Quando viajei, uma sobrinha ficou dando uma olhada na minha casa. Quando pudesse, passaria pra dar comida pros peixes e molhar minhas violetas.
Nada rígido mas, pelo menos 2 vezes por semana, com o baita calor que tava fazendo, se ela pudesse comparecer, tava bom.
Eu não esquento muito a cabeça. Apesar de amar peixes, quando algum morre, fico com pena de mim, porque já tô acostumada com peixes, depois de longos anos tendo aquário e já sei quando o bicho tá partindo dessa pra uma melhor... Será? Ele normalmente vai ficando quieto e começa a nadar de banda. Já sei ! Vai parár de fumar a qualquer momento.
Parou ? Pego a redinha e jogo ele no lixo.
Acho que é por isso que gosto deles. Não tem apego, não gruda na gente nem a gente neles, não emite som e, qualquer um que pare perto do aquário, é bem-vindo; basta colocar comida e vira proprietário dos bichos.
Diferente dos amigos que dão um trabalho do cacete, a gente gruda neles, não pode mais viver sem e eles ainda inventam de morrer de vez em quando.
Primeiro Epa!!!
Recebo um MSN da responsável pela flora e fauna doméstica.
"Tia, as orquídeas ( ãhn??? ) estão dentro de uma vasilha com água. Tenho que molhar assim mesmo?"
Pensei 1 minuto e disse: "Quis orquídeas?" Será que tava ficando maluca ou alguém tinha me dado orquídeas e não me lembrava. Ela: "Aquele monte de plantinhas que você tem". Deus é mais! "Violetas, vi-o-le-tas..." - "Pois é, essas mesmo."
O anjo da guarda que cuida da minha casa, tinha passado pra dar uma geral e, com o calorão, pensou, pensou e colocou os vasinhos dentro de um grande tabuleiro com água. Quem quisesse que bebesse quando tivesse sede. Assim, ela ficaria tranquila até a próxima vinda.
A outra, sem noção, achou que já era obra do demo aquela mágica.
Finalizei a prosa: "Precisa fazer nada, não. Deixa como tá que a Con toma conta."
Segundo Epa!!!
Mesma sobrinha, no MSN, de novo, uns dias depois: "Tia, um peixe sumiu, já procurei no aquário inteiro, pra todo lado e não vejo ele". Bão, pensei comigo, às vezes, quando coloco comida, eles ficam tão afoitos que pulam fora do aquário. Falei pra ela: "Olha na bancada da cozinha, no chão, pode ser que ele tenha pulado fora... "Escutei, do outro lado do Atlântico, os gritos: "Fora ? Como? Onde???"
"Ai, Jesuis, olha no chão, dentro da geladeira, nos armários, quem sabe no microondas" comecei a gozar. Ela: "Não tem graça" Eu: "Não esquenta, deve ter morrido e os outros comeram".
Nem em Hirochima ou Nagazaki ouviu-se um grito pior: "Eeeeeccccaaaaa!!!! Que nooojooo!" (ela não sabia que um peixe come o outro). Aliás, às vezes, eles nem esperam o colega esfriar - porque o bicho já é frio - e começam o serviço. E mãe come filhotes também; se não separar, não sobra um pra prosseguir com a família. Já tive peixe moribundo que, quando vi, já tava sem o rabo. Joguei ele no lixo, pra sofrer menos (imaginei eu).
Finalizando o causu ... as chaves da residência foram passadas pra outro membro da família.
Quando cheguei, não tinha sobrevivente no aquário. As violetas lindas como sempre. Parecem uns pés de alface de tão grandes. E digo mais, essas nem sabem que tem dono... Não sentem a menor falta de mim.
Mais independentes, impossível.