quarta-feira, 5 de maio de 2010

Já não fazem mais pessoas simples e delicadas como antigamente


















Alguém me lembrou de um caso muito bom, acontecido com uma amiga.

Eram muitos irmãos, família mineira, de perto de Diamantina, cinco mulheres e três homens. Como em toda cidade pequena, o povo vai saindo da escola e vindo pra capital fazer faculdade (já adianto que esse caso é antigo). Hoje, existe faculdade em qualquer canto desse país, e brotando quiném capim. Às vezes, a maior dificuldade pra entrar numa escola dessas é apenas atravessar a rua.

Bom! E foi vindo uma, vindo outra, vindo outro, então, junto com o pai, compraram um apartamento em Belzonte, por conta desse trança-trança. Se mudaram pra cá e cada um foi tomando seu rumo.
E arrumaram uma moça, lá do interior desse interior, pra vir ajudar na lida da casa; moça boa, de confiança e asseadinha, como diziam nossas avós mineiras.
E era um tal de compra isso, compra aquilo pra casa nova, toda hora precisando sair comprar mais um item da lista que não tinha fim.
Então, uma das minhas amigas, chegou tarde pro almoço um dia e almoçou na mesa da cozinha mesmo.
Nessa época, além de tudo que ela fazia, cismou de aprender piano. Entrou pra aula e tava pelejando com as teclas. Adorando, porque era um sonho desde criança.
Foi num momento desse, que, ela, tranquila, comendo seu pratinho requentado pela fiel escudeira, começou a pensar e sonhar com o piano. Ainda não tava na hora mas, o amor por ele era tanto, que tava louquinha pra comprar um.
E nem percebeu que tava falando alto: "Não sei se compro o piano agora, preciso pensar melhor, é um investimento muito caro, mas ia me dar tanto prazer" e foi misturando o pensamento, viajando naquela maionese, até o momento que foi trazida de volta pra real, com a voz da empregada dizendo: "Já que você vai sair pra fazer compra, aproveita e compra uns gaufo, porque tem muito pouco na casa".

Essa mesma moça, fez um bolo de comer de joelhos, quando fui visitar a turma um dia. Uma amiga e eu. Minha amiga ficou tão entusiasmada com a delícia, que resolveu pedir a receita,
no que ela de pronto foi dizendo: "Ovo, farinha, fubá, leite, fermento, se tiver, se não tiver serve bicarbonato, se não tiver leite, coloca caldo de laranja, sal... " e foi metralhando os ingredientes sem dar nem tempo de tirar uma pequena dúvida. Quando ela deu uma respirada, minha amiga aproveitou e perguntou: "Como assim? Peraí um pouco. Eu não sei cozinhar direito, preciso que me passe as medidas certas, tempo de preparo, tudo, senão não vai dar certo". E ela, na maior simplicidade do mundo, daquela simplicidade que me faz chorar emocionada, falou com a melhor cara do mundo: "Tem medida não, bôba, é tudo pros cocos, vai pondo que dá certo sim, cê vai ver".
Minha amiga nada mais disse; guardou o papel que tava anotando pra jogar fora quando saísse da casa.

Não iria ser indelicada com quem teve tanta boa vontade em ajudar.
A propósito, gaufo é vulgarmente chamado de garfo, em algumas rodas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Andando de ônibus em Paris e me apaixonando por um filme













Eu tô sempre falando em metrôs e trens, quando falo sobre transportes em Paris, e me esqueço dos ônibus.

E descobri porquê. No tempo todo que morei na cidade, poucas vezes andei de ônibus. Por que? Porque eles não são rápidos. Não que os ônibus sejam ruins, pelo contrário, são ótimos e confortabilíssimos, mas, com o trânsito, ruas estreitas e, como a maioria das pessoas idosas andam neles e são muito respeitados, só ando de ônibus quando tô sem pressa, tranquila. O motorista espera o velhinho entrar como se ele fosse o único passageiro.
Se você pega, por azar, um caminhão de lixo numa rua estreita, já deu pra sentir o drama. Todo mundo espera o lixo ser recolhido, sem chiar - só bufando - sem sair do ritmo, até o final da rua.

Ah! Pode pedir informação pro motorista; eles informam na boa.
Aí não tem coisa melhor! É uma delícia!

Se você tá indo passear, curtir, conhecer a cidade, então não deixe de andar neles. Aproveite pra conhecer a cidade por cima. Ande de metrô quando tiver com pressa ou quando não tiver um ônibus que passe perto de onde você queira ir.
Paris é uma cidade plana, então eles circulam quase levitando. O calçamento ou asfalto tá sempre lisinho, não tem buracos nas ruas e nem essa história que tem por aqui de dar uma freiadona pra "ajeitar a carga" (no linguajar grosseiro dos motoristas).
Temos, também, aqui, motoristas gentis e que respeitam os passageiros, mas não deveria ser uma minoria. Isso deveria ser uma coisa normal, natural. Natural é esperar a pessoa subir e descer, sem arrancar com ela ainda na escada, o que já vi várias vezes.

Outra coisa que anima a andar de ônibus em Paris são os meio-fios padronizados. Não existe essa história de ter que ser alpinista pra subir num ônibus. Eles param rentes ao meio fio, as portas são largas e podemos entrar com malas ou carrinhos de bebê sem precisar de carregar. Então você me pergunta : 'Na cidade toda?" Toda, bairros e centro.
Em todos os pontos de ônibus tem um mapa dos ônibus que param naquele ponto, mostrando o itinerário, com todas as paradas, nos dois sentidos, então você fica sabendo se tá pegando do lado certo.
Este mesmo itinerário, está afixado, em tamanho grande, em vários lugares dentro dos ônibus.
Coloquei uma foto pra vocês verem e, clicando em cima dela, ela fica grande e dá pra ver melhor.

Como pagar? O mesmo tíquete que você compra pro metrô serve pro ônibus. Você pode entrar pela porta da frente ou do meio e vai encontrar uma maquininha onde você introduz o tíquete e ele será registrado. Ninguém vai te pedir quando entrar ou sair. Você pode até não pagar, mas, se entrar uma turma de fiscalização e você tiver sem ele, a multa é muito grande. Não sei quanto custa hoje, mas é como se a passagem custasse 1 euro e a multa 60 euros. Não vale a pena. E eles entram sem dar chance de você se safar, tipo, por todas as portas e bloqueiam as saídas.
Perdeu malandro! Perdeu!.rs..rs..rs.
Se você comprar bilhete pra usar durante o dia todo ou a semana ou o mês, então não enfia na maquininha porque, senão, depois ele empaca no metrô. Apenas mostre ao motorista na entrada.
E, se não tiver o bilhete, o motorista vende. O bilhete avulso custa duas ou três vezes mais caro do que comprar um carnê (conjunto com 10 bilhetes ) nas estações de metrô.

Vou dar umas dicas de ônibus legais pra você conhecer a cidade baratinho.

Pegue o 69 e fará quase um city tour. Passa em quase todos os monumentos mais famosos da cidade.

E tem o 96. Minha paixão por essa linha, começou com o filme Lua de Fel com o Peter Coyote , Emmanuelle Seigner (mulher do Polanski), Hugh Grant e Kristin Scott Thomas. Recomendo ! Uma paulada na moleira de bom. Aliás, quem leu meu post sobre cenas eróticas e sensuais, em filmes, acrescente a dança da Emmanuelle neste filme.

Se pegar o 72, ele vai te levar num passeio às margens do Sena, por um longo trajeto.

O 87 corta a cidade na horizontal. Um sucesso!

O 38 corta na vertical.

O 65 de norte a leste.

Vale a pena dar uma olhada no mapa, que sempre vem junto com o mapa do metrô.


Depois vou falar sobre o RER; outro sistema de transporte que é muito legal!

COLARES - CADA UM MAIS LINDO PRA MAMÃE OU PRA VOCÊ - DIA DAS MÃES 2024

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