terça-feira, 29 de junho de 2010

Patinar - Um sonho que nunca realizei.

É interessante como as coisas mudam; os valores, conceitos, possibilidades. Quando eu era criança, me lembro que um dos programas que mais gostava de fazer, era ir ao Parque Municipal da minha cidade, Belo Horizonte-MG.

Passávamos a manhã de domingo brincando em todos os brinquedos, morrendo de medo do escorregador que, pra mim, era da altura do Empire States. Me lembro que uma vez minha mãe teve que subir e me resgatar lá do topo, porque empaquei e a meninada gritava "Desce! Desce! Desce! " e, eu, nada, paralisia total !E, uma das coisas que mais amava, era ficar vendo o pessoal patinando. Não sei se ainda existe, mas tinha um rinque de patinação e era bem legal. Como a cidade é montanhosa, bicicleta e patins são dois elementos pouco habituais do povo. Ninguém aguenta o sobe e despenca morro pedalando, muito menos de patins.E, não sei porquê, nunca tive patins, nunca aprendi a patinar. Será que era muito caro? Será que alguma vez eu já pedi pros meus pais? Não me lembro! Mas, talvez, eu mesma nunca tenha falado nada porque, quando criança, ganhei todos os brinquedos que pedi.

Quando fui morar em Paris, me encantei com a leveza, facilidade, habilidade do povo, sobre os patins. Descobri que criança ganha, desde que começa a caminhar, o primeiro par de patins, de plástico, super coloridos, parecem brinquedo, e daí, começa uma parceria, uma intimidade com as rodinhas que vai seguir por toda vida.

Bicicleta também. Sei andar de bicicleta e, durante toda minha infância, eu tive uma mas, depois de adulta, não. Paris, como é uma cidade plana e ainda por cima tem pista pra bike - que são respeitadas - todos andam na maior tranquilidade.
Inventei de arrumar uma bicicleta, uma vez, e quase morro atropelada. Realmente, a habilidade pra andar lado a lado com os carros, eu não tenho. Sou atraída pelos carros; fico indo na direção deles, então, desisti. Quiném falar uma outra língua. Você pode falar perfeito, vocabulário maravilhoso, sem sotaque, mas jamais vai falar como o nativo daquela língua, porque não nasceu ouvindo aquele som.

Foi um belga chamado Merlim que, em 1760, inventou os patins.
E foi em NY que vi, pela primeira vez, alguém com patins online e fiquei doidinha. E pensava: "se eu já acho que deve ser difícil equilibrar em rodinha aos pares, estas, então, tenho certeza que não consigo", mas estava muito enganada. Não que eu tivesse tentado, mas, conversando com patinadores, eles contam que o equilíbrio é muito bom nos patins online.



Quando o parisiense quer brincar de fazer malabarismo com os patins, ele vai pro Trocadero, perto da Torre Eiffel, que é onde tem uma pequena descida. Já passei horas sentada vendo a habilidade da meninada. É de babar. Muito legal!
Tem também uma turma que patina em frente à Prefeitura onde é plano, mas eles colocam rampas. E patinam com uma perna só, e enfileiram latinhas e vem de frente, de costas, de lado, passam entre elas, dois a dois, três, saltando, dançando... É um barato ! Indo a Paris, principalnmente no verão, você pode se deliciar com essa turma que dá um show.

Dia 13 de junho, pra comemorar o 100º aniversário da Federação Francesa de Patinadores, houve um passeio com a presença de 6.000 pessoas.
Neste link acima, tem um vídeo de um passeio de patins, que mostra o quê eu acho legal, que é a polícia, também de patins, acompanhando e dando apoio e segurança pra turma. Muito legal !http://www.ffrs.asso.fr/ Este é o link da Federação Francesa de Patins, se você quiser se inteirar sobre os passeios.
Existem passeios organizados em vários pontos da cidade e eu já presenciei alguns . Pode ser durante o dia ou à noite. O que mais me chama atenção é a organização; a polícia francesa é muito interessante : tem policial a cavalo, de bicicleta, de patins, de carro, a pé, depende da situação.
Nos passeios de patins, vão alguns na frente, misturados no meio dos patinadores e, também, no final. E sempre tem ambulância, também, no final da fila.
Se você quiser participar, é só se informar no site da Mairie de Paris (prefeitura) pra saber de onde vão sair e quem tá indo; tem turma de veteranos, principiantes, tem de tudo. Não vá se enfiar na turma de veteranos - que sai tardão da noite - se não for phoda nos patins, senão vai ser engolido pelos pitbulls.

Como já não tô mais na idade de me arriscar a quebrar uma perna ou a bacia, deixo pra próxima encarnação essa história de andar de patins.

Por enquanto, me contento em assistir.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Se ouvir "Eu juro que é verdade" é porque é mentira.

Você sabe o que vem a ser Mitomania? Não?
É a tendência patológica, mais ou menos voluntária e consciente, para a mentira.
Tenho um amigo assim. Mente muito ! Bastante ! A coisa é tão maluca, que, certa época, conversamos, fizemos um acordo que era pra não deixar ele mentir mais, vários amigos juntos tentando ajudar, tipo, se ele começasse com uma mentira, a gente cortaria e diríamos: "Isso não é verdade!"
E ele consentiu, mas não deu certo e até virava discussão.
"Eu juro!" era o que a gente mais ouvia, então, deixamos pra lá e chegamos à conclusão de que, só um tratamento sério, faria ele parár com isso. Se ele quisesse, é claro! mas, como em todo "vício", a vítima acha que pode cuidar daquilo sozinha, já sabem no que deu : em nada!

E foram causus e causus, situações inacreditáveis! Lembrei de um causu que acho ótimo. A gente riu muito com ele.

Morávamos no Iraque que, geograficamente, é um país muito bem situado pra viajar, conhecer outros mundos. Quando rolava um feriado ou férias, a gente sempre escapulia; tanto podia ser pra Europa quanto pra Ásia ou Norte da África. E todo mundo tinha curiosidade em saber como foi a viagem do próximo, pegar dicas, o que evitar - no que ajudava muito porque, às vezes, fazíamos uma viagem que já vinha toda mastigadinha. Um sucesso! Bem, sucesso pras nossas primeiras viagens porque, depois, descobri que, descobrir por mim mesma, era também muito bom. Mas, enquanto estamos inseguros, é uma boa ir cheio de dicas.

Um belo dia, estávamos almoçando no restaurante da empresa, que era pertim do escritório, tipo uns 200 metros. Éramos cinco à mesa, e, conversa vai conversa vem, saiu assunto de viagens e alguém falou sobre a viagem que tinha feito ao Egito, o tanto que tinha sido legal, etcetera e tal. E foi a deixa pro mitomaníaco entrar na prosa.

- Eu também amei o Egito, principalmente o Cairo, quando....
Nem chegou a terminar a frase, caímos os quatro em cima dele.
- Escuta meu bem : você nunca foi ao Egito. Sabemos onde você já foi. Tem dó! Não inventa !
- Como não fui? Lembra aquela vez....?
E foi inventando, inventando, as companhias, as comidas, os passeios, as compras, e tudo o mais que qualquer um de nós poderia descrever com perfeição, visto que - eu era louca pra escrever "visto que" - de tanto ouvir todos os causus de viagens, conhecíamos tudo de cor e salteado.
Mas, não adiantou. Ele insistia, insistia, então, alguém resolveu pedir a prova que derrubaria nós quatro ou ele : o visto no passaporte - visto tomava uma página, cheio de carimbos e selos.
- OK. Se vocês querem ver meu passaporte, eu pego e vão ver que não tô mentindo. Vou lá no escritório buscar.
E foi ! E nós ficamos esperando, perdendo preciosos minutos do soninho que tirávamos depois do almoço, esperando a prova do crime.
E não é que ele chegou com o passaporte?
O mais interessante de quem mente desta forma, é que a pessoa não desiste. Ou talvez espere que o outro desista. E, nesse dia, a gente não arredou pé.
- Então, mostre o visto.
- E o pobre danou a procurar página por página, ia lá no fim, voltava no começo, começava do meio, de frente pra trás, de trás pra frente e nada.
- Póparar! Falou um. Não tem jeito. Você não vai encontrar uma coisa que não existe.
- Como não existe? Eu fui e tinha um visto.
- Não foi e nunca teve visto pro Egito neste passaporte.
E acredite se quiser : ele não se deu por vencido ! Fechou o passaporte e falou com a altivez de quem nunca mentiu na vida e com a certeza de que falava a mais pura verdade - porque realmente ele acreditou no que disse.
- A tinta desses carimbos árabes é tão vagabunda, que ele apagou. Tá vendo aqui? Ainda tem umas manchinhas. Apagou com o calorão desse deserto.

E cada um tomou seu rumo, sem que mais nenhuma palavra fosse dita.

domingo, 27 de junho de 2010

Férias, férias...Programe-se pro próximo verão !

Vamos começar a pensar nas férias do final do ano? Aliás, já tá passando da hora. Mas leve a sério. Se organize. Se informe. Discuta com a família ou namorado ou namorada ou amigos ou sozinho mesmo, por que não? Eu adoro viajar sozinha. Reconheço que, poucos gostam. Mas não importa. O importante é ser feliz, ter uns dias só pra você, só na mordomia, comendo e bebendo tranquilamente tudo que você gosta. Afinal, são férias. E férias é sinal de liberar geral. Economizar na grana e nas calorias ? Isso você já fez o ano todo. Agora é partir pro abraço. Abaixo, segue uma ótima sugestão de lugar pra passar as férias, enviada por um leitor do blog. As fotos são dele. As indicações também. Todas! Nada de pacote comprado. Ele selecionou e passa pra você aproveitar tudo que ele e a família aproveitaram. Vamo lá. Destino? Aqui mesmo. No nosso lindo país. Lugar? Um país, dentro do Brasil, que se chama Bahia. Um sonho ! E eles foram pra Porto Seguro e Arraial d'Ajuda. Esse local se chama Ponta do Apaga Fogo e fica no sul da Bahia. A vegetação é uma maravilha, contrastando com o mar de um azul maravilhoso. E calor. Quente, gostoso. Afinal, ninguém vai pra praia pra procurar lugar fresquinho. E tem a brisa que vem do mar. Paraíso total! Os apartamentos dão de frente pro mar. Você acorda com o sol entrando pela janela e já convidando pra mais um dia de "dureza total".
Se você gosta de malhar, pode continuar tranquilo com seus hábitos. A única diferença é que vai ter o visual dos deuses enquanto malha. Seja ao ar livre ou mesmo na academia montada no resort.



Pra quem vai com criança, tem atividade pra dar com pau, fora uma das coisas que mais amo quando vou à praia : sair à caça de conchas lindas. É muito bom !



Tem até dica de táxi. Legal e confiável.
Quando estive em Arraial d'Ajuda, me apaixonei pela vila. É uma graça ! Alegre demais, lojinhas lindas, igreja, povo nas ruas o tempo todo. Muito bom !


Pra quem gosta de ler, deitar nessa cama, brisa fresquinha, de frente pro mar... ai Jesuis me abana!



Depois da praia, dar um mergulho na piscina, água doce......huuummm....

E curtir as bebidinhas no bar. Melhor que isso, só dois disso.




E dá-lhe jantar e café da manhã e almoço. É uma comilança pra ninguém botar defeito. Com a vantagem que, a andação sem fim, nadar, brincar, caminhar na areia, não deixa a gente com preguiça nem com o barrigão pesado.

E, pra findar o dia, que tal namorar na praia com um luão deste? Até eu que sou mais boba, ia amar.
Essa dica é desse resort, mas as opções de resorts, hotéis, pousadas e pensões, é enorme. Os pacotes voos/hotéis também.
Vamos lá ! Mãos à obra. Programe-se, se informe e vai ver que é possível. Você pode ir. E o pior : descobrir que já poderia ter ido há mais tempo. Mas o importante é ter uns dias de mordomia, porque todos nós merecemos.
Todos.
Mandei um imeio pro pessoal do resort avisando que iria postar no blog a dica, e eles acabaram de ganhar ponto comigo. Fizeram uma coisa, que não é muito comum aqui no Brasil. Não só responderam, como agradeceram e ainda mandaram mais dicas de tudo que eles oferecem. Parabéns pro Sergio Rabelo, que é do Depto. Comercial .

sábado, 26 de junho de 2010

Bloco começa com excluídos e acaba incluindo todo mundo



"Chega de demanda
Com esse time temos que ganhar
Somos a estação primeira
Salve o Morro da Mangueira"

Os versos de Cartola, do início do século 20, inspiraram os sambistas do Morro da Mangueira a transformar o Bloco dos Arengueiros em escola de samba. Arengueiros eram os compositores impedidos de desfilar nos outros blocos. O motivo? Desordem, como atesta Cartola ( na foto, sétimo da esquerda para a direita, em pé): " Fui expulso do Bloco de Tia Tomásia por querer namorar várias moças ao mesmo tempo. Passei para os Arengueiros. Lá valia tudo. Os outros blocos eram muito familiares. Quem não tivesse bom comportamento durava pouco."

O Bloco estreou em 1927 e, surpresa, logo ganhou prestígio. Decidiram transformá-lo em escola. Foi de Cartola a sugestão das cores verde e rosa - como na fachada do Rancho Arrepiados, onde passou os carnavais da infância.

Em 28 de abril de 1928, nasce o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, fundado por Saturnino Gonçalves, Marcelinho José Claudino, Abelardo da Bolinha, Euclides Roberto dos Santos, Pedro Caim, Zé Espinguela e Cartola. Logo, reunia foliões dos blocos Arengueiros, tia Tomásia, tia Fé, Senhor Júlio, Mestre Candinho e Rancho Príncipe das Florestas.
Cartola: " A importância da Estação Primeira foi a de promover a união dos diversos blocos do morro. Passou a ser de todos. Antes, cada bloco tinha seu dono."


Hoje, dia de faxina aqui em casa, resolvi dar uma ajeitada numa estante de livros e achei um almanaque, que tinha guardado, pra contar pra você os causus e histórias que ele conta. Amo Almanaque. Pode ser o mais fuleiro. Adoro ler, ver as fotos.
Aproveitei, também, pra colocar em ordem, a fila de livros que tenho pra ler. Muitos. Difícil vai ser obedecer a ordem que eu mesma fiz. E quero começar a contar sobre os livros que li nos Caminhos por onde andei.

Começo repassando o caso do fôfo do Cartola e da sua Mangueira querida, em homenagem a minha mui querida e amada sobrinha, que morre pela verde e rosa.

Brasil - Almanaque de Cultura Popular, do Elifas Andreato, paixão desde a minha adolescência, quando descobri os seus desenhos maravilhosos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Velório no Rio Grande

Em um início de noite, lá pelas bandas do Rio Grande, morre um garimpeiro, filho de família de pouquíssimas posses.
Começaram a chegar os amigos e curiosos e as perguntas não variavam. De que morrera, como fora sua morte, que idade tinha...
O rapaz estava sendo velado em um pequeno catre, colocado no meio de uma minúscula saleta, com chão de terra batida.
Já começava a escurecer. Foi acesa, na sala, uma lâmpada de, no máximo, 15 velas, uma verdadeira brasinha na esteira do teto.
Um dos presentes, que não tinha muita intimidade com os familiares do morto, levantou-se e, sorrateiramente, foi deslizando pela sala, chegando aonde pretendia, a cozinha. Lá, outra lâmpadazinha a iluminava e era melhor que a da sala, mesmo porque suas proporções eram mínimas. Notava-se que não havia nada para comer durante o velório. Em poucas palavras, borralho apagado.
O pretenso samaritano, receoso de passar a noite de velório sem nada para comer ou beber, chamou um companheiro, esse, amigo íntimo da casa, expondo-lhe a tragédia que se avizinhava.
O chegado da casa, desculpando-se por não ter condições para arcar com as despesas do "comes e bebes", teve então uma idéia: iriam todos ao dono da casa, para o alertarem e encontrarem uma solução.
Após quinze minutos de desculpas, o pai do falecido, aborrecido por não ter nada para oferecer, consentiu que o chapéu corresse.
Todos estavam cabisbaixos. Um deles aparece com o chapéu, solicitando um adjuntório. A cada hora, um era abordado.
Eis que, ao abordar um sujeito que se encontrava ao lado do defunto, foi logo dizendo:
- Amigo, nos dê uma ajuda para o velório.
Antes mesmo de receber a resposta, percebeu que se tratava do dono da casa e foi logo dizendo incontinente:
- O senhor não precisa colaborar, o senhor já entrou com o defunto.
Mais um causu tirado do livro "Causos e Causos", de Soter Antonio de Oliveira Pádua.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Concentrando pro jogo de amanhã e se distraindo enquantisso


E minha amiga liga pra mãe pra saber das novidades, inclusive da Copa. A mãe, que escuta pouco e usa aparelho, avisa que não tava aguentando mais a barulheira das "fufuvelas" e tirou o aparelho até segunda-ordem. Ri muito, porque não deu tempo nem de aprender o nome certo da corneta....rrsrsrs. Tirou o aparelho antes. Parte do diálogo:
- E aí, mãe? Tudo bem? Animada com a Copa?
- Deus me livre se o Brasil ganha! Só de ganhar um jogo, já não aguento mais o barulho. Ninguém aguenta essas "fufuvelas".
- Mas, mesmo assim tá torcendo muito?
- Tossindo? Eu? Tô não!
- Deixa pra lá, chame o papai. Beijo.
Mas, antes de passar o telefone pro pai, saiu com essa.
- Sabe por que o Kaká só tá rendendo 90%?
- Não, por que?
- Porque os outros 10% ele dá pro pastor.

Curiosidades

- Para ir aos dois estádios de Joburg, você deve cruzar uma ponte que dá vista pro centro da cidade e, bem no meio, tem um prédio alto, completamente "envelopado" de Nike e com uma foto enorme do Cristiano Ronaldo.
O detalhe: dependendo da vista aérea que as câmeras pegam do Soccer City Stadium, vê-se o prédio. Vale a observação final : pra que não fosse caracterizado como emboscada, a Nike já havia "comprado" o prédio há mais de um ano.

O pobre do Zakumi, mascote da Copa do Mundo, realmente virou um zero à esquerda, por conta da vuvuzela. Vi a Fátima Bernardes dizendo que perguntou aos filhos se queriam que ela comprasse um Zakumi. E os meninos: quem???

A Adidas Jabulani, é a bola oficial de 2010 da África do Sul. Jabulani significa "trazendo alegria pra todos", em IsiZulu.
Criança na Copa.

Clara, achando que os jogadores estavam muito lentos, correndo pouco:
- Solta uma onça aí que eu quero ver se eles não correm.

- Eu vou torcer SÓ pro Luis Fabiano ganhar.
Pedro, que ainda não entendeu o que é um jogo coletivo.

E a melhor de todas.
- Ué, ele fez gol e foi despedido?
Manu, indignada com Elano sentado no banco após ter feito um gol.

Essas crianças são filhas da Ana, dona do blog "Eu com os 4", blog que eu persigo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Apenas uma questão de amor

Vou citar, somente, duas frases deste artigo recomendado por um leitor e você vai querer ler ele todo.

"Até quando seguiremos dando medalhas a um soldado por ele matar outros homens e expulsando-o por amar um?"

" Ver dois homens se beijando é simplesmente uma questão de amor."



Dois grandes juntos : Millôr e Oscar Wilde !






Olho, alarmado;
E se a vida
For do outro lado?
Millôr
Disfarce: no Planalto tem muita gente de quatro, fingindo que está apenas procurando a lente de contato - Millôr

O estômago tem razões que os já alimentados não compreendem - Millôr

Não deixe de perdoar os seus inimigos. Nada os aborrece tanto - Oscar Wilde

O número dos que nos invejam, confirma as nossas capacidades - Oscar Wilde

Os velhos acreditam em tudo, as pessoas de meia idade suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo - Oscar Wilde

"Ela me abandonou sem aviso." - Antigamente era o grito de mágoa de amante traído. Hoje, é a queixa amarga de um patrão sem cozinheira - Millôr

terça-feira, 22 de junho de 2010

Reclamando e sendo atendido. Isso acontece sim

Já falei aqui ( Empaque na fila... 18/12/2009 ) e vou falar novamente sobre a minha indignação, ou porque não dizer, minha puteza, quanto ao desrespeito para com o consumidor. Questão? Falta de troco. É raro você receber o troco corretamente. E eu sou a canseira, a que não sai sem meus centavos. São meus ! É um absurdo !
Hoje, fui a duas lojas daquelas que tudo custa X e 99 : um assalto, um roubo legalizado.
Mas, o maior culpado dessa turma estar se dando tão bem, é o próprio consumidor. Quando o nosso povo vai aprender que ele tem direito a receber o troco certo?

Na primeira loja, a moça do caixa me deu faltando R$ 0,01 e eu disse: "Falta R$ 0,01". Ela abriu o caixa de novo, pegou o centavo e me deu. Fiquei fazendo um pouco de hora, fingindo que tava guardando as coisas na bolsa e, enquanto isso, duas pessoas foram atendidas : todas as duas receberam faltando o troco. Na terceira, também faltou o troco, fui saindo junto com o rapaz e perguntei : "Você não reclama quando falta o troco?" Ele disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo e, como se o dinheiro dele fosse achado na rua : "Tem problema não!" Eu só disse: "Tem problema sim; cada pessoa que compra e não exige os centavos do troco, eles vão pro dono da loja. Já pensou o que dá isso no final do dia?" E fui andando, deixando ele pra trás com uma cara de interrogação. Espero que pense a respeito e não se deixe ser roubado da próxima vez.

Na segunda loja, ( Tupis Comércio Varejista, Rua Tupis, 145-BH ) a mesma coisa : a moça me deu o troco faltando R$ 0,01. Vejam o diálogo:
- Falta 1 centavo.
- Não tenho. Você não tem 4 centavos?
- Não, não tenho.
- Então fazemos como?
- Mas eu não tenho 1 centavo. E, se você não tem a quantia certa....
- O meu dever é te pagar e o seu de me dar o troco. Se não tem, chame o gerente.
- Fulana, chame a gerente
- Ela tá ocupada fazendo não sei o quê.
Como não me movi, ela deve ter me visto por câmeras, ou sei lá, e desceu lá do mezanino. Nem bom dia deu e já foi falando :
- Qual o problema?
- Ela tá querendo o troco, disse a caixa.
- Tô querendo não, o troco é meu, é meu direito.
- Nem existe mais moeda de R$ 0,01 - disse a gerente. Como se isso solucionasse o problema.
- Se não existe a moeda, não deveria existir nada a 99 centavos. Mudem os preços - eu disse.
Ela passou quiném um general, foi lá na porta da rua, sei lá onde, nem olhei, voltou com R$ 0,01 e me deu. Não disse nada pra mim e falou com a caixa.
- Fulana, ligue pra não sei quem e relate esse fato - e subiu de novo.
Enquanto guardava a moeda, a caixa disse : "É a pessoa que tem que me dar o troco". Super simpática e gentil a caixa e, nem por um momento, foi estressante a conversa. Enquanto a gerente não descia, eu perguntei se ninguém reclamava e ela disse que não. E eu disse : "Não vou perguntar pra não te constranger mas, o que sobra no seu caixa todo dia por conta destas moedas deve ser um absurdo".
Ela sorriu e consentiu com a cabeça.

Semana passada (18/06) fui ao Carrefour fazer compras e, um produto que compro sempre, tinha dobrado de preço. Achei estranho, porque aumentar o preço é uma coisa mas, dobrar, já é demais.

Cheguei em casa e falei com uma atendente deles pelo chat. Passei minha dúvida, ela anotou tudo e ficou de entrar em contato dentro de, no máximo, 3 dias. No final da tarde do mesmo dia, já me ligou uma funcionária de São Paulo, pra se certificar da minha dúvida. Anotou tudo, qual loja, endereço. OK.
Hoje (21/06) cedinho, me liga o gerente do Carrefour onde faço minhas compras (mais uma vez pra esclarecer a dúvida). Eu disse que ia sair e passaria por lá, pois é ao lado da minha casa. Passei e fui atendida por ele e a dúvida foi esclarecida. No dia que fui comprar o produto, tinha uma plaquinha de um produto similar, que é mais caro, no lugar do que eu compro. Eu tinha olhado bem, mas só tinha o meu produto. Hoje já tava certinho; cada produto com seu preço devido. Tá bom, muito obrigada pela atenção e adeus.

Cheguei em casa e passei imeio pro Atendimento pra agraceder a atenção da empresa. Da mesma forma que reclamo, eu agradeço. Daí a poucos minutos, me ligam de novo de São Paulo, pra saber se estava tudo resolvido, porque o gerente tinha falado que já tinha entrado em contato comigo, que eu já tinha passado na loja, etc. etc.

Por que tô contando isso? Porque toda vez que vejo alguém reclamando, de alguma coisa, nesse sentido e que eu digo "ligue pra empresa, mande imeio ou faça qualquer tipo de contato", sempre escuto a mesma ladainha : "Não adianta! Ninguém resolve nada!" Não é verdade! Todas as vezes e, felizmente, não foram muitas, que reclamei ou quis sanar dúvidas sobre qualquer coisa, fui muito bem atendida.
Até brinco que fiz uma reclamação sobre OB, uma certa vez, e quase me arrependo porque, achei que o povo da Johnson&Johnson ia se mudar aqui pra casa, de tanto que apareceu gente pra me ajudar.

Portanto, meu povo, vamos mudar esse conceito de que nada se resolve nessa terra, essa mania de não reclamar ou achar que não vai ser ouvido.
Você pode pensar: "Mais barraqueira impossível, você!" Sou mesmo.
Adoro comprar esse tipo de briga.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Gerações diversas, 400 anos ao todo e um sábado delicioso

E lá fomos nós passar o sábado no sítio. Já contei sobre esse sítio aqui no blog. Olhem lá as fotos - "Fazendo troca-troca..." - 18/10/2009 .

O dia tava lindo ! Céu azulzim e um calor gostoso, depois de mais de uma semana bem gelada, pros padrões do nosso inverno.

O grupo : dois membros na faixa de 30 anos, 3 na faixa de 60, 2 na faixa de 80, mais os 2 funcionários do sítio, faixa de 20 e de 40. Deu pra entender agora o título do post, né?

Bom demais! O sítio fica a mais ou menos 1h de Belo Horizonte - MG.

Acomodam-se todos em 2 carros e, com uns 15 a 20 minutos de "viagem", primeira parada. Não acredita? Ninguem crê. Mas é normal. E cada um ajuda o outro ...
- Cuidado com o degrau.
- Olha, que vai escorregar no jornal.
- Tira esse jornal do chão do carro. Isso é um perigo. Escorrega quiném quiabo (essas malditas propagandas que dão em sinal de trânsito. Vai tudo pro chão do carro).
Enfim... Fecha a porta do carro, mais uma escadinha, "cuidado". Senta a turma.
- Você quer de que? Queijo, carne, café, coca, capuccino não, café puro, café com leite
- Já tem açúcar?
- Pode trocar?
- O meu só com adoçante.

E sai o comandante da turma, pra missão quase impossível de fazer o pedido e pagar a ficha no caixa.
Uns 10 minutos depois, volta com aquela travessa linda cheia de pastéis fresquinhos, fritos na hora, gigantes (quase impossível comer dois). E a conversa principal é a seleção e o jogo de domingo. Claro!
- Sei não, esse ano, só porque é na África, só dá zebra!
- Você viu tal jogo?
- E aquele pênalti?
- E o ladrão do juiz, no jogo da Argentina?
E risos e todo mundo sentado e esparramado, como se já tivéssemos chegado ao destino.
- Tem uma pimentinha? Adoro pastel com molho de pimenta.
- Bão, terminaram? Alguém quer mais alguma coisa? Não. Então vambora.
E recomeçam as recomendações
- Cuidado com o degrau ! Olha a areia; escorrega pra cacete.
- Agora, eu vou no meio.
- Não, você tem problema nas pernas, vem na janela que é mais confortável.
- Não, eu gosto de ir no meio.
Meio, janela, meio, janela, chegaram a um acordo, coloquem cinto e prosseguimos.
- Eita caminho bonito esse !
- Viu como tá tendo trânsito? Impressionante, como há poucos anos atrás, era aquela tranquilidade pra ir pro sítio. É essa facilidade pra comprar carro. Agora qualquer zé mané pode ter carro. Até fulano comprou, cê viu?
- Quero ver quando esse povo começar a parár de pagar as prestações? Coisa do Lula. Cara filho da mãe!
E muda a prosa pra política. Eu aproveito pra descer o cacete nas duas antas : pai e filha.
- Viu a última da dilmanta?
- Tá tudo tão verdinho, né? Olhem como estas árvores da estrada tão grandes. Daqui a pouco vai dar um corredor tão bonito, como o bambuzal na entrada do aeroporto de Salvador - BA. Uma maravilha!
- Alguém sabe quanto ficou o jogo da Alemanha ? Tenho que colocar na minha tabela.
- Que tabela?
- A minha. Não desgrudo dela até terminar a Copa. Se a Alemanha ganha de não sei quem, e não sei quem empata com alguém, o outro do grupo B, vai....
- Nem adianta ficar me explicando isso. Jamais vou entender.
- Nem eu.
- Eu também vou assistindo os jogos e fim. Fico fazendo conta não, senão enlouqueço.
- Será que ainda tem mixirica?
- Semana passada tinha abacate caindo na cabeça da gente. Enchemos três caixas. Tinha abacate saindo pelo ladrão. Até o vizinho do segundo quarteirão lá da rua, ganhou.
- Tem cebolinha? A horta com esse frio fica de dar dó. Queimam as folhas das verduras.
- O Marquinhos é muito caprichoso, né? O sítio tá lindo !
- Gente, quando esses dois Ipês da entrada começarem a dar flor, vai virar ponto turístico da cidade! Estão lindos!
- Olha o tanto de maritaca.
- Curuz, você comprou mais pato? Toda semana parece que multiplicam. Cruz-credo, esse bicho cria mais que rato. Cadê aqueles pequeninos da semana retrasada? São aqueles grandões ali. Né possível!
- Vou ver se ainda tem acerola.
- Marquinhos, se tiver banana, corte um cacho pra gente levar, por favor.
- Até que enfim as galinhas resolveram botar. Tem semana que elas travam. Não tem um pra contar a história.
- Travam sim, eu sei na barriga de quem!
- O pé de amora tá lindo. Vai dar amora esse ano e vamos fazer geleia até.
- Dona Maria, pra começar prepare essa linguicinha e os torresmos pra gente ir tomando a cerveja. Ah! Pode passar uns bifes na chapa, também, pra gente ir beliscando. Não enche o freezer, porque, depois, estoura tudo. Tá muito frio. Faz favor.
- Ai, meu Deus! Vocês não vão acreditar. Tô voltando da lagoa. Tem peixe boiando. Tão morrendo por conta do frio.
- Não acredito! Tadinhos !
- Já morreram uns 15, disse o Marquinhos. A água gelou muito.
- Será que esses peixes vieram do nordeste e não tão acostumados com frio?
- Os lá de casa tão lindos e loiros, nadando serenos, só nos 28º.
- Turma folgada ! Com aquecedor até eu.
- Nunca tinha visto isso. Tinham umas manchas escuras no lago. Olhei bem e eram cardumes juntinhos, bem à flor da água. Você podia jogar ração em cima deles, que eles nem se mexiam. Os patos passavam nadando, na cabeça deles e eles quietinhos. Imagino que tavam tentando não gastar energia, pra ver se conservavam o calor. Ainda bem que o dia tava quente. Tomara que aqueça a água o suficiente pros bichinhos pararem de morrer.

-Cadê os corações de galinha pra isca?
- Aqui.
- Vamo tentar pescar.
Tentar mesmo. Passava peixe nadando, na maior lezeira do lado da isca, e nem olhava. Realmente não era dia pra pesca. E, além do mais, não dava vontade de pescar aqueles bichinhos, fazendo o maior esforço pra sobreviverem.

- Vocês viram as garças voando? Que coisa mais linda! Branquinhas!
- Gente do céu tá cheio de carambola. Docinha, docinha!

Enquanto um via o Japão jogar, outros chupavam mixirica, outra no computador trabalhando, outras duas na horta colhendo a salada pro almoço. Os pés de alface pareciam vitória-régia; um exagero de grandes e lindos! Salsa, cebolinha, abobrinha, rabanete, ervilha em vagem, cebola. Eita que deu uma salada de comer de joelhos. Delícia! Feijão roxinho, novinho, feito na hora. Arroz soltinho, branco, macarrão com molho de tomate da horta, também. E frango à passarinho, costelinha assada no forno, bife de boi. Deus me defenda! Família e amigos carnívoros. E trás outra cerveja e coloca outra no lugar dela no freezer. Tira uma, coloca outra.

- Vó, quer mais cerveja?
- Nesse copinho pequeno ? De jeito nenhum.Não sei quem teve idéia de comprar esses copinhos.
- Sem espuma.
- Cê gosta com espuma, né?
- É.
- Pra mim, mais guaraná.
- Fulano, cê tá cortando a costela errado. Tirando só a capa. Só a carne.
- Uai, não pode? E o dono da casa:
- Pode sim, aqui pode tudo. Pode o que a gente quiser.
- Cadê a pimenta?
- Tem farinha?
- Passe o azeite por favor.
- Vó, cuidado com o sal.

Quando conseguimos sair da mesa, o rumo que cada um tomou foi o da horizontal. Depois daquela começão sem fim, ninguém aguentava ficar de pé. Eu cochilei e, de vez em quando, ouvia :
- Quer um café? Passou agora.
- Alguém descobriu quanto ficou o jogo da Alemanha? Tenho que colocar na minha tabela.
Esqueci de contar que, depois do almoço, ainda teve a sessão pé-de-moleque. Delícia!

Lá pelas 5h da tarde, o chefe da caravana convidou a turma pra voltar pra casa. No que foi obedecido na hora, porque vinha aí uma das melhores partes do passeio, que era a parada em Pedro Leopoldo, terra do Chico Xavier, pra tomar sorvete.
E sai todo mundo dos carros e todas as recomendações de novo, e aí foi mais engraçado. A sorveteria é self-service, daquelas que, além de 4 freezers com todos os sabores possíveis, ainda tem aquela parafernália toda pra colocar por cima do sorvete, pra acabar de acabar de subir todo o colesterol, banhas, celulites e afins, se bem que, 50% da comitiva não tá mais se importando com banha e celulite. Se não subir a pressão, já tá de bom tamanho.
E começa a dúvida. E o grupo trança, num vai e vem em frente às delícias e pega pazinha e prova e por fim se decide. Todos se servem, cada um se senta com sua montanha de prazer e um silêncio sepulcral se instala. Cada um curtindo o seu sabor preferido. Só quase no final da jornada é que um primeiro dá o ar da graça e recomeça o falatório. Agora pra saber como estava o seu, qual o mais gostoso, pena que não cabe mais, por mim passava a noite aqui tomando sorvete, é um pecado jogar fora estas vasilhinhas de plástico, olha a qualidade do plástico, coitado do meio-ambiente, ainda bem que escolhi de casquinha e comi tudo, mas as casquinhas de hoje não são como as de antigamente, não são mais um biscoito crocante, tão duras, e mais isso e mais aquilo e voltamos pros carros, felizes, pancinha repleta de prazer, sonhando com a próxima volta ao sítio.
E sempre é convidado mais um amigo, mais um irmão, mais um pai, ou mãe, porque todos querem compartilhar com quem ama um dia feliz como esse. E num paraíso de paz e tranquilidade, tão perto da doideira da cidade grande.

Desta vez exagerei. Poderia ter dividido o causu em dois, mas, da última vez, a comida de rabo foi tão grande, que agora tô esperando o que vai rolar. Reclamação porque falei demais? Problema seu.

O dia foi tão gostoso, que não consegui parár de escrever. E olha que resumi, hein? Não acredita? Pode crer.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...