sábado, 24 de julho de 2010

África do Sul sem futebol, vista pela TT.

Tereza na porta da casa do Sr. Nelson Mandela
Casa antiga do Sr. Mandela

Quarto dele.

Monumento símbolo de Soweto






Cela onde ficou Nelson Mandela





Continuando o relato da TT. Depois de sair do aeroporto.

Aliviada e exasperada, corri pra estação pra pegar o Gautrain recém-inaugurado para a Copa, que iria até algumas partes da cidade.
A moeda de lá é o Rands. R$ 1,00 equivale a 4 rands.
O preço do bilhete foi por volta de R$ 20,00 e a viagem durou uns 15 minutos. Trem rápido e a minha amiga me esperava na estação de Sandton vestida da cabeça aos pés de Brasil : camiseta, boné, bandeira, kit completo.
E a festa começou pra só acabar no final do dia. Fomos pra casa dela (ela mora com uma amiga). Já fui fazendo também amizade com sua cadelinha Cairn Terrier, que nos esperaria com pulos e lambeção todas as noites depois de retornarmos dos nossos passeios. Amo animais (o contrário da amiga, dona do blog...rs).

Naquela noite fomos assistir ao jogo Brasil X Holanda. Se não fosse o gol contra do Felipe Melo, o resultado poderia ter sido diferente, mas as minhas férias foram planejadas pra eu ser feliz, então, nada iria estragar o prazer e o luxo, que tive de poder contar com estas duas grandes amigas, que me acompanharam por onde e a hora, que gostaria de ir. Nem Copa do Mundo.
Baixamos para Soweto no dia seguinte antes do almoço. Sempre ouvi muito falar deste lugar e jamais esperei, que pudesse andar por lá em alguma época da minha vida. Uma emoção só.
Este passeio foi muito especial pra mim, pois estava visitando um local com muita história durante o período do Aparteid. Foi onde houve vários eventos, greves, tragédias, para que o país hoje pudesse viver a democracia que vive.
Em Soweto tem a rua aonde moraram 2 pessoas que receberam o Prêmio Nobel da Paz - Nelson Mandela e Desmond Tutu - e também onde aconteceu uma das piores tragédias da história do Aparteid, no dia 16 de Junho de 1976 : em torno de 140 crianças e adolescentes - sendo que o mais velho com 14 anos - foram assassinados, porque estavam fazendo uma manifestação, em frente à escola onde estudavam, contra a introdução do ensino obrigatório do Afrikaans - língua com 90 a 95% de origem holandesa.
A casa do Nelson, hoje, é um museu aberto para visitação.

Chegando em Soweto já estacionamos na histórica e popular Vilakazi Street, subúrbio de Orlando West. Foi nesta rua que o menino Sul Africano Hector Pieterson, de 12 anos, foi baleado e morto num dos piores confrontos ocorridos em Soweto, durante o Apartheid.
Almoçamos no Sakhumzi, depois de visitar a casa do Nelson Mandela. Sentamos numa das mesas do lado de fora para não perder o movimento, que era grande por causa dos turistas que vieram pra Copa do Mundo.
O restaurante serve vários tipos de pratos, mas o mais interessante era o bufê parecido com o nosso, com salada, frango, cozido com tripa, bife, etc. A sobremesa principal era um bolo típico Sul Africano chamado Malba servido com custard - creme ingles ou sorvete. O ambiente é super agradável e as garçonetes simpáticas e prestativas. Prato do dia custa em torno de R$ 25,oo. Pagamos - 3 pessoas - pelo bufê com 1 cerveja, 3 Cocas e sobremesa, 450 rands, em torno de R$ 110,00. Achei bom o preço, principalmente, porque era tempo de Copa e turista saindo pelo ladrão.
Quando terminamos de almoçar, pedi pra falar com o dono do restaurante Sakhumzi Maqubela - nascido em Soweto. Ele tava sentado com mais uns 10 amigos e, quando disse que gostaria de saber um pouco sobre o restaurante, para uma amiga, que mora no Brasil, colocar no blog dela, já foi logo me convidando pra sentar na mesa com os amigos e ofereceu uma cerveja. Povo esperto, deve ter pensado : "se é pra fazer marketing do meu restaurante vou convidá-la para uma cerveja..." hehehe.
Me contou sobre a história do restaurante, que pode ser lida no site, mas, traduzindo a parte principal, o restaurante foi inaugurado em Novembro de 2001. Ele deixou o trabalho bem sucedido em um Banco e juntou todas as economias para investir no negócio.

Fomos visitar tambem o Museu de Hector Pieterson - o garoto virou um símbolo da luta contra o Apartheid.
O museu é muito explicativo com bastante detalhes das centenas de acontecimentos durante o regime racista do Apartheid. O mais chocante de tudo, fica num pátio do lado de fora, uma área com plaquinhas de granito representando cada menor, que morreu durante o protesto, com nome e data de nascimento.

Fiquei uma semana por lá, mas sinto vontade de voltar pra conhecer melhor. Muito mais coisa pra ser vista.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Isso voa? Então tô dentro !


Curiosidade é uma coisa curiosa...dãn. Ano passado, esperando no aeroporto de Nova Deli-Índia, o voo pra Paris, num determinado momento, comentei com minha sobrinha e amigas que viajavam comigo : "Engraçado esse aeroporto, todo moderno, novo, lindo e essa sala de espera com esse mundão de gente. Será que pelo nosso portão vai entrar esse povo todo e, depois dessa porta, eles vão cada um tomar seu rumo?" E quando fomos chamados pra entrar, vi que todos estavam indo pra mesma direção e pensei: "Que porra de avião é esse, que vai caber tanta gente?"
Era o tal do A 380. Quantas pessoas dariam tudo pra estar no meu lugar e eu, a songa monga, nem aí. E pior ainda : entrei, sentei e fiquei no meu lugar até sair em Paris. Roncando. Não tive a menor curiosidade de sair fuçando pra baixo e pra cima pra conhecer as dependências daquele monstro voador. Se é que pode sair fuçando o monstrengo. Realmente, máquina não me tesa. Talvez se, em outra viagem voar novamente nele, vá querer dar uma voltinha. Só me lembro que da entrada eu olhei lá no fundo e nem com binóculo conseguiria ver a cara do povo do último assento. Grande pra cacete !

Clique nas fotos que elas aumentam de tamanho.
E, esse bicho esquisito, voa paradim no ar. Nem trisca. Você pensa que tá sentado na sala da sua casa.

Bom, o mesmo não aconteceu com minha amiga, que mandou pra nós o relato que vem aí abaixo. Ela saiu da Suíça onde mora, foi pra Paris e de lá pra África do Sul nesse baita e, um mês antes, já não dormia de tanta vontade de conhecer o danado. Foi ver ( desculpe a palavra ) o Brasil jogar.

Este é o relato dela.

Depois de voar no super airbus A380 Paris-Johannesburg para a Copa do Mundo voltar no Boeing 747 para Genebra, via Amsterdam, me fez sentir um Santos Dumont dentro do seu 14 Bis. O povo se acostuma fácil com coisa boa.
Sempre quis conhecer a Africa do Sul e, recentemente, uma amiga que mora em Johannesburg me fez uma proposta irrecusável.
- Você gostaria de assistir ao vivo um dos jogos da semi-final da Copa do Mundo, em Durban?
- Peraí, vou pensar. Sim.
Amo planejar viagens, mesmo se for a trabalho. Daí comecei a procurar passagens pela internet e a trocar e-mails com a amiga sobre a nossa programação, durante a minha estadia lá.
Já há bastante tempo, compro minhas passagens aéreas ou pacotes de viagem pelo www.opodo.fr ou Expedia.fr e nunca fui deixada na mão. Claro que, nesses dois, não existe pagamento parcelado como no Brasil, tem que ser na lata : reservou, pagou com cartão de crédito.
Nessa viagem, tava determinada que experimentaria o A380; queria uma viagem cheia de emoções. A Air France tinha uma tarifa muito em conta pela www.Opodo.fr, ida e volta saindo de Genebra onde moro - em torno de 1.250 euros - o voo no A380 seria a conexão Paris - Johannesburg.
Comprei a passagem e não parei de falar pra a família, amigos e colegas de trabalho sobre a minha aventura, coitados, tiveram que me aguentar uns 40 dias antes da viagem, não falava noutra coisa.
Para o alívio de todos, o dia da viagem chegou : 1 de Julho.
Depois do voo normal Genebra - Paris, cheguei ao Charles de Gaule, me dirigi a sala de espera, ou seja, várias salas de espera para acomodar tantos passageiros e algumas pessoas já estavam fazendo filas, umas para o andar de cima e outras para o andar de baixo.
No começo das filas tinha um seating plan ( mapa do assento ) - eu só tinha visto isso em grandes jantares ou em conferência de trabalho (assim você saberia em qual mesa sentar). No caso do avião, qual fila que me levaria até meu assento e tinha uns 6 guichês pra atender os 539 passageiros. Isto mesmo !
Finalmente, entrei e, para o azar do comissário de bordo que atenderia minha seção - a última lá atrás - naquela noite, teria uma passageira chata que queria saber tudo sobre a aeronave e, para a minha sorte, ele foi super simpático e me respondeu tudo que queria saber.

Como cada companhia aérea faz seu projeto pra dentro do avião, quer dizer que, se você conhece um, não quer dizer que já viu todos. Este que voei tinha 538 assentos (442 na classe econômica e o resto dividido entre primeira classe e classe executiva).

O voo tava lotado e uma coisa me chamou a atenção : o barulho do motor era bem mais baixo do que das outras aeronaves. Fui dormir e acabou a novidade.
Depois de uma viagem de 10 horas e meia, chegamos em Johannesburg quase 11 horas da manhã.
Enquanto esperava minha mala, algo interessante aconteceu comigo : tinham vários seguranças acompanhados de cachorros, cheirando malas de todos, procurando drogas e, um deles (digo, um dos cachorros), cismou com a minha bolsa de mão e não parava de cheirá-la, numa animação danada, pulando, querendo ver o que tinha dentro, mas o segurança não insistiu. Deve ter pensado "essa moça, com essa cara de mineira, não estaria carregando droga" e tentou levar o cachorro para a próxima mala, mas ele insistiu e não arredou o pé - cretino - daí o segurança teve que fazer a obrigação dele : abriu minha bolsa e todos que estavam ao meu lado ficaram me olhando. Por um minuto me passou aquele pensamento, de já ter acontecido com alguém ou visto em filmes, de alguém ter colocado droga na minha bolsa sem eu perceber... foram 3 longos minutos de ansiedade e eu querendo saber o que tinha na minha bolsa que o maldito cachorro tinha gostado tanto : eram chocolates suiços que levava de presente pros amigos.

Cachorrinho de bom gosto !
Próximo post : algumas impressões sobre a África do Sul.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A terra vista do céu - As fotos que gostaria de ter feito!

Olhe que linda a foto feita em Burquina Faso, na África ! Mulher e filho em cima de flocos de algodão, ainda com a semente.
Abro minha apresentação do Sr. Yann, com esta foto que adoro!

Yann Arthus-Bertrand é um jornalista e ambientalista francês, que se dedica a tirar fotos de cima; sempre de helicóptero. Já fotografou grande parte do mundo e sempre mostrando os lugares por ângulos que, provavelmente, teríamos pouca chance de conhecer. E acabou fotografando, inclusive, desastres e a força da natureza, por estar, coincidentemente, no local na hora do acontecimento, como deslizamentos de terra, soterramentos e vulcões. Felizmente, as paisagens mais lindas e inusitadas são predominantes nesse mundão velho de Deus. Quando entro no site, fico pulando de um país pra outro e sempre descobrindo fotos novas. Me lembro de uma exposição dele em Paris, no Jardim de Luxemburgo, que foi um sucesso. E tive oportunidade de ir, mais de uma vez, podendo assim aproveitar bem. E levei amigos.
Foram feitos posters enormes de várias fotos e elas foram colocadas nas grades, que circundam o Jardim. Ficou lindo ! E, o que mais me encantou, foi a oportunidade de qualquer pessoa poder ver e o disse-me-disse que virou : as pessoas comentavam umas com as outras, perguntavam - "Você já viu aquela tal?", "Precisa voltar e prestar atenção nisso ou naquilo", então, todos ficavam indo e vindo na calçada. E, ao lado de cada foto, tinha a história dela : quando e como foi tirada, inclusive com foto do Yann fazendo a foto. Um barato! E, na entrada do Jardim, foram armadas tendas, onde ficavam passando os filmes do make-off. O pessoal fazia turnos pra assistir (tipo, uns 15 a 20 minutos cada filme). O maior entra e sai. E também tinham tendas vendendo os trabalhos : livros, posters, tudo. Tudo carinho, mas de um valor sem fim.

Ele já veio ao Brasil, com sua exposição, mais de uma vez. Se quiser saber por onde anda a exposição, entre no site e veja o roteiro. Quem sabe não tem uma onde você está agora? Vai lá.Esta é uma foto da Floresta Amazônica depois de uma tempestade, com o belo arco-íris que formou. Há mais de 20 anos que conheço o trabalho do Sr. Yann e não me canso de admirar. É até difícil escolher algumas entre as centenas de fotos maravilhosas que ele faz, pra colocar aqui e mostrar pra você.
Essa foto é de um acampamento de nômades no Afeganistão.

Corrida de Fórmula 1 em Mônaco.

Floresta do Canadá, no outono. Quando a gente tem a oportunidade de ver a floresta, por um ângulo assim?
Essa foi feita na Costa do Marfim. Segundo o Yann, era uma festa de rua e ele tentou, por muito tempo, tirar a foto da multidão, mas, não conseguiu do jeito que queria, porque todos sorriam e davam adeus pra ele no helicóptero, então desistiu e bateu a foto da multidão acenando.
Olhe a pirâmide do Louvre vista de cima. Linda !
Não conhece Paris? Então agora deu pra entender direitinho onde fica a Notre Dame, e viu as duas ilhas que são formadas, pelo Rio Sena, em pleno centro da cidade.
Essa foto eu tenho tirada do chão : Éfesos, na Turquia; pertim da casa de Nossa Senhora. Quero voltar, rever e aproveitar mais um pouco da beleza que é esse sítio arqueológico. A Biblioteca de Celsius, conserva a fachada quase intacta. Como um milagre!
Já comprei e naveguei por essas águas na Tailândia : o Mercado Flutuante. Já falei aqui sobre ele. Muito interessante. Muito mesmo!
Você pode fazer fundo de tela com sua foto preferida, ou mandar um cartão postal também. Muito legal !

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Chovendo barro e areia no deserto.

Se eu visse essas imagens sem nunca ter vivido essa situação, acharia que era uma montagem ou um efeito especial produzido por Roliúdi ou mesmo pela Central Globo de Produções.
Mas não é não.
Vou tentar me lembrar exatamente como foi o dia que vi pela primeira e única vez, um Mohamed. Como assim, Mohamed ? Este foi o nome que nós, que trabalhamos no Iraque, demos às tempestades de areia, porque, toda vez que começava a ventania, os árabes começavam a chamar "Mohamed! Mohamed!" como os católicos chamam por Deus e cada um por aquilo que crê, quando sente que a situação tá ficando russa.

Me lembro que tava sozinha no meu alojamento, era horário de almoço, quando começou um barulho muito forte. Era o som do vento, só que, no deserto, esse vento fica parecendo trovão, talvez devido à amplidão, ao grande espaço que ele tem pra expandir seu som naquela planície com um campo de visão de 360º.
Olhei pela janela e o tempo tava mudando, como se fosse chover; tempo empoeirado. Nessa época, não tinha telefone no acampamento e, muito menos, nos nossos quartos. Não dava pra ligar pra qualquer pessoa pra compartilhar aquela doideira e, o barulho junto com a areia misturada com terra, foi aumentando, subindo, foi ficando escuro e eu grudei na janela. Como não sabia que ia ver uma verdadeira tempestade de areia no deserto, não tive medo algum, só olhava.
A melhor coisa do mundo é a ignorância. Se eu soubesse o que ia rolar, com certeza a coisa teria sido muito diferente.
Uma tempestade de areia é um desastre como uma grande enchente, um furacão, tufão, incêndio : passa com rapidez e deixa um rastro de transtorno e perdas e danos enormes.
Dentro da minha santa ignorância, só achava aquilo o maior barato. Essas fotos são de uma tempestade no deserto do Iraque, não a que eu vi, mas os nossos alojamentos eram exatamente assim. Esse aí da foto é um acampamento do exército iraquiano (deve ter aí muita coisa aproveitada do nosso) então, foi essa a visão tal e qual eu vi da janela do meu quarto. Veio vindo uma imensidão de areia e terra - a cor era mais de terra - e a nuvem era muito alta. De repente eu não vi mais nada, porque a "fumaça" cobriu o acampamento por algum tempo e virou noite total, completamente escuro, e eu na janela com areia pra todo lado (me lembro que mastigava areia) que entrou por todos os buraquinhos e frestas de todos os quartos, escritório, hospital, cozinha, tudo. Durante muitos dias, ficamos limpando e tirando areia de dentro de tudo -até numa caixa fechada, tinha areia dentro. Uma loucura !

Aí, aconteceu uma coisa que jamais tinha visto - além do que já tava acontecendo : começou a chover barro; era um barulho danado do barro batendo no teto, nas paredes e na minha janela. Chovia pelotas de terra e choveu forte, choveu, choveu, e aos poucos foi limpando o tempo. As pelotas de terra foram ficando menos duras, mais molhadas e a lama escorria do teto. Muito maluco ! E a chuva continuou até ficar chovendo água limpinha. Da mesma forma que veio, tudo voltou ao normal. Abri a porta do quarto, e olhei o deserto. Tava sequinho, com uma poça de água aqui outra ali, mas pude sair normalmente.

E a conversa geral era só uma. Cada um contando como viu e o que sentiu com aquela experiência totalmente nova.

Depois disso tudo, veio uma das mais lindas tardes que já vi na minha vida. Parecia que toda aquela força da natureza tinha lavado a alma do deserto. O céu ficou com uma cor maravilhosa, tudo ficou lindo e só os árabes não achavam graça alguma. Foi aí que fiquei sabendo dos desastres. Nosso acampamento era bem sólido, então não teve casa saindo voando, mas os vilarejos pobres da região, ficaram sem luz, postes caíram, animais morreram, a areia entrou nas casas destruindo muito e deixando um estrago como quando chove e as pessoas ficam com 50 cm de água dentro de casa. Nessa época, também entendi porque as casas deles não tem telhado. Óbvio, né não?

E, durante dias, muito longe do acampamento, quilômetros pra frente e pra trás, andando pelas estradas, a gente via papéis do nosso lixo; muito papel porque, como foi tudo de repente, todo o papel que tava nas lixeiras - que eram tambores grandes - voou pra onde o vento tocou.

E o pessoal da lavanderia também teve trabalho dobrado : tudo teve que ser lavado. Não tinha um único lugar onde não tivesse terra e areia.

E, pra finalizar, uns dez dias depois, o deserto se transformou em várias partes dele num lindo tapete. Verdinho. Incrível. As sementes estavam lá, quietinhas, encondidas entre as pedras a terra e a areia, só esperando um pouco de água, pra se nutrirem e mostrar sua beleza.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Roubo nas alturas ! Outro alerta !


Aeromoça da Air France presa por roubar os passageiros.
Manchete do site http://www.yahoo.fr/ on line de hoje.

Ela trabalhava na primeira classe e aproveitava enquanto os passageiros dormiam, pra fazer uma pequena limpeza nos braços, dedos e carteiras dos passageiros.

Não vou contar aqui toda a história, coloquei o link pra quem quiser ver. Só estou dando mais um alerta pra quem viaja de avião e acha que tá na boa, entre pessoas honestas e não toma conta das suas coisas. Já falei sobre isso aqui. Dia 07/01/2010 no post : "Grude na sua bolsa dentro do avião".

Pelo visto, deve ser a mesma moça que afanou no vôo que relato naquele post, pois era a rota dela. Hoje, ela extrapolou : pegou 4.000 euros de um só passageiro.

Muito gulosa! Se deu mal.

Passeando pelo passado : brinquedos de nossos avós e bisavós.







Sou apaixonada por lojas de antiguidades; sejam elas quais forem : roupas, móveis, livros, brinquedos... os brinquedos então, não me canso de admirar.
Vendo outro dia um programa na TV sobre este museu de brinquedos em Londres, me encantei e passo pra você. Já sabia dele, mas nunca deu pra conhecer. Da próxima vez que passar por lá quero ir. Muito legal e muito interessante também a história dele.

O Museu do Brinquedo Pollocks leva o nome de Benjamin Pollock que foi o último proprietário de um Teatro de Brinquedos da era vitoriana. O museu foi fundado por Marguerite Fawdry que comprou todo o estoque da Benjamin Pollock Ltda., após comprar um pequeno item para o teatrinho de brinquedo de seu filho. Originalmente ficava na Monmouth Street, perto de Covent Garden e, desde 1969, fica na esquina da Scala Street com a Whitfield Street.

Quase todos os tipos imagináveis de brinquedos estão presentes ali, vindos de todos os lugares do mundo e de diferentes épocas. É uma exposição fascinante de teatros de brinquedos, ursinhos de pelúcia, bonecos de cera, bonecos da China, jogos de tabuleiro, brinquedos óticos, brinquedos populares, mobília de berçário, brinquedos mecânicos e casas de bonecas . Um passeio maravilhoso pelos caminhos sonhados pelas gerações de nossos avós, bisavós e mesmo de nossos pais.
Estando em Londres ou, se tá nos seus planos passar por lá, vale a pena conhecer. Coloquei o link do museu e mais o link já traduzido do Google, pra turma mais preguiçosa que quer se informar mas desde que já venha tudo mastigadinho. Leia e conheça a história do museu. É uma verdadeira aula de história !
Eu amei !

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Quanto mais se vive mais se aprende, e a gente morre sem saber nada!"

Quem falava assim era meu pai. Sábio, sábio! E é verdade. A gente toda hora descobre que não sabia disso ou daquilo.
Ontem (sábado) descobri uma coisa interessante e que me trouxe uma grande tranquilidade e satisfação e foi-se embora a culpa. Explico !

Fomos ao sítio e levamos, junto, uns amigos daqui de Belo Horizonte. Um deles mora em Paris há muitos e muitos anos e vem ao Brasil duas vezes por ano - sempre agora em julho e pro Natal/Ano Novo. Pois, muito bem ! E, sempre que vem, vamos passar um dia no sítio; passeio que dá muita alegria a todo mundo.
Andando por lá, mostrando as novidades, procurando frutas pra comer, descascando laranja, mexerica e comendo carambola, ele me disse uma coisa, que diz sempre que vem e que ouço de outros amigos também.
- Que pena que não tem jabuticaba!
- E goiaba ? Adoro goiaba, mas, não tem, né?
- Abacate ? Vamos ver se tem?
E eu me desculpando : - Pois é, jabuticaba é no tempo de chuva - agosto/setembro e janeiro/fevereiro. Mês passado, por exemplo, tinha abacate caindo na nossa cabeça. Até que, num determinado momento, me veio a luz, me deu aquele clarão na idéia e eu disse:
- Olha, você sempre tá dizendo que não tem essa ou aquela fruta, mas, pra comer todas, você tá convidado a vir passar um ano aqui no sítio. Vai pegar todas as estações do ano e comer de todas, até rachar e parar de encher o meu saco. E eu aqui, me desculpando, como se fosse culpa minha não ter jabuticaba em julho. Tenha a santa paciência! E começamos a rir, porque, ele também se deu conta que as frutas tem sua época. E as temporonas não são tão saborosas. E disse mais:
- É a mesma coisa deu chegar na sua casa agora, em pleno verão, mó calorão e dizer:
- Não tem neve? Que pena ! Você disse que é tudo tão lindo com neve...
Vai te catar. E completei:
- Vou fazer uma pesquisa e colocar no blog pra todo mundo ler. Quando quiserem vir ao sítio, consultem e vejam qual a fruta do momento.

E fiz mesmo. Lá vai:





- Abacate - de fevereiro a agosto.
- Banana - de janeiro a outubro
- Figo - de janeiro a abril
- Goiaba - de janeiro a maio
- Jabuticaba - de agosto a setembro e de janeiro a fevereiro
- Laranja - de janeiro a setembro
- Mamão - todos os meses
- Manga - de novembro a janeiro
- Maracujá - de janeiro a julho
- Mexerica polkam - junho e julho
- Limão - de janeiro a março

Só não vou colocar a lista completa, porque, senão, ninguém vai ter saco pra ler. Mas, antes de levar alguém agora, vou dar uma corridinha antes no Google...rs.

Outra coisa que também me dei conta ontem, foi do tanto que as pessoas estão se distanciando de viver junto à natureza. Por mais que tenham vivido, quando eram menores, com a correria da cidade grande, se esquecem de como é a vida na roça. Mais uma engraçada que rolou, foi este mesmo amigo, mais urbano impossível, ficar indignado com o tanto que os cachorros comiam. Eles comem ração mas, no sítio, comem também tudo que lhes interessa e encontram pelo caminho. Na hora do almoço, a gente ia jogando os ossos da colega que comíamos pra eles e eles mandando pra dentro da pança. Num determinado momento meu amigo disse:

- Eles já não estão cheios? Vocês já jogaram muitos ossos pra eles. Eles vão passar mal.

Foi um riso geral. Tem dó, ô Mané! Eles comem se quiserem. E bicho não tem muito essa de saber quando tá cheio; vão comendo tipo "é melhor comer agora, porque não sabemos quando vai cair outra coisa".
Teve também aquela sessão culpa, aquela culpa que todos nós temos, hoje em dia, quando estamos saindo um pouco da rotina e comendo mais do que nos demos o direito de comer todos os dias. Foi um tal de contar caloria, um tal de não como isso porque já comi aquilo, minha cota de não sei o quê já acabou, agora só como aquilo outro daqui há uma semana. Vidinha idiota. Precisamos tomar cuidado com a nossa saúde e tentar nos alimentar da melhor forma possível, mas, essa neura de fazer contas o tempo todo, enquanto comemos e depois de comer uma comidinha caseira, super deliciosa, que só nos deu prazer e alegria, pra que ficar pensando nos carboidratos a mais ou a menos que foi ingerido? Phoda-se! Isso não acontece todos os dias. Não enchemos o pandeiro o tempo todo de coisas pesadas.

Meu amigo trouxe vinho pro pai dele, mas, o pai tava sendo controlado na forma de degustar o mais famoso vinho do mundo.
- Você tá tomando muito depressa, vinho se toma assim e assado! Saboreando, degustando, calmamente...
Não conseguindo ficar calada, já saí atirando. - "Se toma um cactos, deixa ele tomar como ele quiser : de golinho, de golada, qual o problema? Onde tá a lei que diz que somos obrigados a fazer assim?" E na minha teoria de que, quem já passou dos 80, tem mais é direito de fazer o que bem entender com seu corpo, ainda reforça mais numa situação dessas. - "Deixe ele saborear do jeito dele. Ele não é enólogo e nem quer saber o que venha a ser isso. Tem dó! Sabe lá se vai estar aqui na sua volta no Natal, pra beber de novo esse bendito vinho!

Falando assim até parece que meu amigo virou inimigo ou é um chato de galocha : nem um, nem outro. Só tá é muito influenciado pelos hábitos e atitudes dos moradores dos grandes centros. Isso é o que eu acho. E você?

Mas acho que ainda tem cura!

domingo, 18 de julho de 2010

Orgulho de ser brasileiro - Povo porreta !

Os acontecimentos sinistros das últimas semanas, juntando aos das semanas anteriores e anteriores, me fizeram pensar em revitalizar (já que a palavra tá na moda) nossos brasileiros porretas, danados, fortes, lutadores, cheios de garra. Brasileiros. E, folheando meu almanaque preferido, revi um resumo da história do grande Marçal Tupã-Y. Vou contar pra você. Todos nós precisamos de um up na moral. O final do causu não é feliz, mas valeu pelo caminho percorrido por Tupã-Y.

" Dizem que o Brasil foi descoberto. O Brasil não foi descoberto, não, santo padre. O Brasil foi invadido e tomado dos indígenas. Esta é a verdadeira história do nosso povo."

Com essas palavras, Marçal Tupã-Y emocionou o Papa João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil, em 1980. Era líder do povo guarani e porta-voz de toda a população indígena brasileira. Lutou pelos direitos dos índios e se tornou símbolo.

Tupã-Y nasceu Marçal de Souza em 24 de dezembro de 1920, no atual Mato Grosso do Sul. Ficou órfão aos oito anos. Foi educado numa missão presbiteriana e criado pela família de um oficial do Exército no Recife. Adulto, voltou para a região de Ponta Porã, no estado natal. Aceitou sua cultura, tornou-se enfermeiro da Funai, guia e intérprete de antropólogos como Darcy Ribeiro (meu ídolo).
Depois de anos de luta e discursos tocantes, inteligentes e esclarecedores, morreu como viveu: defendendo o respeito a seu povo. Foi assassinado com cinco tiros, na noite de 25 de novembro de 1983, em sua aldeia (menos de um mês antes, havia recusado oferta de 5 milhões de cruzeiros, feita por um fazendeiro, para que convencesse uma tribo do grupo Kayowá a sair de suas terras). Marçal Tupã-Y tinha 63 anos e a seu lado dormia a mulher, a índia Celina Vilhava, 27 anos, grávida de nove meses.

Obrigada ao Chico Mendes, à Irmã Doris, ao Tupã-Y e tantos outros. Peço desculpas pela animalidade do ser humano, que lhes tirou a vida.

E LÁ VAI O DIMDIM!

E o dindin que você doou vai virar Q uero ver se até segunda-feira mando o dindim dos presentes dos tiukinhos. Ainda não mandei porque tem u...