixo. Só digo uma coisa : eita Ipê Amarelo porreta! Bem se vê que és brasileiro!
Cortaram o coitado pra fazer poste, mas ele não se deu por vencido. Vejam o que ele fez : refloresceu.


Aproveitando a deixa do Ipê Amarelo, me lembrei de uma história, que um amigo me contou há muito tempo, que não sei se é verdadeira, mas pode bem ser.


Interior de Minas, chegando na cidade dele, estrada estreita de terra e antes de uma curva fechada, lê-se numa placa: " CUIDADO ! IPÊ ! "


Ele contou que depois da curva tem um Ipê tão maravilhoso que já houve muito acidente. Povo baba nele e tromba no barranco.


Causus das Minas Gerais.


http://www.noticiaproibida.org/

Viajando à moda antiga com meu iPod e laptop !
















Como as coisas mudaram, e estão mudando, em tão pouco tempo e com uma velocidade difícil de acompanhar.

Me lembro que, quando comecei a percorrer "os caminhos por onde andei", o supra-sumo do chic era ter uma máquina fotográfica Canon, Olympus ou Minolta, e olha que não foi há tanto tempo assim, proporcionalmente ao grande salto informático.

Então tirávamos várias fotos, aquele monte de filme pra revelar e corríamos o risco de não encontrar nada, entrar luz na máquina, não ter registro nenhum da viagem. Era uma tristeza só !

Hoje, além de não perder foto nenhuma, ainda temos a possibilidade de apagar quantas vezes quisermos ou enquanto não ficarmos lindos, como queremos. A paisagem importa pouco !

Tô nessa sessão nostalgia porque, lendo o blog da Lina (que já recomendei aqui) o assunto de hoje era sobre a tralha que carregamos, pra viajar, nos dias atuais.

E tasca na mala e nos arquivos e nos bolsos, laptop, câmera, celular, iPod, pen-drive, Facebook, Google Maps, Skype, MSN... porque as pessoas pensam que não vão conseguir sobreviver sem isso tudo, não vão se encontrar, tem medo de se perder, deixar de comer, enfim, acho que a tecnologia ajuda muito, mas muita neura também atrapalha.

E muitos tem medo de perder a conexão com os amigos, família... "Como posso viver sem saber se tá tudo bem?" E eu digo com conhecimenro de causa : "Se alguém quer realmente te encontrar, não precisa estar com essa tralha toda. Nos dias de hoje, não existe a possibilidade de você não ser encontrado, aliás, existe sim, se você não quiser".

Mesmo assim, pessoas são encontradas no meio da multidão, em estádios. As câmeras não dão paz.

Não sei se é assim em todo lugar mas, na França, um ingresso de espetáculo, tipo estádios, ginásios, parques, traz escrito atrás que você pode ser filmado ou fotografado, quer dizer, já se isentando de qualquer processo.

Eu mesma já utilizo essa parafernália quase toda, claro!
Agora, sendo muito saudosista mesmo, era também muito bom o meu tempo de mochileira, que o único planejamento era uma rota pré-estabelecida, pra não ficar quiném nau sem rumo, "tonta como perú de véspera" como dizia minha mãe. O resto era uma caixinha de surpresas. Descobria tudo nos lugares : onde ficar, onde comer, conversando com as pessoas nas ruas, nos albergues, nas guest-houses, me perdendo, passando aperto, rindo, e o melhor de tudo, fazendo amigos.

Conheci cerca de 30 países nesse mundinho de Deus desta forma. Com um guia Routard no bolso achava que tava com Deus. Outros tempos ! Hoje, as pessoas saem de casa já conhecendo todas as pedras do caminho. Meio sem graça pro meu gosto. Acho que até modernidade tem limite. Já conhecem os museus de cor e salteado, sabem os caminhos, não se dão a possibilidade de uma surpresa, um cantinho simpático que não tava na rota, um nativo que te convida prum café, descobrir um restaurante ou um hotelzinho charmoso. Já saímos com dica de restaurante e sabemos até que prato saborear. "Quer ver o cardápio, sr.? Não obrigado já vi no Google".

Tudo programadim.

O melhor de tudo, na volta de uma viagem, era contar as novidades.
A gente se reunia pra não ter que contar N vezes o mesmo caso. Sessões de papos e fotos.

E matar a saudade das pessoas, quando chegávamos. Quem será que vai estar no aeroporto? Quem irá nos buscar?

Já cansei de chegar, nas últimas viagens, pegar meu ônibus ou táxi e vir linda e loira sozinha pra casa, porque ninguém tá morrendo de saudades. Ninguém pode ir me buscar no aeroporto. E nem precisava, a correria do dia-a-dia me deixa, inclusive, desconfortável em pedir uma carona. Precisa mesmo não! Nos vimos e nos falamos todos os dias pela internet, skype, já viram as fotos todas que foram tiradas, então não precisa correr pra me encontrar. Nostálgico sim, mas, triste, não! de forma alguma. Fui mudando e me adaptando aos tempos.

"Câmera digital? Tenho não." Descobri também que lugares lindos e paisagens deslumbrantes ficam guardadas na minha memória. Ninguém tá interessado em ver a foto.

Eu fui, amei e quero que você vá também





















































































Esses são alguns lugares, desse nosso planeta lindo, que eu já visitei e gostaria tanto que eles continuassem existindo pra que você, que ainda não conhece, pudesse conhecer algum dia.

China, Filipinas, São Paulo, Pará, Índia, Patagônia.

Temos muito trabalho pra ver se conseguimos reverter a situação. Então...

Mãos à obra. Cada um sabe de cor o que precisa fazer.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Millôr na moleira!


"Me arrancam tudo à força, e depois me chamam de contribuinte."

Perfumando o blog e descobrindo a riqueza !

































Quando eu digo pras minhas amigas que, quando a gente pensa que tá abafando e usando perfumes caríssimos, que custaram 70, 90, 140 dólares, ou mesmo euros, elas não entendem o porquê.

Vou passar só alguns pra vocês terem uma idéia do que é usar perfume caro. E olha que não tenho acesso à lista de perfumes feitos sob encomenda.

Estes, jamais saberemos quanto custaram.

O mesmo vale pros cremes. Creme de 150 euros, quem tem grana, nunca ouviu falar.
Atenção para o detalhe da quantidade de ml por vidro.

Imperial Majesty- Clive Christian - $ 215.000 30 ml - o campeão
Clive Christian nº 1 - $ 2.150,00 - 30 ml
Poivre- Caron - $ 2.000 - 60 ml
Jean Patou- Joy - $ 800 - 30 ml
Caron - Montaigne - 885 Euros - 7,5 ml
Azzaro - 230 Euros - 75 ml
Mandragore - Annick Goutal - 180 Euros - 100 ml
Lalique - 650 Euros

Comer bem em Paris, pagando menos ou não, mas sempre comendo bem


































Onde comer bem em Paris. Apesar de que, pelo menos aqui em BH, come-se muito bem com o que gastamos em um Macdo de lá. Não estou falando somente de jantar chic, com vinhos, em restaurantes. Falo de comer legal, se alimentar bem durante o dia e mesmo à noite, turistando, sem grana sobrando no bolso. Já viram que falo da minha turma, aquela que aproveita mas não nada de braçada na grana e que não esconde grana na meia. Ódio!

Voltemos ao que é melhor. Vou citar novamente, atendendo a pedidos, uma listinha de restaurantes ( já falei sobre eles em outros posts, mas o povo é muito preguiçoso e quer tudo mastigadinho. Ninguém quer procurar. OK ! ).

La Crêperie des Canettes
É o típico bom e barato. Com crepes entre 7 e 9 euros, a creperia oferece refeições leves e ideais, antes de um concerto ou de um show. Todas as refeições respeitam as tradições da culinária parisiense e só usam farinha de trigo sarraceno.
10, rue des Canettes, 6ème.
Metrô: Mabillon, Saint-Sulpice ou Odéon - linhas 4 e 10

Bar du Marché
O local vale uma parada, nem que seja rápida para ter a experiência de um autêntico café parisiense. As mesas na calçada ficam sempre cheias com pessoas querendo beber, tomar sol, ler, conversar, ver e serem vistos.
74, rue de Seine, 6ème.
Metrô: Odéon ou Mabillon - linhas 4 e 10

Le Procope
O primeiro restaurante de Paris. Surgiu em 1686 como um lugar pras pessoas tomarem um café. Com a abertura da Comédie Française, o local tornou-se ponto de encontro de artistas, intelectuais e escritores. Nomes como Rosseau, Voltaire, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, além do trio Danton, Marat e Robespierre, se reuniam na casa para definir os caminhos da Revolução Francesa. Legal ver a placa na porta com a data da fundação e fazer comparações, tipo, nosso Brasil estava engatinhando.
13, rue de l'Ancienne Comédie, 6ème.
Metrô: Odéon - linha

Chez Aïda
Pra quem gosta de uma comidinha temperadinha, caseira, vá experimentar a culinária do Senegal. É uma delícia e o atendimento impecável. Fecha às quartas-feiras.
48, rue Polonceau
Metrô: Château Rouge - linha 4

Bouillon Chartier
É um restaurante ótimo que é frequentado pelo povão - trabalhadores e comerciantes - na hora do almoço. Super movimentado e rápido. Não se assustem quando pedirem a conta e o garçom fizer a soma no papel da toalha de mesa. Um barato ! Comida gostosa e vocês vão almoçar como um francês comum. Super tradicional. Foi fundado em 1845
41 da rue Monsieur-Le-Prince.
Metrô: Strasbourg Saint Denis - linhas 4 e 8

Julien
É um dos restaurantes mais chiquérrimos de Paris. Mais conceituado, comida ótima, caro e super in sempre. Podem colar o nariz no vidro, ler o cardápio e/ou entrar pra conhecer. Sem vergonha ! Vocês são turistas. Podem comer também. Quem sabe o carérrimo pra mim procês não é. Podem aproveitar também, se tiverem tempo, pra voltar pro centro da cidade pela mesma rue Saint Denis que é a rua das putas. Vocês vão ver as garotas procurando trabalho cada uma na porta do hotel ou casa ou beco ou sei lá. Sabiam que elas tem sindicato, carteira de saúde e vivem fazendo passeatas pra reivindicar seus direitos? O caminho é legal e sai no Halles, que não podem deixar de visitar também. O Julien fica no número 16 da Saint Denis.
Metrô: Strasbourg Saint Denis - linhas 4 e 8

Léon de Bruxelles
Mexilhão. Gosta de frutos do mar? O melhor e mais saboroso está no Léon de Bruxelles. Você come direto da caçarola, com o molho escolhido por você e acompanham as famosas batatas fritas belgas . Pode comer à vontade. Repetir e repetir (as batatas, claro!). São vários restaurantes espalhados pela cidade e pela França. O meu preferido é o da Champs-Elysées . É só entrar no site pra já ficar com água na boca.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quando a modernidade vira perigo. Próximo, muito próximo






















Não é motivo pra pânico, mas é motivo pra muita atenção, tomar cuidado e ficar de olhos abertos.

Tô falando de crianças e pré-adolescentes no computador.Tenho ouvido fatos que estão apavorando os pais. E a nós parentes e amigos.

A meninada se acha muito esperta, mas não é mesmo!!!

Se você começar a perceber que seu filho anda meio assustado, mudando a imagem da tela do computador quando você se aproxima, dormindo mal, indo mal na escola, nervoso, sobressaltado, é melhor dar uma conferida no que ele anda vendo na internet. Ou o que alguém pode estar fazendo com ele.

Casos com pessoas próximas tem acontecido.

As crianças abrem o jogo achando que estão falando com alguém, de igual pra igual . Contam tudo: " Tô em casa só com a empregada , minha mãe tá trabalhando e só volta a X horas, meu pai viajou, ele só volta semana que vem, trabalha na empresa tal , ele é muito legal, me deu Y de presente que custou X reais, caro, né? mas ele ganha muito dinheiro, o carro dele é um XYW." E por aí vai, entrega tudo.

Aí é que entra o perigo maior. Aos poucos, e com a sabedoria de adulto escroto que é, começa a pressionar a criança e a ameaçar, sem que ela perceba. A ameaça maior é quanto a não dizer nada pros pais sobre a conversa "entre eles". "Só nossa. Nosso segredo."

Me lembro de quando era criança, tinha vontade que meu pai fosse soldado, porque impunha pra cacete dizer: "Meu pai é soldado, o seu não é." Era o poder total. A força. Numa discussão de criança, era o tiro certeiro pra ganhar a disputa.

Hoje tudo mudou, mas os filhas da mãe que adoram molestar crianças e assaltar casas, enfim, aproveitar e tirar qualquer tipo de proveito, estes nunca mudaram.

Só aumentaram.
Acho que os pais devem conversar entre eles e trocar idéias. Trocas experiências.
Deixe sempre o computador do quarto dele ou o da casa, em uma posição de uma forma que você passando veja a tela. Tem vários truques, que os sites abaixo podem dar idéia. Podem não. Dão idéia.Tem muita coisa interessante que ajuda a prevenir.

Yoani, nós todos, e a esperança que nunca morre.



“Bueno, parece que tampoco fue el 2009, quizás será el 2010 ese año que estamos esperando”.

Peguei essa frase do blog da Yoani - que já recomendei aqui - cubana que batalha, sem descansar, pra uma vida melhor pra ela e o povo da sua terra.

E pensei : "Essa é a cara da esperança".
Esperança não só do povo cubano mas do povo brasileiro em geral, de países africanos, da comunidade judaica e da comunidade palestina - que vivem a incerteza de estar vivo no dia seguinte; do gay que batalha pela igualdade, pela adoção de crianças, pelo casamento legalizado; do negro que, por mais inserido que esteja em uma sociedade, ainda sofre a discriminação por ter essa pele linda, brilhante e tão diferente - pele negra que também precisa de protetor solar, como qualquer outra. Do gordo que sofre uma discriminação como se fosse culpado pela carga que carrega, literalmente! Esperança de nós brasileiros que moramos em cidade grande, de poder voltar a andar pra onde quisermos, sem medo, podermos sair à noite, passear pelas ruas, sentar em praças, deixar as crianças irem sozinhas à escola que fica a dois quarteirões de casa. Esperança de pessoas que moram em cidades menores, nesse imenso país, de que não chegue até eles esse medo que nos apavora há tanto tempo.

Esperança que vai passando de um ano pra outro.

Muitos conseguem dar uma boa baixa na lista de prioridades. Outros até conseguem fechar a lista anual.

Mas tem uma maioria que tem problemas em comum. Essa tá sempre adiando e é mais pra essa que gostaria de falar e, dando um toque, uma dica :

Votem com consciência. Prestem atenção no seu candidato. Recorram às listas e anotem os nomes dos cafajestes que tem um passado "puleiro de pato". Prestem atenção aos Arrudas da vida. Não confiem achando que eles vão mudar.

Quem muda é criança. Se molda.

Adulto não.

Se não me contiver, escrevo páginas e páginas sobre esperança, desejos, anseios, necessidades.

Todos nós temos o direito de ter uma vida legal, um lugar pra morar, grana pra pagar a luz, o aluguel, um plano de saúde, de comer em um restaurante, um passeio no parque com o filho, e viajar.

Viajar, que é um dos melhores presentes que você pode dar a você mesmo. Sobre isso falo com muito conhecimento de causa.

Dê essa oportunidade a você. Não viaje no seu voto.

E você vai se agradecer.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Djavan a todo vapor em Cannes e o francês pedindo pra morrer


Estava de bobeira em Cannes, na casa da minha amiga e, de repente, começo a ouvir Djavan esguelando. Alto mesmo !

Pensei cá comigo: "só pode ser casa de brasileiro" (francês, mesmo gostando muito de música, jamais iria ouvir naquela altura).

Fui pra varanda, e espichei o ouvido pra sentir de qual apartamento tava vindo o som.

Várias janelas abertas, era difícil identificar.

Foi aí que chegou uma moça em uma varanda, varrendo e cantava na mesma altura.

Brasileiro conhece o outro de longe. Meus amigos franceses ficam doidos comigo quando começo a apontar brasileiro na rua. Não entendem como posso saber, no meio de tanta mistureba - brasileiro criolo, branco, japonês, moreno, loura - como sei que é brasileiro. Eu digo que ninguém anda como a gente. O jeito de andar, rir, sei lá. Só sei que nunca errei. Tenho um amigo que diz que é fácil, porque todos andam com a mochila na frente. Medo de roubo....rs. Mas eu não me engano e daquela vez não me enganei também. Vi que não era brasileira.

Fiz um gesto pra ela e perguntei em Português: "Você é de onde?". E ela respondeu em Português: "Daqui, sou francesa."

E daí começou uma bela amizade.

Eram mãe e dois filhos adolescentes, franceses que tinham morado durante muitos anos no Brasil, a mãe se separou do marido e estavam voltando. E moraram em Belo Horizonte. Pode? Mundo pequeno. Super simpáticos. Loucos com o Brasil e com o coração apertado por terem que vir embora, por isso o som naquela altura.

O apartamento todo zoneado com a mudança, e já tava ajudando a colocar as coisas no lugar, quando ela me contou um caso engraçado que tinha acontecido à noite e tava puta com o vizinho.

Disse que tinha se levantado pra ir à cozinha e trombou em alguma caixa que caiu e fez barulho. Normal. Normal no Brasil, cara pálida, lá é uma afronta fazer barulho à noite.

E não é que o vizinho subiu pra reclamar? Às 3 da matina?

Ela abriu a porta, o moço reclamou e ela disse pra ele: "Estou realmente de volta a essa terra de neuróticos. O sr. se deu ao trabalho de subir pra me encher o saco. Se fosse no Brasil, ninguém subiria mas, se subisse, seria pra ver o que tinha acontecido e se eu tava precisando de ajuda." Falou brava e fechou a porta na cara do moço.

Ela não ficou muito tempo por lá.

Da última vez que nos falamos, tava morando na Itália.

Deve ter sido o mais próximo da nossa zona que ela encontrou pra viver. Brincadeira! Casou com um italiano.

Mas tava amando. Os dois.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...